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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 11:36 am
por prp
:D :D :D Lula jogou merda no ventilador e arrancou a mascara dos hipócritas. :twisted: :twisted: :twisted: [004]

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 11:40 am
por kurgan
26/05/2010 - 11h12 / Atualizada 26/05/2010 - 11h15
Polônia agradece sistema de mísseis dos EUA


Varsóvia, 26 mai (EFE).- O ministro da Defesa polonês, Bogdan Kilch, agradeceu hoje aos Estados Unidos pela bateria de mísseis Patriot, que junto com mais de 100 militares americanos ficarão em uma base na cidade de Morag, perto da fronteira com o enclave russo de Kaliningrado.

Na cerimônia de recepção também esteve o embaixador dos EUA na Polônia, Lee Feinstein, assim como o diretor das operações logísticas americanas na Europa, o general Mark Bellini.

"Consideramos que a posição do sistema Patriot na Polônia é um importante passo para o fortalecimento de nossa segurança nacional e o desenvolvimento da cooperação com os EUA, não tanto pelo armamento em si, mas pelas pessoas, os soldados americanos que manejarão esta bateria", disse Klich.

"A colaboração entre Polônia e Estados Unidos é a promessa de um mundo mais seguro", acrescentou o diplomata americano.

Embora a recepção oficial tenha ocorrido hoje, a maioria dos soldados norte-americanos já haviam chegado a Morag na segunda-feira passada procedentes da Alemanha.

Esses militares estarão submetidos à legislação polonesa, uma das exigências de Varsóvia para aceitar a presença de tropas estrangeiras em seu território.

Como já fizeram quando a Polônia adquiriu caças F16 do Exército americano, o objetivo dos soldados dos EUA é treinar militares poloneses para o manejo dos mísseis Patriot.

Essa presença americana na Polônia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), é fruto de um acordo firmado entre Varsóvia e Washington durante a gestão do ex-presidente George W. Bush.

Do ponto de vista técnico, o escudo antimísseis, que acabou sendo desprezado pelo novo líder americano, Barack Obama, não tem relação com o sistema de mísseis Patriot, que é um armamento de curto/médio alcance demandado pela Polônia como uma das condições para aceitar o escudo antimísseis de Bush.

A presença americana em Morag, a apenas 60 quilômetros da Rússia, não foi bem recebida em Moscou.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... s-eua.jhtm

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 11:43 am
por kurgan
Marino escreveu:JOSÉ LUÍS FIORI
Um acordo e seis verdades

"A mediação bem sucedida de Lula com o Irã alçaria o Brasil no cenário mundial." O
Globo, 16 de maio de 2010, p. 38.

Na terça feira, 18 de maio de 2010, foi assinado o Acordo Nuclear entre o Brasil, a Turquia e o
Irã, que dispensa maiores apresentações. E como é sabido, quarenta e oito horas depois da assinatura
do Acordo, os Estados Unidos propuseram ao Conselho de Segurança da ONU, uma nova rodada de
sanções ao Irã, junto com a Inglaterra, França e Alemanha, e com o apoio discreto da China e da Rússia.
Apesar da rapidez dos acontecimentos, já é possível decantar algumas verdades no meio da
confusão:

1) A iniciativa diplomática do Brasil e da Turquia não foi uma "rebelião da periferia", nem foi um
desafio aberto ao poder americano. Neste momento, os dois países são membros não permanentes do
Conselho de Segurança da ONU, e desde o início contaram com o apoio e o estímulo de todos os cinco
membros permanentes. Além disso, as diplomacias brasileira e turca estiveram em contato permanente
com os governos desses países durante a negociação. A Turquia pertence à OTAN, e abriga em seu
território armas atômicas norte-americanas. E o presidente Lula recebeu carta de estímulo do presidente
Barack Obama, duas semanas antes da assinatura da visita de Lula, e a secretária de Estado norteamericana
declarou - na véspera do Acordo - que se tratava da "última esperança" de solucionar de
forma diplomática a "questão Nuclear iraniana".

2) O que provocou surpresa e irritação em alguns setores, portanto, não foram as negociações,
nem os termos do acordo final, que já eram conhecidos. Foi o sucesso do presidente brasileiro que todos
consideravam impossível ou muito improvável. Sua mediação viabilizou o acordo, e ao mesmo tempo
descalçou a proposta de sanções articulada pela secretária de Estado americana depois de sucessivas
concessões à Rússia e à China. E, além disso, criou uma nova realidade que já escapou ao controle dos
Estados Unidos e seus aliados, e do Brasil e Turquia.

3) A reação americana contra o Acordo foi rápida e ágil, mas o preço que os Estados Unidos
pagarão pela sua posição contra esta iniciativa pacifista será muito alto. Perdem autoridade moral dentro
das Nações Unidas e perdem credibilidade entre seus aliados do Oriente Médio, com a exceção de
Israel, por razões óbvias. E já agora, passe o que passe, o Brasil e a Turquia serão uma referência ética
e pacifista, em todos os desdobramentos futuros deste contencioso.

4) Existe consenso que a estrutura de governança mundial estabelecida depois da II Guerra
Mundial, e reformulada depois do fim da Guerra Fria, já não corresponde à configuração do poder
mundial. Está em curso uma mudança na distribuição dos recursos do poder global, mas não se trata de
um processo automático, e dependerá muito da capacidade estratégica e da ousadia dos governos
envolvidos nesse processo de transformação. O Oriente Médio faz parte da zona de segurança e
interesse imediato da Turquia, mas no caso do Brasil, foi a primeira vez que interveio numa negociação
longe de sua zona imediata de interesse regional, envolvendo uma agenda Nuclear, e todas as grandes
potências do mundo. A mensagem foi clara: o Brasil quer ser uma potência global e usará sua influência
para ajudar a moldar o mundo, além de suas fronteiras. E o sucesso do Acordo já consagrou uma nova
posição de autonomia do Brasil, com relação aos Estados Unidos, Inglaterra e França e, também, com
relação aos países do Bric.

5) O acordo seguirá sendo a melhor chance para prevenir um conflito militar em todo o Oriente
Médio. As sanções em discussão são fracas, já foram diluídas, não são totalmente obrigatórias, e não
atingirão a capacidade de resistência iraniana. Pelo contrário, se foram aprovadas e aplicadas, liberarão
automaticamente o governo do Irã de qualquer controle ou restrição, diminuirão o controle norteamericano
e da AIEA, acelerarão o Programa Nuclear iraniano e aumentarão a probabilidade de um
ataque israelense. Porque os Estados Unidos já estão envolvidos em duas guerras, e não é provável que
a OTAN assuma diretamente esta nova frente de batalha, a despeito do anti-islamismo militante, dos
atuais governos de direita, da Alemanha, França e Itália.

6) Por fim, o jornal "O Globo" foi quem acertou em cheio, ao prever - com perfeita lucidez - na
véspera do Acordo, que o sucesso da mediação do presidente Lula com o Irã projetaria o Brasil,
definitivamente, no cenário mundial. O que de fato aconteceu, estabelecendo uma descontinuidade
definitiva com relação à política externa do governo FHC, que foi, ao mesmo tempo, provinciana e
deslumbrada, e submissa aos juízos e decisões estratégicas das grandes potências.

José Luís Fiori é professor titular de economia política internacional do Núcleo de Estudos
Internacionais da UFRJ, e co-autor do livro "O Mito do Colapso do Poder Americano", da Editora
Record, 2008. Escreve mensalmente às quartas-feiras.


excelente texto Marino. :wink:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 3:22 pm
por kurgan
26/05/2010-12h41
Reino Unido possui 225 ogivas nucleares, diz chanceler britânico

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Revelando pela primeira vez informações oficiais atualizadas sobre seu arsenal nuclear, o Reino Unido confirmou que possui 225 ogivas, numa manobra que visa mais clareza sobre as armas atômicas que o país detém.

Em discurso no Parlamento, o chanceler britânico William Hague informou o número oficial, e disse que "é chegada a hora de ser mais aberto sobre as armas que nós possuímos". Anteriormente oficiais teriam informado que o país detinha 160 ogivas em operação.

Membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), o Reino Unido é uma das nações que possuem armas nucleares no mundo.

EUA

Ainda no mês passado, durante a conferência sobre o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), os Estados Unidos confirmaram o tamanho de seu arsenal nuclear, com 5.113 ogivas.

O Pentágono anunciou no fim de setembro de 2009 o arsenal nuclear americano estava composto por 5.113 ogivas nucleares, informação considerada até então "secreta".

O governo americano indicou que estas seriam suas ogivas nucleares ativas, mas que possui também outras milhares de armas nucleares desativadas.

Os EUA haviam divulgado o número de ogivas estratégicas operacionalmente instaladas em 1.968 no final de 2009 -- bem menos que as 10 mil de 1991. É a primeira vez, no entanto, que o total geral é revelado. De acordo com dados divulgados pelo Pentágono, o arsenal americano foi reduzido em 84%, de um total de 31.225 armas nucleares que o país possuía em 1967.

Segundo a Federação de Cientistas Americanos, órgão sem fins lucrativos, o número não inclui as armas nucleares desativadas, que aguardam desmontagem -- estimadas em cerca de 4.600.

Para analistas, ao revelar as informações durante a conferência para a revisão do TNP, os EUA tentam demonstrar que trabalham para diminuir seu arsenal nuclear, tentando, dessa forma, persuadir outros países a endurecer o controle da proliferação de tais armas.

"É enormemente importante para os Estados Unidos conseguirem dizer: 'Olhem, estamos cumprindo nossas obrigações sob o TNP'", disse Hans Kristensen, diretor do Projeto de Informação Nuclear da Federação dos Cientistas Americanos. Só assim, segundo ele, Washington conseguirá convencer outros países a adotar novas medidas para limitar a proliferação.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/7410 ... nico.shtml

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 4:09 pm
por Enlil
marcelo l. escreveu:http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/robert-fisk-o-jornalismo-e-as-palavras-do-poder.html

O correspondente do jornal britânico The Independent no Oriente Médio, Robert Fisk, fez o seguinte discurso no quinto fórum anual da emissora árabe Al Jazeera, em 23 de maio:

Excelente, notável como de costume de Robert Fisk quando fala sobre o Oriente Médio. Sem dúvida poucas pessoas no mundo tem tanta propriedade para falar sobre o assunto, sobre a manipulação e hipocrisias q sustentam o statu quo pró-potências Ocidentais, petro-oligarquias e Israel na região. Infelizmente a imensa maioria nas sociedades ocidentais ou ocidentalizadas deixa-se levar pela mídia e pelos "donos do poder", repetem infinitamente o mesmo discurso, aliás, muito costumazmente reproduzido até cansar em fóruns por supostos "iluminados" ou "especialistas" q são quem sabem a "verdade". Sugiro q leiam a "A Grande Guerra pela Civilização", de preferência q não seja "surfando". Muito obrigado pela indicação, marcelo l., são textos como este q fazem valher a pena minha alfabetização. Acho q este texto deveria ser replicado no tópico sobre o conflito entre Israel e Palestinos.

Um grande [], até mais...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 5:10 pm
por tenso
Não sei se encaixa aqui, mas lá vai:

Para Serra, governo da Bolívia é cúmplice do tráfico

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou que o governo boliviano é cúmplice das quadrilhas de traficantes locais, que enviam, segundo ele, 90% da cocaína produzida no país para ser consumida no Brasil. De acordo com Serra, é impossível que as autoridades bolivianas não saibam do envio desta quantidade da droga para o Brasil. As declarações de José Serra foram dadas durante entrevista ao programa "Se liga, Brasil", na Rádio Globo, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (26).

"A cocaína vem de 80% a 90% da Bolívia, que é um governo amigo, não é? Como se fala muito", ironizou o pré-candidato. "Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disto. Quem tem que enfrentar esta questão? O governo federal", declarou Serra.

Incidente
"Não temo um incidente diplomático. A melhor coisa diplomática para o governo da Bolívia é passar a combater ativamente a entrada da cocaína no Brasil", acrescentou. O presidente da Bolívia Evo Morales, é um dos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na América Latina.

Serra acredita que a polícia brasileira também poderia ser mais eficiente no combate ao ingresso da droga pela fronteira. Ele reiterou o compromisso de que, se eleito, atuar no combate à criminalidade e manteve a promessa de criar o Ministério da Segurança Pública. A pasta, segundo ele, teria entre suas incumbências o combater à entrada de drogas.

Se necessário, disse que vai alterar a Constituição para viabilizar a ação mais efetiva do governo federal na área da segurança pública. "Se necessário, a gente altera a Constituição. Eu acho (que seria fácil) porque para a família brasileira as duas coisas mais importantes são segurança e saúde. Não acredito que alguém se oponha a isso", afirmou, ao lembrar que atualmente o combate à violência é atribuição dos Estados.


http://g1.globo.com/especiais/eleicoes- ... rafic.html

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 5:38 pm
por Carlos Mathias
"As armas vem de 80% a 90% dos EUA, que é um governo amigo, não é? Como se fala muito"

"Você acha que os EUA iria exportar 90% das armas consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disto. Quem tem que enfrentar esta questão? O governo federal"

Dá prá achar um bucha em cada esquina. A questão é se vai-se ter coragem de peitar Buana & Cia.
Bater na Bolívia é mole, típica política externa tucana.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 5:49 pm
por EDSON
Vamos esmagar os mais fracos e se ajolelhar ante aos mais poderosos. :mrgreen:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 6:05 pm
por Enlil
kurgan escreveu:26/05/2010 - 11h12 / Atualizada 26/05/2010 - 11h15
Polônia agradece sistema de mísseis dos EUA


Varsóvia, 26 mai (EFE).- O ministro da Defesa polonês, Bogdan Kilch, agradeceu hoje aos Estados Unidos pela bateria de mísseis Patriot, que junto com mais de 100 militares americanos ficarão em uma base na cidade de Morag, perto da fronteira com o enclave russo de Kaliningrado.

Na cerimônia de recepção também esteve o embaixador dos EUA na Polônia, Lee Feinstein, assim como o diretor das operações logísticas americanas na Europa, o general Mark Bellini.

"Consideramos que a posição do sistema Patriot na Polônia é um importante passo para o fortalecimento de nossa segurança nacional e o desenvolvimento da cooperação com os EUA, não tanto pelo armamento em si, mas pelas pessoas, os soldados americanos que manejarão esta bateria", disse Klich.

"A colaboração entre Polônia e Estados Unidos é a promessa de um mundo mais seguro", acrescentou o diplomata americano.

Embora a recepção oficial tenha ocorrido hoje, a maioria dos soldados norte-americanos já haviam chegado a Morag na segunda-feira passada procedentes da Alemanha.

Esses militares estarão submetidos à legislação polonesa, uma das exigências de Varsóvia para aceitar a presença de tropas estrangeiras em seu território.

Como já fizeram quando a Polônia adquiriu caças F16 do Exército americano, o objetivo dos soldados dos EUA é treinar militares poloneses para o manejo dos mísseis Patriot.

Essa presença americana na Polônia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), é fruto de um acordo firmado entre Varsóvia e Washington durante a gestão do ex-presidente George W. Bush.

Do ponto de vista técnico, o escudo antimísseis, que acabou sendo desprezado pelo novo líder americano, Barack Obama, não tem relação com o sistema de mísseis Patriot, que é um armamento de curto/médio alcance demandado pela Polônia como uma das condições para aceitar o escudo antimísseis de Bush.

A presença americana em Morag, a apenas 60 quilômetros da Rússia, não foi bem recebida em Moscou.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... s-eua.jhtm
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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 26, 2010 7:02 pm
por Carlos Mathias
:lol: :lol: :lol: :lol:
8-]

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 27, 2010 8:41 am
por Penguin
FSP, São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2010

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CLÓVIS ROSSI

Vale o que está escrito, Obama?
SÃO PAULO - Nunca acreditei muito na "flaflulização" do relacionamento Brasil x Estados Unidos. Sempre achei que as rusguinhas (por Honduras, pelas bases na Colômbia, mesmo pelo contencioso nuclear com o Irã) não eram sérias o suficiente para turvar um entendimento que está no melhor ponto de todos os tempos.
O recente acordo militar entre os dois países só fez consolidar minha sensação, fruto também de conversas com fontes dos dois lados.
Agora, no entanto, há uma perplexidade do lado de cá com a atitude da administração Obama em relação ao acordo Brasil/Turquia/Irã que pode passar a um azedume absolutamente desnecessário.
A culpa não é do suposto esquerdismo da política externa brasileira. Um governo que tem parceria estratégica tanto com os Estados Unidos como com a União Europeia -os dois baluartes do capitalismo- não pode, por definição, ter uma política esquerdista.
Aliás, se eu fosse de esquerda radical, até diria que Lula foi pau-mandado de Barack Obama no acordo que teceu no Irã, junto com a Turquia. Tudo o que consta do acordo estava solicitado por Obama na carta que enviou a Lula, pouco antes de o presidente brasileiro viajar a Teerã. Nada saiu do "script".
Logo, a reação norte-americana (é verdade que mais de Hillary Clinton que de Obama) só pode mesmo provocar perplexidade em Brasília.
Leia, por favor, em Mundo a comparação entre o acordo e a carta de Obama para comprovar por você mesmo se há ou não boas razões para perplexidade.
Torço para que tenha razão Farideh Farhi, do Departamento de Ciência Política da Universidade do Havaí, que, em entrevista para o Council on Foreign Relations, diz que a reação de Washington "é o tipo de teatro que os EUA acham necessário antes de se engajar em negociações com os iranianos".

crossi@uol.com.br

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 27, 2010 9:37 am
por Marino
OPINIÃO
Feio quanto parece
Thomas L. Friedman
Confesso que quando vi a foto do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, com seu colega
brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o premier turco, Recep Tayyip Erdogan, de braços levantados,
depois de assinar o acordo para supostamente desarmar a crise sobre o programa nuclear iraniano, tudo
o que pude pensar foi: há algo pior do que assistir a democratas vendendo outros democratas a um
criminoso iraniano, que nega o Holocausto e frauda eleições, só para implicar com os EUA e mostrar que
eles também podem tomar parte do jogo dos poderosos? Durante anos, países não alinhados e em
desenvolvimento acusaram os EUA de satisfazer cinicamente seus interesses, sem levar em conta os
direitos humanos, observou Karim Sadjadpour, da Carnegie Endowment. À medida que Turquia e Brasil
aspiram a atuar globalmente, vão se defrontar com as mesmas críticas que antes faziam.
A visita de Lula e Erdogan ocorreu dias após o Irã executar cinco prisioneiros políticos. Eles
abraçaram Ahmadinejad, mas nada disseram sobre direitos humanos.
Turquia e Brasil são democracias nascentes que superaram suas próprias ditaduras militares. É
vergonhoso que seus líderes fortaleçam um presidente que usa o Exército para matar democratas
iranianos que buscam a mesma liberdade política e de expressão de que turcos e brasileiros hoje
desfrutam. Lula é um gigante político, mas moralmente tem sido decepcionante, disse Moisés Naím,
editor da revista Foreign Policy. Lula tem apoiado os que frustram a democracia na América Latina,
observou. Ele regularmente elogia Hugo Chávez, da Venezuela, e o ditador cubano Fidel Castro e agora
Ahmadinejad , enquanto denuncia a Colômbia, uma das histórias democráticas de sucesso, porque o
país permitiu que os EUA usem bases locais para combater o narcotráfico. Lula tem sido ótimo para o
Brasil, mas terrível para seus vizinhos democráticos, disse Naím. Lula se tornou conhecido como líder
dos trabalhadores no Brasil, mas virou as costas a líderes dos trabalhadores duramente reprimidos no
Irã.
O Irã tem hoje 2.200 quilos de urânio com baixo teor de enriquecimento. Pelo acordo do dia 17, o
país supostamente concordou em enviar 1.200 quilos à Turquia para conversão em combustível para seu
reator médico em Teerã que não pode ser usado para uma bomba.
Mas isto ainda deixaria o Irã com cerca de 1.000 quilos, que o país continua se recusando a
submeter à inspeção internacional e está livre para continuar a reprocessar aos elevados níveis de
enriquecimento requeridos para a bomba. Especialistas afirmam que o Irã levaria seis meses para
acumular novamente quantidade suficiente para uma arma nuclear.
Assim, o que esse acordo faz é o que o Irã queria: enfraquecer a coalizão que pressiona o país a
abrir suas instalações nucleares aos inspetores da ONU e, como um bônus especial, legitima
Ahmadinejad no primeiro aniversário da repressão ordenada por ele contra o movimento democrático
iraniano, que pedia uma recontagem dos votos das eleições fraudulentas de 2009.
A meu ver, a Revolução Verde no Irã é o mais importante movimento democrático espontâneo a
surgir no Oriente Médio em décadas. Ele foi suprimido mas não desapareceu e, no final das contas, seu
sucesso é a única fonte de segurança e estabilidade.
É como me disse Abbas Milani, da Universidade de Stanford: A única solução de longo prazo
para o impasse é um regime mais democrático, responsável e transparente em Teerã. Os clérigos
iranianos praticam com sucesso um grande jogo de enganação ao fazer da questão nuclear quase o
único ponto focal de suas relações com os EUA e o Ocidente. Estes deveriam ter adotado uma política
de duas vias: sérias negociações sobre a questão nuclear e não menos sérias discussões sobre direitos
humanos e democracia no Irã. Preferiria que o Irã nunca tivesse a bomba. O mundo seria muito mais
seguro sem novas armas nucleares, especialmente no Oriente Médio. Mas se o Irã conseguir, fará uma
grande diferença se o dedo no gatilho for o de um Irã democrático ou o da atual ditadura religiosa e
criminosa. Quem trabalhar para adiar isto e promover a democracia no Irã estará ao lado dos anjos.
Quem ajudar esse regime tirânico e der cobertura a sua maldade nuclear um dia terá de prestar contas
ao povo iraniano
Lindo, o Friedman defendendo os direitos humanos e usando o tema contra o Brasil.
E os direitos humanos no Paquistão, aliado de primeira dos EUA e democracia padrão no mundo?
E na Arábia Saudita, modelo de democracia e direitos humanos?
E Guantanamo, sua prisão já foi fechada?
Poderíamos continuar elencando exemplos.
Vão dar lição de moral para a mãe do Bush.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 27, 2010 9:39 am
por Marino
O professor do Bolovo esquece que enriquecer urânio é um direito garantido pelo próprio TNP.
E esta é a questão principal para o Brasil se movimentar.
=====================================================

Nosso homem em Teerã
DEMÉTRIO MAGNOLI
Paira no ar um falso mistério, exposto por Clóvis Rossi na “Folha de S.Paulo” sob a forma
de uma indagação: “Por que os EUA resolveram torpedear o acordo Brasil/Turquia/Irã?” Gilles Lapouge,
em “O Estado de S. Paulo”, ofereceu uma resposta, que está implícita na própria pergunta: “À primeira
vista, podemos pensar que os grandes da diplomacia mundial simplesmente ficaram melindrados ao ver
que Ancara e Brasília obtiveram de um só golpe o que os ‘gênios’ não conseguiram.” Rossi e Lapouge
são analistas independentes, não porta-vozes informais de Lula e Celso Amorim, como
tantos outros. Contudo, pergunta e resposta funcionam como senhas de uma narrativa oficiosa
brasileira de graves implicações estratégicas.
A narrativa é a seguinte: 1) O acordo tripartite obtido por Brasil e Turquia é idêntico àquele
proposto em outubro pela Agência Internacional de Energia Atômica e rejeitado pelo Irã; 2) Os EUA
estimularam o Brasil a perseguir o acordo, como atestariam trechos vazados de uma carta de Barack
Obama a Lula; 3) Washington rejeitou o acordo com a finalidade de barrar a ascensão de Brasil e
Turquia ao estatuto de mediadores da questão iraniana; 4) Assim como George Bush, Obama
não está interessado em negociações, perseguindo uma confrontação com o Irã.
A indagação de Rossi merece uma resposta direta: maio não é outubro. Em outubro, o acordo
rechaçado por Teerã abriria uma janela para negociações, pois o envio de 1.200 quilos de urânio
levemente enriquecido (LEU) ao exterior deixaria o Irã sem combustível suficiente para avançar no rumo
da bomba durante um intervalo razoável. Agora, após sete meses de operação das centrífugas iranianas,
a mesma quantidade de LEU representa apenas pouco mais de metade do combustível disponível, de
modo que Teerã poderia escapar das sanções e seguir enriquecendo urânio.
Quando Mahmoud Ahmadinejad e Lula ergueram os braços em triunfo, eles celebravam pontos
diferentes do acordo. O brasileiro comemorava os itens que reproduzem trechos da carta de Obama,
enquanto o iraniano comemorava o item dez. Nele, acintosamente, está escrito que Turquia e Brasil
“apreciaram o compromisso iraniano com o TNP e seu papel construtivo na busca da realização dos
direitos na área nuclear dos Estados-Membros”. A frase é senha diplomática para afirmar um
“direito” iraniano de enriquecer urânio, contrariando três resoluções do Conselho de
Segurança da ONU. Virtualmente ignorada em meio ao surto patriótico que cegou quase
todos os nossos jornalistas, a passagem foi registrada em Washington, Moscou e Pequim. Para
esclarecer de vez o significado do acordo, o ministro do Exterior iraniano afirmou que seu país
continuaria a enriquecer urânio, uma declaração descartada como bravata irrelevante por Celso Amorim.
A resposta de Lapouge só faz sentido para quem começou a acompanhar a crise iraniana na
hora da viagem de Lula a Teerã. Há dois anos, na campanha eleitoral americana, enquanto
Hillary Clinton prometia “obliterar” o Irã, Obama ousou sugerir que negociaria com o país persa. No
governo, estendeu a mão para Teerã e conservoua no ar durante quase um ano, até o rechaço ao
acordo de outubro. Nesse intervalo, congelou a proposta de novas sanções da ONU, resistindo às
pressões do Congresso. Agora, não pode ser ludibriado por Ahmadinejad, sob pena de assistir à
implosão de toda a sua estratégia para o Oriente Médio.
O Congresso americano tem, pronto para ser votado, um pacote unilateral de sanções que
atingiriam em cheio a economia iraniana. É uma espada suspensa sobre Obama, pois sua
aprovação forneceria um estandarte nacionalista para Ahmadinejad isolar a oposição no Irã e
prejudicaria a ação multilateral das potências. No fundo, a iniciativa do Congresso equivaleria a um
atestado de falência do Executivo na política de contenção do programa nuclear iraniano. Como efeito
colateral, evaporariam as chances de Obama conseguir apoio doméstico para pressionar Israel a
negociar seriamente com os palestinos.
Obama e Hillary dispararam telefonemas para Moscou e Pequim logo que vieram à luz os
termos do acordo tripartite concluído em Teerã. Um projeto de sanções multilaterais desceu como um
raio à mesa do Conselho de Segurança. Os EUA provavelmente pagaram caro pelo
compromisso das potências recalcitrantes. Mas o consenso alcançado deriva do reconhecimento de
que o Irã não é uma segunda Índia. No Subcontinente Indiano, configurouse um cenário de dissuasão
mútua entre Índia e Paquistão. No Oriente Médio, a hipótese de um equilíbrio nuclear entre Irã e
Israel ampara-se na premissa incongruente de que os rivais árabes do Irã — Egito, Arábia Saudita e
Iraque — aceitariam acocorar-se à sombra da bomba persa.
Enrolados num pano verde e amarelo, analistas brasileiros especulam à vontade sobre os
motivos de Obama para rejeitar o acordo tripartite, mas não se perguntam sobre as motivações dos que
puseram suas assinaturas junto à do Irã. A Turquia, governada por um partido islâmico moderado, tem
razões nacionais para jogar a carta iraniana: Ancara está dizendo que o veto persistente ao seu ingresso
na União Europeia desvia sua política externa na direção do mundo muçulmano. O Brasil, pelo
contrário, sacrifica seus interesses nacionais no altar de imperativos partidários e ideológicos quando
oferece álibis ao governo de Ahmadinejad. O preço dessa escolha começou a ser pago no momento em
que as cinco potências da ONU rasgaram o acordo tripartite de Teerã.
Há, contudo, mistérios de verdade. Lula traveste-se de negociador global, capaz de solucionar a
crise iraniana e mediar o impasse entre Israel e os palestinos. Alguém aí pode explicar por que nosso
homem em Teerã não moveu uma pedrinha para conciliar os interesses da Colômbia e da Venezuela ou,
ali na esquina, acertar os ponteiros entre Argentina e Uruguai na patética “guerra das papeleras”?

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 27, 2010 9:44 am
por Marino
Primeiro a envio de um PA para "aumentar a diplomacia".
Agora, outro movimento:

Frota americana amplia base no Bahrein
A Quinta Frota americana anunciou ontem o início de um projeto de extensão de suas infraestruturas portuárias no Bahrein, próximo ao Irã, a um custo de US$ 580 milhões, que objetiva dar “um apoio maior” aos navios de guerra americanos e aliados que operam no Golfo.
Durante uma cerimônia em Port Salman com a presença de autoridades barenitas, o comando da frota informou, através de um comunicado, que o início do empreendimento prevê instalações militares e portuárias, além de uma ponte ligando as instalações atuais ao novo porto.
De acordo com o texto, o projeto, planejado desde 2003 e que cobre uma superfície de 28,3 hectares, será concluído até 2015, devendo a primeira fase ser concluída em 2012.
O Bahrein, que tem uma localização estratégica na parte norte do Golfo, entre a Arábia Saudita, o Iraque, o Kuwait e o Irã, é o porto de ancoragem de navios de guerra americanos em missão na região.
Cerca de 5 mil cidadãos americanos, em sua maior parte militares, vivem no Bahrein, considerado em 2002 um “importante aliado fora da Otan” dos Estados Unidos.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 27, 2010 10:07 am
por FOXTROT
A Rússia deveria responder a esses mísseis na Polônia fornecendo S-300 a Síria e ao Irã, quem sabe assim Tio San não pensa um pouco mais sobre geopolítica? Mas os Russos estão as turras com os Iranianos. :?