Re: SMEoS EDIT - POLÍTICA PRÉ/PÓS-ELEIÇÕES 2022
Enviado: Qua Mar 01, 2023 3:03 pm
Top.Túlio escreveu: ↑Sex Fev 24, 2023 5:33 pmJuiz suspende CNH de condutora que não pagou dívida.
Juiz do Estado de São Paulo suspende CNH de mulher que não quitou dívidas; medida foi baseada em decisão recente do STF.
https://jcconcursos.uol.com.br/noticia/ ... %C3%ADculo.
Destaque para o parágrafo em negrito..."reforma administrativa é para estimular o servidor, combater privilégios e economizar trilhões em centenas de anos... " ....confiaprp escreveu: ↑Sex Mar 03, 2023 9:15 pm O honesto , humilde que come pão com manteiga
https://g1.globo.com/politica/noticia/2 ... elle.ghtml
Pelo visto ser jovem será um fardo nesse país muito em breve... E tudo porque aqui é "salve-se quem puder". Depois reclamam de atentados em Brasilia.. agora é por ideologia, mas posteriormente não só poderão como serão de fato canalizados contra o que os franceses de fato pediam na rev francesa: a queda da bastilha (do sistema).gingerfish escreveu: ↑Dom Fev 19, 2023 7:52 pmMeu amigo, se é assim, temos que explodir o Brasil inteiro.prometheus escreveu: ↑Dom Fev 19, 2023 7:25 pm Não sei onde postar... então acho q terá de ser aqui... mas, c todo respeito, acho q deveríamos abrir um tópico só sobre esse tema, pq é IMPORTANTÍSSIMO.
Não era preciso fazer necessariamente uma reforma administrativa para precarizar o serviço público como já está ocorrendo.. poderiam simplesmente congelar as remunerações por um tempo em torno do prol comum.. agora, cada vez + c esses reajustes, a tendência é piorar daqui 5 ou 10 anos porque eventualmente os servidores que aí estão abocanharão, atuarialmente, toda a fatia do bolo.. geralmente quando uma empresa está em péssimos momentos, ela foca em manter os empregos em vez de aumentar os salários... Agora que o presida é o Lula, um sindicalista nato, o governo deveria saber disso.....
Olha o salário do Judiciário, MP, os cargos bonitinhos de BSB. Sem condição. Sem contar que políticos estão em "palácios" (eu sei que há quem ache que eles são princesos e que merecem isso).
Para ser sincero, os servidores públicos foram enganados, e têm uma responsabilidade de as coisas terem chegado aonde chegaram... cada um joga o seu jogo, velho. É cada um defendendo o seu. Se, para você isso é coisa imoral, eu só digo que é melhor escapar fedendo que morrer cheiroso. O governo está propondo pagar 8%. Mas deve mais que 30%!
CF/88, art. 37 (...)
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
A Constituição Federal diz "revisão geral anual", blá blá blá... desde o governo de Dilma Roussef os caras não recebem REPOSIÇÃO DE PERDAS INFLACIONÁRIAS (não é aumento), para evitar a corrosão de seu poder aquisitivo.
Mas é justamente esse o ponto do mérito: tem de deixar de reajustar mesmo, certíssimo. Como as remunerações, pela constituição, são irredutíveis, a única forma de reduzir isso é por meio do congelamento. Certo mesmo. O país tem outras prioridades. Por mais que se discuta que não há reajuste, sempre haverá alguma categoria que sairá, em algum momento, beneficiada em detrimento de outra e vice versa. E os argumentos são dos mais variados. Ora, o legislativo e o judiciário são poderes independentes, e têm nos seus quadros pessoal mais enxuto, é patente que serão mais bem remunerados mesmo senão as pessoas prestariam concurso pro executivo em vez disso e desincentivaria a autonomia do outro poder. Inclusive agentes políticos têm de possuir boa remuneração mesmo, caso contrário isso poderia afetar diretamente a estrutura do Estado... tome como exemplo um juiz mancomunado c o crime organizado, isso gera muito mais prejuízo que os 30 mil a medio/longo prazo. Inclusive, o executivo, por ser mais robusto, precisa reduzir mesmo proporcionalmente as remunerações em face da quantidade de pessoal... E milicos e policiais, por exemplo, mais ainda, visto que são carreiras de Estado até urgentes, a depender das políticas públicas de segurança pública... Mas, por aqui, geralmente só se "prioriza" aumentando salários em vez de abrir mais concursos p aumentar o pessoal. Em qualquer país, você pode reparar que, se o assunto é sensível, se prioriza primeiro a quantidade p depois a qualidade. Assim o tem de ser quando no nosso país a educação, saúde e segurança são deficitarias... as remunerações têm de ser delimitadas de acordo c as políticas públicas, c as agendas e programas, em um escalonamento que sopese as importâncias de cada area, e, dessa forma, atingir os servidores dessa area. E não baguncado a mercê da ou boa vontade politica ou do "ele ganha mais que eu". E mesmo sendo o gasto menor ou não em relação ao PIB, esse era o mínimo visto que 1) o PIB não acompanha mesmo as exigências de benefícios e 2) tem de ser menor mesmo p evitar o pior: o aprofundamento da desigualdade social.Matheus escreveu: ↑Sáb Mar 04, 2023 6:48 am @prometheus
Isso já ocorreu. Os servidores do executivo estão sem reajuste, uma parte, desde 2017, outra, desde 2019. Isso dá uma redução real de cerca de 30% dos salários.
Claro que isso não afetou os marajás do judiciário, nem do legislativo. Aliás, nem militares que foram os únicos que receberam acima da inflação nos últimos 10 anos.
Outra coisa, a reforma da Previdência provocou mais uma redução de aprox. 5% dos salários dos servidores. O buraco da Previdência no setor público é quase exclusivo dos militares, que fizeram uma reforma se mentirinha.
O gasto com servidores é um dos menores em décadas em relação ao PIB. Sou a favor de uma reforma administrativa que arrume a bagunça de cargos, de remunerações indevidas, facilite a contratação em cargos que não são do Estado etc.
Mas há que se ter muito cuidado. Políticos adoram essa execração pública dos servidores, facilitam o trabalho deles no desmatamento, no trabalho escravo, passar a boiada na questão ambiental, destruir qualquer tipo de fiscalização que chegue perto deles e dos amigos do rei.
E tentativa de reforma administrativa sempre foi para permitir isso, que é tirar a estabilidade do servidor concursado para os poderosos terem o poder de fazer pressão e determinar o que quiserem. Reforma que só não ocorreu porque tinha uma pandemia no meio do caminho...Matheus escreveu: ↑Sex Mar 03, 2023 10:38 pmDestaque para o parágrafo em negrito..."reforma administrativa é para estimular o servidor, combater privilégios e economizar trilhões em centenas de anos... " ....confiaprp escreveu: ↑Sex Mar 03, 2023 9:15 pm O honesto , humilde que come pão com manteiga
https://g1.globo.com/politica/noticia/2 ... elle.ghtml
BRASÍLIA – O governo Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. As joias eram um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, que estivera no Oriente Médio na comitiva do governo Jair Bolsonaro, em outubro de 2021.
Ao saber que as joias foram apreendidas, o ministro retornou à área da alfândega, e tentou usar o cargo para liberar as joias. Foi nesse momento que Albuquerque disse que o conjunto de diamantes era um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro. A cena foi registrada pelas câmeras de segurança, como é praxe nesse tipo de fiscalização. Mesmo assim, o agente da Receita reteve as joias, porque, no Brasil, é obrigação declarar à Receita Federal qualquer bem que entre no Brasil que passe de US$ 1 mil.
Nesta sexta-feira, procurado pela reportagem, o ex-ministro admitiu que trouxe para Michelle, mas afirmou que era um pacote fechado e não o que tinha dentro.
O Estadão apurou nos últimos dois meses que houve quatro tentativas frustradas de Bolsonaro de reaver as pedras preciosas, envolvendo três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores) e militares. A última ocorreu quando faltavam apenas três dias para deixar o mandato, em 29 de dezembro. Um funcionário do governo, identificado apenas como “Jairo”, pegou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e desembarcou no aeroporto de Guarulhos, dizendo que estava ali para retirar as joias. O funcionário argumentava que “não pode ter nada do [governo] antigo pro próximo, tem que tirar tudo e levar”, conforme relatos colhidos pelo jornal.
A reportagem localizou a solicitação para a FAB levar o chefe da Ajudância de Ordens do Presidente da República, 1º sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, que foi para Guarulhos “para atender demandas do Senhor Presidente da República naquela cidade e retornará em voo comercial no trecho Guarulhos-SP para Brasília
No dia 28 de dezembro de 2022, o próprio presidente da República enviou um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que os bens fossem destinados à Presidência da República, em atendimento ao ofício 736/2022, da “Ajudância de Ordem do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.
A apreensão ocorreu no dia 26 de outubro de 2021, durante uma fiscalização de rotina entre os passageiros do voo 773 que desembarcaram nos terminais de Guarulhos, com origem na Arábia Saudita. Após a passagem das malas pelo raio x, os agentes da Receita decidiram fiscalizar a bagagem de Marcos André dos Santos Soeiro, o assessor de Bento Albuquerque. Ao checar o conteúdo de uma mochila, os fiscais se depararam com a escultura de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros, dourada, com as patas quebradas. Dentro dela, encontraram ainda o estojo com as joias trazidas para Michelle Bolsonaro, acompanhadas de um certificado de autenticidade da marca Chopard.
A única maneira possível de se retirar qualquer item apreendido pela Receita na alfândega – e isso vale para itens com valor superior a US$ 1 mil ou mesmo joias milionárias – é fazer o pagamento do imposto de importação, que equivale a 50% do valor estimado do item, além de uma multa de mais 25%, pela tentativa de entrar no País de forma ilegal.
No caso dos Bolsonaro, portanto, a retirada formal e correta das joias apreendidas e estimadas em R$ 16,5 milhões custaria nada menos que R$ 12,375 milhões. Como o pagamento estava fora de cogitação, o que restou foi recorrer aos órgãos próprio governo.
Depois de não conseguir retirar os itens na alfândega do aeroporto, o Ministério de Minas e Energia envolveu outro ministério na tentativa de reaver as joias para o presidente. Desta vez, o MME acionou, em 3 de novembro de 2021, o Ministério de Relações Exteriores. O Itamaraty, então, reforça a pressão sobre a Receita e pede “providências necessárias para liberação dos bens retidos”.
Por meio de uma “Nota Executiva”, porém, a Receita volta a negar e informa que o único procedimento a ser adotado é o pagamento da multa e do imposto
O comando da Receita à época também entrou na força-tarefa para liberar as joias. Os servidores da Receita, contudo, que têm estabilidade na função e são funcionários de Estado, resistiram às pressões e fizeram valer a lei.
A marca Chopard é uma das mais famosas e caras do mundo. De origem suíça, foi fundada em 1.860 e costuma ser utilizada nos tapetes vermelhos de Hollywood.
O governo brasileiro poderia ter recebido as joias, caso tivessem desembarcado como um presente oficial para o presidente da República e a primeira-dama. Os bens, porém, ficariam para o Estado brasileiro, e não com a família Bolsonaro.
Bento Albuquerque confirmou à reportagem do Estadão que as joias trazidas ao Brasil da Arábia Saudita eram, de fato, um presente para Michelle Bolsonaro.
Albuquerque, porém, afirmou que desconhecia o conteúdo do estojo de joias. Segundo o ex-ministro, os itens passaram pela alfândega saudita e embarcaram no voo comercial, sem que ele e sua comitiva fossem questionados sobre o conteúdo dos presentes. “Nenhum de nós sabíamos o que que eram aquelas caixas”, disse Albuquerque.
No ato da apreensão dos itens, ao ser questionado pelo agente da Receita Federal, Albuquerque relatou a quem se destinavam os presentes. “Isso era um presente. Como era uma joia, a joia não era para o presidente Bolsonaro, né... deveria ser para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. E o relógio e essas coisas, que nós vimos depois, deveria ser para o presidente, como dois embrulhos.”
Marcelo Ponciano escreveu: ↑Dom Mar 05, 2023 12:28 pmE tentativa de reforma administrativa sempre foi para permitir isso, que é tirar a estabilidade do servidor concursado para os poderosos terem o poder de fazer pressão e determinar o que quiserem. Reforma que só não ocorreu porque tinha uma pandemia no meio do caminho...Matheus escreveu: ↑Sex Mar 03, 2023 10:38 pm
Destaque para o parágrafo em negrito..."reforma administrativa é para estimular o servidor, combater privilégios e economizar trilhões em centenas de anos... " ....confia
BRASÍLIA – O governo Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. As joias eram um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, que estivera no Oriente Médio na comitiva do governo Jair Bolsonaro, em outubro de 2021.
Ao saber que as joias foram apreendidas, o ministro retornou à área da alfândega, e tentou usar o cargo para liberar as joias. Foi nesse momento que Albuquerque disse que o conjunto de diamantes era um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro. A cena foi registrada pelas câmeras de segurança, como é praxe nesse tipo de fiscalização. Mesmo assim, o agente da Receita reteve as joias, porque, no Brasil, é obrigação declarar à Receita Federal qualquer bem que entre no Brasil que passe de US$ 1 mil.
Nesta sexta-feira, procurado pela reportagem, o ex-ministro admitiu que trouxe para Michelle, mas afirmou que era um pacote fechado e não o que tinha dentro.
O Estadão apurou nos últimos dois meses que houve quatro tentativas frustradas de Bolsonaro de reaver as pedras preciosas, envolvendo três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores) e militares. A última ocorreu quando faltavam apenas três dias para deixar o mandato, em 29 de dezembro. Um funcionário do governo, identificado apenas como “Jairo”, pegou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e desembarcou no aeroporto de Guarulhos, dizendo que estava ali para retirar as joias. O funcionário argumentava que “não pode ter nada do [governo] antigo pro próximo, tem que tirar tudo e levar”, conforme relatos colhidos pelo jornal.
A reportagem localizou a solicitação para a FAB levar o chefe da Ajudância de Ordens do Presidente da República, 1º sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, que foi para Guarulhos “para atender demandas do Senhor Presidente da República naquela cidade e retornará em voo comercial no trecho Guarulhos-SP para Brasília
No dia 28 de dezembro de 2022, o próprio presidente da República enviou um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que os bens fossem destinados à Presidência da República, em atendimento ao ofício 736/2022, da “Ajudância de Ordem do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.
A apreensão ocorreu no dia 26 de outubro de 2021, durante uma fiscalização de rotina entre os passageiros do voo 773 que desembarcaram nos terminais de Guarulhos, com origem na Arábia Saudita. Após a passagem das malas pelo raio x, os agentes da Receita decidiram fiscalizar a bagagem de Marcos André dos Santos Soeiro, o assessor de Bento Albuquerque. Ao checar o conteúdo de uma mochila, os fiscais se depararam com a escultura de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros, dourada, com as patas quebradas. Dentro dela, encontraram ainda o estojo com as joias trazidas para Michelle Bolsonaro, acompanhadas de um certificado de autenticidade da marca Chopard.
A única maneira possível de se retirar qualquer item apreendido pela Receita na alfândega – e isso vale para itens com valor superior a US$ 1 mil ou mesmo joias milionárias – é fazer o pagamento do imposto de importação, que equivale a 50% do valor estimado do item, além de uma multa de mais 25%, pela tentativa de entrar no País de forma ilegal.
No caso dos Bolsonaro, portanto, a retirada formal e correta das joias apreendidas e estimadas em R$ 16,5 milhões custaria nada menos que R$ 12,375 milhões. Como o pagamento estava fora de cogitação, o que restou foi recorrer aos órgãos próprio governo.
Depois de não conseguir retirar os itens na alfândega do aeroporto, o Ministério de Minas e Energia envolveu outro ministério na tentativa de reaver as joias para o presidente. Desta vez, o MME acionou, em 3 de novembro de 2021, o Ministério de Relações Exteriores. O Itamaraty, então, reforça a pressão sobre a Receita e pede “providências necessárias para liberação dos bens retidos”.
Por meio de uma “Nota Executiva”, porém, a Receita volta a negar e informa que o único procedimento a ser adotado é o pagamento da multa e do imposto
O comando da Receita à época também entrou na força-tarefa para liberar as joias. Os servidores da Receita, contudo, que têm estabilidade na função e são funcionários de Estado, resistiram às pressões e fizeram valer a lei.
A marca Chopard é uma das mais famosas e caras do mundo. De origem suíça, foi fundada em 1.860 e costuma ser utilizada nos tapetes vermelhos de Hollywood.
O governo brasileiro poderia ter recebido as joias, caso tivessem desembarcado como um presente oficial para o presidente da República e a primeira-dama. Os bens, porém, ficariam para o Estado brasileiro, e não com a família Bolsonaro.
Bento Albuquerque confirmou à reportagem do Estadão que as joias trazidas ao Brasil da Arábia Saudita eram, de fato, um presente para Michelle Bolsonaro.
Albuquerque, porém, afirmou que desconhecia o conteúdo do estojo de joias. Segundo o ex-ministro, os itens passaram pela alfândega saudita e embarcaram no voo comercial, sem que ele e sua comitiva fossem questionados sobre o conteúdo dos presentes. “Nenhum de nós sabíamos o que que eram aquelas caixas”, disse Albuquerque.
No ato da apreensão dos itens, ao ser questionado pelo agente da Receita Federal, Albuquerque relatou a quem se destinavam os presentes. “Isso era um presente. Como era uma joia, a joia não era para o presidente Bolsonaro, né... deveria ser para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. E o relógio e essas coisas, que nós vimos depois, deveria ser para o presidente, como dois embrulhos.”
Não precisam fazer a reforma administrativa necessariamente, basta no mínimo a tributária... Se melhorarem as condições da classe mais pobre e ou empreendedora, já está ótimo.. porque são eles quem de fato pagam os servidores... Mas como por aqui os lobbys também são de servidores, no final vai sair um remendo de administrativa que vai aumentar os soldos absurdamente (em claro prejuizo às gerações futuras e aos próprios órgãos, atuarialmente falando) em troca de uma rigidez ou outra nas avaliações periódicas..... Só isso.Marcelo Ponciano escreveu: ↑Dom Mar 05, 2023 12:28 pmE tentativa de reforma administrativa sempre foi para permitir isso, que é tirar a estabilidade do servidor concursado para os poderosos terem o poder de fazer pressão e determinar o que quiserem. Reforma que só não ocorreu porque tinha uma pandemia no meio do caminho...Matheus escreveu: ↑Sex Mar 03, 2023 10:38 pm
Destaque para o parágrafo em negrito..."reforma administrativa é para estimular o servidor, combater privilégios e economizar trilhões em centenas de anos... " ....confia
BRASÍLIA – O governo Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. As joias eram um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, que estivera no Oriente Médio na comitiva do governo Jair Bolsonaro, em outubro de 2021.
Ao saber que as joias foram apreendidas, o ministro retornou à área da alfândega, e tentou usar o cargo para liberar as joias. Foi nesse momento que Albuquerque disse que o conjunto de diamantes era um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro. A cena foi registrada pelas câmeras de segurança, como é praxe nesse tipo de fiscalização. Mesmo assim, o agente da Receita reteve as joias, porque, no Brasil, é obrigação declarar à Receita Federal qualquer bem que entre no Brasil que passe de US$ 1 mil.
Nesta sexta-feira, procurado pela reportagem, o ex-ministro admitiu que trouxe para Michelle, mas afirmou que era um pacote fechado e não o que tinha dentro.
O Estadão apurou nos últimos dois meses que houve quatro tentativas frustradas de Bolsonaro de reaver as pedras preciosas, envolvendo três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores) e militares. A última ocorreu quando faltavam apenas três dias para deixar o mandato, em 29 de dezembro. Um funcionário do governo, identificado apenas como “Jairo”, pegou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e desembarcou no aeroporto de Guarulhos, dizendo que estava ali para retirar as joias. O funcionário argumentava que “não pode ter nada do [governo] antigo pro próximo, tem que tirar tudo e levar”, conforme relatos colhidos pelo jornal.
A reportagem localizou a solicitação para a FAB levar o chefe da Ajudância de Ordens do Presidente da República, 1º sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, que foi para Guarulhos “para atender demandas do Senhor Presidente da República naquela cidade e retornará em voo comercial no trecho Guarulhos-SP para Brasília
No dia 28 de dezembro de 2022, o próprio presidente da República enviou um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que os bens fossem destinados à Presidência da República, em atendimento ao ofício 736/2022, da “Ajudância de Ordem do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.
A apreensão ocorreu no dia 26 de outubro de 2021, durante uma fiscalização de rotina entre os passageiros do voo 773 que desembarcaram nos terminais de Guarulhos, com origem na Arábia Saudita. Após a passagem das malas pelo raio x, os agentes da Receita decidiram fiscalizar a bagagem de Marcos André dos Santos Soeiro, o assessor de Bento Albuquerque. Ao checar o conteúdo de uma mochila, os fiscais se depararam com a escultura de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros, dourada, com as patas quebradas. Dentro dela, encontraram ainda o estojo com as joias trazidas para Michelle Bolsonaro, acompanhadas de um certificado de autenticidade da marca Chopard.
A única maneira possível de se retirar qualquer item apreendido pela Receita na alfândega – e isso vale para itens com valor superior a US$ 1 mil ou mesmo joias milionárias – é fazer o pagamento do imposto de importação, que equivale a 50% do valor estimado do item, além de uma multa de mais 25%, pela tentativa de entrar no País de forma ilegal.
No caso dos Bolsonaro, portanto, a retirada formal e correta das joias apreendidas e estimadas em R$ 16,5 milhões custaria nada menos que R$ 12,375 milhões. Como o pagamento estava fora de cogitação, o que restou foi recorrer aos órgãos próprio governo.
Depois de não conseguir retirar os itens na alfândega do aeroporto, o Ministério de Minas e Energia envolveu outro ministério na tentativa de reaver as joias para o presidente. Desta vez, o MME acionou, em 3 de novembro de 2021, o Ministério de Relações Exteriores. O Itamaraty, então, reforça a pressão sobre a Receita e pede “providências necessárias para liberação dos bens retidos”.
Por meio de uma “Nota Executiva”, porém, a Receita volta a negar e informa que o único procedimento a ser adotado é o pagamento da multa e do imposto
O comando da Receita à época também entrou na força-tarefa para liberar as joias. Os servidores da Receita, contudo, que têm estabilidade na função e são funcionários de Estado, resistiram às pressões e fizeram valer a lei.
A marca Chopard é uma das mais famosas e caras do mundo. De origem suíça, foi fundada em 1.860 e costuma ser utilizada nos tapetes vermelhos de Hollywood.
O governo brasileiro poderia ter recebido as joias, caso tivessem desembarcado como um presente oficial para o presidente da República e a primeira-dama. Os bens, porém, ficariam para o Estado brasileiro, e não com a família Bolsonaro.
Bento Albuquerque confirmou à reportagem do Estadão que as joias trazidas ao Brasil da Arábia Saudita eram, de fato, um presente para Michelle Bolsonaro.
Albuquerque, porém, afirmou que desconhecia o conteúdo do estojo de joias. Segundo o ex-ministro, os itens passaram pela alfândega saudita e embarcaram no voo comercial, sem que ele e sua comitiva fossem questionados sobre o conteúdo dos presentes. “Nenhum de nós sabíamos o que que eram aquelas caixas”, disse Albuquerque.
No ato da apreensão dos itens, ao ser questionado pelo agente da Receita Federal, Albuquerque relatou a quem se destinavam os presentes. “Isso era um presente. Como era uma joia, a joia não era para o presidente Bolsonaro, né... deveria ser para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. E o relógio e essas coisas, que nós vimos depois, deveria ser para o presidente, como dois embrulhos.”