LeandroGCard escreveu:Acredito que o Túlio quis dizer aqui é que o EB não queria o Osório, por considerá-lo caro e complexo demais para o uso que se faria dele. O CC de preferência do EB na época era o Tamoio, bem mais leve, mais simples e mais barato, e sem tantos componentes importados.
Eu acho que o Exército queria, sim, o "Osório". Eu queria alugar a Juju Salimeni, mas não tenho dinheiro pra bancar o preço que - dizem -, ela cobra. A mesma coisa do "Osório": o Exército não tinha a mínima condição orçamentária pra isso. E nem em sonhos o patrão do Exército, o governo brasileiro, poderia sonhar em desembolsar o dinheiro pra um coisa dessas, justamente no finalzinho da década de 80, quando a economia estava aos cacos e a Engesa ia pelo mesmo buraco.
E, se não podia ter o "Osório", com certeza, o "Tamoio" o Exército não queria, nem pintado de ouro - apesar das propagandas das revistas de assuntos de defesa. Certa feita, um jornalista perguntou em "off", a um importante general o que achava do "Tamoio", o general, sorriu e disse que ficou constatado que o desempenho da nova viatura da Bernardini era equivalente a dos velhos tanques M-41 já em uso. Outro general, ao ser questionado por um dos chefões de uma revista de assuntos de defesa se a força terrestre iria incorporar o "Tamoio", virou-se para outro oficial auxiliar, e os dois começaram a rir. A mesma coisa vale para o "Charrua", outro "conto-de-fadas" alimentado pela imprensa especializada em defesa daquela época. Um dos chefões da Engesa, ao ser perguntado sobre o que pensava do "Charrua" da Bernardini, fulminou o projeto, mostrando todas as suas deficiências, e comentou para o interlocutor:
- Não adianta: empresa de material bélico, no Brasil, só existem duas. A Engesa e a Avibrás.