Alternativas para fim do FX2

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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J.Ricardo
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Re: Alternativas para fim do FX2

#226 Mensagem por J.Ricardo » Qua Mar 23, 2011 3:14 pm

Enquanto nossas FA não se tornarem 100% profissionais não acredito que alguma coisa seja mudada...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Alternativas para fim do FX2

#227 Mensagem por irlan » Qua Mar 23, 2011 3:59 pm

Não precisa de dinheiro para isso?, o engraçado que já vi algums membros do fórum debatendo exemplos e sempre citam Portugal aqui,deu para se ter uma idéia que quantidade(serviço obrigatório)Xqualidade(Fa's profissionais), são opostos.
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: Alternativas para fim do FX2

#228 Mensagem por J.Ricardo » Qua Mar 23, 2011 4:15 pm

Exatamente, enquanto ela for administrada e encarada pelo governo como serviço voluntário não mudará muita coisa...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
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Re: Alternativas para fim do FX2

#229 Mensagem por LeandroGCard » Qua Mar 23, 2011 5:02 pm

FCarvalho escreveu:Apenas uma opinião de quem já viu essa mesma discussão a mais de vinte anos atrás.
Todo e qualquer projeto da área de defesa tem por principio, iniciar-se com base nos referenciais de politicas publicas estabelecidas pela geoestratégia nacional. Ou seja: o GF tem/teria de possuir um pensamento estratégico sobre o assunto defesa. Pergunta: existe esse pensamento? Resposta: Não. Então de quem seria a responsabilidade? Tecnicamente falando, das FA's. Mas pelo nosso histórico de realacionamento FA's x GF percebe-se que esse enfoque acima jamais sai do papel, ora porque mal compreendido ou aceito pela classe politica, ora por inabilidade dos militares em acreditar ou doutrinar a classe politica para ssumir esse papel.

Então das duas, uma. Ou a industria nacional se empolgava momentaneamente com com alguns arroubos de ufanismos tupiniquim em relação a defesa, o que sempre houve em várias épocas, e depois tomava no chifre, ou simplesmente ignorava a área de defesa por simples inanição do mercado.

Se nem FA's e nem GF chegarem a um concenso de que cada um possa assumir as suas responsabilidades próprias, que lhes é afeta, coisa que o NJ tentou fazer com a PND/END, e que lamentavelmente fracassou, a defesa nacional continuará carecendo de princípios que lhes sustente não só a necessidade como personalidade.

Não adianta pensarmos em industria de defesa, projetos ou politicas de defesa, se a sociedade não comprar a idéia. E a nossa sociedade, mesmo que recém sainda da merda, como diria o nosso ex-salvador da pátria, não está nem um pouco interessada em canhões, navios ou caças. Mas em shoppings, carros e mac donalds...

abs
Processos de desenvolvimento da indústria militar no Brasil na verdade surgiram em várias ocasiões, desde a construção no AMRJ da poderosa frota que lutou na Guerra do Paraguai , passando pelos veículos militares construídos em SP durante a revolução constitucionalista e indo até as indústrias aeronáuticas das décadas de 30 e 40 (uma delas, a HL, chegou a projetar aviões da categoria do Bandeirante e um caça a jato, já em 1945!). E estes movimentos sempre apresentaram, pelo menos de início, resultados bastante promissores. Mas depois a continuidade era sempre perdida, por uma série de razões as mais distintas (ao final da Guerra do Paraguai houve a crise do império, os revoltosos de SP foram derrotados em 32 e no final da SGM o governo decidiu que era mais fácil trazer aviões (e na verdade tudo, até fábricas) de fora.

O último movimento deste tipo aconteceu na esteira da denúncia do acordo militar Brasil-EUA já no regime militar, e redundou no surgimento de uma série de empresas como a Avibrás, a Embraer e a Engesa, e no desenvolvimento de uma série de sistemas nacionais bons o suficiente para terem ampla aceitação internacional. Mas o final do regime militar (com um certo revanchismo contra os militares) e a longa crise econômica que se seguiu acabou com mais estas iniciativas, que estavam indo muito bem. Neste momento ficou bem caracterizada a falha dos próprios militares, que fora a FAB colocaram seu re-equipamento como prioridade, esquecendo das indústrias que os haviam abastecido até então. Foi quando o EB não deu o suporte vitalmente necessário ao Osório e não comprou maior número de Astros (porque não atendiam à sua doutrina), a MB aceitou escoltas usados estrangeiros no lugar dos de projeto nacional (para não reduzir o número de unidades), e outros programas foram colocados em banho-maria (submarinos, míssil piranha, etc...).

Em todos estes casos ficou bastante patente falta de entrosamento entre as FA’s e as empresas brasileiras (com honrosa exceção da FAB), pois estas estavam muito mais preocupadas em manter sua operacionalidade no dia-a-dia do que em permitir a sobrevivência das empresas que eram suas parceiras. O EB e a MB aceitaram as migalhas, em geral estrangeiras, que o novo GF civil lhes ofereceu durante o longo período de crise, e viraram às costas para os empresários que poderiam tê-los apoiado junto aos governantes da época. E por isso estão até hoje na maior penúria, vivendo da recauchutagens e velharias construídas nas décadas de 70/80 ou adquiridas em liquidações estrangeiras depois disso. Já a FAB, insistindo e manter sua parceria com a Embraer, conseguiu levar à frente programas como os do Tucano, do AMX, R-99 e ST (e agora o KC-390), apesar da crise econômica que assolava o país e as demais forças. Apenas na arena dos caças, que serão importados, a FAB não conseguiu avançar com o processo.

Hoje, apesar da decretação de que a crise já é passado e de que o futuro do país é promissor, do pré-sal e etc..., a situação das forças é a mesma. Marinha e exército ainda estão basicamente equipados com as mesmas velharias que já possuíam há dez anos ou mais (em alguns casos muito mais), apenas com algumas modernizações. Os novos programas de re-equipamento ainda estão nos estágios iniciais, e sintomaticamente apenas aqueles que envolvem empresas nacionais tem previsão de continuidade (PROSUB, Uruveco, A-Darter, MAR-1, etc...). Já os que prevêem apenas a aquisição de equipamentos estrangeiros, mesmo que eventualmente alguma coisa venha a ser construída aqui (caças, PROSUP, mísseis antiaéreos, etc...), continuam sendo postergados, aparentemente ad-infinitum.

A parada nos gastos decretada por nossa presidenta para este ano, que tanto rebuliço está causando aqui no fórum, por enquanto é apenas um intervalo, na verdade até necessário para avaliar a situação das finanças do estado (uma medida séria, em contraposição às fanfarronices do governante anterior). Pode até ser uma primeira medida no sentido de mais à frente se mudar realmente o rumo incorreto de nossa política econômica até aqui. No momento nada indica que todos os investimentos serão abandonados de vez, como muitos já profetizam, é bem possível que seja feita apenas uma pausa de um ou dois anos até a casa estar de fato arrumada e ser possível recomeçar com os pés bem melhor plantados no chão. Mas a partir daí voltarão a ser colocadas as mesmas questões de antes, o país não tem necessidade imediata de melhorar suas capacidades de defesa, mas sempre poderá usar suas FA’s como desculpa para alavancar o desenvolvimento tecnológico e econômico. Será que as demais forças além da FAB (e esta de forma mais abrangente) perceberão finalmente isso, e passarão a agir de acordo, ou continuarão a olhar apenas para suas necessidades imediatas e ficarão a falar sozinhas para interlocutores que não tem o menor interesse no assunto que mos militares consideram sua razão de existir?


abraços à todos,


Leandro G. Card
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Re: Alternativas para fim do FX2

#230 Mensagem por helio » Qua Mar 23, 2011 5:39 pm

Leandro
Muito bom o seu post, gostaria apenas de complementar ,e talvez esclarecer alguns momentos da nossa industria militar.
Me refiro a idustria de blindados: nem o Tamoio e muito menos o Osório foram projetados para atender requisitos do RB. Somente muito tempo depois de sair o prototipo do Tamoio que saiu um ROB do EB, com requisitos de um CC de 36 ton., entretanto o EB não investiu um centavo sequer neste protótipo, e segundo me contaram, até cobrou a Bernardini para poder utilizar os campos de provas.Na época alguns generais simplesmente solicitavam as fábricas o que supostamente o EB queria, sem ter qualquer documento que comprovasse isto e a industria obedecia(estavamos no regime militar)
Sei que parece muito primário o que estou narrando, mas segundo entrevistas que fiz com muitos veteranos da época a coisa correu assim!
O Osório todos sabem que foi projetado para atender uma concorrencia internacional. O EB na época tinha ciencia da impossibilidade de adquirir um MBT tão sofisticado, sem contar o custo operacional. Reparem que na década de 90 pouco depois se muito esforço conseguiram adquirir Leo 1BE em péssimo estado.

A questão de sensibilizar o governo a necessidade de equipamentos modernos nas FA, me lembro de uma pesquisa que fiz para escrever um artigo na revista Tecnologia & Defesa acerca de aparições de submarinos não identificados na costa argentina, transformando em uma verdadeira caça ao sub envolvendo navios da armada argentina, bem como aviões de patrulha e caças navais. Depois de 3 aprições misteriosas num espaço de 3 anos (de 1958 a 1961) o governo convenceu os EUA a fornecerem equipamentos modernos de ASW. Vieram sonoboias, torpedos de busca bem como aviões S-2A Tracker. Para equilibrar o balanço latino-americano o Brasil também foi contemplado recebendo 13 S-2A Tracker, um avião moderno para a época.
O que se discute hoje é a hipotese de tudo ter sido uma farsa do governo argentino, apenas para obter mais armas dos EUA. A revista TIME da época publicou um artigo dando esta versão.
Os EUA inventaram uma farsa no Iraque afirmando ter provas que Sadam teria armas nucleares, justificando uma invasão.
Podem me taxar de irresponsável, mas quem sabe se simular um possivel ataque as nossas riquezas naturais, o povo e o congresso não se sensibilizaria em reequipar a nossa combailda força.....

abraços

Hélio
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Re: Alternativas para fim do FX2

#231 Mensagem por LeandroGCard » Qua Mar 23, 2011 6:55 pm

helio escreveu:Leandro
Muito bom o seu post, gostaria apenas de complementar ,e talvez esclarecer alguns momentos da nossa industria militar.
Me refiro a idustria de blindados: nem o Tamoio e muito menos o Osório foram projetados para atender requisitos do RB. Somente muito tempo depois de sair o prototipo do Tamoio que saiu um ROB do EB, com requisitos de um CC de 36 ton., entretanto o EB não investiu um centavo sequer neste protótipo, e segundo me contaram, até cobrou a Bernardini para poder utilizar os campos de provas.Na época alguns generais simplesmente solicitavam as fábricas o que supostamente o EB queria, sem ter qualquer documento que comprovasse isto e a industria obedecia(estavamos no regime militar)
Sei que parece muito primário o que estou narrando, mas segundo entrevistas que fiz com muitos veteranos da época a coisa correu assim!
O Osório todos sabem que foi projetado para atender uma concorrencia internacional. O EB na época tinha ciencia da impossibilidade de adquirir um MBT tão sofisticado, sem contar o custo operacional. Reparem que na década de 90 pouco depois se muito esforço conseguiram adquirir Leo 1BE em péssimo estado.
Pois é Hélio, a coisa corre muitas vezes assim mesmo.

A iniciativa de muitos projetos militares no Brasil é de simples indivíduos, pessoas que tem interesse (e em alguns casos competência) em alguma área e desenvolvem alguma idéia, que depois é adotada por alguém de nível mais alto (e eu imagino quantas não o são, e morrem mesmo antes de nascer). Se este “patrono” tiver alguma força o projeto avança, pelo menos enquanto o “patrono” mantiver o cargo e ainda tiver interesse no assunto. Caso contrário o projeto muitas vezes definha ou morre de vez.

Isto precisaria ser mudado, as iniciativas de solicitar novos projetos deveriam ser das forças enquanto instituições, em uma base institucionalizada e constante, e ligadas diretamente ao aperfeiçoamento contínuo das suas doutrinas (em função do avanço tecnológico e da evolução do quadro militar internacional). E deveriam ser coordenadas pelo MD, para aproveitar ao máximo as sinergias das três forças.

A questão de sensibilizar o governo a necessidade de equipamentos modernos nas FA, me lembro de uma pesquisa que fiz para escrever um artigo na revista Tecnologia & Defesa acerca de aparições de submarinos não identificados na costa argentina, transformando em uma verdadeira caça ao sub envolvendo navios da armada argentina, bem como aviões de patrulha e caças navais. Depois de 3 aprições misteriosas num espaço de 3 anos (de 1958 a 1961) o governo convenceu os EUA a fornecerem equipamentos modernos de ASW. Vieram sonoboias, torpedos de busca bem como aviões S-2A Tracker. Para equilibrar o balanço latino-americano o Brasil também foi contemplado recebendo 13 S-2A Tracker, um avião moderno para a época.
O que se discute hoje é a hipotese de tudo ter sido uma farsa do governo argentino, apenas para obter mais armas dos EUA. A revista TIME da época publicou um artigo dando esta versão.
Os EUA inventaram uma farsa no Iraque afirmando ter provas que Sadam teria armas nucleares, justificando uma invasão.
Podem me taxar de irresponsável, mas quem sabe se simular um possivel ataque as nossas riquezas naturais, o povo e o congresso não se sensibilizaria em reequipar a nossa combailda força.....

abraços

Hélio
Você sabe que este tipo de ação é obviamente imoral e ilegal, e só por isso não deveria nem mesmo ser cogitada. Mas tem ainda um outro grande inconveniente, que é criar uma urgência tão grande que praticamente inviabiliza qualquer tentativa de desenvolvimento local (que sempre demanda tempo). O mais provável é que se aprove a toque de caixa a aquisição de algum equipamento qualquer “para ontem”, e acabe sendo comprado algum sistema de prateleira ou pior ainda, usado. Todo o planejamento para gerar um sistema realmente adequado tanto à força interessada quanto a possíveis clientes externos (imprescindível para obter escala de produção). No curto prazo pode ser uma solução para casos pontuais, mas no médio/longo prazo é a melhor maneira de garantir que não haja desenvolvimento local e nada mude no histórico de nossas FA´s. Aliás, o mesmo efeito tem o uso de um determinado material até a completa obsolescência (navios, caças, etc...). Fora casos muito específicos eu não proporia uma coisa como esta.


Um grande abraço,


Leandro G. Cardoso
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Re: Alternativas para fim do FX2

#232 Mensagem por JL » Qui Mar 24, 2011 1:38 pm

Helio você falou tudo.

Aqui no Brasil. Quando ocorre uma tragédia, um acidente etc. Aí o negócio fica na mídia, durante alguns dias até que vai sendo substituido por outro assunto e cai no esquecimento.
Se um dia acontecer algum problema que necessite de uma ação militar e se esta ação for mal sucedida, vão surgir miriadas de especialistas para descer o sarrafo e apontar o que não foi feito. Se discutirá o assunto no congresso, nos bares. Mas solução.
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#233 Mensagem por helio » Qui Mar 24, 2011 3:57 pm

Leandro e JL

Na verdade eu vejo com muita preocupação o pouco caso do GF para a Defesa da Pátria.
Uma comparação simplista:
Um morador não se preocupa em proteger sua casa com itens de segurança( trancas, cameras,cercas de arame farpado, alarme)pois mora numa região segura.
Até o dia que sofre um assalto, e tem um prejuizo não somente material mas físico(um trauma na familia) irremediável.
Pois bem geralmente a gente só pensa em reforçar a tranca DEPOIS do ocorrido.
Um equipamento de segurança nunca é inutil, assim como ter uma FA bem treinada e equipada.


Abraços

Hélio
Bender

Re: Alternativas para fim do FX2

#234 Mensagem por Bender » Qui Mar 24, 2011 4:38 pm

helio escreveu:Leandro e JL

Na verdade eu vejo com muita preocupação o pouco caso do GF para a Defesa da Pátria.
Uma comparação simplista:
Um morador não se preocupa em proteger sua casa com itens de segurança( trancas, cameras,cercas de arame farpado, alarme)pois mora numa região segura.
Até o dia que sofre um assalto, e tem um prejuizo não somente material mas físico(um trauma na familia) irremediável.
Pois bem geralmente a gente só pensa em reforçar a tranca DEPOIS do ocorrido.
Um equipamento de segurança nunca é inutil, assim como ter uma FA bem treinada e equipada.


Abraços

Hélio
Com relação a estas suas palavras Hélio acho que existe unanimidade em concordar com todas elas aqui neste espaço,e este pouco caso não é coisa de agora,se arrasta por décadas ao ponto do sucateamento e remendos modernizadores terem se tornado coisa normal e natural nos equipamentos das forças.

Só pegando carona mais uma vez,a questão mais decepcionante a meu ver,foi uma intenção inicial de mudança propagada pelo ultimo governo,ter sido prontamente abortada em função de ajustes financeiros,que eu concordo serem pontuais,necessários e corretos,mas que ao atingir em cheio esta incipiente intenção de mudança para uma política de defesa supostamente imune e auto sustentável de Estado,a transformaram em discurso mentiroso e vazio.


Eu estou totalmente convencido da tese do Leandro,em que as industrias privadas que detem poder econômico e politico de lobie,devem ser atraidas pelas forças armadas para seus projetos prioritários e necessários,e que elas obtenham dos políticos respaldo financeiro e político para execução destes projetos,sendo a ponta de lança deles,ao contrário do formato atual em que colhem os frutos de conhecimento das compras avulsas para se desenvolverem.

A par considerar o MIn. N. Jobim o unico ministro da defesa atuante e respeitado que tivemos até agora,o novo governo conseguiu me provar através desta barrigada politico econômica,que nem as boas intenções das politicas de reaparelhamento e desenvolvimento planejadas por este ministério no ultimo governo,de compras avulsas agregadas de tots marginais distribuidos as industrias locais,resistem as barrigadas de sempre,portanto para mim são idéias e concepções falidas .

Existe alguma esperança então,em um país que não tem ameaças visiveis no horizonte de curto e médio prazo e tem uma população completamente alienada e desinteressada neste assunto,pouco se importando em ter uma tranca hoje para uma inimagínavel ameaça que atualmente para ela é inconcebível?

A unica esperança são o empresariado nacional em busca de lucros e financiamentos públicos e o apoio dos políticos que pegam as rebarbas pelo caminho,fora disso imaginar patriotismo puro e visão de longo prazo idílica e responsável dos políticos é conto da carochinha mais uma vez comprovado por este governo,torço para que me desmintam o ano que vem,mas não acredito mais sinceramente nesta nova fórmula já falida que está ai.


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Re: Alternativas para fim do FX2

#235 Mensagem por Carcará » Qui Mar 24, 2011 9:22 pm

LeandroGCard escreveu:
FCarvalho escreveu:Apenas uma opinião de quem já viu essa mesma discussão a mais de vinte anos atrás.
Todo e qualquer projeto da área de defesa tem por principio, iniciar-se com base nos referenciais de politicas publicas estabelecidas pela geoestratégia nacional. Ou seja: o GF tem/teria de possuir um pensamento estratégico sobre o assunto defesa. Pergunta: existe esse pensamento? Resposta: Não. Então de quem seria a responsabilidade? Tecnicamente falando, das FA's. Mas pelo nosso histórico de realacionamento FA's x GF percebe-se que esse enfoque acima jamais sai do papel, ora porque mal compreendido ou aceito pela classe politica, ora por inabilidade dos militares em acreditar ou doutrinar a classe politica para ssumir esse papel.

Então das duas, uma. Ou a industria nacional se empolgava momentaneamente com com alguns arroubos de ufanismos tupiniquim em relação a defesa, o que sempre houve em várias épocas, e depois tomava no chifre, ou simplesmente ignorava a área de defesa por simples inanição do mercado.

Se nem FA's e nem GF chegarem a um concenso de que cada um possa assumir as suas responsabilidades próprias, que lhes é afeta, coisa que o NJ tentou fazer com a PND/END, e que lamentavelmente fracassou, a defesa nacional continuará carecendo de princípios que lhes sustente não só a necessidade como personalidade.

Não adianta pensarmos em industria de defesa, projetos ou politicas de defesa, se a sociedade não comprar a idéia. E a nossa sociedade, mesmo que recém sainda da merda, como diria o nosso ex-salvador da pátria, não está nem um pouco interessada em canhões, navios ou caças. Mas em shoppings, carros e mac donalds...

abs
Processos de desenvolvimento da indústria militar no Brasil na verdade surgiram em várias ocasiões, desde a construção no AMRJ da poderosa frota que lutou na Guerra do Paraguai , passando pelos veículos militares construídos em SP durante a revolução constitucionalista e indo até as indústrias aeronáuticas das décadas de 30 e 40 (uma delas, a HL, chegou a projetar aviões da categoria do Bandeirante e um caça a jato, já em 1945!). E estes movimentos sempre apresentaram, pelo menos de início, resultados bastante promissores. Mas depois a continuidade era sempre perdida, por uma série de razões as mais distintas (ao final da Guerra do Paraguai houve a crise do império, os revoltosos de SP foram derrotados em 32 e no final da SGM o governo decidiu que era mais fácil trazer aviões (e na verdade tudo, até fábricas) de fora.

O último movimento deste tipo aconteceu na esteira da denúncia do acordo militar Brasil-EUA já no regime militar, e redundou no surgimento de uma série de empresas como a Avibrás, a Embraer e a Engesa, e no desenvolvimento de uma série de sistemas nacionais bons o suficiente para terem ampla aceitação internacional. Mas o final do regime militar (com um certo revanchismo contra os militares) e a longa crise econômica que se seguiu acabou com mais estas iniciativas, que estavam indo muito bem. Neste momento ficou bem caracterizada a falha dos próprios militares, que fora a FAB colocaram seu re-equipamento como prioridade, esquecendo das indústrias que os haviam abastecido até então. Foi quando o EB não deu o suporte vitalmente necessário ao Osório e não comprou maior número de Astros (porque não atendiam à sua doutrina), a MB aceitou escoltas usados estrangeiros no lugar dos de projeto nacional (para não reduzir o número de unidades), e outros programas foram colocados em banho-maria (submarinos, míssil piranha, etc...).

Em todos estes casos ficou bastante patente falta de entrosamento entre as FA’s e as empresas brasileiras (com honrosa exceção da FAB), pois estas estavam muito mais preocupadas em manter sua operacionalidade no dia-a-dia do que em permitir a sobrevivência das empresas que eram suas parceiras. O EB e a MB aceitaram as migalhas, em geral estrangeiras, que o novo GF civil lhes ofereceu durante o longo período de crise, e viraram às costas para os empresários que poderiam tê-los apoiado junto aos governantes da época. E por isso estão até hoje na maior penúria, vivendo da recauchutagens e velharias construídas nas décadas de 70/80 ou adquiridas em liquidações estrangeiras depois disso. Já a FAB, insistindo e manter sua parceria com a Embraer, conseguiu levar à frente programas como os do Tucano, do AMX, R-99 e ST (e agora o KC-390), apesar da crise econômica que assolava o país e as demais forças. Apenas na arena dos caças, que serão importados, a FAB não conseguiu avançar com o processo.

Hoje, apesar da decretação de que a crise já é passado e de que o futuro do país é promissor, do pré-sal e etc..., a situação das forças é a mesma. Marinha e exército ainda estão basicamente equipados com as mesmas velharias que já possuíam há dez anos ou mais (em alguns casos muito mais), apenas com algumas modernizações. Os novos programas de re-equipamento ainda estão nos estágios iniciais, e sintomaticamente apenas aqueles que envolvem empresas nacionais tem previsão de continuidade (PROSUB, Uruveco, A-Darter, MAR-1, etc...). Já os que prevêem apenas a aquisição de equipamentos estrangeiros, mesmo que eventualmente alguma coisa venha a ser construída aqui (caças, PROSUP, mísseis antiaéreos, etc...), continuam sendo postergados, aparentemente ad-infinitum.

A parada nos gastos decretada por nossa presidenta para este ano, que tanto rebuliço está causando aqui no fórum, por enquanto é apenas um intervalo, na verdade até necessário para avaliar a situação das finanças do estado (uma medida séria, em contraposição às fanfarronices do governante anterior). Pode até ser uma primeira medida no sentido de mais à frente se mudar realmente o rumo incorreto de nossa política econômica até aqui. No momento nada indica que todos os investimentos serão abandonados de vez, como muitos já profetizam, é bem possível que seja feita apenas uma pausa de um ou dois anos até a casa estar de fato arrumada e ser possível recomeçar com os pés bem melhor plantados no chão. Mas a partir daí voltarão a ser colocadas as mesmas questões de antes, o país não tem necessidade imediata de melhorar suas capacidades de defesa, mas sempre poderá usar suas FA’s como desculpa para alavancar o desenvolvimento tecnológico e econômico. Será que as demais forças além da FAB (e esta de forma mais abrangente) perceberão finalmente isso, e passarão a agir de acordo, ou continuarão a olhar apenas para suas necessidades imediatas e ficarão a falar sozinhas para interlocutores que não tem o menor interesse no assunto que mos militares consideram sua razão de existir?


abraços à todos,


Leandro G. Card
Prezados amigo Leandro,

Parabéns pela belíssima discussão. Realmente saímos da mesmice de sempre e começamos enxergar a situação por um novo prisma. Você me fez sair de um longo período de hibernação.

Consigo acompanhar o seu raciocínio. A sua tese da sinergia profunda entre as FFAA e o empresariado me remete muito às indústrias israelenses, principalmente na parte em que você argumenta sobre a procura de nichos e equipamentos inovadores. A exploração do conceito de UAVs/UCAVs, armamentos com qualidades e preços atraentes e sem embargos (Família Python, Derby, Fuzil Galil, UZI, Litening, Reccelite, Griffin, Lizard, Opher, e muitos outros) além do grande nicho de modernizações de aeronaves é uma característica marcante de uma indústria não só voltada para as necessidades do seu país de origem, mas, atenta as necessidades e potencialidades do mercado externo.

Interessante, também, é sua visão pragmática da utilização, de forma indireta pelas FFAA, de ferramentas e métodos comuns às grandes organizações empresariais e industriais, junto ao Governo, no intuito de pressioná-lo a atender suas necessidades de P&D e consequentemente de encomendas.

Vimos recentemente a Helibrás (EADS???), utilizar-se de vários destes meios para conseguir, à revelia das FFAA, uma encomenda de 50 helicópteros ($$$$$$).

Aqui chego à minha dúvida. Você vem mostrando o caminho para a solução de P&D e de sensibilização do Governo para aquisições de novos meios. Mas e a verba para operar???

Do que adianta a Helibrás (EADS???) fazer todo lobby (não pejorativo) e esforço possível junto ao Governo para fabricar (???) 50 helicópteros no Brasil se a MB não tem verba para equipá-lo e o EB não terá verba para operá-lo? Do que adianta o EB junto com a IVECO projetar e fabricar em solo brasileiro mais de 1000 VBTP-MR se o rancho do infante ou cavalariano é cortado pela metade? E a verba para tão sonhada operacionalização das FFAA?

Qual o caminho devemos seguir, não só para o Governo se sentir pressionado pelo empresariado que patrocina sua campanha a colocar dinheiro no desenvolvimento de um KC-390 da vida com a consequente aquisição de um lote, mas também com o combustível para fazê-lo voar depois?

Grande Abraço!

“Carcará” Mascarenhas
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Re: Alternativas para fim do FX2

#236 Mensagem por Carcará » Qui Mar 24, 2011 9:49 pm

Prezados,

Uma coisa interessante. Estamos discutindo formas de sensibilizar o Governo para a importância de manter as FFAA bem equipadas e treinadas, mas, e a população?

Discutimos que a aquisição de equipamentos militares não rende votos e que é bastante impopular. Porém nos últimos anos fechamos alguns contratos de bilhões de R$ com submarinos, VBTP-MR, helicópteros, aviões de transporte, modernizações, navios, etc, etc.

Vamos fazer um teste? Pergunte para pessoas próximas a você de diversos níveis e classes sociais (vizinho, esposa, colega de trabalho, professor, gari, médico, porteiro, policial, dona de casa, etc) quais foram as últimas grandes aquisições militares feitas pelo país. Fiz isso recentemente e a única pessoa que tinha certa informação sobre o assunto era um entusiasta como nós.

Ouvi desde “teve aquele caça Mig que o Lula voou”, passando pelo o “Porta-aviões que eu levei meu sobrinho em 2002” até o já conhecido “para que as FFAA querem alguma coisa se nós não estamos em guerra com ninguém”.

Lembro que recentemente em viagem a Natal com minha família, passando pela BR-101, vimos as obras realizadas pelo EB na estrada. Minha esposa falou: “Até que enfim o exército está fazendo alguma coisa útil além de ficar no quartel cortando grama e pintando meio-fio de branco”. Fui até a praia de Pipa brigando com ela. rsrs

Grande Abraço!

“Carcará” Mascarenhas
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LeandroGCard
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Re: Alternativas para fim do FX2

#237 Mensagem por LeandroGCard » Sex Mar 25, 2011 7:32 pm

Carcará escreveu:Aqui chego à minha dúvida. Você vem mostrando o caminho para a solução de P&D e de sensibilização do Governo para aquisições de novos meios. Mas e a verba para operar???

Do que adianta a Helibrás (EADS???) fazer todo lobby (não pejorativo) e esforço possível junto ao Governo para fabricar (???) 50 helicópteros no Brasil se a MB não tem verba para equipá-lo e o EB não terá verba para operá-lo? Do que adianta o EB junto com a IVECO projetar e fabricar em solo brasileiro mais de 1000 VBTP-MR se o rancho do infante ou cavalariano é cortado pela metade? E a verba para tão sonhada operacionalização das FFAA?

Qual o caminho devemos seguir, não só para o Governo se sentir pressionado pelo empresariado que patrocina sua campanha a colocar dinheiro no desenvolvimento de um KC-390 da vida com a consequente aquisição de um lote, mas também com o combustível para fazê-lo voar depois?

Grande Abraço!

“Carcará” Mascarenhas
Boa noite amigo Carcará (acredita que eu vi uma ave destas hoje à tarde a menos de meio metro de distância, através do vidro espelhado da janela de um prédio :shock: :D ).

Este ponto que você levantou é muito relevante, e não tenho uma resposta pronta para ele. Os processos de liberação de verbas para a aquisição de equipamentos e para a operacionalização das unidades militares tendem a ser independentes, e isto gera um risco real de termos FA´s equipadas com os melhores equipamentos disponíveis, mas totalmente inoperante por falta de verbas para manutenção e operação. É uma questão realmente difícil.

Para pensarmos um pouco no assunto levanto aqui alguns pontos, que podem ajudar o raciocínio:

- Mesmo que se observe uma defasagem severa entre as verbas de aquisição e operação, não é melhor ter FA´s paradas mas bem equipadas do que paradas e ainda por cima mal equipadas?

- Se os militares dirigissem ativamente os processos de desenvolvimento e aquisição dos seus próprios equipamentos não seria mais fácil colocar ênfase na redução dos custos de manutenção e operação, algo que geralmente é difícil com equipamentos importados? Este não deveria ser inclusive um dos principais critérios colocados para o desenvolvimento dos sistemas e armas nacionais?

- Será que a própria modernização das doutrinas militares, privilegiando o uso de sistemas mais eficientes e modernos desenvolvidos para a nossa realidade não permitiria racionalizar os custos operacionais das unidades militares, e quem sabe até reduzir seu número, permitindo uma maior operacionalidade com as mesmas verbas minguadas de sempre?

- Será que com forças melhor equipadas e consequentemente com capacidades militares mais críveis não seria mais fácil conseguir verbas para manter sua operação? Eu mesmo me incomodo em pagar para nossos pilotos voarem em F-5M´s de quarenta anos de idade por exemplo, pois acredito que caso fosse realmente necessário sua utilidade militar seria mínima. Mas não me incomodaria se eles estivessem voando em algo mais moderno e militarmente mais confiável.

- Será que com os grandes empresários profundamente envolvidos com os programas de equipamentos de nossas FA´s eles mesmos não pressionariam também pela manutenção de seus equipamentos em operação (afinal, esta seria a principal vitrine dos seus produtos)?


Estes e outros pontos são para se pensar. Quem sabe os programas de reequipamento em si (dependendo de como forem gerenciados) não poderiam ser a ponta de lança de uma mudança das relações entre as FA´s, o GF e a própria sociedade?


Carcará escreveu:Prezados,

Uma coisa interessante. Estamos discutindo formas de sensibilizar o Governo para a importância de manter as FFAA bem equipadas e treinadas, mas, e a população?

Discutimos que a aquisição de equipamentos militares não rende votos e que é bastante impopular. Porém nos últimos anos fechamos alguns contratos de bilhões de R$ com submarinos, VBTP-MR, helicópteros, aviões de transporte, modernizações, navios, etc, etc.

Vamos fazer um teste? Pergunte para pessoas próximas a você de diversos níveis e classes sociais (vizinho, esposa, colega de trabalho, professor, gari, médico, porteiro, policial, dona de casa, etc) quais foram as últimas grandes aquisições militares feitas pelo país. Fiz isso recentemente e a única pessoa que tinha certa informação sobre o assunto era um entusiasta como nós.

Ouvi desde “teve aquele caça Mig que o Lula voou”, passando pelo o “Porta-aviões que eu levei meu sobrinho em 2002” até o já conhecido “para que as FFAA querem alguma coisa se nós não estamos em guerra com ninguém”.

Lembro que recentemente em viagem a Natal com minha família, passando pela BR-101, vimos as obras realizadas pelo EB na estrada. Minha esposa falou: “Até que enfim o exército está fazendo alguma coisa útil além de ficar no quartel cortando grama e pintando meio-fio de branco”. Fui até a praia de Pipa brigando com ela. rsrs

Grande Abraço!

“Carcará” Mascarenhas
Esta questão de sensibilização da população na verdade me parece menos importante, pelo menos no contexto atual do país. Se a opinião da população fizesse de fato muita diferença nas ações dos nossos políticos acho que muita coisa já seria bem diferente neste país.

De qualquer forma, o que observo em geral é que a população civil tem em geral uma boa disposição com relação às FA´s, mas também tem consciência (embora difusa) de que elas estão de tal forma defasadas e carentes de praticamente tudo que são quase irrelevantes do ponto de vista estritamente militar, e por isso acham que os militares ficam apenas “matando o tempo” nos quartéis, por falta de coisa melhor para fazer. A existência de informações sobre programas de desenvolvimento de equipamentos militares avançados, notícias sobre eventuais exportações destes equipamentos, mostras de armas (em paradas militares, etc...) poderiam empolgar a população e levá-la a ver nossas FA´s como o que elas também são, representantes do poder da capacidade da nação brasileira, verdadeiro motivo de orgulho nacional.

Acho que isto teria um bom efeito, e não haveria muita oposição da sociedade em geral aos programas de reequipamento feitos nestes moldes , ao contrário do que ocorre quando se anuncia que serão gastos bilhões de dólares lá fora na aquisição de algum tipo de “caixa-preta bélica”.


Um grande abraço,


Leandro G. Card
sapao
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Re: Alternativas para fim do FX2

#238 Mensagem por sapao » Sex Mar 25, 2011 9:21 pm

LeandroGCard escreveu:Boa Noite Sapão.

Apesar considerar que exagera nas possíveis ameaças, acho que você está certo, existem motivos para o Brasil investir em uma defesa mais consistente do que tem hoje. De fato não é este o ponto que questiono.

O ponto principal que coloco é que enquanto as forças baterem apenas nesta tecla não vai resultar em nada, pois para cada argumento como os seus o pessoal que não tem interesse em que o Brasil se torne respeitado (ou que tem interesse justamente no contrário) apresentará dois contra, e a situação ficará exatamente como é hoje ou seja, quase nada será feito. Você mesmo reconhece isto.

O enfoque então poderia mudar, e ao invés de falar em o que o país precisaria para se defender as FA´s poderiam focar nos programas que poderiam ter apelo junto aos empresários e industriais, e aí teria pelo menos interlocutores interessados em dialogar. Depois, chegando-se a um consenso, a idéia seria levada aos políticos. É óbvio que eles a pesariam contra os bolsa-família da vida, mas os esfomeados que vivem destes programas sociais não contribuem para campanhas políticas, não montam lobbies em Brasília nem pagam propina para congressistas, então os argumentos levados por empresários e industriais também tem o seu peso, ao contrário dos levantados pelos militares, que também não fazem nada disso. Desde que não houvesse exageros (força aérea com 500 caças, marinha com 6 porta-aviões, exército com 4000 tanques pesados, etc...) seria muito mais fácil aprovar as verbas, como vários programas já mostraram. Vide o Prosub, o Uruveco, o KC-390, etc... .

Os militares precisam apenas aprender a fazer deste tipo de programa o procedimento normal, e encarar o fato de que aquilo que não puder envolver a indústria nacional vai ser bem mais difícil, e sairá a conta-gotas mesmo, fazer o quê. O negócio é minimizar a necessidade destes itens.

Agora, quando a FAB fala em comprar 12 caças para substituir os M-III de Anápolis (FX-1) ou mesmo 36 do melhor tipo possível (FX-2), é óbvio que nenhum empresário de porte terá interesse em um programa tão mínimo ou envolvendo equipamentos tão sofisticados, daí o desinteresse deles e por consequência o do governo. Neste caso é sentar e ficar esperando décadas mesmo, até os F-5 se desfazerem em pó. Agora, se na época do FX-1 a FAB já tivesse discutido com a Embraer e outros empresários nacionais a aquisição de um pequeno lote de um caça pesado para a missão dos M-III, E INCLUÍDO NO PACOTE DE AQUISIÇÃO a transferência de tecnologia (aí sim) para o desenvolvimento de um outro aparelho menor e mais simples para posteriormente ficar no lugar dos “M” (F-5M, A-1M, e A-4M), quem sabe já houvessem SH ou Su-35 operando em Anápolis e Manaus e o projeto do Gripen NG ou de um equivalente com tecnologia russa já não poderia estar fazendo seus primeiros vôos de teste na Embraer? O importante é amarrar pacotes coerentes de médio/longo prazo, que interessam aos empresários, e não ficar insistindo em resolver problemas pontuais.

Outro exemplo: FAB e EB estão se digladiando entre si e com o governo para aprovar a compra de meia dúzia de sistemas de mísseis AA, quando deveriam estar desenvolvendo junto com a MB um sistema nacional, a ser empregado pelas três forças. E ao invés de falar em construir no arsenal de marinha “algum projeto já aprovado” a MB deveria estar solicitando projetos às empresas nacionais (que é óbvio em um primeiro momento iriam buscá-los lá fora mesmo) para suas escoltas e patrulhas, já prevendo a adoção de modelos mais evoluídos ao longo do tempo que criassem uma base para tornar os estaleiros em exportadores deste tipo de embarcação, facilitando em muito a continuidade futura. A Espanha, que tinha menos tradição naval que o Brasil, fez exatamente isso, porquê nós sequer tentamos?

Dê uma lida nos meus últimos posts e acho que entenderá melhor o conceito que estou tentando apresentar.

Um grande abraço,


Leandro G. Card
Leandro, conheço sua proposta e concordo com ela.
Acredite que dentro do possivel está sendo feito algo parecido do que você diz, mas o probelma reside em não se deixar que o processo seja levado pelo empresariado+politicos e as FFAA sendo "emparedadas" a assumir aquilo que foi comprado, como você já comentou la nas terrestres... A luta é dura e as armas são poucas!

Sobre a disputa que você fala entre as forças, desconheço o assunto mas se ele existir pode ser que seja devido a diferente perspectiva de emprego de cada força; pois se existe uma coisa que relamente está indo para frente nesta historia toda é a integração entre os comandos em todos os niveis, algo como "nunca visto na historia desse país", pelo menos que eu me lembre.

No mais estou bastante desanimado para discutir, e meio azedo tambem.

A velha história se repete: começo de governo corta tudo, depois começa um pacote de bondades a partir de agosto (tiram o bode da sala), e se começa um monte de projetos que provavelmente serão jogados para o proximo mandato ou tocados a conta-gotas...

Infelizmente já estou ficando velho para isso, e olha que nem colocaram ainda a aposentadoria com 35 anos!

Abraço grande,

Sapão
[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
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Re: Alternativas para fim do FX2

#239 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 25, 2011 11:40 pm

sapao escreveu:Infelizmente já estou ficando velho para isso, e olha que nem colocaram ainda a aposentadoria com 35 anos!
Sapão
De sorte, não é que estejamos ficando velhos meu caro amigo... estamos sim é ficando fartos e cançados com as mesmas coisas de sempre...

Dizem as más linguas que quanto a gente envelhece, largamos da quantidade para nos apegar a qualidade. talvez seja isso que esteja a acontecer um pouco aqui no fórum, face a um certo azedume nas opíniões e na falta de esperança no por vir.

Uma hora não dá mais pra acompanhar a banda tocar, mesmo porque talvez o som de velhos carnavais já não nos emocione mais tanto assim...

a moda agora é outra.

abraços cordiais.
Carpe Diem
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Re: Alternativas para fim do FX2

#240 Mensagem por Arataca » Sex Mai 03, 2013 2:10 pm

Prezados,

Peço vênia por ressucitar este tópico, mas tenho algumas dúvidas para as quais não acho uma explicação definitiva, se é que existe:

:?: O fim do FX2 terá algum impacto na imagem externa do governo? Eu acho que sim, pois esta história ja teve inumeras idas e vindas que a gente saiba. Mas qual seria a dimensão deste impacto?

:?: E a interna? Aí eu acho que será minima. Nós, aficcionados do tema defesa ainda temos alguma memória, mas 98% da polulação não está nem aí para o assunto defesa. A oposição (no momenmto na UTI) vai usar o assunto como pauta? Eu acho pode usar de qualquer forma, com ou sem compra. Mas este assunto não dá IBOPE e daí acho que vão passar muito por cima, se forem.

:?: Existe alguma chance de multa por parte dos fabricantes, ou retaliações de alguma forma por parte dos respectivos governos? Eu espero que não, mas confesso minha ignorância nesta seara.

:?: O governo pode cancelar a licitação e em seguida comprar um dos três concorrentes? Deste governo eu não duvido nada!

:?: Com o fim da licitação (se for uma licitação), o governo pode tentar fazer uma compra casada com o PROSUPER? Eu acho que daria samba!

:?: A obsolescencia dos modelos cotados pode ser uma justificativa para o cancelamento da licitação? Eu acho meio fraquinha, mas poderia, a meu ver, ser usada.

:!: O duro mesmo é saber que muitos atores neste game que poderiam ser decisivos neste caso estão virtualmente comendo Activia e bebendo Johnny Walker, ou seja, ca... e an...! ....e a gente nesta agonia!

1 abraço
Trancado