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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 03, 2010 12:37 pm
por Sterrius
Juro que eu ri de colombia na Otan!

O cara tem que ter uma ambição muito pequena pro país pra querer entrar numa aliança militar que 99% das vezes vai tratar de guerras e problemas apenas pertinentes aos EUA ou Europa! E ainda torcer pra um dia olharem pra ele!

Brasil que se cuide e reforce as fronteiras se isso 1 dia acontecer ja que a colombia vai ser apenas usada na otan!

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 03, 2010 1:43 pm
por pafuncio
Lembrem-se da Argentina do Menem, quando eles agiam segundo os estritos interesses americanos.

Lembrem-se quem estará em companhia da Colômbia, os futuramente cognominados integrantes do eixo do bem hispânico ...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 03, 2010 5:46 pm
por ciclope
Oai. Pra que OTAN se temos a UNASUL?

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 03, 2010 6:48 pm
por Paisano
Há um ‘cadáver’ americano entre as vítimas de Israel
Apareceu um cadáver no caminho que une a complacência dos EUA à truculência de Israel.

Chama-se Furkan Dogan. Feneceu, aos 19 anos, no ataque israelense à frota que levava ajuda humanitária a Gaza.

O corpo, um dos nove que tombaram na madrugada de segunda (31), tem dupla cidadania: americano e turco.

Ao confirmar a novidade, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americana, P.J. Crowley, comentou:

"Analisaremos com cautela as informações que foram recebidas sobre as circunstâncias da morte", disse P.J. Crowley.

"Nós levamos muito a sério a saúde dos cidadãos americanos em qualquer parte do mundo".

Não fosse Israel o agressor, Washington analisaria as informações recebidas com dose infinitamente inferior de cautela.

Fonte: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 03, 2010 7:01 pm
por Francoorp
Paisano escreveu:Há um ‘cadáver’ americano entre as vítimas de Israel
Apareceu um cadáver no caminho que une a complacência dos EUA à truculência de Israel.

Chama-se Furkan Dogan. Feneceu, aos 19 anos, no ataque israelense à frota que levava ajuda humanitária a Gaza.

O corpo, um dos nove que tombaram na madrugada de segunda (31), tem dupla cidadania: americano e turco.

Ao confirmar a novidade, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americana, P.J. Crowley, comentou:

"Analisaremos com cautela as informações que foram recebidas sobre as circunstâncias da morte", disse P.J. Crowley.

"Nós levamos muito a sério a saúde dos cidadãos americanos em qualquer parte do mundo".

Não fosse Israel o agressor, Washington analisaria as informações recebidas com dose infinitamente inferior de cautela.

Fonte: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

Vai mudar nada com este cadáver Yankee... eles continuaram fazendo estes ataques terroristas pelo Oriente Médio !!

Talvez uma multa...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jun 04, 2010 8:38 am
por kurgan
Pentágono é instruído a economizar bilhões para uso na guerra
The New York Times

04/06/2010 - 02h52

Thom Shanker
Em Washington (EUA)
George El Khouri Andolfato

O secretário de Defesa, Robert M. Gates, ordenou aos militares e à burocracia civil do Pentágono que economizem anualmente dezenas de bilhões de dólares para o pagamento das operações de guerra, disseram altos funcionários na quinta-feira.

Sua meta é US$ 7 bilhões em cortes de gastos e melhoria da eficiência para 2012, aumentando para US$ 37 bilhões anuais até 2016.

Todo secretário de Defesa moderno declarou guerra ao desperdício e redundância do Pentágono. E ocorreram sucessos notáveis, mas relativamente pequenos, no fechamento e consolidação de bases militares ou no cancelamento de um punhado de sistemas de armas.

Mas se o amplo plano de Gates for plenamente implantado, nenhum dos serviços armados ou agências e diretórios civis do Pentágono estaria imune da dor do corte anual de custos, que seriam institucionalizados por todo o Departamento de Defesa.

As diretrizes de gastos foram apresentadas oralmente aos altos oficiais militares e funcionários civis antes da partida de Gates nesta semana para uma conferência de segurança asiática, em Cingapura, e a diretriz oficial assinada será emitida nos próximos dias.

A meta é forçar todas as agências e organizações do Departamento de Defesa, e todos os serviços armados, a economizar dinheiro suficiente em sua gestão, políticas de pessoal e logísticas para garantir um crescimento real de 3% ao ano, descontada a inflação, na contabilidade para pagamento das operações de combate.

Os atuais planos orçamentários projetam um crescimento de apenas 1% no orçamento do Pentágono, descontada a inflação, nos próximos cinco anos.

“Dada a situação fiscal do país, há uma urgência em fazer isso, em vez de transferir mais recursos da nação para a defesa nacional”, disse William J. Lynn 3º, o vice-secretário de Defesa, em uma entrevista.

As ordens de gastos de Gates oferecem um incentivo considerável aos serviços armados. Cada dólar em cortes de gastos conseguidos por um departamento militar seria reinvestido na força de combate daquele serviço e não desviado para outros propósitos.

Altos funcionários reconheceram que elementos poderosos deverão se opor aos cortes de programas favoritos –com críticas esperadas da indústria da defesa, Congresso, quartéis militares, funcionários do Pentágono e aposentados.

“Nós precisaremos discutir os motivos para as coisas estarem no orçamento com a intenção de podermos reduzir as despesas gerais”, disse Lynn. “Nós teremos que dialogar com a indústria, com o Congresso, com as outras agências, com a Casa Branca e dentro do Pentágono –todas as partes interessadas.”

As novas diretrizes visam três áreas distintas de gastos.

A primeira é a gestão e pessoal, despesas gerais, logística e operações básicas, missões de apoio.

A segunda é a contabilidade das próprias operações de combate. Três grandes alvos para o próximo ano fiscal já foram identificados pela liderança do Pentágono, com apoio da Casa Branca, incluindo o cancelamento de um programa para compra de um motor alternativo para o avião de guerra F-35 e o fim da produção do avião de carga C-17. Funcionários disseram que vários programas de menor prioridade também seriam analisados.

A terceira área envolve os funcionários e agências do próprio Departamento de Defesa de Gates.

As agências do Pentágono que cuidam de tarefas especializadas como defesa antimísseis e reembolsáveis (as armazéns de abastecimento para os militares e suas famílias), assim como os diretórios de Gates para assuntos como pessoal e prontidão, políticas, inteligência e assuntos públicos, serão ordenados a reduzir custos por meio do corte de funcionários e otimização das práticas de negócios.

Gates estabeleceu um prazo de 31 de julho para recebimento dos detalhes sobre os programas e corte de pessoal e para uma descrição da economia nas práticas de gestão que serão incluídas na proposta orçamentária para o próximo ano fiscal, 2012. Dois terços das economias ordenadas devem ser na forma da transferência de fato do dinheiro da contabilidade de operações não relacionadas a combate para o orçamento de guerra, enquanto um terço poderá ser encontrado na melhoria da eficiência e eliminação das redundâncias e despesas gerais.

As instruções específicas estão incluídas em três documentos não confidenciais assinados por Gates –um para os serviços armados, um para as principais agências e diretórios do Pentágono e um para os comandos globais de combate.

Para o ano fiscal de 2012, os departamentos do Exército, Força Aérea e Marinha –que inclui o Corpo dos Marines– devem cada um encontrar um economia de US$ 2 bilhões, enquanto o restante do Departamento de Defesa deve encontrar uma economia de US$ 1 bilhão. Até 2016, cada departamento militar deve apresentar uma economia de US$ 10 bilhões, com US$ 7 bilhões no restante do Pentágono.

“Vocês não conseguirão fazer isso apenas com pura eficiência”, disse Lynn. “Vocês terão que eliminar programas de menor prioridade. Vocês terão que encontrar quartéis que acham que não precisam. Vocês terão que encontrar funcionários que acham que podem demitir.”

O esforço para encontrar modos de economizar e assim garantir o crescimento real nos gastos em operações de combate foi primeiro exposto por Gates em um discurso no início de maio, na Biblioteca e Museu Presidencial Eisenhower, no Kansas.

Entre os principais problemas de gastos identificados por Gates estão o contínuo aumento dos custos do atendimento de saúde. Gates disse que o país deve um atendimento de saúde de qualidade aos militares, suas famílias e veteranos, mas apontou que não há aumentos nos planos de saúde para os militares há 15 anos –apesar do custo anual do programa ter subido para US$ 50 bilhões, em comparação a US$ 19 bilhões há uma década.

“Os custos do atendimento de saúde estão comendo vivo o Departamento de Defesa”, disse Gates. Funcionários disseram que mudanças no programa de atendimento de saúde militar seriam considerados, mas que nenhuma decisão foi tomada.

http://noticias.bol.uol.com.br/internac ... uerra.jhtm

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jun 04, 2010 10:02 am
por Marino
Valor:
"TENDÊNCIAS GLOBAIS 2025"
Os riscos da governança global
Por Assis Moreira, de Paris
Há dois anos, o National Intelligence Council (NIC) dos EUA publicou o relatório "Tendências
Globais 2025", incluindo cenário no qual o Brasil atua como mediador em situações de crise no Oriente
Médio e na Ásia para "ajudar a reconstituir o tecido internacional", num desempenho diplomático "que os
EUA não podiam igualar naquelas circunstâncias". A realidade chegou antes do que imaginava o centro
de estudos dos serviços de inteligência americano. O Brasil e a Turquia, ao negociarem no Irã acordo
sobre a questão nuclear, irromperam no clube dos cinco membros permanentes do Conselho de
Segurança da ONU, espécie de diretório político do planeta, e escancararam as insuficiências da velha
governança mundial, nascida após a Segunda Guerra.
O Brasil é um ator incontornável nas negociações comerciais e de combate à mudança climática,
por exemplo. O país não é suficiente para fechar um acordo, mas sem ele tampouco há decisão. Na
parte política, sua influência é mais limitada. É o único dos Bric que não tem poder nuclear, por exemplo,
e é obrigado a jogar com o "soft power", o poder que nasce do exemplo, da liderança moral e cultural.
O acordo com Teerã despertou a atenção internacional por ser a primeira vez que atores médios
têm ação em tema estratégico, de proliferação nuclear. Não produziu todo o efeito, como ficou claro na
reação dos EUA. Mas foi recebido na Europa, pelo menos, como o primeiro ensaio da nova época que
será este século, na avaliação de Thierry de Montbrial, diretor do Instituto Francês de Relações
Internacionais (Ifri). Ou como a "prefiguração do fim do monopólio político das grandes potências",
conforme outro analista, Bernard Guetta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma visibilidade maior à política externa por seu
carisma e sua história pessoal. A descoberta do pré-sal aumentou a importância econômica e estratégica
do país, assim como a aceleração do crescimento econômico, o impacto limitado da crise financeira, a
redução da pobreza e da desigualdade. O Brasil é um dos celeiros alimentares do mundo, tem uma das
últimas fronteiras agrícolas inexploradas e boa parte das reservas de água doce do planeta.
Apoiado em tudo isso, Lula recusa que novos atores na cena global sejam considerados
"intrusos" pelo "clube" baseado na geopolítica de 1945, quando Roosevelt, Stalin e Churchill decidiam o
destino do mundo em torno de "uma garrafa de uísque".
"Brasil, China, Índia vão ter um papel diplomático mais e mais importante e se envolver em
questões extremamente sensíveis nas quais as grandes potências fracassaram, e as consequências
disso serão consideráveis em 10 ou 15 anos", diz Montbrial.
Ele vê o risco de antigas fraturas Leste-Oeste e Norte-Sul serem substituídas progressivamente
por uma nova fratura, apenas perceptível, entre um Oeste mais e mais defensivo e países emergentes
como o Brasil e a China reivindicando seu espaço na governança global. "Estamos engajados numa
corrida contra o relógio", afirma. "Na falta de uma governança adequada, a mundialização irá diretamente
contra o muro."
A governança global emergiu progressivamente a partir dos entendimentos restritos no
Congresso de Viena (em 1815, que redesenhou o mapa político da Europa depois da derrota da França
napoleônica); em Paris (em 1856, com os princípios do direito marítimo); Berlim (em 1884, com a partilha
imperial da África e outras disposições colonialistas); Versalhes (em 1919, imposição de reparações à
Alemanha e criação de novos Estados na Europa); e a conferência de San Francisco (em 1945, que
criou a ONU).
Como diz o diplomata e sociólogo Paulo Roberto de Almeida, o conceito de governança (e não
governo) global tem a ver com a gestão partilhada de problemas comuns, como segurança e estabilidade
(o controle de Estados belicosos e de movimentos terroristas), com o crescimento sustentado de países
pobres (Estados falidos podem exportar a sua miséria) e com a preservação ambiental (desequilíbrios
provocados pelo homem têm impacto profundo no futuro das sociedades). As crises resultantes da má
gestão financeira também podem ter efeitos globais desastrosos, como a iniciada nos EUA em 2008, que
afetou o mundo todo.
Na prática, porém, as autoridades nacionais cuidam dos próprios problemas e adotam políticas
que empurram as crises para os demais. "É o que ocorre com práticas como o protecionismo dos ricos, a
recusa de ceder espaço a novos competidores, a incapacidade ou a falta de vontade de empreender
ações corretivas nos planos ambiental, criminal (tráfico de drogas ou de pessoas, por exemplo) e em
outras áreas com possível impacto extrafronteiras", diz Almeida.
Analistas concordam que grandes reformas da governança mundial só ocorrem mesmo como
resultado de guerras globais ou outras grandes turbulências culturais ou desastres humanos. A agenda
internacional está pesada, pelos fracassos da negociação comercial conhecida como Rodada Doha, pelo
impasse no acordo do clima, pela ausência de progressos práticos no G-20 financeiro. Tudo isso reflete a
mediocridade das lideranças políticas com intensos lobbies internos que impedem reformas. E não
apenas na Europa. Quanto ao Brasil, dizem que seus problemas não têm a ver essencialmente com o
sistema internacional, todos são "made in Brazil".
A "boa notícia", afirma Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), é
que a pior crise econômica e financeira dos últimos tempos acelera a nova arquitetura da governança
global, na qual ele vê um "triângulo de coerência". De um lado, o G-20, grupo das 20 maiores nações
representando mais de 80% da produção mundial, dá a liderança política. De outro, as organizações
internacionais fornecem a especialização, negociam as regras, políticas ou programas. E o terceiro lado
do triângulo é a ONU, como foro para "accountability" - prestar contas pelo que cada um faz.
No longo prazo, tanto o G-20, que se torna uma espécie de diretório econômico do planeta, como
as agências internacionais, vão reportar-se ao "parlamento" das Nações Unidas. Já a reforma do
Conselho de Segurança da ONU continua no impasse. A França, sem peso decisivo, acena com nova
proposta, prevendo a criação de um status intermediário entre membros permanentes e não
permanentes, com os novos membros sendo designados por dez anos sem direito de veto.
"A crise econômica foi um divisor de águas da história e vemos com clareza que o mundo está se
configurando de maneira diferente", observa Felipe González, ex-presidente espanhol. Dominique Moisi,
professor visitante da Universidade de Harvard, completa: "O longo período de dominação ocidental,
encorajada e acelerada pelos próprios erros e comportamento irresponsável, está acabando".
Para Alfredo Valladão, professor do Instituto de Ciência Política de Paris, a força dos emergentes
vem da globalização, da fragmentação das cadeias produtivas, de um sistema financeiro que deu crédito
barato e abundante para investir em todo lugar. Nota que os EUA e a União Europeia (UE) representam
dois terços do consumo final mundial e sem esse consumo e sem crédito "não tem desenvolvimento na
China nem em lugar nenhum".
O Deutsche Bank estima que as economias emergentes poderão ter um crescimento acumulado
de 30% até 2012, comparado a apenas 5% nos países desenvolvidos - o que vai se refletir na relação de
forças.
Na média, as economias emergentes poderão crescer 4% a mais por ano do que as economias
industrializadas nos próximos três a cinco anos, conforme o estudo intitulado "O Novo Mundo", assinado
pela economista Maria Laura Lanzeni.
Os emergentes representarão 40% da produção mundial dentro de três anos, num salto enorme
em comparação aos 25% de 2005. Segundo o Fórum Mundial de Economia, a desintegração da União
Soviética, o despertar da China como usina do mundo e financiadora dos déficits americanos e as
reformas econômicas na Índia representaram a inclusão de 1 bilhão de pessoas na força global de
trabalho. O comércio mundial triplicou e cresce duas vezes mais que a produção, com os países em
desenvolvimento representando 38% em comparação aos 23% de há 20 anos.
Como resultado do rápido crescimento e integração, as economias emergentes incluíram 400
milhões de consumidores de classe média na economia mundial. O aumento é de 70 milhões por ano,
dos quais 20 milhões fora da China e Índia.
O mercado de capitais se globalizou. A média diária de transações cambiais supera US$ 4
trilhões por dia. As sociedades estão mais interconectadas pelo avanço tecnológico. O custo de três
minutos de ligação telefônica dos EUA para a França caiu de US$ 4,14 em 1988 para US$ 0,06. A
internet é utilizada por um quarto da populacao mundial de 6,7 bilhões de pessoas. Brasil, Rússia, Índia e
China sozinhos têm mais de 1,3 bilhão de utilizadores de telefones celulares.
Para Valladão, Brasil, China e Índia querem ter o status de potência, mas sem aceitam a
responsabilidade. "Como dependem da globalização, têm que defender a globalização. A maioria acha
que está ótimo. Quem está com medo da globalização são os europeus. Mas têm que assumir
responsabilidade para continuar. É aí que ficam com medo, porque se assumem responsabilidade
perdem soberania."
"É fundamental fazer a diferença sobre o que era potência emergente no fim do século XIX e XX,
quando na Alemanha e nos próprios EUA o poder econômico era nacional e controlado pelos governos
nacionais", afirma. "Os países emergiam contra os outros ou paralelamente aos outros. Hoje, os que
estão emergindo estão dentro de um sistema globalizado, dependem dos outros, não vão contra os
outros. Podem até pensar que querem ir. Como estão emergindo agora, querem ser vistos como
multipolares. Só que, para ser considerados assim, têm que defender esse sistema."
Já os EUA, que fazem metade das despesas militares do mundo, querem continuar a ser "o
sistema". Mas seu papel de estabilizador final é posto em dúvida: o xerife é relutante e o mundo tem
suspeitas. Barack Obama procura exercer nova liderança, mas quem decide mesmo é o Congresso. E
este reflete o grande temor americano com perda de competitividade, queda de produtividade,
transformação de economia industrial em economia de servicos. O lento declínio é doloroso. As figuras
centristas do Congresso estão desaparecendo, dando lugar a parlamentares radicais e histriônicos que
defendem posições particulares e ignoram soluções globais.
Ou seja, quando mais se precisa da potência para posições globais, os EUA estão cada vez mais
locais. Os EUA e a UE sabem que têm que deixar espaço para os emergentes. Mas isso é menos
doloroso para os europeus, que, a cada vez que se reúnem, têm de buscar compromissos. Já a
administração Obama fala em multilateralismo, mas "desde que Washington convoque, distribua os
papéis, decida", como nota o embaixador Rubens Ricupero. "Quando chega o momento em que o Brasil
acha que pode evoluir nesse processo, os EUA não aceitam. Mas eles [EUA] estão num beco sem
saída."
A China já tem comportamento de potência, considerando os grupos e foros internacionais
apenas instrumento. Quer se aproveitar de uma soberania substancial. A Índia está mais focada no
regional, com seu status nuclear consolidado pelo pacto com os EUA.
Para outros analistas, Brasil, China e Índia se movem pelos mesmos critérios que se moviam os
EUA e a UE, e não se pode esperar que sejam mais generosos do que foram as potências.
Negociadores europeus dizem que, no G-20 financeiro, o Brasil sempre busca um maneira de encontrar
solução. O país também assumiu responsabilidades no Haiti, comandando as operações de paz da
ONU. E, quando assume responsabilidade, assume riscos. O que não pode é achar que não vai ser
cobrado e dar trombadas, diz um experiente diplomata. Referindo-se à fricção com os EUA sobre o Irã,
alerta que, quando se dá uma trombada, é preciso preparar-se para receber outra de volta no jogo duro
das relações internacionais.
Além disso, nota Valladão, quando se sai pelo mundo, "é ingenuidade" achar que só vale a
realpolitik e os valores não devem entrar nas relações internacionais. Ou seja, valores são também
influentes em definir os interesses políticos. Estes não são definidos no vazio, estejamos ou não cientes
disso.
Outro ponto é consolidar sua potência regional. Anthony Pereira, diretor do Instituto Brasil do
King"s College, da Universidade de Londres, fez uma palestra no Instituto Real de Defesa, da Inglaterra,
em meio a certo ceticismo sobre sobre o acordo do Brasil e Irã e indagações sobre a falta de mediaçao
brasileira em algumas tensões sul-americanas, como entre Venezuela e Colômbia ou Argentina e
Uruguai. O incontestável, em todo caso, é que na conjuntura atual o Brasil só tem a avançar seu papel
na cena internacional "com as cobranças para assumir mais responsabilidades".

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jun 04, 2010 10:06 am
por Paisano
Estamos vivendo tempos idênticos ao período imediatamente anterior a WWI, qual seja, entre o final do século 19 e o início do século 20. [001]

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jun 04, 2010 10:07 am
por Marino
Brasil precisa corrigir algumas distorções e equívocos
Roberto Abdenur, para o Valor, do Rio
Curiosa ironia: muito antes de tornar-se corrente a ideia de "governança", "governança global", já
agia o Brasil, desde os anos 60, com vistas a reformas no sistema internacional. Iniciada com a política
externa independente de Jânio Quadros, seguida pela diplomacia dos 3 Ds - Desenvolvimento,
Desarmamento e Descolonização - do chanceler Araújo Castro no governo João Goulart, essa linha de
ação viria a desabrochar, a partir de 1964, no âmbito da então recém-criada Unctad (Conferência das
Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), com o lançamento do diálogo Norte-Sul -
"diálogo" sendo eufemismo a disfarçar o que era confrontação para ver quem ditaria os rumos da
economia internacional, se os países em desenvolvimento, ou "Terceiro Mundo", ou os países ricos, o
"Primeiro Mundo", na linguagem simplista até hoje por vezes usada. Buscávamos, como diziam os textos
em negociação, "uma nova ordem econômica internacional".
Pode o Brasil orgulhar-se, assim, de ter sido pioneiro e líder do que hoje se considera a busca de
melhor governança global. A diferença está em que aquele diálogo fracassou por meados dos anos 80,
diante da intransigência dos países desenvolvidos, e o Brasil, ainda que tardiamente, percebeu já não
ser válida a anterior visão pessimista do mundo exterior como cenário constituído mais por barreiras,
restrições e injustiças do que por oportunidades de desenvolvimento. E se o Brasil de então tinha sua
credibilidade prejudicada por instabilidade doméstica, alta inflação e aguda vulnerabilidade nas contas
externas, hoje, ao contrário, se encontra em posição de inédita solidez econômica.
A ironia está em que antes estávamos como que a bater, desesperada e infrutiferamente, nas
portas das instituições que queríamos reformar, e hoje somos considerados não mais parte dos
problemas, mas antes atores indispensáveis nos processos de enfrentamento de uma grave crise
econômica. E, igualmente, na abordagem de outros desafios "globais" - ambiente, clima, segurança
energética e alimentar, não proliferação e Desarmamento nuclear. Passamos de contestadores a
parceiros, de forasteiros a bem-vindos convidados.
Interessante - e expressiva de novas realidades - a mudança semântica: muitos problemas não
são mais estritamente "internacionais". Passaram a "globais". E o Brasil, velho de guerra na luta por
reformas da ordem internacional, é agora ator central no enfrentamento dos problemas "globais". Como
se vê, tem larga trajetória, desde muito antes do atual governo, o ativo engajamento do país na questão
maior da governança global. Embora em termos muito diferentes, nutre o Brasil, de modo quase
inconsciente, certo sentido de "destino manifesto". Só que enquanto os EUA isso expressam por suposta
excepcionalidade e pelo uso de sua força e poder, nós o fazemos em busca de um mundo mais estável,
equilibrado e justo, e mediante o recurso ao melhor trunfo de nosso "soft power", que é uma boa
diplomacia.
O que nos dá novo peso e autoridade é o resultado de período sem precedentes de continuidade
na aplicação de políticas econômicas e sociais lúcidas e pragmáticas. O avião-Brasil antes só dispunha
de um motor, a política externa. Atualmente podemos voar mais alto e cobrir maiores distâncias, pois em
paralelo à atuação internacional contamos com o outro fator de propulsão, uma sólida política
econômica.
O Brasil tem respondido aos desafios das novas realidades mundo afora com uma política
externa inegavelmente ativa e criativa. Não são poucas as realizações de que se pode orgulhar o atual
governo. Mas nem por isso se pode deixar de constatar, na atuação externa, a presença de distorções e
equívocos cuja superação é indispensável para que possamos continuar a desempenhar papel
importante nos variados foros internacionais:
Urge abandonar, no mundo da globalização econômica e dos desafios "globais", a ideia
ultrapassada de continuada confrontação entre "pobres" e ricos", e também a pretensão de nos
colocarmos como campeões ou líderes dos "pobres". Somos, nós e muitos outros, no novo linguajar,
"emergentes" (Bric, para um seleto grupo). O Brasil não pode orgulhar-se de estar a caminho de uma das
cinco maiores economias do mundo e ao mesmo tempo agir como um "pobre", em eterna indignação
contra os malvados "ricos".
Naqueles temas e situações em que, sim, há contradições entre nós ou os "emergentes" (e o que
resta do "Terceiro Mundo") e os "ricos" do outro lado, cabe evitar que a defesa de interesses do "Sul" se
faça à custa de outros interesses nossos nos grandes mercados. Não faz sentido comemorarmos o
aumento de nossas vendas ao "Sul", se isso se faz ao preço de negligência pelos mercados como os de
EUA, União Europeia, Japão, e com drástica redução em nossas vendas de manufaturados.
Não existe, a rigor, algo como uma política externa "de esquerda". Provou-se errônea a ideia de
avanço na integração sul-americana pela via do apoio a regimes autoritários ditos de esquerda na
vizinhança. A América do Sul está, como nunca antes em sua história, profundamente dividida política e
ideologicamente, e no que diz respeito aos rumos das políticas econômicas e relações extrarregionais.
É necessária uma reavaliação da orientação em matéria de integração sub-regional - não para
abandoná-la, mas para resgatá-la do marasmo e impasses em que se encontra. Urge, sobretudo,
preservar, dentro do formato possível, o Mercosul, evitando o grave erro de nele intrometer a socializante
Venezuela de Chávez.
Mais exitoso em sua atuação no plano econômico (G-20, OMC/Doha, reformas do FMI e Banco
Mundial), tem o Brasil rateado na abordagem das questões de paz, segurança, direitos humanos e
democracia representativa. Em alguns aspectos, também na não proliferação nuclear. Cometeu-se o erro
de ver antinomia entre "Sul", "Terceiro Mundo", "pobres" e, de outro lado, valores cuja sustentação deve
ser parte intrínseca e essencial da política externa: em outras palavras, precisamos resgatar nosso lado
"ocidental". Longe de tolher-nos, só faria isso enriquecer e enobrecer nossa presença nos cenários
internacionais, aumentando não só nossa credibilidade, mas também nossa respeitabilidade.
Uma diplomacia demasiado marcada por preocupação cenográfica, de armar palcos para o chefe
de governo, tem deixado de avaliar de maneira fria, serena e objetiva os cenários que caiba adentrarmos
(por oposição àqueles cuja montagem se fez sob nosso controle, como Haiti, campanha contra a fome,
Unasul). Impulsos voluntaristas e vontade de brilhar não são suficientes para fundamentar incursões
prenhes de indesejáveis riscos políticos, como ilustram as recentes visitas presidenciais a Israel,
Palestina e Irã.
Atentos embora à crescente difusão do poder no campo internacional, e às chances que esse
fenômeno nos propicia, não devemos incorrer no erro de superestimar a redução do poder dos EUA ou a
ascensão de outros atores, como China e Índia, nem devemos ignorar os limites que impõem a nossa
associação com estes últimos seus interesses estratégicos para com os EUA, por vezes muito mais
relevantes do que aqui se pensa.
Não obstante os valiosos logros em política econômica, ainda não chegamos ao ponto da
irreversibilidade em nossa situação de fortaleza diante de crises nas contas externas. Estamos
resvalando para perigosa zona de déficits nas contas externas justo quando mais negras se mostram as
nuvens no horizonte da economia internacional. Mais do que uma estratégia de exportações ou de
comércio exterior, precisamos de uma ampla e integrada estratégia de inserção internacional - que passe
pelas prementes reformas macro e microeconômicas e melhor equilibre e integre as políticas econômica,
comercial, de atração de investimentos e de internacionalização de nossas empresas e a política
externa.
Finalmente, uma palavra: com todo o respeito, precisamos de um Itamaraty que saiba dizer
"não!". Não é pecado de lesa-majestade conter ímpetos voluntaristas e impulsos emocionais; resistir a
preconceitos ideológicos e idiossincrasias; preservar, em suma, a política exterior como espaço para a
promoção e defesa dos interesses da nação, por sobre as preferências de partidos políticos e de seus
líderes momentaneamente no poder.
Roberto Abdneur é ex-embaixador do Brasil nos EUA, China, Alemanha, Áustria, Equador
e da ONU, em Viena

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jun 04, 2010 1:37 pm
por Anton
Hungria corre risco de crise similar à grega--porta-voz

BUDAPESTE (Reuters) - Uma autoridade húngara não estava exagerando quando disse na quinta-feira que o país tem uma chance pequena de evitar uma crise ao estilo da grega, disse o porta-voz do primeiro-ministro nesta sexta-feira.

O vice-presidente do partido, Lajos Kosa, foi citado pelo site de negócios napi.hu dizendo que o novo governo encontrou as finanças públicas em pior estado que o previsto e que há uma pequena chance de evitar um cenário igual ao grego.

Questionado sobre os comentários, o porta-voz do primeiro-ministro Viktor Orban, Peter Szijjarto, disse que "foi o primeiro-ministro (anterior, o socialista) Ferenc Gyurcsany que falou sobre uma moratória. Ele disse com altivez que a Hungria estava perto de uma moratória. Ele disse isso um ano e meio atrás... e ele estava orgulhoso em dizer que apenas ele poderia salvar a Hungria de uma moratória pegando um empréstimo do FMI".

"Sob esse ponto de vista, não acho que (os comentários de Kosa) sejam exagerados."

A Hungria não faz parte da zona do euro.

Szijjarto disse mais cedo à televisão que o novo governo planeja adotar medidas para melhorar as finanças públicas e quer reformas mais profundas e cortes de impostos para aumentar a competitividade.

Questionando sobre se os cortes de impostos e estímulos econômicos não terão que ser adiados devido ao elevado déficit, ele respondeu que "não".

"O governo anterior da Hungria falsificou dados. Na Grécia, eles também falsificaram dados. Na Grécia, o momento da verdade chegou. A Hungria ainda está antes disso", disse Szijjarto.

"É exatamente isso o que queremos evitar e esse governo está pronto para evitar o caminho que a Grécia tomou. Após constatar a realidade, não hesitaremos em agir."

Analistas e mercados se disseram confusos com os comentários e pediram clareza.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Jun 05, 2010 10:55 am
por ciclope
É a união europeia está parecendo um gigante com pés de barro. Consequencia na minha opinião da obrigatoriedade de adequação da econômia dos países que nela ingressarem.
A Europa tem países que não possuem uma econômia tão puljante como a dos países mais ricos.
Alguns na verdade tem a economia baseada na agricultura é turismo. Só fazem parte pois estão no continente.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Jun 05, 2010 12:10 pm
por Marino

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Jun 05, 2010 1:04 pm
por tflash
ciclope escreveu:É a união europeia está parecendo um gigante com pés de barro. Consequencia na minha opinião da obrigatoriedade de adequação da econômia dos países que nela ingressarem.
A Europa tem países que não possuem uma econômia tão puljante como a dos países mais ricos.
Alguns na verdade tem a economia baseada na agricultura é turismo. Só fazem parte pois estão no continente.
A politica europeia está mal pensada desde o inicio. Ao eliminarem certos proteccionismos nacionais que existiam por alguma razão, aumentaram os lucros dos países mais industrializados que conquistaram pequenos mercados nacionais em nome da concorrência. Com isto tudo, aumentaram as desigualdades dentro dos países, obrigando-os perder a diversidade na economia.

Muita gente diz que isso é bom mas eu não acho, já que cada vez há menos empresas a fazer a mesma coisa e cada vez vemos monopólios de 2 ou três grandes marcas em vez de 20 ou 30 nacionais, reduzindo a necessidade de quadros especializados na área da investigação e design de produto.

Os apoios à agricultura também são muito mal dirigidos e geram protestos e subsidio-dependência já que apoiam as grandes explorações agrícolas que exploram mão de obra emigrante, quase escrava em vez de apoiar os novos projectos dos pequenos agricultores.

Isto funcionou na época das vacas gordas mas como o ciclope falou, países como a Grécia que tem uma economia muito baseada no turismo, que é a única coisa que não pode ser recriada pelos países do norte, entra em grave crise, se não tiver o nível de visitantes que espera, e isso é provocado com uma crise num pais que escolha a Grécia como destino de férias, não depende deles.

No caso de Portugal que tinha uma industria têxtil pujante, foi sacrificado para a França, Alemanha e Espanha poderem vender Airbus e automóveis na china.

A minha esposa trabalhou na área, eu sou mais leigo, mas também noto. O que ela diz é que uma roupa feita em portugal (ou no resto da Europa) custava por exemplo 50 euros mas tinha uma qualidade que permitia que ela durasse vários anos sem ficar com o aspecto de velho. Hoje em dia compra-se uma peça similar made em china e dois meses depois já está feia, mas custou 20 euros ou menos.

Na area tecnológica a mesma coisa. Uma pessoa precisava de uma peça de qualquer coisa, ia à loja que enviava da fábrica, no próprio pais. durava dois dias. Hoje só existem uma ou duas empresas na europa que podem fabricar um produto semelhante mas demora uma semana.

Ora se um estado não tem os sectores productivos equilibrados, porque supostamente faz parte de um todo que os tem e depois vemos os politicos, para agradarem ao seu eleitorado nacional, a tomarem medidas que beneficiam estados em particular, a coisa acaba por descambar.

Por esses motivos é que eu sou eurocéptico.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Jun 05, 2010 2:33 pm
por MAZ543
Paisano escreveu:Estamos vivendo tempos idênticos ao período imediatamente anterior a WWI, qual seja, entre o final do século 19 e o início do século 20. [001]

Concordo plenamente!!! Não só a WWI como a WWII, crises, alianças, discursos nacionalistas......

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Jun 05, 2010 5:06 pm
por ciclope
Uma questão que ninguem aqui levantou ainda:
Os americanos e europeus estão em crise devido a uma condição que eles mesmos criaram, a globalização que em principio deveria aumentar os seus mercados porém uma moeda tem dois lados. Os países ditos em desenvolvimento vira nisso uma oportunidade de crecer ainda mais vendendo seus produtos a preços mais competitivos que o deles devido ao custo de vida deles.
Como resultado o dinheiro e o equilibrio de poder nele contido mudaram de lado nesse navio chamado terra.
Os países desenvolvidos que antes viviam na opulência agora tem que apertar o cinto. Como se faz isso? Cortando gastos que mantinham um serto padrão de vida que provavelmente eles não terão mais.
Países como a frança e a grécia que davam ótimas condições de vida a seus cidadãos com salarios irreais e subisidios teram que reduzi-los.
Perder padão de vida elevado doe por isso os protestos na grecia e na frança.
A tendência e continuar assim por que diversos fatores nos benefifiam como: O clima mais propício para a agricultura, grandes reservas naturais a esplorar e grande população economicamente para, porem que começa a ficar ativa.
Por isso é que países com os BRICs estão crecendo enquanto eles estão caindo. Incarem isso como a destribuição de renda entre naçôes.