E mais uma vez lembro que não é necessariamente culpa da jornalista. O título em geral é por conta do Editor.Túlio escreveu:Tá, mas notem a discrepância entre a manchete e o texto. Lembram daquele outro tópico?
Pressões Nucleares sobre o Brasil
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Vinicius Pimenta
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- Ilya Ehrenburg
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Sim, lembro bem. Nada mais me surpreende, provindo dos barões da mídia. Asco e nojo, isto é o que sinto ao folhear os jornais e revistas.Túlio escreveu:Tá, mas notem a discrepância entre a manchete e o texto. Lembram daquele outro tópico?
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não adianta Ilya, esqueça quem acha q seremos de fato reconhecidos como potência mundial com discursinho ou "negócios". Ninguém entra nesse clube se não tiver meios efetivos de dissuadir convencional e nuclearmente QUALQUER inimigo hipotético ou potencial. E nem precisa ter um arsenal q pulverize o inimigo, mas alguns petardos q deem certeza a QUALQUER um q se ameaçarem nossa soberania a América do Sul ou Atlântico isso terá o potencial de levarem um nuke na cabeça. Só a dúvida é uma dissuasão mais do satisfatória: eles tem, não sabemos onde está, uma já nos basta.
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Repito o que disse algumas páginas atrás:
Na questão de assinar o protocolo adicional, isso não é negociável, é NÃO e pronto. E não é por que queremos construir a bomba, é porque está por trás disso a tecnologia e o futuro do país.
Acredito, sim, que o momento chegará, e quando chegar, já estaremos preparados em todos os sentidos. Viva o físico Dalton Ellery Girão Barroso.
[]'s a todos.
Pensar em um arsenal nuclear agora não é "o barato" que se espera! Denunciar o TNP muito menos.DELTA22 escreveu:Amigos... ainda não chegou o momento para a obtenção "DELA"!!!
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Na questão de assinar o protocolo adicional, isso não é negociável, é NÃO e pronto. E não é por que queremos construir a bomba, é porque está por trás disso a tecnologia e o futuro do país.
Acredito, sim, que o momento chegará, e quando chegar, já estaremos preparados em todos os sentidos. Viva o físico Dalton Ellery Girão Barroso.
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
O Brasil não tinha a opção de simplesmente NÂO ASSINAR O TRATADO, nosso país estava arruinado economicamente, e os EUA estava mais forte do que nunca. Não duvido que o Brasil foi alvo de toda espécie de chantagem para ser obrigado a assinar para tratado.Enlil escreveu:Nunca deveríamos ter assinado essa hipocrisia. Não ganhamos nada com isso, a não ser o atestado de vassalo.
Mais o fato é: Não assinar o TNP traria graves consequancias ao Brasil (como um possivel isolamento internacional por exemplo, sações de toda espécie e até ameaça militar).
O Brasil é um país localizado no hemisfério ocidental. Aqui estamos cercados pelos EUA e seus governos vassalos. Naquela época os EUA tinha acabado de sair vitorioso da guerra fria, eles estavam mais fortes do que nunca. Todos os nossos vizinhos estavam assinando o Tratado e as nações poderosas em peso estavam nos pressionando para fazer parte dele.
Enfim, para mim foi uma atitude inteligente do nosso presidente Fernando Henrique. As coisas devem vir na hora certa. Eu adoraria ver um Brasil com armas nucleares, mais naquela época o Brasil era um país muito fragil.
Hoje o contexto é diferente, a liderança dos EUA esta ficando cada vez mais fraca. Eles tem muito mais problemas em questões de segurança do naquela época. sem falar que hoje Brasil é um país mais forte e mais independente do ponto de vista economico.
Èssa é minha opinião. È claro que sou totalmente contrário a assinatura de qualquer protocolo adicional ao TNP. Ao contrario dos CACHORROS VIRA-LATAS DOS EUA, NÒS HONRAMOS NOSSOS COMPROMISSOS.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não existe isso suntsé de q "não tinha" opção. Era uma questão de visão de Estado e projeto de país. Infelizmente tem gente se contenta em ficar na área de serviço do statu quo mundial. Tem o maior orgulho de passar o maior tempo na cozinha e se regojiza em servir seus petiscos na velha mesa da caduca geopolítica mundial advinda da Segunda Guerra Mundial.
Áfff... Como já li no fórum: quem nasceu para cidinha nunca será Dona Cida.
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Editado pela última vez por Enlil em Qui Mar 25, 2010 10:30 pm, em um total de 1 vez.
- Francoorp
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Agora falta só a data para a saída do TNP pelo Brasil... aí devemos segurar na cadeira pois não vai ser mole não!!!
Mesmo que o Brasil seja uma democracia teremos algumas "chamadas" internacionais muito duras, espero somente que o Irã abandone primeiro este barco, abrindo assim o precedênte que nós servirá de desculpa, e aí a estrada pro Brasil sair fora do TNP estará livre... con ressalvas!
Valeu!!
Mesmo que o Brasil seja uma democracia teremos algumas "chamadas" internacionais muito duras, espero somente que o Irã abandone primeiro este barco, abrindo assim o precedênte que nós servirá de desculpa, e aí a estrada pro Brasil sair fora do TNP estará livre... con ressalvas!
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Fala Enlil,
Eu concordo com o suntsé, o contexto era outro em 1995, o mundo daquela época era bem diferente com relação ao mundo de hoje. Os EUA saia da Guerra Fria como a única super-potência, a União Européia ainda estava caminhando e a Rússia estava em frangalhos. O Brasil estava em frangalhos, com uma economia exaurida em anos de recessão e dependente principalmente dos EUA. Eu duvido se conseguiríamos segurar uma sanção forte vinda destes e como poderíamos nos desenvolver com as portas fechadas para o mundo.
Não sei se é verdade, mas um dos motivos da assinatura do TNP foi o questionamento dos EUA sobre o VLS no qual, diziam eles, poder virar um míssil balístico. Até veto sofreu em alguns componentes sensíveis, como o giroscópio, entre outros... Então...
Até mais!
Eu concordo com o suntsé, o contexto era outro em 1995, o mundo daquela época era bem diferente com relação ao mundo de hoje. Os EUA saia da Guerra Fria como a única super-potência, a União Européia ainda estava caminhando e a Rússia estava em frangalhos. O Brasil estava em frangalhos, com uma economia exaurida em anos de recessão e dependente principalmente dos EUA. Eu duvido se conseguiríamos segurar uma sanção forte vinda destes e como poderíamos nos desenvolver com as portas fechadas para o mundo.
Não sei se é verdade, mas um dos motivos da assinatura do TNP foi o questionamento dos EUA sobre o VLS no qual, diziam eles, poder virar um míssil balístico. Até veto sofreu em alguns componentes sensíveis, como o giroscópio, entre outros... Então...
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Thiago
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"O respeito e a educação são garantia de uma boa discussão. Só depende de você!"
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Tranquilo Brigadeiro, no entanto, continuo achando q o maior problema era de fato o/um projeto de país do governo da época. Sinceramente, na minha opinião, o problema fulcral é q o rabo estava abanando o cachorro...
- Francoorp
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Por falar em VLS, Dá uma olhada nisso, aí o senhor tira as conclusões sobre estes papos de comprar casco de sub-nuclear, caças, TNP, Irã, ETC:Brigadeiro escreveu:Fala Enlil,
Eu concordo com o suntsé, o contexto era outro em 1995, o mundo daquela época era bem diferente com relação ao mundo de hoje. Os EUA saia da Guerra Fria como a única super-potência, a União Européia ainda estava caminhando e a Rússia estava em frangalhos. O Brasil estava em frangalhos, com uma economia exaurida em anos de recessão e dependente principalmente dos EUA. Eu duvido se conseguiríamos segurar uma sanção forte vinda destes e como poderíamos nos desenvolver com as portas fechadas para o mundo.
Não sei se é verdade, mas um dos motivos da assinatura do TNP foi o questionamento dos EUA sobre o VLS no qual, diziam eles, poder virar um míssil balístico. Até veto sofreu em alguns componentes sensíveis, como o giroscópio, entre outros... Então...
Até mais!
Gisela Cabral
A microgravidade é uma grande aliada de estudos desenvolvidos nas mais diversas áreas, entre elas a medicina, a biologia e a biotecnologia. Por isso, o Brasil se prepara para, nos próximos anos, ser capaz de lançar ao espaço uma cápsula com a qual poderão ser realizados experimentos estratégicos em órbita de baixa altitude (cerca de 300km). A iniciativa faz parte do projeto do Satélite de Reentrada Atmosférica (Sara), desenvolvido com tecnologia e mão de obra nacionais e gerenciado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), um dos centros de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica, em São José dos Campos (SP).
Não é de hoje que ambientes gravitacionais próximos a zero são utilizados em pesquisas. Exemplos disso são as estações espaciais Mir e Skylab, desenvolvidas, respectivamente, pela Rússia e pelos Estados Unidos, entre as décadas de 1970 e 1980. Segundo os cientistas, a microgravidade propicia estudos como os de novos medicamentos destinados ao tratamento de doenças diversas, como câncer e diabetes. Além disso, a cultura de células e tecidos, no ramo da biologia, e o desenvolvimento de semicondutores, voltados para a indústria eletrônica, também podem ser beneficiados.
No Brasil, a empreitada é pioneira. Segundo o gerente do Sara e pesquisador da Divisão de Sistemas Espaciais do IAE, Luis Loures, estão previstas quatro etapas para projeto. A primeira delas recebeu o nome de Sara Suborbital e poderá ser testada em 2010. Nela, a cápsula será lançada acoplada a um foguete e entrará em ambiente de microgravidade, para, cerca de oito minutos depois, retornar à Terra (veja arte). “Nessa fase, também serão desenvolvidos, entre outros fatores, a eletrônica de bordo, o conhecimento da estabilidade da cápsula em voo na atmosfera, o sistema de paraquedas, além do módulo para a realização dos experimentos”, explica Loures.
Segundo veículo
Os ensaios funcionais são de extrema importância e serão feitos quantas vezes forem necessárias para a solução de problemas, segundo o pesquisador. Isso porque dados europeus mostram que as taxas de falha de alguns sistemas podem chegar a 20%. “No segundo veículo, ou etapa, criaremos um sistema de controle de altitude, importante para definir as posições relativas durante o voo. Será desenvolvido ainda o motor de reentrada, que possibilitará a frenagem da cápsula em órbita, para que ela entre na atmosfera. Essa operação deverá ser feita com todo o cuidado, para que a cápsula caia no local pretendido”, diz.
De acordo com o responsável pelo projeto, o terceiro veículo atuará em escala orbital e terá capacidade de permanecer cerca de duas horas no espaço. O quarto e último veículo será importante para o aprimoramento do escudo térmico da cápsula, além do desenvolvimento da capacidade de armazenamento de energia. “A ideia é que cada fase dure, em média, quatro anos”, afirma. Loures diz que o objetivo é chegar a uma cápsula que possa ficar até 10 dias em órbita terrestre.
O IAE conta com o apoio da empresa de engenharia Cenic, responsável pela industrialização da plataforma de lançamento. Parte da tecnologia dos próximos veículos também está em desenvolvimento. A plataforma para controle de altitude será criada pelo projeto Sensores Inerciais Aeroespaciais (SIA), com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Já os materiais capazes de suportar altas temperaturas estão sendo criados pela Divisão de Materiais do IAE e deverão voar como experimentos na plataforma Shefex 2, sigla de um programa espacial alemão de sucesso.
O programa brasileiro pretende ser, no futuro, uma plataforma industrial orbital para a qualificação de componentes e equipamentos espaciais a um baixo custo. “O que abre interessantes chances de negócios no Brasil e no exterior, além de realizar pesquisas em microgravidade”, afirma Loures.
Diversos estudantes também participam do projeto. Um deles é Artur Arantes, 23 anos, aluno da Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Para ele, a experiência é encarada como um grande aprendizado profissional. “No momento, estou atuando nos cálculos estruturais e me sinto lisonjeado por participar de algo tão importante”, enfatiza. Já o aluno de doutorado do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) Eduardo Henrique de Castro, 28, também auxilia na coordenação do projeto. “É uma área que tende muito a crescer e pode servir para o desenvolvimento de pesquisas de extrema importância”, avalia.
Fonte: Correio brazilienze
Avanços no Projeto SARA
IAE realiza revisão crítica da rede elétrica do projeto Sara
O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a empresa Mectron – Engenharia, Indústria e Comércio S.A, realizaram no dia 19 de março a Revisão Crítica de Projeto (CDR) do Subsistema de Redes Elétricas do Sara Suborbital.
A Rede Elétrica do Sara Suborbital comandará o veículo de sondagem VS-40 e poderá ser recuperada e reutilizada depois do vôo, após a necessária avaliação e manutenção de seus componentes.
O diretor da Mectron, engenheiro Carlos Alberto, após uma apresentação sobre o tema ao grupo de revisão, realizou uma demonstração do Modelo de Engenharia das Redes Elétricas nos laboratórios da empresa.
O grupo de revisão, que é presidido pela Chefe da Divisão de Eletrônica (AEL) do IAE, engenheira Mara Lucia Storino Teodoro da Silva, especialistas da AEL e doutores da Embraer, avaliou os temas que culminarão com a elaboração de Relatórios de Itens de Discrepâncias (RIDs).
A qualidade de uma revisão de projeto se mede pela qualidade e quantidade das RIDs emitidas pela Comissão de Revisão. “Sob este aspecto, a revisão foi um sucesso, pois os membros da comissão fizeram uma profunda avaliação das soluções apresentadas e identificaram potenciais discrepâncias que poderiam acarretar dificuldades futuras”, como explica o gerente do projeto Sara, Dr. Luis Eduardo Loures.
Os próximos passos no desenvolvimento das Redes Elétricas envolvem um importante ensaio de qualificação funcional. “As Redes serão agora testadas funcionalmente na mesa de mancal a ar de um eixo, situada no Laboratório de Propriedades de Massa do IAE”, informa Loures.
O engenheiro do IAE esclarece ainda que, a partir dessa etapa, “o grupo poderá estudar a montagem e a integração do subsistema, além de testar as principais funcionalidades em conjunto, como o funcionamento do sistema de controle acoplado aos atuadores de gás frio”.
Pretende-se, já durante o processo de desenvolvimento, realizar a industrialização das redes elétricas do Sara Suborbital, de modo a garantir com que as soluções de projeto estejam compatíveis com o parque industrial nacional.
Fonte : IAE/DCTA via Panorama Espacial
Veja que é a mesma coisa de um ICBM, só que com um raio de ação inferior !!!!!!!!!!
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
EUA e Rússia concluem pacto de armas
Tratado, que deve ser assinado no dia 8, substituirá acordo que expirou em dezembro e obrigará a redução significativa de arsenais; provável aprovação no Senado deve representar nova vitória política de Obama, após reforma da Saúde
Gustavo Chacra
O Estado de S.Paulo
EUA e Rússia chegaram a um acordo para a redução do arsenal nuclear dos dois países. O tratado anterior (Start), assinado em 1991, havia expirado no começo de dezembro e o pacto acertado ontem foi a segunda vitória nesta semana do presidente Barack Obama, depois de ele conseguir a aprovação da reforma do sistema de Saúde no Congresso.
“Acabei de concluir um produtivo telefonema com o presidente Medvedev e tenho o prazer de anunciar que, depois de um ano de intensas negociações, os EUA e a Rússia chegaram ao mais amplo acordo de controle de armamentos em duas décadas”, afirmou Obama ao lado da secretária de Estado, Hillary Clinton, e do secretário da Defesa, Robert Gates. “Eu já afirmei que a intenção americana é conseguir a segurança e a paz num mundo sem armas nucleares. Apesar de esta aspiração não ser possível de ser alcançada em um futuro próximo, estabeleci uma agenda para alcançá-la. Temos de frear a proliferação dessas armas; garantir que o material nuclear não caia nas mãos dos terroristas e reduzir os arsenais atômicos. Por isso, esforcei-me na negociação para o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas com a Rússia (Start, na sigla em inglês)”, acrescentou o líder americano.
O presidente deve viajar para Praga no dia 8 para a assinatura do acordo com Medvedev. Quatro dias depois, o chefe da Casa Branca receberá líderes de 45 países em Washington para uma cúpula contra a disseminação de armas nucleares. O acordo era considerado fundamental para os EUA num momento em que o governo de Obama tenta obter apoio para aprovar uma nova resolução com sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O regime de Teerã é acusado pelos EUA e países europeus, como a França e a Grã-Bretanha, de estar desenvolvendo um programa para fabricar armas atômicas. Os iranianos negam.
Um dos obstáculos para o novo acordo será o governo americano conseguir apoio suficiente para a aprovação no Senado. Serão necessários 67 votos de um total de 100. Os democratas contam com 59. Depois de conseguir vencer a batalha da reforma da saúde sem os votos republicanos, Obama pode enfrentar resistências também na questão nuclear. Além disso, alguns senadores afirmam que o novo tratado pode pôr em risco a segurança americana. Hillary tentou atenuar o risco ontem ao dizer não acreditar que “a ratificação será afetada” pois “está no interesse da segurança nacional dos EUA”. De acordo com o presidente, o novo Start avança em muitas áreas, ao cortar em cerca de um terço as armas nucleares dos EUA e da Rússia. Também reduz de forma significante os mísseis e os lançadores.
Fonte: Estadão via Notimp
Falou como se só o Obama tivesse feito tudo e Medvedev só teria que dizer sim pra ele!!
Se chegaram a este acordo é por que todos os DOIS trabalharam neste sentido e não só o Obama…. mas mesmo assim dúvido que mudarão o mundo com este acordo, 1.500 ogivas pra cada ainda é capaz de fazer um inverno nuclear no mundo, vários invernos álias.
Agora voltamos ao assunto de igualdade internacional, se cada um deles poderá possuir um arsenal de 1500 ogivas( em prática o que fazem os dois grandes será eliminar as velhas ogivas mantendo as novas e mais letais operativas) é direito dos outros possuirem uma igual idêntica quantidade destas armas de destruição em massa, pois os únicos deuses estão no CÉU !!
Então a Índia, Paquistão, Israel, França, Grã Bretânia e principalmente a China podem ter estas armas, mas nós que assinamos o TNPN não podemos, e devemos ficar sentados impotentes esperando que os donos do mundo decidam a nossa sorte!
Muito justo isso… Justíssimo, e tem gente no Brasil que ainda é a favor deste tipo de justiça internacional !!!!
Assim é muito fácil ser uma potência Hegemônica, ou regionais… Nukes Já para o Brasil!!
Valeu!!
Tratado, que deve ser assinado no dia 8, substituirá acordo que expirou em dezembro e obrigará a redução significativa de arsenais; provável aprovação no Senado deve representar nova vitória política de Obama, após reforma da Saúde
Gustavo Chacra
O Estado de S.Paulo
EUA e Rússia chegaram a um acordo para a redução do arsenal nuclear dos dois países. O tratado anterior (Start), assinado em 1991, havia expirado no começo de dezembro e o pacto acertado ontem foi a segunda vitória nesta semana do presidente Barack Obama, depois de ele conseguir a aprovação da reforma do sistema de Saúde no Congresso.
“Acabei de concluir um produtivo telefonema com o presidente Medvedev e tenho o prazer de anunciar que, depois de um ano de intensas negociações, os EUA e a Rússia chegaram ao mais amplo acordo de controle de armamentos em duas décadas”, afirmou Obama ao lado da secretária de Estado, Hillary Clinton, e do secretário da Defesa, Robert Gates. “Eu já afirmei que a intenção americana é conseguir a segurança e a paz num mundo sem armas nucleares. Apesar de esta aspiração não ser possível de ser alcançada em um futuro próximo, estabeleci uma agenda para alcançá-la. Temos de frear a proliferação dessas armas; garantir que o material nuclear não caia nas mãos dos terroristas e reduzir os arsenais atômicos. Por isso, esforcei-me na negociação para o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas com a Rússia (Start, na sigla em inglês)”, acrescentou o líder americano.
O presidente deve viajar para Praga no dia 8 para a assinatura do acordo com Medvedev. Quatro dias depois, o chefe da Casa Branca receberá líderes de 45 países em Washington para uma cúpula contra a disseminação de armas nucleares. O acordo era considerado fundamental para os EUA num momento em que o governo de Obama tenta obter apoio para aprovar uma nova resolução com sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O regime de Teerã é acusado pelos EUA e países europeus, como a França e a Grã-Bretanha, de estar desenvolvendo um programa para fabricar armas atômicas. Os iranianos negam.
Um dos obstáculos para o novo acordo será o governo americano conseguir apoio suficiente para a aprovação no Senado. Serão necessários 67 votos de um total de 100. Os democratas contam com 59. Depois de conseguir vencer a batalha da reforma da saúde sem os votos republicanos, Obama pode enfrentar resistências também na questão nuclear. Além disso, alguns senadores afirmam que o novo tratado pode pôr em risco a segurança americana. Hillary tentou atenuar o risco ontem ao dizer não acreditar que “a ratificação será afetada” pois “está no interesse da segurança nacional dos EUA”. De acordo com o presidente, o novo Start avança em muitas áreas, ao cortar em cerca de um terço as armas nucleares dos EUA e da Rússia. Também reduz de forma significante os mísseis e os lançadores.
Fonte: Estadão via Notimp
Falou como se só o Obama tivesse feito tudo e Medvedev só teria que dizer sim pra ele!!
Se chegaram a este acordo é por que todos os DOIS trabalharam neste sentido e não só o Obama…. mas mesmo assim dúvido que mudarão o mundo com este acordo, 1.500 ogivas pra cada ainda é capaz de fazer um inverno nuclear no mundo, vários invernos álias.
Agora voltamos ao assunto de igualdade internacional, se cada um deles poderá possuir um arsenal de 1500 ogivas( em prática o que fazem os dois grandes será eliminar as velhas ogivas mantendo as novas e mais letais operativas) é direito dos outros possuirem uma igual idêntica quantidade destas armas de destruição em massa, pois os únicos deuses estão no CÉU !!
Então a Índia, Paquistão, Israel, França, Grã Bretânia e principalmente a China podem ter estas armas, mas nós que assinamos o TNPN não podemos, e devemos ficar sentados impotentes esperando que os donos do mundo decidam a nossa sorte!
Muito justo isso… Justíssimo, e tem gente no Brasil que ainda é a favor deste tipo de justiça internacional !!!!
Assim é muito fácil ser uma potência Hegemônica, ou regionais… Nukes Já para o Brasil!!
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Resolvi postar este artigo, do Globo, aqui. Também poderia tê-lo postado no tópico sobre o Irã, mas como a intenção é modificar a posição brasileira, achei melhor aqui.
Ao final vou fazer umas considerações.
===========================================
Riscos na tecnologia nuclear
O presidente Lula e seus formuladores de política externa têm levado a diplomacia a frequentes mudanças de rumo. Elas refletem, de um lado, o novo peso do Brasil como país emergente e, de outro, posições ideológicas identificadas com o nacionalismo terceiro-mundista e, por decorrência, impregnadas de antiamericanismo. A política externa brasileira, discreta, eficiente e profissional, ganhou um componente errático. Pode-se argumentar que as derrapagens fazem parte do aprendizado do país na projeção de sua ampliada importância internacional. Mas há uma contradição em que uma nação emergente, almejando um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, recorra a posições de um período superado - o do conflito Norte-Sul. Transparece, aí, o dedo de assessores presidenciais como Marco Aurélio Garcia, o símbolo do "Itamaraty do B" no governo Lula.
O protagonismo obsessivo do governo Lula levou o país ao centro de uma das questões mundiais mais delicadas - o programa nuclear do Irã. A comunidade internacional, à frente os EUA, busca um consenso para, via sanções, deter a marcha do regime iraniano em direção às armas nucleares. Note-se que o presidente Barack Obama reorientou a política americana para a busca do diálogo com o Irã, tendo em vista as consequências imprevisíveis de uma intervenção militar.
O Itamaraty, refletindo o protagonismo lulista, posicionou o Brasil como parceiro do Irã, concedendo-lhe o benefício da dúvida (Teerã afirma que seu programa tem fins pacíficos, apesar de evidências em contrário), em contraste com o empenho dos EUA e da Europa em obter aprovação da ONU para novas sanções. A opção brasileira se torna ainda mais preocupante quando se sabe que o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, responsável pelo programa nuclear brasileiro, faz restrições ao Tratado para Não Proliferação de Armas Nucleares.
Está ultrapassado o argumento de que o TNP cristaliza a divisão entre os que têm armas nucleares e os condenados a jamais tê-las. Hoje, o risco da proliferação é ver armas atômicas, ou mesmo material nuclear, nas mãos de ditaduras como a Coreia do Norte ou o Irã, todos não confiáveis. Daí a terroristas da al-Qaeda terem acesso a esse material não será difícil.
Um dos três pilares do TNP é o desarmamento. A boa notícia nessa área é o acordo a que chegaram EUA e Rússia para reduzir seus arsenais atômicos. Quatro dias após a assinatura do tratado, no dia 8, em Praga, Obama receberá líderes de 45 países, em Washington, para discutir medidas que impeçam material nuclear de cair em mãos erradas, informa o "New York Times". Um mês depois, os líderes se reúnem novamente, em Nova York, para a revisão quinquenal do TNP. Segundo o "Times", a meta final de Obama é negociar um tratado global sobre material físsil. Diante disso, é conveniente que o governo brasileiro repense sua desastrada estratégia. A necessidade de manter aberto o diálogo com o Irã não supõe que o país fique fora do esforço para reduzir a ameaça nuclear. O Brasil, que teve o zelo de inscrever na Constituição o uso exclusivamente pacífico da energia nuclear, não pode ficar do lado errado também nessa questão.
===========================================
Minhas considerações.
Integridade intelectual significa mudar de idéia quando novos dados lhe chegam e são analisados com lisura.
Andei condenando o Irã em alguns tópicos, mas estou repensando minha posição.
Vejam comigo:
- Olhemos o ambiente geográfico onde se insere o Irã. É um país desnuclearizado em meio a Israel, Paquistão, Índia, China e Rússia. Além disso, Iraque e Síria possuíam programas nucleares, destruídos por força. Desconfortável posição estratégica, não é verdade?
- Entre o Irã, secular, e o Paquistão nuclear, quase um estado falido, dividido por etnias e tribos, qual apresenta maior ameaça?
- Os EUA, querendo prevenir o rearmamento nuclear do Japão, assinou um acordo de defesa em que considera-se atacado nuclearmente, e revidará nuclearmente, se armas nucleares forem usadas contra os nipônicos. Pq não propõe algo assim (não estou dizendo que outros países devam delegar sua defesa, como fez o Japão, mas uma demostração de interesse diplomático, uma proposta para desescalar a crise).
- Mas o que importa, para nós, Brasil, é que se o Irã aceitar as inspeções da AIEA, respeitar as salvaguardas internacionais a que deve se submeter, pois firmou o TNP, não há razão de sanções. O que impediria que estas mesmas sanções fossem aplicadas ao Brasil, depois de enfiada a cabecinha no Irã?
Desta maneira, concordo com o Itamaraty (quem diria ) em sua posição atual quanto a esta questão.
Ao final vou fazer umas considerações.
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Riscos na tecnologia nuclear
O presidente Lula e seus formuladores de política externa têm levado a diplomacia a frequentes mudanças de rumo. Elas refletem, de um lado, o novo peso do Brasil como país emergente e, de outro, posições ideológicas identificadas com o nacionalismo terceiro-mundista e, por decorrência, impregnadas de antiamericanismo. A política externa brasileira, discreta, eficiente e profissional, ganhou um componente errático. Pode-se argumentar que as derrapagens fazem parte do aprendizado do país na projeção de sua ampliada importância internacional. Mas há uma contradição em que uma nação emergente, almejando um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, recorra a posições de um período superado - o do conflito Norte-Sul. Transparece, aí, o dedo de assessores presidenciais como Marco Aurélio Garcia, o símbolo do "Itamaraty do B" no governo Lula.
O protagonismo obsessivo do governo Lula levou o país ao centro de uma das questões mundiais mais delicadas - o programa nuclear do Irã. A comunidade internacional, à frente os EUA, busca um consenso para, via sanções, deter a marcha do regime iraniano em direção às armas nucleares. Note-se que o presidente Barack Obama reorientou a política americana para a busca do diálogo com o Irã, tendo em vista as consequências imprevisíveis de uma intervenção militar.
O Itamaraty, refletindo o protagonismo lulista, posicionou o Brasil como parceiro do Irã, concedendo-lhe o benefício da dúvida (Teerã afirma que seu programa tem fins pacíficos, apesar de evidências em contrário), em contraste com o empenho dos EUA e da Europa em obter aprovação da ONU para novas sanções. A opção brasileira se torna ainda mais preocupante quando se sabe que o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, responsável pelo programa nuclear brasileiro, faz restrições ao Tratado para Não Proliferação de Armas Nucleares.
Está ultrapassado o argumento de que o TNP cristaliza a divisão entre os que têm armas nucleares e os condenados a jamais tê-las. Hoje, o risco da proliferação é ver armas atômicas, ou mesmo material nuclear, nas mãos de ditaduras como a Coreia do Norte ou o Irã, todos não confiáveis. Daí a terroristas da al-Qaeda terem acesso a esse material não será difícil.
Um dos três pilares do TNP é o desarmamento. A boa notícia nessa área é o acordo a que chegaram EUA e Rússia para reduzir seus arsenais atômicos. Quatro dias após a assinatura do tratado, no dia 8, em Praga, Obama receberá líderes de 45 países, em Washington, para discutir medidas que impeçam material nuclear de cair em mãos erradas, informa o "New York Times". Um mês depois, os líderes se reúnem novamente, em Nova York, para a revisão quinquenal do TNP. Segundo o "Times", a meta final de Obama é negociar um tratado global sobre material físsil. Diante disso, é conveniente que o governo brasileiro repense sua desastrada estratégia. A necessidade de manter aberto o diálogo com o Irã não supõe que o país fique fora do esforço para reduzir a ameaça nuclear. O Brasil, que teve o zelo de inscrever na Constituição o uso exclusivamente pacífico da energia nuclear, não pode ficar do lado errado também nessa questão.
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Minhas considerações.
Integridade intelectual significa mudar de idéia quando novos dados lhe chegam e são analisados com lisura.
Andei condenando o Irã em alguns tópicos, mas estou repensando minha posição.
Vejam comigo:
- Olhemos o ambiente geográfico onde se insere o Irã. É um país desnuclearizado em meio a Israel, Paquistão, Índia, China e Rússia. Além disso, Iraque e Síria possuíam programas nucleares, destruídos por força. Desconfortável posição estratégica, não é verdade?
- Entre o Irã, secular, e o Paquistão nuclear, quase um estado falido, dividido por etnias e tribos, qual apresenta maior ameaça?
- Os EUA, querendo prevenir o rearmamento nuclear do Japão, assinou um acordo de defesa em que considera-se atacado nuclearmente, e revidará nuclearmente, se armas nucleares forem usadas contra os nipônicos. Pq não propõe algo assim (não estou dizendo que outros países devam delegar sua defesa, como fez o Japão, mas uma demostração de interesse diplomático, uma proposta para desescalar a crise).
- Mas o que importa, para nós, Brasil, é que se o Irã aceitar as inspeções da AIEA, respeitar as salvaguardas internacionais a que deve se submeter, pois firmou o TNP, não há razão de sanções. O que impediria que estas mesmas sanções fossem aplicadas ao Brasil, depois de enfiada a cabecinha no Irã?
Desta maneira, concordo com o Itamaraty (quem diria ) em sua posição atual quanto a esta questão.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
País quer ser fornecedor de urânio enriquecido
Pretensão do governo brasileiro é consolidar a autossuficiência em todas as etapas da produção do elemento combustível nuclear, em escala industrial
Chrispim Marin
Paralelamente à aposta na finalidade pacífica dos projetos nucleares iranianos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um plano para o setor nuclear até 2022. Parte das "políticas de Estado" que o governo quer deixar aos seus sucessores será alvo de "oficina de trabalho" promovida pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) em Brasília.
Os debates, que serão realizados nesta semana, vão se concentrar na possibilidade de inserção do Brasil entre os fornecedores de urânio enriquecido, de combustível nuclear e de serviços do setor no futuro.
O governo quer consolidar a autossuficiência em todas as etapas da produção do elemento combustível nuclear, em escala industrial, visto que o Brasil dispõe de tecnologia autóctone de enriquecimento de urânio, de matéria-prima em abundância, de decisão política favorável e de uma insuspeita finalidade pacífica de seu programa.
A inevitável opção por fontes de energia renováveis - em especial a nuclear - pelos países mais comprometidos com a questão ambiental deve oferecer ao Brasil um "mercado extraordinário", na opinião do ministro da SAE, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. "As projeções mais recentes mostram que 40% da matriz energética mundial será nuclear entre 2016 e 2027."
Usinas. Nos cálculos das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o Brasil dispõe atualmente de 310 mil toneladas em reservas de urânio. Se outras seis usinas vierem a ser instaladas, além das três em Angra dos Reis (RJ), esse conjunto deverá consumir 130 mil toneladas ao longo de sua vida útil. Há uma sobra potencial de cerca de 180 mil toneladas, sem contar as novas reservas que venham a ser reconhecidas.
Para o presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho, embora a prioridade seja o mercado doméstico, nada impedirá a exportação do urânio enriquecido, de serviços e equipamentos para usinas nucleares.
Os debates devem resultar na retomada de um grupo de trabalho coordenado até o ano passado pela ministra da Casa Civil e candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Segundo Odair Dias Gonçalves, presidente do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cnen), a ambição final é deixar pronta uma política de Estado para o setor, clara e de longo prazo, e que possa ser levada a cabo pelos futuros governos, independentemente da coloração partidária.
"Assim como os fundamentos da política econômica e o plano estratégico de energia elétrica são inquestionáveis, o mesmo se espera para o programa nuclear brasileiro."
No ano passado, já estava definido um passo-a-passo para o País alcançar a autossuficiência até 2014, antes do início da operação da quarta usina nuclear do País, e as etapas necessárias nos 16 anos seguintes, quando até oito novas térmicas podem entrar em operação. Nas contas da Cnen, serão necessários R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões em investimentos no programa, diluídos em dez anos, e mais R$ 7 bilhões por usina instalada.
Deveres. Para suprir esse mercado interno, uma lista de deveres terá de ser cumprida - entre eles, o início da operação da Usina de Hexafluoreto de Urânio (Usexa) pela Marinha, em Iperó (SP). Hoje, o urânio beneficiado (yellowcake) é enviado ao Canadá para ser transformado em gás. Outra obrigação será a construção de duas unidades da INB em Resende (RJ), para a fabricação e a montagem de novas centrífugas. Mas as etapas para a produção de elementos combustíveis em escala industrial serão dimensionadas somente a partir de 2016.
Solução negociada
Para o caso do apoio do Brasil a uma solução negociada no Irã, o ministro Pinheiro Guimarães usa o mesmo argumento que aponta o protocolo adicional do TNP como afronta à soberania brasileira.
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Ministro descarta crise por recusa em assinar tratado
O Brasil pode enfrentar problemas de concorrência ao disputar o mercado mundial de urânio enriquecido. Mas seu programa nuclear não se tornará vulnerável em função da resistência do País em assinar o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). A opinião é do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.
"Se quiserem suspeitar, podem suspeitar", diz, referindo-se ao programa nuclear do País. "O Brasil não se deixa intimidar."
Segundo ele, assinar o protocolo adicional, que permitiria inspeções mais detalhadas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nas plantas nucleares do País, seria "extremamente grave, do ponto de vista da soberania nacional". A pressão para que o Brasil firme o compromisso, porém, recomeçou durante a visita do diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, na semana passada, e deverá se acentuar após a conferência do TNP, em maio. "Não é do nosso interesse", diz o ministro da SAE.
Pretensão do governo brasileiro é consolidar a autossuficiência em todas as etapas da produção do elemento combustível nuclear, em escala industrial
Chrispim Marin
Paralelamente à aposta na finalidade pacífica dos projetos nucleares iranianos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um plano para o setor nuclear até 2022. Parte das "políticas de Estado" que o governo quer deixar aos seus sucessores será alvo de "oficina de trabalho" promovida pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) em Brasília.
Os debates, que serão realizados nesta semana, vão se concentrar na possibilidade de inserção do Brasil entre os fornecedores de urânio enriquecido, de combustível nuclear e de serviços do setor no futuro.
O governo quer consolidar a autossuficiência em todas as etapas da produção do elemento combustível nuclear, em escala industrial, visto que o Brasil dispõe de tecnologia autóctone de enriquecimento de urânio, de matéria-prima em abundância, de decisão política favorável e de uma insuspeita finalidade pacífica de seu programa.
A inevitável opção por fontes de energia renováveis - em especial a nuclear - pelos países mais comprometidos com a questão ambiental deve oferecer ao Brasil um "mercado extraordinário", na opinião do ministro da SAE, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. "As projeções mais recentes mostram que 40% da matriz energética mundial será nuclear entre 2016 e 2027."
Usinas. Nos cálculos das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o Brasil dispõe atualmente de 310 mil toneladas em reservas de urânio. Se outras seis usinas vierem a ser instaladas, além das três em Angra dos Reis (RJ), esse conjunto deverá consumir 130 mil toneladas ao longo de sua vida útil. Há uma sobra potencial de cerca de 180 mil toneladas, sem contar as novas reservas que venham a ser reconhecidas.
Para o presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho, embora a prioridade seja o mercado doméstico, nada impedirá a exportação do urânio enriquecido, de serviços e equipamentos para usinas nucleares.
Os debates devem resultar na retomada de um grupo de trabalho coordenado até o ano passado pela ministra da Casa Civil e candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Segundo Odair Dias Gonçalves, presidente do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cnen), a ambição final é deixar pronta uma política de Estado para o setor, clara e de longo prazo, e que possa ser levada a cabo pelos futuros governos, independentemente da coloração partidária.
"Assim como os fundamentos da política econômica e o plano estratégico de energia elétrica são inquestionáveis, o mesmo se espera para o programa nuclear brasileiro."
No ano passado, já estava definido um passo-a-passo para o País alcançar a autossuficiência até 2014, antes do início da operação da quarta usina nuclear do País, e as etapas necessárias nos 16 anos seguintes, quando até oito novas térmicas podem entrar em operação. Nas contas da Cnen, serão necessários R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões em investimentos no programa, diluídos em dez anos, e mais R$ 7 bilhões por usina instalada.
Deveres. Para suprir esse mercado interno, uma lista de deveres terá de ser cumprida - entre eles, o início da operação da Usina de Hexafluoreto de Urânio (Usexa) pela Marinha, em Iperó (SP). Hoje, o urânio beneficiado (yellowcake) é enviado ao Canadá para ser transformado em gás. Outra obrigação será a construção de duas unidades da INB em Resende (RJ), para a fabricação e a montagem de novas centrífugas. Mas as etapas para a produção de elementos combustíveis em escala industrial serão dimensionadas somente a partir de 2016.
Solução negociada
Para o caso do apoio do Brasil a uma solução negociada no Irã, o ministro Pinheiro Guimarães usa o mesmo argumento que aponta o protocolo adicional do TNP como afronta à soberania brasileira.
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Ministro descarta crise por recusa em assinar tratado
O Brasil pode enfrentar problemas de concorrência ao disputar o mercado mundial de urânio enriquecido. Mas seu programa nuclear não se tornará vulnerável em função da resistência do País em assinar o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). A opinião é do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.
"Se quiserem suspeitar, podem suspeitar", diz, referindo-se ao programa nuclear do País. "O Brasil não se deixa intimidar."
Segundo ele, assinar o protocolo adicional, que permitiria inspeções mais detalhadas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nas plantas nucleares do País, seria "extremamente grave, do ponto de vista da soberania nacional". A pressão para que o Brasil firme o compromisso, porém, recomeçou durante a visita do diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, na semana passada, e deverá se acentuar após a conferência do TNP, em maio. "Não é do nosso interesse", diz o ministro da SAE.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Brasil fará combustível para submarino
Em julho, a Marinha inicia os testes para produção regular do gás hexafluoreto de urânio em 2011, fechando o domínio do ciclo nuclear
Wilson Tosta
Menos de três meses antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciar uma polêmica visita ao Irã, cujo programa nuclear inquieta o Ocidente, o Brasil se prepara para começar os testes de uma usina para produção do gás hexafluoreto de urânio (UF-6), fechando o domínio do ciclo nuclear.
O objetivo da Marinha é produzir, no Centro Experimental Aramar, em Iperó (SP), 40 toneladas por ano do UF-6 para ser enriquecido a quase 20% e gerar material para alimentar o reator do futuro submarino brasileiro a propulsão atômica e, antes disso, para um protótipo de testes.
Hoje, só Estados Unidos, Reino Unido, China, França e Rússia têm submarinos nucleares e fazem o combustível para movê-los - o Brasil poderá ser o sexto desse clube. A Índia também tem um avançado programa na área.
A usina brasileira será acionada em julho, mas só a partir do meio de 2011 começará a operar de fato. Sua produção será suficiente apenas para a Marinha e seu futuro submarino. A planta de Iperó não tem capacidade para suprir as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, cujo combustível necessita do equivalente a 500 toneladas por ano de UF-6.
"Um reator de propulsão naval tem 1% da potência de Angra 2", diz o superintendente do Programa Nuclear da Marinha, capitão de mar e guerra e engenheiro Luciano Pagano Júnior. "Tem de ser muito compacto, e sua demanda por insumos é muito menor. A usina não é industrial, é uma unidade-piloto."
Decisão política. A Marinha já tem em Aramar equipamentos para enriquecimento e usa neles UF-6 gerado, nos anos 80 e início dos 90, por um laboratório do Ipem na USP.
O País domina a tecnologia para produzir urânio altamente enriquecido(a 20% ou mais), mas tomou a decisão política de fazer urânio de baixo enriquecimento (abaixo de 20%). Isso afasta desconfianças da comunidade internacional.
Um submarino pode ficar vários anos com o mesmo combustível - os dos países centrais nunca o trocam, segundo o engenheiro. A produção brasileira será suficiente para abastecer "uma flotilha" de submarinos nucleares, afirma ele. "Estamos implantando a unidade modularmente."
Pagano explica que a Marinha está "verticalizando" atividades para atender às suas necessidades - ou seja, vai dominar todas as fases do processo. "Em alguns anos, vamos adequar a capacidade." Ele diz que, com o "renascimento" da energia nuclear no mundo, que pode produzir eletricidade sem emissão de gases-estufa, é provável que o material do setor fique mais caro e difícil de obter.
Fiscalização. A movimentação nuclear brasileira ajuda a entender a posição do País em relação ao Irã. Enquanto os Estados Unidos e seus aliados pressionam para que Teerã suspenda seu programa atômico, Brasília tem defendido o direito iraniano ao uso pacífico da energia nuclear.
Diferentemente do Irã, porém, o Brasil, além de ter inserido em sua Constituição um dispositivo que só admite atividade nuclear em território nacional com fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso, considera-se em plena sintonia com os controles internacionais. Para Pagano, o País não terá dificuldades internacionais por causa do início da produção do UF-6: "Zero problema."
Fonte: http://www.exercito.gov.br/Resenha/homepage.htm
Em julho, a Marinha inicia os testes para produção regular do gás hexafluoreto de urânio em 2011, fechando o domínio do ciclo nuclear
Wilson Tosta
Menos de três meses antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciar uma polêmica visita ao Irã, cujo programa nuclear inquieta o Ocidente, o Brasil se prepara para começar os testes de uma usina para produção do gás hexafluoreto de urânio (UF-6), fechando o domínio do ciclo nuclear.
O objetivo da Marinha é produzir, no Centro Experimental Aramar, em Iperó (SP), 40 toneladas por ano do UF-6 para ser enriquecido a quase 20% e gerar material para alimentar o reator do futuro submarino brasileiro a propulsão atômica e, antes disso, para um protótipo de testes.
Hoje, só Estados Unidos, Reino Unido, China, França e Rússia têm submarinos nucleares e fazem o combustível para movê-los - o Brasil poderá ser o sexto desse clube. A Índia também tem um avançado programa na área.
A usina brasileira será acionada em julho, mas só a partir do meio de 2011 começará a operar de fato. Sua produção será suficiente apenas para a Marinha e seu futuro submarino. A planta de Iperó não tem capacidade para suprir as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, cujo combustível necessita do equivalente a 500 toneladas por ano de UF-6.
"Um reator de propulsão naval tem 1% da potência de Angra 2", diz o superintendente do Programa Nuclear da Marinha, capitão de mar e guerra e engenheiro Luciano Pagano Júnior. "Tem de ser muito compacto, e sua demanda por insumos é muito menor. A usina não é industrial, é uma unidade-piloto."
Decisão política. A Marinha já tem em Aramar equipamentos para enriquecimento e usa neles UF-6 gerado, nos anos 80 e início dos 90, por um laboratório do Ipem na USP.
O País domina a tecnologia para produzir urânio altamente enriquecido(a 20% ou mais), mas tomou a decisão política de fazer urânio de baixo enriquecimento (abaixo de 20%). Isso afasta desconfianças da comunidade internacional.
Um submarino pode ficar vários anos com o mesmo combustível - os dos países centrais nunca o trocam, segundo o engenheiro. A produção brasileira será suficiente para abastecer "uma flotilha" de submarinos nucleares, afirma ele. "Estamos implantando a unidade modularmente."
Pagano explica que a Marinha está "verticalizando" atividades para atender às suas necessidades - ou seja, vai dominar todas as fases do processo. "Em alguns anos, vamos adequar a capacidade." Ele diz que, com o "renascimento" da energia nuclear no mundo, que pode produzir eletricidade sem emissão de gases-estufa, é provável que o material do setor fique mais caro e difícil de obter.
Fiscalização. A movimentação nuclear brasileira ajuda a entender a posição do País em relação ao Irã. Enquanto os Estados Unidos e seus aliados pressionam para que Teerã suspenda seu programa atômico, Brasília tem defendido o direito iraniano ao uso pacífico da energia nuclear.
Diferentemente do Irã, porém, o Brasil, além de ter inserido em sua Constituição um dispositivo que só admite atividade nuclear em território nacional com fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso, considera-se em plena sintonia com os controles internacionais. Para Pagano, o País não terá dificuldades internacionais por causa do início da produção do UF-6: "Zero problema."
Fonte: http://www.exercito.gov.br/Resenha/homepage.htm