AFEGANISTÃO

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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#211 Mensagem por manuel.liste » Qui Dez 20, 2007 2:15 pm

Rui Elias Maltez escreveu:Tal como no Iraque, os ocidentais vão de "vitória" em "vitória" até à derrota final.


Vão não. Vamos

E melhor do que ganhemos, não? :roll:




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#212 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Dez 20, 2007 2:35 pm

E o que é que ganhamos, Manuel?

Uma vitíria de Pirro?

Os terroristas mudam-se, os países ficanm destruidos, o Paquistão está em vias de implodir, com fracturas entre militares, civis e islamistas radicais, no Iraque nem é bom falar.

O que ganhámos nós?




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#213 Mensagem por manuel.liste » Qui Dez 20, 2007 3:02 pm

Desde Afganistán se planearon ataques terroristas contra nosotros, y los afganos siempre vivirán mejor sin Al-Qaeda. Dos buenas razones para estar allí.




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#214 Mensagem por P44 » Dom Dez 23, 2007 10:27 am

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#215 Mensagem por P44 » Seg Dez 24, 2007 1:57 pm

EUA sem pistas sobre paradeiro Bin Laden desde 2005 - NYT

Os Estados Unidos não têm pistas sobre o paradeiro do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, desde 2005, apesar do dinheiro gasto na luta contra o terrorismo nos últimos seis anos, avança o New York Times.
Em declarações ao New York Times, um alto funcionário militar afirma que os Estados Unidos não têm pistas concretas sobre o paradeiro do líder terrorista há dois anos.

Por seu turno, funcionários dos serviços secretos afirmaram também ao jornal que é «bastante provável» que o líder terrorista ainda esteja livre quando o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deixar o cargo, em Janeiro de 2009.

Uma situação que o jornal considera «muito desfavorável» para George W. Bush, que está prestes a iniciar o último ano do seu mandato.

Citando fontes dos serviços secretos e do Pentágono, o jornal afirma que a campanha contra o terrorismo empreendida pelas forças de segurança do Paquistão - que receberam 3,4 mil milhões de euros nos últimos seis anos -, se tem mostrado «pouco eficaz».

De acordo com o jornal, o dinheiro investido nas forças de segurança do Paquistão, que deveria ter sido utilizado para financiar a guerra contra o terrorismo, acabou por ser utilizados no combate com a Índia.

Os soldados destacados nas zonas tribais na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão não têm equipamentos básicos, como botas e munições.

«A situação nas zonas tribais (do Paquistão) parece piorar e não melhorar (...) Dar dinheiro e pedir que [as forças paquistaneses] lutem contra a Al Qaeda e os talibans não está a dar resultado», disse ao jornal americano o senador democrata da Comissão sobre as Forças Armadas, Jack Reed.

Em Setembro de 2005, um responsável militar norte-americano no Afeganistão afirmou que Bin Laden estava doente e a tentar receber tratamento.

Anteriormente, responsáveis paquistaneses tinham indicado que ele sofria de problemas renais e deveria ser regularmente submetido a hemodiálise.

Em 2002, a sua morte foi anunciada três vezes e desmentida em seguida por imagens de vídeo transmitidas pela estação de televisão do Qatar, Al-Jazeera.

Diário Digital / Lusa




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#216 Mensagem por EDSON » Seg Dez 31, 2007 11:15 am

1/12/2007 - 10h42
Pai afegão entrega filhos aos talibãs para se vingar da Otan

Devyani Rao Cabul, 31 dez (EFE) - Um pai afegão entregou dois de seus filhos aos talibãs para que se transformem em guerrilheiros suicidas como vingança pela morte de um de seus sete filhos, de 11 anos, por soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apesar de ter apoiado as tropas estrangeiras antes do trágico episódio.

Era o segundo dos três dias da festividade do Naw Roz, o ano novo afegão, quando Zemarai voltava para casa após visitar um parente junto com seis de seus sete filhos.

Enquanto dirigia, Zemarai viu um comboio da Otan parado na rua, e freou, mas uma bala atravessou um dos vidros de seu carro e atingiu seu filho Zaryalai na cabeça.

"Fiquei abalado. Levantei o corpo imóvel do meu filho e saí do carro, caminhando em direção aos militares que tinham atirado, chorando e gritando para que também me matassem", disse Zemarai.

Segundo ele, os soldados perceberam que tinham atacado um civil inocente, mas o corpo de seu filho permaneceu no local durante duas horas, enquanto as tropas isolavam a área.

Quando uma equipe da Polícia afegã finalmente chegou ao local, os agentes colocaram o corpo do jovem no veículo e o levaram à sua casa.

"Talvez, se alguém tivesse chegado antes para levá-lo ao hospital, ele poderia ter sido salvo", afirma Zemarai.

Um comunicado da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), sob comando da Otan, afirmou que tropas britânicas tinham isolado a área ao redor do comboio, que precisou parar por causa de uma falha técnica.

Apesar de várias "advertências verbais", segundo a nota, o carro de Zemarai continuou se aproximando do comboio, o que obrigou os militares a abrir fogo contra os ocupantes do veículo.

Posteriormente, a Isaf classificou o incidente de "trágico", e o pai foi chamado ao quartel-general do comando militar, em julho, onde recebeu uma carta na qual lhe ofereceram US$ 2.500 como indenização pela morte de seu filho.

"O Ministério de Defesa britânico encerrou a investigação sobre da morte de seu filho Zaryalai. Foi decidido que não tivemos nenhuma responsabilidade. No entanto, como exceção, estamos dispostos a oferecer US$ 2.500", dizia a carta. A resposta enfureceu Zemarai.

"No Afeganistão, há uma tradição chamada "nanawate", segundo a qual se alguém comete um crime contra uma pessoa, mas depois se arrepende e pede desculpas a ele ou à sua família, estes são obrigados a perdoar", diz um aldeão pashtun da província de Logar (sul), Naweed Ahmad.

"Se os soldados tivessem se desculpado, como deveriam ter feito, provavelmente o pai não teria reagido assim", afirmou Ahmad, que lembrou que os talibãs costumam se aproveitar de casos assim para recrutar civis afegãos.

Semanas depois, Zemarai se reuniu com alguns membros da insurgência talibã, na província de Herat (oeste), e os rebeldes o ofereceram um pagamento mensal para se unir à luta armada contra o Governo afegão.

O pai ofereceu ainda dois de seus filhos para que fossem treinados como homens-bomba. "Enviarei-os durante este inverno" (hemisfério norte), disse.

Casos como o de Zemarai, que fazia parte da Aliança do Norte que lutou contra os talibãs na década de 90, são freqüentes no país.

"Até 98% da população do Afeganistão sofrem de problemas psicológicos, depressão ou estresse emocional", diz Yassin Babrak, um psiquiatra afegão.

Ele ressaltou que, apesar do grande esforço feito na reconstrução e no desenvolvimento social do país, a saúde mental dos afegãos não foi considerada.

"Os representantes internacionais e o Governo afegão não devem esquecer que, sem um povo mentalmente são, o Afeganistão nunca poderá ser reconstruído", afirmou.




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#217 Mensagem por EDSON » Sex Jan 11, 2008 11:05 am

1/01/2008 - 06h59
Musharraf adverte EUA de que devem desistir de enviar tropas ao Paquistão

Kuala Lumpur, 11 jan (EFE).- O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, advertiu os Estados Unidos de que devem desistir de enviar tropas ao Paquistão para combater a Al Qaeda porque estas seriam recebidas como invasores.

Em uma entrevista ao jornal cingapuriano "The Straits Times" publicada hoje, Musharraf explica que nos EUA se tem a impressão de que seu poderio militar pode conseguir mais que o Exército paquistanês.

Mas qualquer movimento dos EUA ou da coalizão que lidera para entrar no Paquistão sem autorização representaria uma violação da soberania nacional e encontraria resistência porque seria considerado uma invasão, afirma o presidente.

"Desafio qualquer um a adentrar em nossas montanhas, porque então lamentarão esse dia", assegura Musharraf.




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#218 Mensagem por EDSON » Sáb Fev 09, 2008 9:18 am

08/02/2008
Guerra no Afeganistão põe à prova a unidade da Otan

Ricardo M. de Rituerto
Enviado especial a Vilna

A delicada situação no Afeganistão e a obrigação de acomodar os interesses de 26 países aliados colocou a Otan à beira de uma crise e com dúvidas sobre sua viabilidade. Depois de uma quarta-feira de dissensões espetaculares em todas as latitudes, os ministros da Defesa aliados fizeram ontem um intenso esforço para aparentar unidade. "Sou realista sobre a política na Europa", teve de confessar Robert Gates, secretário da Defesa dos EUA e grande defensor da ação, que na véspera deu o alarme ao falar de uma Otan em duas velocidades, com países aguerridos e países pusilânimes. "Não a vejo como uma aliança de duas velocidades", interrompeu o secretário-geral, Jaap de Hoop Scheffer. "Há uma só aliança."

A estabilização do Afeganistão é o primeiro grande desafio que enfrenta uma Otan que busca como se adaptar aos desafios do século 21 e que até agora jamais havia disparado nem recebido um só tiro fora da Europa. O ministro da Defesa afegão, Abdul Rahim Wardak, reconhece: "A ameaça dos talebans é muito maior do que pensávamos em 2001", ano em que os islâmicos foram derrotados e começou a mobilização ocidental. "Precisamos de mais tropas", diz o ministro.

É o que pedem os EUA, Canadá e Reino Unido e alguns outros sócios que não respondem satisfatoriamente. O Canadá se autodescreve como o país que mais sangue per capita entregou no Afeganistão e o governo de Ottawa se encontra na posição de perder uma moção de confiança que poderia derivar na evacuação de seus 2.500 soldados do país asiático. "O Canadá forçou a aliança a ver que há países como Austrália, Canadá, Reino Unido ou Países Baixos diante dos quais há outros que estão em zonas não tão violentas e menos perigosas", indicou ontem Gates. "Sou realista sobre a política na Europa. Há governos de coalizão e outros em minoria e há coisas que não podem fazer", disse, antes de oferecer uma saída do beco: "Vamos pensar criativamente. Quem não puder enviar soldados para combater pode contribuir com helicópteros para dotar os que puderem fazê-lo".

Gates e os outros ministros insistiram em que a reunião de ontem não tinha por objetivo conseguir compromissos firmes para cobrir as carências detectadas (mais unidades de combate, mais helicópteros e aviões, mais meios humanos e técnicos para informação e reconhecimento), e por isso não ficou claro o que se vai conseguir no futuro imediato. "O que pedimos é que não haja restrições ao uso das forças e que haja mais disposição para entrar em combate", arrematou Gates, dois objetivos repetidamente inatingíveis.

Apesar da negativa de Scheffer para reconhecer que existe a ameaça de uma Otan em duas velocidades, fontes diplomáticas dos países mais partidários da ação não escondem sua frustração com a evolução dos acontecimentos, tanto que na cúpula da Otan prevista para abril em Bucareste será aprovado um documento de estratégia para lembrar aos países e às respectivas opiniões públicas por que se está no Afeganistão, o que se pretende conseguir e como se quer fazer. O general americano Dan McNeill, chefe da operação no Afeganistão, revelou que as fraturas entre os aliados e os obstáculos levaram alguns em Washington a especular sobre a criação de um comando americano exclusivo para o sul do Afeganistão. Gates afirmou ontem que não tem esse plano em mente.

O secretário da Defesa disse sentir-se "animado" pelo que viu e escutou em Vilna, mesmo com a falta de exemplos concretos para mostrar. A Alemanha, que não moverá soldados do relativamente pacífico norte, só ofereceu substituir com 200 homens de uma unidade de intervenção rápida outra norueguesa que deve se retirar, e a França disse que está pensando em reforçar sua mobilização de 1.900 militares. Informações não-confirmadas por Paris davam conta de uma notável contribuição de 700 pára-quedistas. "Com a França nunca se sabe", comentou uma fonte diplomática européia, reforçando a idéia de desconfiança entre os aliados.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Visite o site do El País




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#219 Mensagem por EDSON » Dom Fev 10, 2008 4:42 pm

10/02/2008 - 11h28
EUA alertam que um fracasso no Afeganistão coloca a Europa em perigo

MUNIQUE, Alemanha, 10 Fev 2008 (AFP) - Um fracasso no Afeganistão contra os talibãs traz consigo uma ameaça direta para a segurança dos europeus, enfatizou neste domingo o secretário da Defesa americano, Robert Gates, em uma nova tentativa fazer reagir a opinião pública européia quanto à importância dos objetivos fixados para esse país que é palco de grande violência.

Washington há meses tenta convencer seus aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que enviem mais tropas ao Afeganistão.

"Fico preocupado que muitas pessoas deste continente não compreendam a envergadura da ameaça direta (da situação no Afeganistão) sobre a segurança da Europa", declarou em um discurso durante a 44a. Conferência sobre a Segurança em Munique, sul da Alemanha.

"Os Estados Unidos se galvanizaram com o 11 de setembro - um acontecimento que abriu os olhos do público americano sobre os perigos provenientes de lugares distantes", explicou o secretário de Defesa.

"Apesar de quase todos os governos compreenderem a importância da missão no Afeganistão, o apoio da opinião pública européia é frágil", lamentou.

Depois de ter pedido o envio de reforços durante uma reunião informal da Otan, em Vilnus, na quinta e sexta-feira, Gates afirmou querer "se dirigir aos povos europeus: a ameaça do extremismo islâmico violento é real e não vai desaparecer".

Recordou os atentados contra quatro trens que causaram 191 mortos em Madri, em março de 2004, e os ataques de Londres contra a rede de transporte público em julho de 2005, com um saldo de 56 mortos, assim como "vários atentados menores em Istambul, Amsterdã, Paris e Glasgow (Escócia), entre outros".

"Muitos europeus colocam em dúvida a pertinência de nossa ação e se perguntam se esta missão vale a vida de seus filhos. Como conseqüência, muitos deles querem retirar suas tropas do Afeganistão e a existência de governos de coalizão frágeis dificulta assumir riscos", declarou Gates em Munique.

Os Estados Unidos, que têm 160.000 soldados mobilizados no Iraque e outros 28.000 no Afeganistão, tenta convencer os países membros da Otan que 'dividam a carga da guerra' no Afeganistão enviando reforços ao sul do país, onde são travados crueis combates contra os talibãs, expulsos do poder em 2001.

Mas a maioria da opinião pública européia não é favorável a esta intervenção, que começou como uma operação de manutenção de paz e foi evoluindo para uma guerra sangrenta contra os talibãs.

"Não devemos, não podemos, virar uma Aliança Atlântica em duas velocidades, com aqueles que combatem e aqueles que não combatem", reiterou. A seu ver, "tal evolução destruirá a Aliança".

"Nos próximos anos, a credibilidade da Otan dependerá de nossos resulados atuais. Outros atores - Hezbollah, Irã e outros - observam o que fazemos e dizemos e fazem suas escolhas para seu futuro", concluiu.




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#220 Mensagem por P44 » Seg Fev 11, 2008 1:34 pm

não percebo, então o Afeganistão não tinha sido uma "grande vitória", e não estava "estabilizado"...? :roll:

Quando se dizia que o nick do Karzai era "Mayor de Kabul", chamavam logo nomes?

Então agora está mal a situação???? :roll:




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#221 Mensagem por Clermont » Qua Fev 13, 2008 12:32 pm

PORQUE OS EUROPEUS NÃO ESTÃO ANSIOSOS PARA MORREREM NO AFEGANISTÃO.

Por Eric Margolis – 13 de fevereiro de 2008.

Um furioso e claramente frustrado Secretário da Defesa dos Estados Unidos Robert Gates acusou algumas nações européias de não estarem preparadas para “lutar e morrer” no Afeganistão na batalha contra o Taliban. Sua mais recente explosão seguiu-se a uma crítica destemperada, mês passado, na qual o secretário de defesa americano asseverou que as forças britânicas, canadenses e holandesas lutando no sul do Afeganistão necessitavam de treinamento de contra-insurgência dos Estados Unidos.

O não-diplomático Gates está completamente correto de que a Europa tem pouco estômago para a batalha. A maioria dos europeus considera o conflito afegão como:

A) Errado e imoral;

B) Guerra da América;

C) Tudo por causa do petróleo; e

D) Provavelmente, perdido.

Para muitos europeus, a aliança da OTAN foi criada para deter a então real ameaça da agressão soviética, não para fornecer peões para as guerras de George Bush no Mundo Muçulmano. Os europeus orientais são, compreensivelmente, gratos aos Estados Unidos pela ajuda para se libertarem da dominação soviética e, como resultado, estão apoiando a missão afegã dos americanos – mas de forma tépida e, normalmente, em resposta aos milhões de ajuda de Washington.

Enquanto Gates e o governo do Canadá estão apelando por mais tropas, o comandante dos 40 mil soldados da OTAN no Afeganistão, general Dan McNeill dos Estados Unidos, deixou cair sua própria bomba. Se a apropriada doutrina militar americana de contra-insurgência fosse seguida, disse McNeill, numa conferência de Washington, os Estados Unidos e a OTAN iriam precisar de 400 mil soldados para derrotar a resistência pashtun à ocupação ocidental do Afeganistão.

Quando os soviéticos ocuparam o Afeganistão, eles desdobraram 160 mil soldados e cerca de 200 mil soldados comunistas afegãos – mesmo assim falharam em esmagar a resistência, em sua maior parte pashtun. Agora, os Estados Unidos e a OTAN estão tentando a mesma missão com apenas 66 mil soldados, apoiados por esfarrapados mercenários locais, grandiosamente batizados de Exército Nacional Afegão. Desses 66 mil soldados ocidentais, pelo menos metade ou mais são tropas de apoio não-combatentes.

Os pedidos do Canadá por mais mil soldados da OTAN, e a decisão americana de enviar 3.200 fuzileiros navais, não irão alterar o curso desta guerra, que está, cada vez mais, se voltando contra os ocupantes ocidentais. Mesmo assim, foi reportado que o novo líder neo-conservador da França, Presidente Nicholas Sarkozy, está considerando enviar outro contingente de tropas para o Afeganistão. Provavelmente, na esperança de agradar Washington e se tornar o novo Tony Blair deles.

Enquanto isso, a guerra está se espalhando para dentro do vizinho Paquistão, distendendo ainda mais as atormentadas forças americanas e da OTAN.

Uma razão primária para o recente pedido de Gates para Islamabad “convidar” tropas americanas para dar início a assaltos contra nativos pashtun pró-Taliban no interior do Paquistão se deve a seus crescentes ataques contra as linhas de suprimento americanas e da OTAN para o Afeganistão.

Como esta coluna já havia relatado previamente, mais de 70 % dos suprimentos americanos e da OTAN vêm por caminhão através do cinturão tribal do Paquistão, conhecido como FATA, incluindo todo seu combustível. Ataques por nativos pró-Taliban contra essas vulneráveis linhas de suprimento estão pondo em perigo as operações militares ocidentais no interior do Afeganistão.

Os caçadores estão se tornando a caça. Cortar as linhas de suprimento do invasor é uma tática militar pashtun antiga. Eles a utilizaram contra Alexandre, O Grande, os britânicos e os soviéticos, e agora novamente.

O que o raivoso Secretário Gates falha em enxergar é que ao empurrar a OTAN para uma distante guerra asiática sem propósito político ou um fim aparente, ele está pondo em risco a mesma aliança que é o fundamento do poder dos Estados Unidos na Europa.

O europeus, cada vez mais, se perguntam por quê precisam da aliança militar dominada pelos Estados Unidos, uma relíquia da Guerra Fria, na qual eles continuam a desempenhar o papel de peões para os cavaleiros atômicos da América, para parafrasear o finado estadista alemão, Franz Josef Strauss.

Por quê a rica e poderosa União Européia até mesmo ainda precisa da OTAN? A ameaça soviética se foi – pelo menos, por enquanto. França e Grã-Bretanha, nuclearmente armadas são muito bem capazes de defenderem a Europa contra ameaças externas. Por quê a nova Força de Defesa Européia não poderia assumir o papel da OTAN de defender a Europa e proteger os interesses da União Européia? A Europa unida irá, inevitavelmente, agrupar sua própria força militar integrada. Forçar a Europa a travar uma guerra altamente impopular no Afeganistão só irá apressar tal desenvolvimento.

Em resumo, a maioria dos europeus não vêem benefício em fazerem papel de parceirinhos mirins numa aliança cujo época histórica já passou, e que serve, primordialmente como instrumento do poder dos Estados Unidos. O mais aguçado pensador geopolítico de Washington, Zbigniew Brzezinski, chama a OTAN um “trampolim” que os Estados Unidos utilizam para projetar seu poder na Europa.

Ao empurrar a OTAN rumo a uma ponte longe demais, a Administração Bush pode acabar minando fatalmente a OTAN e encorajar as forças anti-americanas na Europa. De fato, está se tornando evidente que os endividados Estados Unidos precisam da União Européia mais do que a UE precisa dos EUA.

Último ponto. Se as apaixonadas afirmações dos políticos americanos e canadenses que a pequena guerra no Afeganistão precisa ser vencida a qualquer custo, então por quê eles não param de falar, impõem o serviço militar obrigatório e enviam 400 mil soldados, incluindo seus próprios filhos, para lutarem no Afeganistão?

Naturalmente, eles não o farão. Eles preferem desperdiçar seus próprios soldados e arrasar o Afeganistão, antes do que admitirem que essa guerra contra 40 milhões de nativos pashtun foi um erro terrível e estúpido que apenas irá piorar.




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#222 Mensagem por P44 » Qui Fev 28, 2008 9:10 am

US intelligence:Karzai controls only 1/3 of Afghanistan

WASHINGTON — More than six years after the U.S. invaded to establish a stable central regime in Afghanistan, the Kabul government under President Hamid Karzai controls just 30 percent of the country, the top U.S. intelligence official said Wednesday.


National Intelligence Director Michael McConnell told the Senate Armed Services Committee that the resurgent Taliban controls 10 percent to 11 percent of the country and Karzai's government controls 30 percent to 31 percent. The majority of Afghanistan's population and territory remains under local tribal control, he said.
Underscoring the problems facing the Kabul government, a roadside bomb in Paktika province killed two Polish soldiers who are part of the NATO force in the country and opium worth $400 million was seized in the southern part of Afghanistan. That brought the number of foreign troops killed in Afghanistan to 21 this year, according to an Associated Press tally.
In 2007, insurgency-related violence killed more than 6,500 people, including 222 foreign troops. Last year was the deadliest yet since the U.S.-led invasion in 2001.
Officials estimate that up to 40 percent of proceeds from Afghanistan's drug trade _ an amount worth tens of millions of dollars _ is used to fund the insurgency.
Lt. Gen. Michael Maples, the Defense Intelligence Agency director, told the committee at the same hearing that the Pakistan government is trying to crack down on the lawless tribal area along the Afghan border area where Taliban and al-Qaida are believed to be training, and from which they launch attacks in Afghanistan. But neither the Pakistani military nor the tribal Frontier Corps is trained or equipped to fight, he said.
Maples said it would take three to five years to address those deficiencies and see a difference in their ability to fight effectively in the tribal areas.
"Pakistani military operations in the (region) have not fundamentally damaged al-Qaida's position. ... The tribal areas remain largely ungovernable and, as such, they will continue to provide vital sanctuary to al-Qaida, the Taliban and regional extremism more broadly," Maples said.
Under questioning from committee Chairman Carl Levin, D-Mich., Maples also said he considers the harsh interrogation technique known as waterboarding to be inhumane. That would put it outside the bounds of U.S. law, which since late 2005 has prohibited cruel, inhumane and degrading treatment of detainees.
The Bush administration has refused to rule on whether waterboarding is torture. Waterboarding involves strapping a person down and pouring water over his or her cloth-covered face to create the sensation of drowning. It has been traced back hundreds of years to the Spanish Inquisition, and is condemned by nations around the world.
Waterboarding remains among the interrogation methods potentially available to the CIA but its use must be approved on a case-by-case basis by the attorney general and the president.
The U.S. military specifically prohibited waterboarding in 2006. Maples said the 19 other interrogation techniques allowed under military rules are effective.
"We have recently confirmed that with those who are using those tools on operations," Maples said.
Earlier this month, Congress approved a bill that would limit the CIA to the military's interrogation techniques. The White House has threatened to veto that measure.
CIA Director Michael Hayden said in a statement to the Associated Press on Wednesday that other lawful, Geneva Convention-compliant interrogation techniques not in the Army Field Manual would also be outlawed.
"There will be no conditions of threat or danger that would cause us to make an exception. This is an important national decision and it will have a direct impact on our ability to gather intelligence and to detect and prevent future attacks."
Hayden told the House Intelligence Committee on Feb. 7 that he prohibited CIA operatives from using waterboarding in 2006 in the wake of a Supreme Court decision and new laws on the treatment of U.S. detainees. He said the agency has not used waterboarding for five years.
President Bush could authorize waterboarding for future terrorism suspects in certain situations, including "belief that an attack might be imminent," White House spokesman Tony Fratto said Feb. 6. The president would consult with the attorney general and intelligence officials before authorizing its use, Fratto said.

http://www.huffingtonpost.com/2008/02/2 ... 88822.html




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#223 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 28, 2008 9:32 am

Quando é que foi feita esta reportagem? É que no passado a ISAF só estava em algumas regiões do Afeganistão, mas neste momento já está de norte a sul desse país. O contigente Português já percorreu todo o território Afegão e segundo as últimas noticias parece que as coisas estão muito melhores.
No principio os Talibans conseguiam levantar unidades de escalão de Batalhão e Companhia sem grandes problemas, chegaram a cercar unidades inteiras (ex: 1 Batalhão Pára-quedista Britânico, unidades inteiras de Operações Especiais Norte-Americanas, etc). Neste momento os talibans já não têm essa capacidade, demonstrando que a sua capacidade geral para combater a ISAF está enfraquecida.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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#224 Mensagem por P44 » Qui Fev 28, 2008 9:40 am

tem a data de 27-02-2008




Triste sina ter nascido português 👎
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cabeça de martelo
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#225 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 28, 2008 9:43 am

Estranho...deve ser mais um copy-past que os jornalistas tanto gostam de fazer.

De qualquer maneira está melhor do que no principio, quando eles diziam (e com alguma razão) que ele só dominava Cabul e pouco mais.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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