China...

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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akivrx78
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Re: China...

#226 Mensagem por akivrx78 » Qua Jun 06, 2012 7:53 pm

Putin, Hu Sign Raft of Deals - But No Gas Price Agreement
Imagem
Vladimir Putin and Hu Jintao
© RIA Novosti. Alexey Druzhinin
16:32 05/06/2012
BEIJING, June 5 (RIA Novosti)

Russian President Vladimir Putin and Chinese counterpart Hu Jintao issued a joint pledge to deepen bilateral ties and signed almost 20 cooperation deals on Tuesday, although a gas price deal to facilitate sales to Beijing was yet again conspicuously missing.

Putin’s visit to China is his first since resuming the Russian presidency on May 7. A total of 17 agreements were signed, covering cooperation in industry, tourism, nuclear power, energy, and direct investment.

Russia’s United Aircraft Corporation and China’s Comac signed a memorandum of understanding on manufacture of a wide-body long-range aircraft while the North Caucasus Resorts joint-stock company, Dalian Wanda Group and China Oceanwide Holdings Group signed a letter of intent on cooperation in the development of a tourist cluster.

As was widely predicted, there is still no price agreement between Moscow and Beijing on a long-standing gas delivery agreement.

The biggest stumbling block for the anticipated 30-year gas deal between the world's largest gas producer and the fastest growing energy market, is the gas pricing formula. Russia wants to sell its gas to China for $400 per 1,000 cubic meters, the same price it sells gas to Europe, while China, which intends to buy up to 68 billion cubic meters per year, wants to pay $250.

In 2010, Moscow and Beijing signed a binding agreement covering the creation of two export corridors to supply Russian gas to China. The first would be supplied with gas from fields in Western Siberia, while the second envisages development of gas deposits in Eastern Siberia, Russia's Far East and the Sakhalin shelf.

For China, imports of Russian gas will provide further supply for its rapidly growing gas market, which has already attracted increased volumes of liquefied natural gas and gas shipped on a pipeline from Turkmenistan.

China may more than double natural gas consumption in the next five years, according to a report by the International Energy Agency (IEA) published on Tuesday.

The Medium-Term Gas Market Report 2012 survey, released at the World Gas Conference 2012, says China will become the world’s third largest gas importer behind Europe and Asia Oceania, driving a 2.7 percent average annual growth in global gas demand through 2017.

Russia and China found common language in foreign affairs, and undertook to cooperate to ensure security in the Asia Pacific region.

“We believe our joint initiative to strengthen security in the Asia Pacific region is important,” Putin said. “In this context we will, of course, maintain relations between our defense ministries.”

“We are for the formation of an open and equal architecture of security and cooperation, based on the principles of international law in the region,” he added.

http://en.rian.ru/russia/20120605/173860931.html

A Rússia esta desesperada para encontrar um novo mercado para vender gás já que ano após ano esta perdendo o mercado para os países que forneciam gás para o Eua que parou de importar e agora estão disputando mercado com os russos na Europa.
Os chineses nada bobos sabendo das dificuldades dos russos querem comprar gás da Rússia por menos da metade do preço de mercado...




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P44
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Re: China...

#227 Mensagem por P44 » Qui Jun 07, 2012 7:30 am

Chinese Media Issue Warning On US Military Shift


(Source: Voice of America; issued June 5, 2012)



Chinese state media warned Tuesday, that Washington's planned military shift towards the Asia-Pacific threatens to create rifts between the two countries and may upset regional stability.

The warnings come days after Defense Secretary Leon Panetta outlined a plan to transfer the majority of U.S. warships to the region by the end of the decade as part of the Obama administration's "strategic re-balance" toward Asia.

A commentary in the Communist Party-run People's Daily newspaper rejected Washington's insistence that the move is not aimed at containing China, whose increasing assertiveness about its maritime claims have upset many neighbors in the region.

The paper said it is "plain for all to see" that the United States has made China its target, saying this could "create schisms" in the region.

On Monday, Foreign Ministry spokesperson Liu Weimin called on the U.S. to respect China's regional interests, saying that deploying more forces and strengthening military ties in the region are "inappropriate" actions.

"All parties should contribute to maintaining and promoting peace, stability and development in the region," Liu said. "Deliberately highlighting the military and security agenda, deploying more military forces and strengthening military alliances in the Asia-Pacific region are inappropriate."

Panetta told a conference of defense officials in Singapore on Saturday that the U.S. Navy would reposition its naval forces so that 60 percent of its battleships would be in the Pacific by 2020, up from about 50 percent now.

The defense secretary is wrapping up a week-long visit to the Asia-Pacific region with a two-day trip to India, where he is expected to discuss expanding defense ties and China's economic and military power in the region.

-ends-

http://www.defense-aerospace.com/articl ... shift.html




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Re: China...

#228 Mensagem por FoxHound » Sex Jun 08, 2012 1:57 pm

Cenário russo-chinês depende dos EUA
8/06/2012
Andrêi Iliachênko, especial para Gazeta Russa
O presidente russo, Vladímir Pútin, encerrou suas viagens internacionais com uma visita à China na última terça-feira (5). Os resultados do encontro em Pequim mostram que os dois países avançam cada vez mais rumo à criação de uma aliança política. A importância militar russo-chinesa dependerá, contudo, das ações do governo norte-americano.
As partes assinaram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento das relações de parceria e interação estratégica, além de outros 16 documentos específicos para cooperação nos mais diversos campos, desde energia atômica até turismo.



Tudo isso deu aos líderes dos dois países razões para ter esperança de que a cooperação política entre eles se intensifique ainda mais e que, até 2015, o intercâmbio bilateral venha a atingir a marca dos US$ 100 bilhões, em comparação aos atuais US$ 83 bilhões.



“Concordamos em reforçar nossa cooperação na área militar e de segurança pública”, disse o presidente da China, Hu Jintao, em entrevista coletiva com Vladímir Pútin, durante o encontro.



Pútin, por sua vez, garantiu que a Rússia e a China atribuem grande importância à iniciativa conjunta de aumentar a segurança na Ásia-Pacífico. “Iremos certamente apoiar as relações entre nossos departamentos militares”, disse o presidente russo.



Ainda de acordo com Pútin, a Rússia tem defendido a formação de uma estrutura de segurança baseada nos princípios de direito internacional.



A maior ameaça à Rússia, contudo, está nos planos dos EUA de instalar um escudo antimíssil na Europa. Caso isso ocorra, o potencial de dissuasão russo será abalado.



Para evitar conflitos, Moscou se vê forçada a buscar e cultivar aliados, dos quais o principal é a China, cujo arsenal estratégico também será prejudicado pelos planos de Washington de instalar um escudo de defesa antimíssil na Ásia-Pacífico.



Não é à toa que o vice-chanceler chinês, Chen Gopin, disse, às vésperas da visita de Pútin, que a “China é contra alguns países ou organizações ameaçarem a segurança de outros países com a instalação de um sistema de defesa antimíssil”.



“Somos terminantemente contra isso”, assinalou o diplomata chinês, acrescentando que “nesse aspecto, as posições da China e da Rússia registram uma coincidência total”.



A nova estratégia de defesa divulgada em janeiro passado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, não convém à China. O líder norte-americano declarou que agora os interesses nacionais norte-americanos estão concentrados principalmente na Ásia-Pacífico.



Recentemente, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, disse que os EUA planejam concentrar nessa região 60 % de suas forças navais. Além disso, o país está se voltando ao Vietnã e Filipinas, cujas relações com a China têm sido marcadas por disputas territoriais.



Na última segunda-feira (4), o porta-voz da diplomacia chinesa, Liu Weimin, disse que a instalação de um grande número de contigentes militares e o fortalecimento das alianças militares na Ásia-Pacífico são inconvenientes. Para fortalecer seus respectivos exércitos, Rússia e China já realizaram, em abril, exercícios militares conjuntos.
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14640.html




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Re: China...

#229 Mensagem por NettoBR » Ter Jun 12, 2012 11:12 am

Para China, veto à Internet protege população
12/06/2012 - 08h06

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Em uma rara entrevista de um membro do governo chinês sobre temas considerados sensíveis, um alto funcionário da chancelaria disse que a maioria da população não se interessa pelo advogado cego Chen Guangcheng.
Ele também justificou o bloqueio do Facebook e do Twitter e detalhou por que a correspondente do canal Al Jazeera foi expulsa do país.

Em encontro com um grupo de jornalistas latino-americanos ontem, Ma Jisheng, vice-diretor-geral do Departamento de Informação do Ministério das Relações Estrangeiras, disse que Chen, que fugiu de uma prisão domiciliar e provocou momentos de tensão com os EUA, não chama a atenção da maioria do público chinês.

"Nem ao menos posso dar uma explicação que dure mais de um minuto, porque não o conheço e tampouco me interessa", disse Ma. "Para nós, a censura não tem sentido, é a população que não tem interesse no tema."
O caso Chen, que ficou 19 meses em prisão domiciliar sem nenhuma medida judicial, só passou a ser amplamente noticiado na China após se tornar um imbróglio internacional.

Sobre as redes sociais bloqueadas na China, Ma afirmou que isso não é medida para medir liberdade de expressão e que a internet chinesa dispõe de outros mecanismos com a mesma função.
"Mais de 400 milhões de internautas chineses realizam todo tipo de contato sem Facebook (...) Os meios de comunicação ocidentais têm essa fórmula de igualar Facebook e Twitter com liberdade. O que propomos é que, sem Facebook, também podemos gozar de liberdade."

Ele enumerou vários motivos para controlar a internet: evitar incentivo a conflitos étnicos, jogos on-line e até poligamia: "Muita gente oculta seu estado civil para se casar com até dez mulheres".
Sobre o caso recente da correspondente da Al Jazeera, a americana Melissa Chan, ele disse que a repórter não respeitou várias vezes regras para jornalistas estrangeiros, como portar identificação.

"Há anos, ela levou uma foto grande da praça da Paz Celestial na zona comercial mais movimentada de Pequim, perguntando aos pedestres se conheciam a foto. No final, os cidadãos sentiram que o ato prejudicou o tráfego urbano e a denunciaram para a polícia."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1103 ... acao.shtml




"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: China...

#230 Mensagem por FoxHound » Ter Jun 12, 2012 3:05 pm

A nata do Oriente
11/06/2012
Arkádi Dúbnov, The Moscow Times
O Afeganistão foi integrado à Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) como membro observador e a Turquia, como parceiro para diálogo. Esses são os resultados preliminares de uma cúpula de dois dias da SCO realizada em Pequim. Além disso, a China demonstrou desejo de transformar a região da SCO em uma ilha de prosperidade face à nova possibilidade de crise mundial.
Nos dias 7 e 8 de junho, os líderes do Afeganistão, Irã, Índia, Paquistão, Turcomenistão, Mongólia e da Turquia, além dos Chefes de Estado dos países-membros (China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tadjiquistão e Uzbequistão), participaram da recente cúpula da SCO.
O encontro aconteceu algumas semanas depois da cúpula da Otan em Chicago dedicada principalmente ao tema afegão. Os países da aliança ocidental haviam discutido o plano de ação após a retirada de suas tropas do Afeganistão prevista para 2014. A situação no Afeganistão também foi um dos temas centrais da agenda da cúpula da SCO. Para tanto, a organização garantiu a esse país a condição de observador, igualando-o assim em direitos aos outros membros do mesmo escalão, como Irã, Paquistão, Índia e Mongólia.
O fato de o Afeganistão ter sido admitido na SCO precisamente neste momento parece muito importante. Embora a ideia fosse considerada há alguns anos, o governo de Cabul não tinha pressa, pois sabia que sua associação com centros de força como a China e a Rússia não seria bem vista por Washington. A cúpula de Pequim aprovou uma declaração sobre paz e prosperidade duradouras na região. O estilo do documento revela o dedo na China e o desejo desse país de assumir o patrocínio da região diante da possibilidade de uma nova crise mundial.
Além disso, o ex-governador da Região de Irkutsk, na Rússia, Dmítri Mézentsev, foi nomeado secretário-geral da SCO, devendo assumir suas novas funções em janeiro de 2013.
Mudança de perspectiva
No ano passado, quando o futuro formato das relações com os EUA ficou claro, o presidente afegão, Hamid Karzai, foi convidado a participar regularmente das reuniões da SCO, sobretudo porque a integração ao grupo promete apoio financeiro e político dos países mais influentes do Oriente.
“Vamos continuar resolvendo nossos problemas regionais sozinhos e nos defendendo contra os choques provocados pela instabilidade fora da região. Também queremos desempenhar um papel importante na promoção do processo de paz no Afeganistão”, disse o presidente chinês, Hu Jintao, em entrevista ao jornal local Renmin Ribao.
“Vamos reforçar nossa comunicação e cooperação com o Afeganistão na abordagem de importantes questões da agenda internacional e regional”, completou. Se o convidado regular de cúpulas da SCO, Hamid Karzai, foi promovido à função de observador, outro parceiro de longa data, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, empenhado há muitos anos em obter a condição de membro de pleno direito da SCO, não teve seu desejo realizado.
Segundo o regulamento de admissão de novos países-membros, um país sob sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) não pode ser integrado à organização na posição almejada.
Prêmio de consolação
O presidente Ahmadinejad, cujos calorosos discursos sobre o "Satanás mundial", em referência ao imperialismo norte-americano, e o "regime sionista" de Israel costumam ser um presente para a imprensa credenciada para as reuniões da SCO, participou de uma série de encontros bilaterais, inclusive com o presidente russo Vladímir Pútin.
De acordo com o assessor da presidência russa para assuntos internacionais, Iúri Uchakov, o encontro teve especial importância especial para as próximas negociações multilaterais sobre a problemática iraniana previstas para os dias 18 e 19 de junho em Moscou.
“Insistimos que é necessário reconhecer o direito do Irã de desenvolver seu programa nuclear para fins pacíficos sob um rígido controle da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)”, diz Uchakov

http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14647.html




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Re: China...

#231 Mensagem por FoxHound » Qua Jun 13, 2012 6:00 pm

Estados Unidos e a China caminham naturalmente para posição de rivalidade.
As relações entre os Estados Unidos e a China estão seguindo um curso que poderá um dia levar a uma guerra.

Neste mês, o secretário de Defesa Leon Panetta anunciou que, até 2020, 60% da Marinha dos Estados Unidos estará atuando no Oceano Pacífico. Em novembro do ano passado, na Austrália, o presidente Barack Obama anunciou a criação de uma base militar norte-americana naquele país, e lançou um ataque ideológico à China ao declarar que os Estados Unidos "continuarão a falar francamente a Pequim sobre a importância do respeito às normas internacionais e aos direitos humanos universais do povo chinês".

Os perigos inerentes às políticas norte-americanas, chinesas e regionais estão expostos em "The China Choice: Why America Should Share Power" ("A Opção China: Por que os Estados Unidos Deveriam Compartilhar Poder"), um livro importante que será lançado brevemente, de autoria do especialista australiano em questões internacionais Hugh White. Conforme ele diz, "Washington e Pequim já estão deslizando naturalmente para uma posição de rivalidade". Para evitar que isso ocorra, White defende vigorosamente um "concerto de poderes" na Ásia como sendo a melhor – e talvez a única forma – de prevenir este iminente confronto. De fato, a base econômica para tal acordo entre Estados Unidos e China já existe.

O perigo de que haja tal conflito não se deve a um desejo da China por liderança global. Fora da região do leste da Ásia, Pequim mantém uma política bastante cautelosa, centrada na vantagem comercial e sem componentes militares, em parte porque os líderes chineses perceberam que seriam necessárias várias décadas e um colossal investimento em forças navais para permitir que a China representasse um desafio global para os Estados Unidos, e que mesmo se fizessem isso seria quase certo que eles fracassassem.

No Extremo Oriente, as coisas são bem diferentes. Durante a maior parte da sua história, a China dominou a região. Quando se tornar a maior economia do planeta, ela certamente tentará restabelecer esse domínio. Embora a China não tenha como criar forças navais capazes de desafiar os Estados Unidos em oceanos distantes, seria muito surpreendente se no futuro Pequim não fosse capaz de estabelecer um poderio baseado em mísseis e na força aérea que fosse suficiente para negar à Marinha dos Estados Unidos acesso aos mares que circundam a China. Além do mais, a China está engajada em disputas territoriais com outros países da região referentes a certos arquipélagos. Essas disputas fizeram com que os sentimentos nacionalistas populares chineses se tornassem bastante intensos.

Com o fim do comunismo, o governo chinês tem apelado fortemente – e com sucesso – para o nacionalismo como base de apoio ideológico ao seu regime. O problema é que, caso irrompam conflitos devido a essas ilhas, Pequim poderá ver-se em uma posição na qual não poderá negociar e costurar acordos sem comprometer seriamente a sua legitimidade doméstica. Essa era basicamente a posição em que se viram as grandes potências europeias em 1914.

Em tais disputas, o nacionalismo chinês colide com outros nacionalismos – particularmente o do Vietnã, que envolve intensos ressentimentos históricos. A hostilidade do Vietnã e da maioria dos outros países da região em relação à China constitui-se ao mesmo tempo na maior vantagem e no maior perigo para os Estados Unidos. Isso significa que os vizinhos da China desejam que os Estados Unidos mantenham a sua presença militar na região. Conforme argumenta White, mesmo se os Estados Unidos se retirassem da área, seria altamente improvável que esses países viessem a se submeter docilmente à hegemonia chinesa.

Mas se os Estados Unidos se comprometessem a ingressar em uma aliança militar com esses países contra a China, Washington correria o risco de se envolver nas disputas territoriais da região. E caso houvesse um confronto militar entre o Vietnã e a China, Washington teria que escolher entre manter uma posição de neutralidade, fazendo assim com que a sua credibilidade como aliado fosse destruída, ou entrar em confronto com a China.

Nem os Estados Unidos nem a China "venceriam" a guerra resultante disso, mas os dois países sem dúvida infligiriam danos catastróficos mútuos e à economia mundial. Se o conflito descambasse para uma guerra nuclear, a civilização moderna seria devastada. Até mesmo um período prolongado de rivalidade militar e estratégica com uma China economicamente poderosa enfraqueceria tremendamente a posição global ocupada pelos Estados Unidos. De fato, a extensão geográfica exagerada da influência norte-americana já é evidente – por exemplo, na negligência de Washington em relação à derrocada dos Estados centro-americanos.

Para evitar isso, a ordem sugerida por White para o Extremo Oriente estabeleceria limites que tanto os Estados Unidos quanto a China concordariam em não ultrapassar – especialmente uma garantia de não recorrer à força sem que houvesse a permissão do outro, ou em uma ação clara de autodefesa. E o acordo mais sensível diria respeito a Taiwan. A China teria que renunciar ao uso da força contra Taiwan, mas em contrapartida é quase certo que Washington teria que aceitar publicamente a meta de reunificação entre Taiwan e a China.

Além do mais, a China teria que reconhecer a legitimidade da atual presença dos Estados Unidos no leste da Ásia, já que essa presença é desejada por outros países da região, e os Estados unidos por sua vez teriam que reconhecer a legitimidade da atual ordem política chinesa, já que ela provocou um grande avanço econômico e ampliou bastante as liberdades reais da população da China. Sob tal parceria, declarações como a do presidente Barack Obama apoiando a democratização da China teriam que ser abandonadas.

Conforme argumenta White, tal concerto de poder entre os Estados Unidos, a China e os países da região seria tão difícil de ser implementado que "não valeria a pena sequer cogitá-lo se as alternativas não fossem tão ruins". Mas, conforme o livro dele explica com uma clareza sinistra, as alternativas poderiam ser verdadeiramente catastróficas.

* Anatol Lieven é professor de estudos do Departamento de Estudos de Guerra do King's College, em Londres, e pesquisador da New America Foundation, em Washington.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... inham.html




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Re: China...

#232 Mensagem por marcelo l. » Sáb Jun 23, 2012 12:14 pm

China’s Latin American Interests

http://carnegietsinghua.org/publications/?fa=47759

resumo:
Neste Q & A, Mateus Ferchen explora o vínculo crescente entre a China ea América Latina eo que isso significa para outras potências mundiais como os Estados Unidos.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: China...

#233 Mensagem por FoxHound » Sex Jun 29, 2012 3:35 pm

È interessante ver como é os bastidores do PCCH(Partido Comunista da China)
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Intriga corrói a China, mas censura camufla resultados na trama de corrupção.
Com bom domínio do inglês, culto, metódico e bem conectado, o que protege e impulsiona sua carreira embora não seja membro do Partido Comunista Chinês (PCCh), o inspetor Chen Chao, que resolveu casos muito delicados - inclusive um que afetava o "Grande Timoneiro", Mao Tsetung - é o policial perfeito para destrinchar a novela de Bo Xilai. O ruim é que Chen Chao é um personagem de ficção criado pelo escritor de Xangai residente nos EUA Qiu Xiaolong, que, no entanto, certamente encontrou em Bo Xilai, 62, e sua esposa Gu Kailai, 53, toda uma fonte de inspiração para seus romances.

Hoje em dia se desenrola no Camboja o último episódio conhecido de uma trama truculenta na qual não falta nada: morte, tentativa de golpe, corrupção, espionagem, conflitos diplomáticos, escutas telefônicas e grandes somas de dinheiro. O governo cambojano reconheceu esta semana que, "a pedido e com a colaboração" de Pequim, deteve em 13 de junho o arquiteto francês Patrick Devilliers, residente em Phnom Penh desde 2005 e velho amigo do casal Bo.

Mas quem são os principais atores da trama? Comecemos por Bo Xilai, uma das estrelas mais brilhantes e populistas da política chinesa, cujo fulgor começou a se apagar em março passado, quando um rápido comunicado da agência oficial Xinhua informou sobre sua destituição como chefe do PCCh e prefeito de Chongqing, uma das quatro municipalidades da China e a mais populosa: 31 milhões de habitantes.

A demissão do líder da ala mais esquerdista e conservadora do PCCh, que supostamente entraria no próximo outono no órgão máximo do poder chinês, o Comitê Permanente do Birô Político - ou, o que é o mesmo, a direção colegiada da China exercida por um grupo de nove homens -, foi um verdadeiro estrondo. A demissão de Bo, que deixou as redes sociais em polvorosa, foi imediatamente vinculada à obscura visita que realizou seu braço-direito e chefe da segurança de Chongqing, Wang Lijun, em 6 de fevereiro ao consulado dos EUA na cidade vizinha de Chendu.

A mídia americana vazou que Wang tinha pedido asilo político nos EUA porque temia por sua vida. O Departamento de Estado não quis abrir uma crise sem precedentes com a China e ordenou que seus diplomatas informassem a Pequim e entregassem discretamente o funcionário. Ninguém voltou a ver Wang.

Mas é tal o sigilo que ronda o círculo de poder chinês que o autêntico escândalo só explodiu em 11 de abril. Foi a televisão oficial CCTV quem informou sobre a expulsão de Bo Xilai do Birô Político (de 25 membros) e do Comitê Central do PCCh, acusado de estar envolvido em "graves violações de disciplina". Minutos depois, a Xinhua anunciava que Gu Kailai, a mulher de Bo, tinha sido detida por ser "altamente suspeita" do assassinato do empresário britânico Neil Heywood, cujo cadáver apareceu em novembro no quarto que ocupava em um hotel em Chongqing. O relatório policial divulgado então indicava que a morte foi causada por um ataque cardíaco.

Os chineses não acreditaram. Gu era uma advogada famosa e Bo Xilai havia chegado tão alto em boa medida porque é filho de Bo Yibo, um dos oito veneráveis. Assim são chamados os oito fundadores do PCCh e participantes da Longa Marcha (1934-35) que foram purgados durante a Revolução Cultural (1966-76) e que depois da morte de Mao Tsetung em 1976 retomaram o poder. Entre esses oito veneráveis também se encontrava Deng Xiaoping, o promotor da reforma que transformou a China na segunda potência econômica do mundo. Os filhos desses veneráveis e de outros fundadores do PCCh são conhecidos como "príncipes" e em sua grande maioria formarão a nova geração de dirigentes que sairá do 18º Congresso do PCCh, cuja realização está prevista para meados do outono. Esse conclave eram o que Bo aguardava para dar seu salto definitivo ao poder.

Desencadeado o escândalo, Pequim ordenou que a polícia cibernética bloqueasse em todas as máquinas de busca da Internet chinesa os nomes dos protagonistas, mas não pôde evitar os vazamentos. Como é habitual, veículos da dissidência chinesa como "Boxun.com", estabelecido nos EUA, são os que divulgaram mais informação, com a qual se vai desfiando essa trama espetacular.

Segundo esses veículos, Wang Lijun entregou ao cônsul americano, para sustentar seu pedido de asilo nos EUA, centenas de documentos que vinculavam Gu Kailai ao assassinato que Heywood e Bo Xilai a uma rede ilegal de escutas contra os dirigentes máximos chineses, incluindo o presidente Hu Jintao. Além disso, revelou subornos milionários e a fuga de volumosas quantias do país.

Tudo indica que Pequim quer interrogar o arquiteto francês detido agora no Camboja sobre os negócios dos Bo no estrangeiro e a lavagem de dinheiro e capital evadido dos cofres chineses. Apesar de a China e o Camboja terem um acordo de extradição assinado em 2000, Pequim quer, para agilizar o processo, que Phnom Penh expulse Devilliers para a China. A França já exigiu que o Camboja esclareça os motivos pelos quais deteve seu cidadão. "No Camboja ele não fez nada de mau; se não houver provas claras contra ele, será posto em liberdade", disse um porta-voz do governo. Mas não será tão fácil. A China é o principal doador do Camboja e seu principal investidor.

Devilliers, 52, trabalhou na urbanização de Dalian quando Bo Xilai era prefeito dessa cidade no nordeste da China (1992-2000). Ele e Heywood foram os dois estrangeiros com maior ligação com a ascendente família Bo nesses anos. Depois de revelado o assassinato do britânico, os jornalistas encontraram o francês em Phnom Penh. "Não tenho nada a esconder", disse Devilliers em maio ao jornal "The New York Times".

A imprensa britânica indicou que Heywood foi envenenado porque ameaçou Gu de revelar seu plano de tirar da China uma grande soma de dinheiro se não lhe pagasse a elevada comissão que exigia pela transação. Fazia tempo que Devilliers havia se afastado, mas sabe-se de pelo menos duas empresas conjuntas com a ambiciosa Gu. Uma, a Bournemouth, fundada em Hong Kong, que deixou de operar em 2006 depois da compra de uma residência no luxuoso bairro londrino de South Kensington pela qual foram vistos tanto Gu como o filho do casal, Bo Guagua. A outra empresa, Adad Ltd, segundo o jornal francês "Le Monde", coordenava diversos escritórios de arquitetura estrangeiros no desenvolvimento de Dalian, o porto mais importante do nordeste da China. Para o pai do arquiteto detido, Michel Devilliers, não há dúvidas: "Meu filho foi manipulado por essa mulher", disse ao jornal "The Telegraph".

A proximidade do congresso do PCCh - tem 80 milhões de membros - acelera a urgência dos dirigentes chineses em encerrar o capítulo mais penoso de sua história desde a chacina da Praça Tiananmen em 1989. Daí seu interesse em interrogar Devilliers o quanto antes. Mas a proximidade do conclave também foi o que promoveu a feroz luta de poder que ficou a descoberto.

Segundo o site "Chariweb.com", Gu, para reduzir sua condenação, denunciou que seu marido e Zhou Yongkang, o czar da segurança chinesa e um dos atuais nove membros do Comitê Permanente do Birô Político, planejavam um golpe para impedir que Xi Jinping ascendesse no outono à secretaria geral do PCCh e à chefia do Estado na primavera de 2013. Xi, substituto previsto de Hu, é considerado "progressista demais" pelo conservador Zhou. A detida declarou que Zhou era "o cérebro do golpe" e o qualificou como a "maçã podre" da direção colegiada.

Essa informação foi revelada por ativistas do Boxun e, como é óbvio, não pode ser confirmada. Mas em um fato insólito, um grupo de 15 veteranos do PCCh redigiu em maio passado uma carta aberta a Hu Jintao na qual pediam a destituição de Zhou Yongkang por seu apoio a Bo Xilai e ao chamado modelo de Chongqing. Quer dizer, as campanhas lançadas por Bo: uma contra a corrupção e a máfia nessa municipalidade - na qual seus críticos afirmam que utilizou sem hesitação a tortura e outros métodos ilegais -, e outra para reviver a parafernália e as canções maoístas para aumentar seu poder e o da facção ultraesquerdista.

Zhou continua em seu cargo. Já estava previsto que seria aposentado no 18º Congresso, e depois do mal-estar que representou para a China que sua roupa suja fosse lavada em um consulado americano a direção optou pelo silêncio para acalmar as turbulentas águas do partido.

O fim da novela ainda não foi escrito, mas, seja qual for, a censura nos deixará saber somente a metade.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... nsura.html




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Re: China...

#234 Mensagem por FoxHound » Sex Jun 29, 2012 5:42 pm

China diz que sequestro aéreo foi impedido em região turbulenta
Seis pessoas teriam tentado dominar o avião dez minutos depois da decolagem.
PEQUIM - Passageiros e tripulantes impediram na sexta-feira, 29, um sequestro aéreo na turbulenta região de Xinjiang, no oeste da China, segundo a imprensa estatal do país.

Seis pessoas teriam tentado dominar o avião dez minutos depois da decolagem na remota localidade de Hotan, de acordo com a agência de notícias Xinhua. Essa é uma área de grande presença da etnia muçulmana uigur, e assolada nos últimos tempos pela violência separatista.

O avião da empresa Tianjin Airlines voava para Urumqi, a capital regional, acrescentou a agência, citando fontes policiais. O avião voltou a Hotan, onde os seis sequestradores - que não foram identificados - teriam sido entregues às autoridades.

Segundo a Xinhua, dois guardas a bordo do avião ficaram gravemente feridos na luta contra os sequestradores, enquanto um comissário de bordo e sete passageiros sofreram ferimentos leves.

Fotos postadas no serviço de microblogs chinês Sina Weibo mostravam passageiros fazendo caretas e segurando pelo menos um dos suspeitos, e o que parecia ser sangue em um dos assentos.

Em outra foto, policiais eram vistos na pista do aeroporto, aparentemente empurrando um dos envolvidos. Não foi possível verificar a autenticidade das imagens.

Ligações para a polícia e o governo regional de Xinjiang não foram atendidas.

Em março de 2008, autoridades chinesas relataram ter impedido um plano de uma mulher uigur para derrubar um avião procedente de Xinjiang, onde a vigilância aeroportuária supostamente é muito rigorosa.

O governo, temeroso de qualquer ameaça à estabilidade do país ou ao controle do Partido Comunista, costuma acusar grupos separatistas e extremistas religiosos de Xinjiang por ataques a policiais e outros alvos governamentais.

Em setembro, tribunais da província sentenciaram à morte quatro pessoas envolvidas por incidentes ocorridos meses antes em duas cidades - inclusive Hotan -, nos quais 32 pessoas morreram.

O governo disse que os responsáveis por esses ataques eram radicais islâmicos que pretendiam transformar Xinjiang em um Estado independente chamado Turquistão Oriental.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 3402,0.htm




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marcelo l.
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Re: China...

#235 Mensagem por marcelo l. » Qui Jul 05, 2012 3:06 pm

http://www.postwesternworld.com/

A pergunta “o que a China quer?” – isto é, se ela vai se tornar uma “stakeholder responsável”, procurando integrar-se ao sistema atual e respeitando normas internacionais, ou se ela tentará subverter a ordem vigente e criar um modelo alternativo – é, possivelmente, a questão global mais importante do início do século XXI.

Autores do campo realista entendem o sistema de acordo com a distribuição de poder e prevêem que a China não atuará de acordo com as regras estabelecidas pelas potencias tradicionais. Eles, em geral, esperam que a China utilize o seu novo status para aspirar a visões alternativas da ordem mundial e desafiar o status quo, aliando-se a outras potências emergentes e forjando uma coalizão contra-hegemônica. A China poderia criar um sistema paralelo com seu próprio conjunto de regras, instituições e determinantes de poder, rejeitando princípios fundamentais do internacionalismo liberal, particularmente noções de sociedade civil global que justifiquem intervenções políticas ou militares.

Institucionalistas liberais, como John Ikenberry, por sua vez, argumentam que a China depara-se com um sistema centrado no Ocidente que, como ele enfatiza no livro, é “aberto, integrado e regrado, com uma base política ampla e sólida”. A ordem ocidental, afirma, “é de difícil subversão e fácil adesão”, e que é de se esperar a integração chinesa às estruturas atuais.

Tal questão importa uma vez que mudanças fundamentais na distribuição de poder foram, historicamente, propensas a causar tensões ou mesmo guerras, como sugerem Robert Gilpin e Paul Kennedy. A ascensão da Alemanha e suas demandas crescentes no fim do século XIX, que acabaram por conduzir à Primeira Guerra Mundial, é um exemplo notável. Portanto, muitos analistas hoje entendem a ascensão da China como o teste definitivo da capacidade das instituições internacionais de conter as leis do realismo.

O estudo da China vem se tornando bastante popular nos últimos anos, embora muitas das análises sejam superficiais. Nos Estados Unidos, por exemplo, a ameaça chinesa é freqüentemente exagerada para a consecução de fins políticos domésticos. No Brasil, o número de observadores competentes da China também é baixo, o que é particularmente preocupante tendo em vista a dependência crescente pela demanda chinesa de matérias-primas. Durante a visita da presidente Dilma Roussef à China, o debate parecia oscilar entre os críticos contumazes e aqueles com uma visão romântica do gigante asiático.
É nesse contexto que O que a China quer? é uma bem-vinda contribuição ao debate, na medida em que reúne análises de quatro dos mais renomados estudiosos do assunto.

No primeiro artigo, Rosemary Foot debate o conceito de “stakeholder responsável” no contexto da política externa chinesa desde o fim da Segunda Guerra, notando que embora a China, inicialmente, tenha adotado uma oposição ativa ao sistema internacional, isto começa a mudar nas décadas de 70 e 80, quando ela, vagarosamente, busca uma integração às estruturas internacionais, procurando ser um ator responsável. Contudo, na década de 90, um novo contexto fez com que o mero apoio às instituições internacionais não fosse mais suficiente: a partir de então, respeito a direitos humanos, liberdades civis e democracia cada vez mais definiam se um país seria considerado um ator responsável ou não. Foot demonstra muito bem como, apesar dessa mudança, a China insiste em querer ser vista como um ator responsável, e como tal desejo colide com sua tradicional e robusta noção de soberania do país.

No segundo artigo, Shaun Breslin esclarece como a ascensão chinesa afeta a política regional no Sudeste Asiático. Ele observa corretamente que nosso entendimento da situação, na maior parte das vezes, é feito a partir de uma perspectiva norte-americana, preocupada com os interesses dos Estados Unidos na Ásia. Olhando para trás, fica evidente como a política externa chinesa foi adotando uma percepção cada vez mais pragmática: ao invés de considerar os países da região como invariavelmente ligados aos EUA e anti-China, Pequim percebeu que seus vizinhos precisavam se beneficiar também do crescimento chinês a fim de criar uma vizinhança pacífica e coerente com os interesses chineses – de tal forma reconhecendo que até mesmo a China é profundamente afetada pelo que acontece fora de suas fronteiras, e que nenhum país consegue prosperar globalmente sem se entender com seus vizinhos. De modo similar à análise de Foot, Breslin aponta o desejo chinês de ser visto como um ator responsável no sistema, consciente do fato de que seu rápido crescimento causa receio nos outros. Ao mesmo tempo, o sucesso econômico chinês e as expectativas futuras de crescimento também contribuem para um ganho em soft power na região, fato acentuado pelas dificuldades americanas somadas ao gradual declínio do Consenso de Washington – embora Breslin nota que o poder de atração dos Estados Unidos no sudeste asiático é um elemento a ser reconhecido ainda por muitos anos.

O terceiro artigo, que vem provocando um debate considerável desde sua publicação na Foreign Affairs em 2008, G. John Ikenberry defende brilhantemente as instituições de hoje, argumentando que nenhuma potência emergente conseguiria opor-se seriamente ao sistema, pois os benefícios da integração são simplesmente grandes demais para serem ignorados. Ao invés de retratar a ascensão chinesa como uma competição com os Estados Unidos (na qual os EUA perderiam), o Ocidente deve, portanto, assegurar-se de que a atratividade do sistema internacional deve ser mantida e aumentada, e que mediante um gerenciamento cuidadoso, o sistema deverá se manter a despeito do crescimento chinês. As instituições devem ser fortalecidas, os “retornos ao poder” reduzidos, forçando, de tal maneira, a China a aderir às regras quando estiver na posição mais privilegiada. Descrevendo o “triunfo da ordem liberal”, Ikenberry argumenta que o sistema contemporâneo é único na história, já que ele não é baseado na coerção, mas no consenso. Diferentemente, de “estruturas imperiais”, a ordem atual é “liberal”, definida pela abertura, legitimidade e durabilidade. Ele também mostra que os Estados Unidos estabeleceram o sistema com vistas a integrar o maior número de nações possível, e aceitando certo de grau de restrição a seu poder para aumentar a aceitabilidade e a longevidade do sistema. O fato de que a ordem de hoje permite que atores como a China cresçam “dentro do sistema” – conquistando mais direitos de voto no FMI e no Banco Mundial, por exemplo – prova este fato. Tais fatores sistêmicos, assim como a presença de armas nucleares e da globalização A
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econômica impulsionada pela tecnologia, fazem de um enfrentamento bélico entre a China e os Estados Unidos muito improvável. Ao mesmo tempo, Ikenberry alerta que para manter o sistema vivo, o seu fiador – os Estados Unidos – devem novamente assumir o papel de seu grande apoiador.

No quarto e último artigo, Jeffrey W. Legro demonstra como a China adotou uma estratégia isolacionista na primeira metade do século XIX antes de buscar uma integração nas instituições internacionais do início do século XX. Sob a liderança de Mao, voltou-se a um regime revisionista para lentamente retomar uma postura integracionista sob Deng Xiaoping. Legro salienta que, hoje em dia, a China discorda de alguns detalhes do sistema internacional, ainda que o autor ainda categorize a China como uma potência que concorda com o status quo e com os pilares básicos que sustentam as relações internacionais. É possível, contudo, que isto mude: o “Consenso de Pequim”, que implica em intervencionismo econômico e forte ênfase na soberania, pode se configurar como um símbolo de resistência contra a sociedade internacional. Ademais, surge a questão de até que ponto um país não democrático consegue adotar uma estratégia integracionista no longo prazo. Legro acrescenta que as lideranças chinesas somente adotariam uma estratégia desse tipo enquanto ela fosse capaz de produzir resultados; mas ela poderia mudar caso o crescimento econômico enfraqueça, ou se as consequências negativas da liberalização econômica, como um aumento da desigualdade social, superem as consequências positivas.

Resumindo, esses quatro pontos de vista oferecem um excelente panorama do estado em que se encontram os estudos sobre o assunto, e são uma porta de entrada ideal para qualquer um que deseje obter uma melhor compreensão da ascensão chinesa, fenômeno que Ikenberry corretamente chama de “um dos grandes dramas do século XXI”.




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Re: China...

#236 Mensagem por Strider » Qua Jul 11, 2012 8:03 am

Lanchas de patrulha chinesas invadem águas japonesas

O Japão denunciou nesta quarta-feira que três lanchas de patrulha chinesas entraram nas águas territoriais japonesas na região em litígio no Mar da China oriental.

As três lanchas se aproximaram das Ilhas Senkaku (Diaoyu em chinês) na manhã desta quarta-feira e foram localizadas por um navio da guarda costeira japonesa. Segundo a guarda costeira, as lanchas foram identificadas como Yuzheng 202, "Yuzheng 204" e "Yuzheng 35001".

"Pedimos a estes barcos para abandonarem as águas territoriais do nosso país", explicaram as autoridades japonesas em um comunicado. "A mesma demanda foi formulada pelo ministério das Relações Exteriores pelos canais diplomáticos".

Há quatro dias, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, anunciou os planos de Tóquio para estas ilhas desabitadas, administradas pelo Japão e reivindicadas por China e Taiwan.

Segundo o jornal Asahi Shimbun, o governo em Tóquio planeja comprar as ilhas da família japonesa Kurihara, mas Pequim já advertiu que o Japão não tem o direito de pagar pelo arquipélago.

"As ilhas Diaoyu fazem parte do território chinês desde os tempos antigos", destacou no sábado a chancelaria em Pequim. As ilhas se encontram em águas muito ricas em pesca e em uma região onde pode haver petróleo e gás.




"Uma nação que confia em seus direitos, em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara sua própria queda."

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Re: China...

#237 Mensagem por NettoBR » Qui Jul 12, 2012 11:34 am

Concessão de crédito na China cresce acima das expectativas
DA REUTERS, EM PEQUIM - 12/07/2012 - 08h55

Bancos chineses concederam 919,8 bilhões de iuans (US$ 144,43 bilhões) em novos empréstimos em junho, atingindo o maior nível em três meses.
O empréstimo bancário é uma peça central da política do banco central do país, pois ajuda nos esforços de apoio à economia em desaceleração, aproveitando a queda nas pressões inflacionárias.

A leitura dos empréstimos em junho foi ligeiramente maior que as expectativas do mercado, de 910 bilhões de iuans, e acima dos 793,2 bilhões de maio.
"Os dados mostraram que o ritmo dos empréstimos se estabilizou, o que é uma boa notícia. Isso vai se seguir a uma estabilização do crescimento do investimento na China", disse Xianfang Ren, economista da IHS Global Insight, em Pequim.

"A oferta de liquidez melhorou muito em junho comparado com maio e abril. Isso vai incentivar o investimento e a produção industrial nos próximos meses. Isso significa que a economia chinesa chegou ao ponto mais baixo no segundo trimestre", acrescentou.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1118 ... ivas.shtml




"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: China...

#238 Mensagem por FoxHound » Seg Jul 16, 2012 5:40 pm

Gastos militares da China ultrapassam pela primeira os US$ 100 bilhões.
http://3.bp.blogspot.com/-W90VMFV8R2A/U ... ldiers.jpg

Os gastos militares da China aumentaram 11,5% em um ano e alcançou cerca de US$ 104,6 bilhões. O pressuposto gasto militar do gigante asiático poderia crescer a ainda mais em 2017, ascendendo o valor de US$ 174 bilhões.

Analistas do ICD Research estimam que nos últimos cinco anos o país asiático manterá o ritmo de aumento dos gastos militares, podem alcançar em 2017 US$ 174,9 bilhões.

Atualmente o orçamento militar da China é o maior do Ásia-Pacifico. Nos próximos cinco anos a China destinará US$ 722 bilhões para o programa de aquisição de novas armas e atualização do arsenal existente.

Segundo os próprios chineses, a China mostra maior interesse na obtenção de novas tecnologias bélicas do que na aquisição de armas já existentes.

Em fevereiro passado, outra agência de análises, a IHS Global Insight, publicou uma previsão indicando que a China até o ano de 2015 terá gastos militares da ordem de US$ 238,2 bilhões. Superando deste modo a soma dos gastos militares de todos os países região Ásia-Pacifico.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... assam.html




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Re: China...

#239 Mensagem por FoxHound » Ter Jul 17, 2012 4:36 pm

Barco de patrulha russo disparou contra navio chinês.
http://m.ruvr.ru/data/2012/07/17/129959 ... review.jpg
Foto: RIA Novosti
Guardas de fronteira russos detiveram um navio sob a bandeira da China no Mar do Japão, a bordo havia 22,5 toneladas de lula ilegalmente pescada.

O barco de patrulha de fronteira Dzerjinski perseguiu o navio chinês e, finalmente, abriu fogo contra ele. Em uma colisão durante a perseguição um homem do navio chinês caiu ao mar, e sua busca não deu resultados.

“Depois de três horas de perseguição o Dzerjinski disparou tiros de advertência da artilharia de bordo, mas o navio não parou e continuou manobrando perigosamente, o que resultou em uma colisão com o navio de patrulha de fronteira,” disseram na direção do serviço de fronteiras do FSB russo. Todos os membros da tripulação eram cidadãos da China.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_07_17/81809339/




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Re: China...

#240 Mensagem por FoxHound » Ter Jul 17, 2012 8:30 pm

China está desenvolvendo satélite especial para “guiar” os mísseis “matadores de porta-aviões” do tipo DF-21D.
http://1.bp.blogspot.com/-BZFP-RxT2p8/T ... DF-21D.jpg
Acima o Míssil Balístico Anti-navio DF-21D - Tal arma é considerada a mais temida do arsenal convencional da China

A China noticiou que está trabalhando no desenvolvendo de um satélite especial afim de “guiar” os mísseis balísticos anti-navio do tipo DF-21D, intitulados “matadores de porta-aviões”.

O jornal Shanghai Eastday na última quinta-feira citou um relatório Project 2049 Institute (um meeting de defesa americano) que diz que a China está a desenvolver satélites de alta-definição, radares-satélites, satélites de reconhecimento eletrônico e outros pequenos satélites poderosos capaz de rastrear e atacar os porta-aviões americanos e suas escoltas em tempo real.

Ao usar satélites que operam em órbita terrestre baixa, os militares chineses esperam melhorar a precisão de ataque de mísseis balísticos de médio e longo alcance por localizar alvos com precisão.

A China vem armazenando mais e mais mísseis balísticos anti-navio DF-21D em uma base militar. O DF-21D tem alcance efetivo de mais de 3.000 km e é capaz de atacar os porta-aviões americanos no Pacifico Oeste, Oceano Índico e no Mar da China Meridional.

Um satélite meteorológico chinês, que entrou em operação em 2008, já tem algumas dessas funções, assim relata o Project 2049 Institute. O satélite tem 12 sensores para todo o tipo de clima, os quais podem fornecer a localização exata e os sinais do alvo, além da informação sobre o tempo. Entende-se que a China também está desenvolvendo um satélite de alerta antecipado para a detecção e o contra-ataque dos mísseis balísticos inimigos.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... elite.html




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