Fórum Defesa Brasil

Banca pode minar dívida soberana e Espanha volta a estar sob pressão
26 Novembro 2010 | 18:51
Carla Pedro - cpedro@negocios.pt


Os analistas do Barclays Capital relembram os apuros de muitas "cajas" espanholas e apontam a fragilidade da dívida soberana de Espanha.
Os problemas na banca podem propagar-se à dívida soberana. Neste momento, aliás, a perspectiva dos mercados é de que governo e banca se tornaram sinónimos. O que deixa Espanha – a braços com os apuros das suas “cajas” – em maus lençóis.

Segundo uma análise do Barclays Capital (BarCap), ramo de investimento do banco Barclays, será dada uma atenção renovada a Espanha, onde a Primavera de 2011 não se afigura fácil.

Os reembolsos - já conhecidos – da dívida, de par com a fraca nova emissão de dívida, sugerem que o governo espanhol precisa de angariar cerca de 30 mil milhões de euros nos primeiros quatro meses do próximo ano, ao passo que – na mesma base – os bancos espanhóis necessitam de cerca de 40 mil milhões. A emissão combinada de 73 mil milhões de euros parece exigente, com metade desse montante focado só no mês de Abril, sublinha a análise do BarCap.

“Trata-se de um grande teste ao apetite dos investidores em relação à exposição a Espanha (governo e banca), especialmente se houver receios renovados em torno da qualidade do crédito”, alerta a nota de “research”.

O BarCap lembra ainda a situação dos testes de stress realizados na Europa, recordando que quatro meses depois os bancos irlandeses estão a precisar de fortes injecções de dinheiro, sugerindo que os pressupostos de perdas desses testes – onde se incluia uma série de “cajas” espanholas - foram demasiado optimistas.

Através do estudo do rácio da dívida/PIB para a banca e para as obrigações do tesouro, o BarCap diz que este é claramente bastante elevado na Grécia, Itália, Irlanda e Portugal, entre outros.

Dívida soberana portuguesa com melhor protecção contra contaminação da banca

“No entanto, curiosamente, podemos também medir a magnitude dos compromissos contingentes com que se deparam os governos se os seus bancos fragilizarem. Nessa base, as dívidas soberanas de Espanha, Reino Unido, Bélgica, Holanda e (obviamente) Irlanda são todas potencialmente vulneráveis”.

“Em contrapartida, as dívidas soberanas italiana, francesa, portuguesa e alemã parecem estar mais protegidas de uma contaminação por parte do sector bancário”, sublinham os analistas do Barclays Capital, realçando que esta abordagem não inclui fontes de financiamento de mais curto prazo, como a taxa de refinanciamento (repo).

Num quadro onde analisa a ameaça que os bancos nacionais colocam às suas respectivas dívidas soberanas, o relatório destaca que Espanha, Irlanda e Holanda apresentam um risco elevado, ao passo que Reino Unido, Portugal, Áustria, Bélgica e Grécia têm um risco médio. Com risco baixo estão a França, Itália e Alemanha.

Se resgate a Espanha se materizalizar, França e Alemanha terão de salvar Zona Euro

A nota de “research” refere ainda que quaisquer problemas nos bancos espanhóis (ou na dívida pública de Espanha) irá ressoar ruidosamente em França e na Alemanha.

“Em primeiro lugar, os bancos franceses e alemães têm exposições substanciais à dívida soberana e à dívida da banca espanhola (...), o que sugere que o risco de contágio de uma crise de confiança nas instituições espanholas é potencialmente elevado”.

“Em segundo lugar, muitos observadores dizem que Espanha é demasiado grande para se permitir que caia. Ao passo que não são ainda claros planos concretos para solucionar a crise espanhola, se o risco de um resgate de Espanha se materializar, é muito provável que as economias francesa de alemã (as mais fortes) tenham de suportar o encargo de resgatar Espanha e, consequenteemente, a Zona Euro”, conclui a análise do BarCap.

OPINIãO
A insustentável azelhice da senhora Merkel
25 Novembro 2010 | 11:27
CamiloLourenço - camilolourenco@gmail.com
A Europa já não é o que era. É o mínimo que se pode dizer da falta de sentido de Estado dos políticos
A Europa já não é o que era. É o mínimo que se pode dizer da falta de sentido de Estado dos políticos que dirigem os dois principais países da União Europeia. Um deles, a senhora Merkel, tem dado provas de não perceber nada de economia. A sua última tirada, de que pode haver mais "bail-outs" na Europa (com "s" no fim de "out"), é lamentável. É um convite aos mercados para se lançarem sobre Portugal e Espanha (e Itália). E quando aos mercados lhes cheira a sangue…

Não é a primeira "gaffe" da senhora Merkel. A anterior tinha sido o anúncio de que a Europa vai obrigar os investidores a suportarem parte dos "bail-outs". Uma medida correcta para responsabilizar os investidores, mas anunciada a destempo e sem os detalhes necessários para perceber os contornos da solução. Antes dessa tinha a declaração de que a crise financeira era um problema americano…

Como se vê, o historial de azelhices é longo. Mas que diabo, a senhora teve tempo para aprender… e propor soluções estruturais que garantam a sobrevivência do euro e protejam os contribuintes dos Estados sensatos (como a Alemanha): a criação de um Tesouro europeu, com poderes para mandar na política orçamental dos Estados. O que leva a perguntar: é só azelhice ou premeditação (já vimos este filme em 1992, com o Bundesbank…)? Não sabemos. O que sabemos é que os interesses de então (italianos e ingleses forram corridos do SME) eram muito menos importantes do que os de agora. Se o euro acabar (e assim acaba mesmo!) é todo o modelo de desenvolvimento europeu, erguido com esforço ao longo de 53 anos, que fica em causa. Definitivamente, já não há estadistas na Europa.


camilolourenco@gmail.com

Agora faz sentido a declaração do Zapatero.

As fase são mais o menos assim: i) auto-afirmação em dizer que o país está acima das dificuldades; ii) negação em afirmar que "nós não temos nada a ver com isso"; iii) realismo que estão em dificuldades, mas vamos superar; e iv) pessimismo realmente aconteceu.

No existe riesgo de rescate a España, esas previsiones son interesadas. La economía española es mucho más fuerte que la irlandesa, y mucho más competitiva que la griega. Estamos saliendo de la crisis, estamos reduciendo el déficit público y nuestro déficit por cuenta corriente ha bajado a la mitad en 18 meses.

Quien apueste por un rescate a España perderá, es así de sencillo.

O problema são os bancos Espanhóis, como foram na Irlanda.

Se os especuladores quiserem, há-de servir de muito á Espanha estar a recuperar...

E com a Merkel a enterrar a Europa do sul a toda a força....

soultrain escreveu:O problema são os bancos Espanhóis, como foram na Irlanda.

Ningún banco español importante ha precisado ayuda pública hasta ahora, a diferencia de los bancos británicos, alemanes, holandeses o suizos. El conjunto del sector bancario español sigue ganando dinero, ningún banco o caja ha sido nacionalizado. Precisamente, el sector bancario español ha sido el que mejor se ha comportado en Europa durante la crisis

El problema no es el sector bancario español, sino las previsiones de estancamiento económico. Pero esas previsiones tampoco se van a cumplir

P44 escreveu:Se os especuladores quiserem, há-de servir de muito á Espanha estar a recuperar...

E com a Merkel a enterrar a Europa do sul a toda a força....

Os especuladores querem ganhar dinheiro. Se atacar um país, vão atacar. A realidade não importa, mas a oportunidade de ganhar alguma coisa. Qualquer motivo serve para começar o ataque. Até achismo.

Embora não ligue a rumores, já fui avisado sobre alguns bancos espanhóis a operar em Portugal, não os quero perpectuar por isso não menciono nomes.

Bourne escreveu:

P44 escreveu:Se os especuladores quiserem, há-de servir de muito á Espanha estar a recuperar...

E com a Merkel a enterrar a Europa do sul a toda a força....

Os especuladores querem ganhar dinheiro. Se atacar um país, vão atacar. A realidade não importa, mas a oportunidade de ganhar alguma coisa. Qualquer motivo serve para começar o ataque. Até achismo.

100% de acordo...

e para me dar razão:

Juros da dívida pública de Portugal, Espanha e Itália continuam a subir
30 Novembro 2010 | 09:29
Patrícia Abreu

Os receios de novos resgates na Zona Euro continuam a penalizar a dívida dos países periféricos, com os investidores a exigirem um prémio mais elevado para comprar obrigações destes países. As "yields" de Espanha e Itália estão novamente a disparar, enquanto os juros pagos pelas obrigações do tesouro portuguesas permanecem acima dos 7%.
Os juros cobrados pelos investidores para comprar dívida portuguesa a 10 anos estão a avançar para 7,077%, mais quatro pontos base que no dia anterior, com os investidores a anteciparem que Portugal poderá ser o próximo país a recorrer ao fundo de estabilização da União Europeia.

Já as “yields” das obrigações espanholas sobem 20 pontos base para 5,634%, com o “spread” face à dívida pública alemã a aumentar para 289 pontos base. No caso italiano, os juros pagos pelo país ascendem a 4,778%, um agravamento de 14 pontos base face à sessão anterior.

O diferencial das “yields” de Itália face à Alemanha superou pela primeira vez os 200 pontos base desde 1997.

Depois da Irlanda ter recorrido à ajuda das autoridades europeias, os mercados antecipam agora que Portugal, Espanha e Itália sejam os próximos a necessitar de apelar ao fundo de estabilização.

“O risco de contágio ainda é alto”, afirmou Marius Daheim, estratega do Bayerische Landesbank, citado pela Bloomberg. O mesmo especialista destaca que, perante este cenário, os investidores não querem estar expostos aos riscos dos periféricos.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=456477

.....


os ossinhos do Hitler que ainda existam devem estar aos pulos o sonho do Reich finalmente torna-se realidade

Quando isto estabilizar, é insustentável pensar numa Europa unida. A atitude da Alemanha vai trazer-lhes consequências a longo prazo.

Yo comprendo las razones de Alemania, tiene sus propios problemas y no puede garantizar al resto de Europa. La disciplina fiscal es un objetivo bueno por sí mismo, no porque lo diga Alemania.

Es necesario que el BCE se comprometa este próximo jueves a comprar deuda soberana de los paises en riesgo, porque su obligación es proporcionar estabilidad y credibilidad a la Eurozona. A continuación, es necesario que los paises de la Eurozona se comprometan a coordinar sus políticas presupuestarias y fiscales para evitar nuevas crisis. Tenemos que salir de los problemas juntos como Europa, y no como los supervivientes de un naufragio

Uma notícia para desespero dos keynesianos que acha que se pode enganar o mercado imprimindo o dinheiro e detestam a "relíquia bárbara".

http://www.zerohedge.com/article/gold-e ... ghs-europe

Gold In Euros Breaks Out, As Inedible Metal Hits All Time Highs In Europe

With all the debate over which European country will default first, many are reminded that precious yellow metals, especially in physical form (and perhaps due to their inedibility), never default. This morning Europeans once again are reminded that the best performing asset in 2010, on an absolute and relative basis, continues to be gold, as EUR-denominated gold passes its all time high yet again. Luckily some of them have taken our advice over the past 2 years to move away from paper assets and into something tangible. For everyone else, may we suggest some ketchup with that semi-illegal €500 euro bill. Next up: look for a run at all European precious metal retailers and distributors just like in May and June, and more positive pricing feedback loops now that a defeated Blythe Masters is expecting her pink slip to arrive any minute.

Gostaria de colocar umas questões ao pessoal mais conhecedor aqui do forum.

Esta nova injecção de papel verde por parte do FED não terá como alvo principal a China em vez da recuperação da economia americana?

Sendo a China o alvo deste movimento tal entrada de capitais vai criar bolhas inflacionárias o que deixa a China com duas escolhas. Ou deixa inflacionar, coisa que tem tentado evitar com a tabelação de preços e o aumento sucessivo das reservas bancárias ou tem de valorizar a moeda multiplicando em milhares de milhões os investimentos em dolares. Significa que perde sempre a não ser que escolha a terceira via, vender os seus titulos do tesouro americano mandando o tiro americano pela culatra. Será um movimento que poderemos esperar, atendendo ao que isso acarreta de colaterias?

España anuncia nuevas medidas económicas: privatizará la gestión de los aeropuertos de Madrid y Barcelona, reducirá impuestos a las pequeñas empresas y eliminará subsidios a desempleados de larga duración

http://www.eleconomista.es/economia/not ... erias.html