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Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 9:22 am
por Túlio
O que até hoje não sei é se o lançador pode conduzir e disparar só um ou dois desses; consta que pesa mais de uma tonelada e a carga máxima da VTR mal costuma chegar a 1,5 tons (4x SS-60/80); tem também o calibre, cerca de 50% maior que o do SS-60/-80. O mesmo vale para o SS-150 (se a Avibras continua seguindo o caminho que a levou ao lugar que ocupa hoje, é possivelmente uma versão muito melhorada do antigo SONDA III - os SS-60/80 descendem do SONDA II). Observem o tamanho, me parece bater com os 55 cm de diâmetro do aludido SONDA III:

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Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 10:02 am
por Brasileiro
Que eu me lembre, nos Requisitos Operacionais Básicos, constam que deve haver capacidade de 2 mísseis por veículo lançador.

Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 10:06 am
por Túlio
Brasileiro escreveu:Que eu me lembre, nos Requisitos Operacionais Básicos, constam que deve haver capacidade de 2 mísseis por veículo lançador.

Sei lá, em minha opinião a Avibrás deveria checar com os outros clientes (atuais e potenciais) por seus próprios ROBs. É o que a EMBRAER faz e tem se dado muito bem, e a citada Avibrás já viu bem no que dá ser voltada para UM SÓ cliente, ficando a exportação ao sabor da sorte. Não foi à toa que passou anos em recuperação...

Notícia do ano passado:
Quase toda a receita da empresa vem de operações no mercado externo. Em 2015 a participação das Forças Armadas brasileiras no volume total do faturamento (R$ 1,1 bi) ficou em R$ 100 milhões. Em 2016, por causa da crise econômica e das restrições orçamentárias, não deve passar de R$ 80 milhões.

http://exame.abril.com.br/ciencia/com-m ... neste-ano/

Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 10:40 am
por LeandroGCard
Brasileiro escreveu:Já faz um tempo (mais de um ano eu acho) que divulgaram images deste novo design. Não sei opinar tecnicamente sobre isso, mas parece ser um design melhor pra velocidade média de 900~1000 km/h. E é verdade também, que ficou bem bonito! Basta um radar, ou sensor ótico, e tem-se facilmente um belo de um míssil de defesa costeira.
Porque só defesa costeira?

Daria um bom míssil embarcado também.

Túlio escreveu:O que até hoje não sei é se o lançador pode conduzir e disparar só um ou dois desses; consta que pesa mais de uma tonelada e a carga máxima da VTR mal costuma chegar a 1,5 tons (4x SS-60/80); tem também o calibre, cerca de 50% maior que o do SS-60/-80. O mesmo vale para o SS-150 (se a Avibras continua seguindo o caminho que a levou ao lugar que ocupa hoje, é possivelmente uma versão muito melhorada do antigo SONDA III - os SS-60/80 descendem do SONDA II). Observem o tamanho, me parece bater com os 55 cm de diâmetro do aludido SONDA III:

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Se entendi direito (o som estava péssimo) o narrador do vídeo que você colocou fala em diâmetro de 45 cm e peso de 1400 Kg no lançamento. E não faria muito sentido o diâmetro estar atrelado ao do primeiro estágio do Sonda-III, já que este usava combustível sólido e o AV-MT usa uma turbina para propulsão. Eu acharia muito esquisito montar todo o design do míssil em função do diâmetro apenas do booster de aceleração inicial.

Túlio escreveu:Sei lá, em minha opinião a Avibrás deveria checar com os outros clientes (atuais e potenciais) por seus próprios ROBs. É o que a EMBRAER faz e tem se dado muito bem, e a citada Avibrás já viu bem no que dá ser voltada para UM SÓ cliente, ficando a exportação ao sabor da sorte. Não foi à toa que passou décadas em recuperação...
Foi exatamente o que ela fez.

Este míssil não está sendo desenvolvido para o EB, se fosse para ele ainda estaríamos nos SS-60 e olhe lá. É um produto especificamente para exportação, basta ver as especificações anunciadas, feitas para ficarem dentro do MTCR. O EB está apenas pegando carona no programa e fazendo seu oba-oba, já que ele tem que ser envolvido de qualquer jeito (se não o míssil sequer teria onde ser testado).

Agora, é o primeiro míssil com este nível de sofisticação da Avibrás, que antes mal e mal desenvolvia foguetes "burros" (na verdade por décadas usou os motores dos foguetes Sonda e olhe lá), então ela está aprendendo ainda e isso explica as constantes mudanças de design e o longo tempo de desenvolvimento. Mas pode ter certeza de que a maior parte dos mísseis produzidos, se algum dia ele realmente entrar em produção, irá para fora de nossas fronteiras.


Leandro G. Card

Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 10:48 am
por Túlio
LeandroGCard escreveu: Daria um bom míssil embarcado também.
Com uma mexida no design (furtividade) já bateria o NSM; só como está já bate o Harpoon. Mas na MB acho brabo, estão apostando tudo no seu Exocet Mk1 Reloaded... :roll: :roll: :roll: :roll:

LeandroGCard escreveu:Se entendi direito (o som estava péssimo) o narrador do vídeo que você colocou fala em diâmetro de 45 cm e peso de 1400 Kg no lançamento. E não faria muito sentido o diâmetro estar atrelado ao do primeiro estágio do Sonda-III, já que este usava combustível sólido e o AV-MT usa uma turbina para propulsão. Eu acharia muito esquisito montar todo o design do míssil em função do diâmetro apenas do booster de aceleração inicial.
Confundiste, falei que o SS-150 (e não o AV-TM) parece ser baseado no SONDA III, o que seguiria o histórico da empresa e ambos são de combustível sólido.

Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 11:35 am
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Confundiste, falei que o SS-150 (e não o AV-TM) parece ser baseado no SONDA III, o que seguiria o histórico da empresa e ambos são de combustível sólido.
Ah, sim, então está OK. Me confundi mesmo :oops: .


Leandro G. Card

Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 11:59 am
por Túlio
LeandroGCard escreveu:Ah, sim, então está OK. Me confundi mesmo :oops: .

Leandro G. Card
Tá, mas não notaste OUTRA coisa ainda mais interessante? É dado que o AV-TM transporta uma carga de 200 kg a uma distância de 300 km. Bueno, não é curioso que o Harpoon L Block 2 alcance quase a mesma distância (278 km) com uma ogiva mais poderosa (221 kg) e turbina bem menos potente (660 lb), sendo ainda bem menor e mais leve que o AV-TM? Pior, enquanto o AV-TM precisa apenas de guiagem INS/GPS, o citado Harpoon deve levar radar de pontaria e ainda radar-altímetro, que ocupam bastante espaço e acrescentam peso?

Meu ponto: os dados de alcance e carga do AV-TM parecem estar BASTANTE subestimados, por uma interpretação errônea do MCTR/MTCR que, se entendi, exigem que o Msl não tenha alcance superior a 300 km OU leve ogiva com peso igual ou superior a 500 kg. Por aqui parece que trocaram o "ou" por "e" mas, QED, não precisa um Msl tão grande e com turbina tão potente para cumprir isso, ainda por cima sem usar radar nem radar-altímetro.

Algo não está batendo: pela lógica, ou o alcance ou a carga, um dos dois (no mínimo) tem que ser bem maior do que o alegado, ainda mais com as novas asas...

Re: AVIBRAS

Enviado: Sex Mar 24, 2017 12:23 pm
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Tá, mas não notaste OUTRA coisa ainda mais interessante? É dado que o AV-TM transporta uma carga de 200 kg a uma distância de 300 km. Bueno, não é curioso que o Harpoon L Block 2 alcance quase a mesma distância (278 km) com uma ogiva mais poderosa (221 kg) e turbina bem menos potente (660 lb), sendo ainda bem menor e mais leve que o AV-TM? Pior, enquanto o AV-TM precisa apenas de guiagem INS/GPS, o citado Harpoon deve levar radar de pontaria e ainda radar-altímetro, que ocupam bastante espaço e acrescentam peso?

Meu ponto: os dados de alcance e carga do AV-TM parecem estar BASTANTE subestimados, por uma interpretação errônea do MCTR/MTCR que, se entendi, exigem que o Msl não tenha alcance superior a 300 km OU leve ogiva com peso igual ou superior a 500 kg. Por aqui parece que trocaram o "ou" por "e" mas, QED, não precisa um Msl tão grande e com turbina tão potente para cumprir isso, ainda por cima sem usar radar nem radar-altímetro.

Algo não está batendo: pela lógica, ou o alcance ou a carga, um dos dois (no mínimo) tem que ser bem maior do que o alegado, ainda mais com as novas asas...
Sim, provavelmente ele pode ter alcances substancialmente maiores.

Mas nem esquente, o míssil ainda nem deve ter voado na sua configuração final ainda, então nem se sabe realmente qual o alcance potencial. A Avibrás não tem as facilidades da Embraer de ficar mandando modelos em escala para os EUA para levantar experimentalmente as características aerodinâmicas de seus produtos, então muita coisa só será descoberta mesmo na prática. O que ela pode garantir é que o míssil com certeza vai cumprir pelo menos estes valores indicados, pois tem muita margem de segurança para isso.

Estes valores são basicamente de catálogo, para não gerar expectativas e interesses em gente que não interessa.


Leandro G. Card

Re: AVIBRAS

Enviado: Sáb Mar 25, 2017 12:10 pm
por Luís Henrique
LeandroGCard escreveu:
Túlio escreveu:Tá, mas não notaste OUTRA coisa ainda mais interessante? É dado que o AV-TM transporta uma carga de 200 kg a uma distância de 300 km. Bueno, não é curioso que o Harpoon L Block 2 alcance quase a mesma distância (278 km) com uma ogiva mais poderosa (221 kg) e turbina bem menos potente (660 lb), sendo ainda bem menor e mais leve que o AV-TM? Pior, enquanto o AV-TM precisa apenas de guiagem INS/GPS, o citado Harpoon deve levar radar de pontaria e ainda radar-altímetro, que ocupam bastante espaço e acrescentam peso?

Meu ponto: os dados de alcance e carga do AV-TM parecem estar BASTANTE subestimados, por uma interpretação errônea do MCTR/MTCR que, se entendi, exigem que o Msl não tenha alcance superior a 300 km OU leve ogiva com peso igual ou superior a 500 kg. Por aqui parece que trocaram o "ou" por "e" mas, QED, não precisa um Msl tão grande e com turbina tão potente para cumprir isso, ainda por cima sem usar radar nem radar-altímetro.

Algo não está batendo: pela lógica, ou o alcance ou a carga, um dos dois (no mínimo) tem que ser bem maior do que o alegado, ainda mais com as novas asas...
Sim, provavelmente ele pode ter alcances substancialmente maiores.

Mas nem esquente, o míssil ainda nem deve ter voado na sua configuração final ainda, então nem se sabe realmente qual o alcance potencial. A Avibrás não tem as facilidades da Embraer de ficar mandando modelos em escala para os EUA para levantar experimentalmente as características aerodinâmicas de seus produtos, então muita coisa só será descoberta mesmo na prática. O que ela pode garantir é que o míssil com certeza vai cumprir pelo menos estes valores indicados, pois tem muita margem de segurança para isso.

Estes valores são basicamente de catálogo, para não gerar expectativas e interesses em gente que não interessa.


Leandro G. Card
Acredito que pelo tamanho e peso o AV-TM-300 pode facilmente ser transformado em um AV-TM-1000
Possui mais semelhança com o tomahawk americano do que com o harpoon.

A questão de 300 km de alcance deve ser realmente devido ao tratado.
Para ficar mais FÁCIL de entrar no mercado de exportações.

Mas eu também entendo este tratado como o Tulio disse.
São 300 km de alcance para mísseis com capacidade para mais de 500 kg de ogiva explosiva.
Portanto, entendo que com 200 kg de ogiva, ou até com 495 kg de ogiva, ele poderia ter 2.000 km de alcance e ser exportado.

Afinal, o Tomahawk possui QUASE 500 kg de carga explosiva e mais de 1.000 km de alcance e é EXPORTÁVEL. Ou não?

Re: AVIBRAS

Enviado: Sáb Mar 25, 2017 2:36 pm
por Marechal-do-ar
Mas acho que os EUA não assinaram esse acordo...

Re: AVIBRAS

Enviado: Dom Mar 26, 2017 10:20 am
por pmicchi
A Avibras precisa desenvolver uma versão AV-TM para lançamento do ar. Acredito que uma versão ar-terra (ou antinavio?) pesaria um pouco menos e poderia ser facilmente transportada pelo Gripen NG.

E se pendurar um em cada asa dos KC-390, teríamos um bombadeiro estratégico :mrgreen: !

Re: AVIBRAS

Enviado: Dom Mar 26, 2017 10:24 am
por Túlio
Acho brabo, faz mais de meio século que a FAB tenta criar um Comando Estratégico com bombardeiros pesados e nunca deu, a coisa mais parecida que conseguiram foi o AMX. Se quisessem algo assim, teriam que comprar pelo menos uns FLANKERS, com longo alcance e cujos pilones podem levar mísseis de até 3 tons...

Re: AVIBRAS

Enviado: Dom Mar 26, 2017 1:18 pm
por pmicchi
Túlio escreveu:Acho brabo, faz mais de meio século que a FAB tenta criar um Comando Estratégico com bombardeiros pesados e nunca deu, a coisa mais parecida que conseguiram foi o AMX. Se quisessem algo assim, teriam que comprar pelo menos uns FLANKERS, com longo alcance e cujos pilones podem levar mísseis de até 3 tons...
Eu sei que parece maluco, mas já fizeram pior que isso com os Hercules: os americanos lançavam VANTs, os hermanos atacaram navios com bombas de queda livre. Por que não incluir um pilones no KC-390?

Um KC-390 poderia alcançar a Patagonia com dois AV-MT ou cobrir distancias enormes no Atlantico Sul em ataque antinavio.

Re: AVIBRAS

Enviado: Dom Mar 26, 2017 2:46 pm
por Túlio
pmicchi escreveu:
Eu sei que parece maluco, mas já fizeram pior que isso com os Hercules: os americanos lançavam VANTs, os hermanos atacaram navios com bombas de queda livre. Por que não incluir um pilones no KC-390?

Um KC-390 poderia alcançar a Patagonia com dois AV-MT ou cobrir distancias enormes no Atlantico Sul em ataque antinavio.
Cupincha, esqueceste de escrever EM TESE! Porque em tese dá para fazer tudo, até tirar as asas e turbofans do 390, botar turboprop e rotor e teríamos o maior helicóptero do mundo :lol: .
E falando em tirar/botar, teria que tirar a asa atual do AV-MT e botar radar de pontaria + radar-altímetro para cumprir funções ASuW. De preferência uma ogiva maior também.

Claro, em tese.

Aliás, o avião iria atacar o quê? Porque, daquele tamanhão e lento (mach 0.80), se fosse uma FT nucleada em NAe(s), seria detectado, interceptado e abatido bem antes de causar algum estrago.

Novamente, em tese.

Re: AVIBRAS

Enviado: Dom Mar 26, 2017 10:27 pm
por pmicchi
Túlio escreveu:
pmicchi escreveu:
Eu sei que parece maluco, mas já fizeram pior que isso com os Hercules: os americanos lançavam VANTs, os hermanos atacaram navios com bombas de queda livre. Por que não incluir um pilones no KC-390?

Um KC-390 poderia alcançar a Patagonia com dois AV-MT ou cobrir distancias enormes no Atlantico Sul em ataque antinavio.
Cupincha, esqueceste de escrever EM TESE! Porque em tese dá para fazer tudo, até tirar as asas e turbofans do 390, botar turboprop e rotor e teríamos o maior helicóptero do mundo :lol: .
E falando em tirar/botar, teria que tirar a asa atual do AV-MT e botar radar de pontaria + radar-altímetro para cumprir funções ASuW. De preferência uma ogiva maior também.

Claro, em tese.

Aliás, o avião iria atacar o quê? Porque, daquele tamanhão e lento (mach 0.80), se fosse uma FT nucleada em NAe(s), seria detectado, interceptado e abatido bem antes de causar algum estrago.

Novamente, em tese.
Para atacar um NAe grande, nem todos os Gripen da FAB juntos seriam suficientes! Não pensei nisso .... mas serve em todo resto. MANs são usados em P-3 Orions ainda mais lentos ou mesmo nos novos P-8 Poseidon e eles são armas de ataque antinavio interessantes em várias situações. Seria uma forma de dar uma função secundária para a frota de KC-390.

Já numa função de ataque terrestre, nenhum bombardeio estratégico espera se deparar com os interceptadores inimigos. Isso pode ser evitado usando armas stand-off como o AV-MT ou em situações que não existe ameaça de interceptação inimiga.

Isso tudo "em tese", com vc bem lembrou :wink: . São só idéias. Se ao menos conseguirmos o uso dessas armas no Gripen, já seria um enorme avanço na capacidade da FAB.