A 4ª Frota e o Brasil

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#211 Mensagem por Tigershark » Sáb Jul 12, 2008 10:39 am

Pelo menos andamos ouvindo menos bravatas nos últimos dias após o anúncio do retorno.




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Marino
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#212 Mensagem por Marino » Sáb Jul 12, 2008 1:21 pm

EUA oficializam a IV Frota em meio a temores
Ressurgimento é tratado com cuidado por Washington, que enfatiza objetivo de cooperação

Eliane Oliveira e José Meirelles Passos*



BRASÍLIA e JACKSONVILLE, Flórida. A reativação da IV Frota Naval dos Estados Unidos, anunciada em fins de junho, despertando suspeitas na América Latina de uma maior e incômoda presença militar americana na região - que será a sua área especifica de operações - será efetivada hoje numa cerimonia na Base Naval Mayport, na qual também será empossado o seu comandante, o contra-almirante Joseph D. Kernan.

Há uma clara preocupação do governo americano em acentuar que dar nova vida à uma força-tarefa que tinha sido desmantelada 58 anos atrás, no fim da Segunda Guerra Mundial, tem muito mais a ver com o desejo dos EUA de oferecer assistência humanitária, ajudar em desastres naturais e participar de operações antidrogas do que de se tornar uma presença intimidadora.

- É uma frota de colaboração. Não entraremos em nenhum território. A sua maior embarcação é um navio-hospital - disse o secretário de Estado-Assistente para o Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon.

Um detalhe, porém, reforça o temor latino-americano. Trata-se do fato de ter sido escolhido como comandante da frota um militar que até ontem chefiava o Comando de Táticas Especiais de Guerra Naval. Tal preocupação é reforçada por um outro fato: o de que Kernan fez carreira no grupo Seal - força especial de elite da Marinha - com homens especializados em operações clandestinas. Nessa função, esse contra-almirante participou, por exemplo, de missões de preparação das invasões do Afeganistão e do Iraque.

Na tentativa de destacar que a IV Frota renasce sob outro perfil, o almirante James Stavridis, chefe do Comando Sul, disse que, diferentemente das demais frotas, não haverá navios permanentemente alocados a essa que se encarregará da América Latina. Isso, no entanto, significa que o seu comandante poderá dispor de quantas embarcações e armas achar necessários, no momento que achar propício.

Tema virou pauta de encontro entre Lula e Bush

O ressurgimento da IV Frota preocupa o governo brasileiro, a despeito dos esclarecimentos que têm sido dados por autoridades americanas. No Ministério da Defesa, o ministro Nelson Jobim tem comentado a interlocutores que a forma como a notícia saiu foi um "grande equívoco" político, o que acabou provocando protestos e desconfiança de diversos países sul-americanos, entre os quais Brasil e Venezuela.

O tema, segundo fontes da área diplomática, entrou na pauta do encontro dos presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva na última quarta-feira, no Japão. Lula, aliás, ao saber da reativação da IV Frota, chegou a determinar ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que pedisse explicações à secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice. O resultado da conversa ainda é desconhecido.





Coluna: Panorama Político

A 4ª Frota



O ministro da Defesa, Nelson Jobim, viaja no fim do mês para os EUA. Vai se reunir com o almirante James Stavridis, do Comando Sul, responsável pela reativação da 4ª Frota. Os militares brasileiros avaliam que a decisão americana foi inoportuna, na medida que sugere que a América do Sul é uma zona de instabilidade. Jobim diz que o fato "fortalece a determinação do governo brasileiro de criar um Conselho Sul-americano de Defesa".




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#213 Mensagem por luisabs » Sáb Jul 12, 2008 2:00 pm

Pessoal,

A criação da IV frota é uma bençao, assim como é o Hugo Chavez. Se não existissem ameaças externas vocês acreditariam em alguma mudança nas nossas forças armadas?




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#214 Mensagem por saullo » Sáb Jul 12, 2008 5:49 pm

Immortal Horgh escreveu:Com certeza vai ser a mesma coisa. O que falta é ação, fazer o dever de casa. Invisto nas minhas FA's e quando meu "inimigo" faz essas compras, venho em público e reclamo, isso é válido, agora um país com um PIB de quase US$ 2 trilhões, imensas riquezas recém descobertas, ter esse tipo de político comandando o país, é motivo para se envergonhar de ser brasileiro.



[ ]s
Concordo plenamente. Falta atitude. Falta decisão.

Abraços




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#215 Mensagem por LEO » Sáb Jul 12, 2008 5:59 pm

luisabs escreveu:A criação da IV frota é uma bençao, assim como é o Hugo Chavez. Se não existissem ameaças externas vocês acreditariam em alguma mudança nas nossas forças armadas?
Pensei o mesmo há pouco tempo atrás. :wink:




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#216 Mensagem por jauro » Dom Jul 13, 2008 10:13 am

EUA ativam IV Frota e dizem não entender críticas
Almirantes americanos garantem que missão será proteger mares de América Latina e Caribe, não ameaçar soberania dos países

José Meirelles Passos

JACKSONVILLE, Flórida. A reativação, ontem, da IV Frota Naval dos Estados Unidos, para operar especificamente na América Latina, foi marcada por insistentes afirmações das autoridades militares americanas de que não violarão o mar territorial dos países da região, e que o seu objetivo é aprofundar parcerias com eles, dando ênfase não só a exercícios conjuntos mas, principalmente, em operações de paz, de assistência humanitária, e de socorro em caso de desastres naturais.

Ainda assim, ao restabelecer a frota, que tinha sido desmantelada depois da Segunda Guerra Mundial - cuja missão era rastrear o Caribe e o Atlântico Sul em busca de submarinos nazistas - o chefe de Operações Navais da Marinha americana, o almirante Gary Roughead, mencionou outras metas mais incisivas:

- O princípio de nossa parceria será proteger os mares da região daqueles que ameaçam o fluxo livre de comércio, além de combater a pirataria, o tráfico de drogas, de pessoas e de armas - disse ele, num curto discurso sobre um tablado num hangar na Base Naval Mayport, tendo uma gigantesca bandeira dos EUA como pano de fundo.

Ao empossar, a seguir, o contra-almirante Joseph D. Kernan no comando da IV Frota e simultaneamente na chefia das forças navais do Comando Sul do Pentágono, Roughead também disparou um alerta:

- É claro que o foco da IV Frota estará nas ações humanitárias, mas que ninguém se engane: ela estará pronta para qualquer tipo de operação, em qualquer lugar e a qualquer momento - disse ele perante uma platéia formada por militares, alguns deles acompanhados de suas mulheres.

Ex-chefe naval do Comando Sul teria avisado os países


O capitão-de-fragata José Cardoso representou o Brasil na cerimônia, à qual também compareceram representantes de outros seis países: Colômbia, Chile, Argentina, México, Paraguai, Uruguai. O almirante James Stavridis, chefe do Comando Sul, comentou não ter entendido a reação de surpresa de alguns países da região com o anúncio da reativação da frota, como se fosse um segredo.

Segundo ele, o contra-almirante James W. Stevenson Jr. - que ontem passou a chefia das forças navais do Comando Sul para o contra-almirante Kernan - notificara todos os países sobre a novidade:

- Muito antes do anúncio (em abril), ele fez questão de que todas as Marinhas da região fossem informadas, com a expectativa de que mencionassem isso aos seus governos. E estes, então, se quisessem saber algo mais a respeito, que nos perguntassem - afirmou Stavridis, em entrevista após a cerimônia.

Ao seu lado, o almirante Roughead, de quem partira a idéia de reativar a IV Frota, afirmou que fatos como as atitudes de confronto da Venezuela e a mudança de guarda no governo de Cuba nada têm a ver com a iniciativa:

- Quando eu assumi meu posto essas coisas nem estavam no horizonte, e minha idéia era apenas trabalhar melhor na região, como já fazemos no Pacífico, no Mediterrâneo, no Oriente Médio.

Quando um repórter mencionou as suspeitas no Brasil, inclusive de seu governo, de que as recentes descobertas de petróleo em seu mar territorial poderiam, de alguma forma, ter fomentado a reativação da IV Frota, Stavridis e Roughead, que estavam lado a lado, responderam em coro:

- Não tem nada a ver com isso! - disseram ao mesmo tempo, e ao que Stavridis acrescentou:

- Isso foi decidido muito antes, e a Marinha dos EUA sempre respeitará o mar territorial de qualquer país. Nós o defendemos, não o violamos - afirmou, enfático, acrescentando que "esse é um momento de cooperação, de amizade e de parceria nas Américas".

As suspeitas e desconfianças manifestadas por vários governos - em especial Brasil, Argentina, Bolívia e Venezuela - foram encaradas pelos EUA como um novo desafio, segundo Stavridis:

- Nossa reação é que precisamos tratar de explicar melhor os nossos objetivos. Foi por isso que escrevi cartas para muitos jornais na região e o Departamento de Estado vem falando com os governos. Continuaremos a contar essa história a eles. No fim surgirá a resposta: depois de seis meses, um ano, os críticos não terão mais o que dizer porque verão que não houve missões de combate, ou atividades ofensivas. Não é para isso que a IV Frota existe.

Comandante diz que aprenderá a falar português

Ele e o comandante da IV Frota, o contra-almirante Kernan, disseram que ela conta com 122 pessoas cuja função é apenas cuidar do planejamento de operações. Ela não tem um navio fixo sequer. No entanto, o seu comando pode a qualquer momento requisitar quantas embarcações e equipamentos forem necessários, dependendo da missão que desejar empreender.

Kernan, que há dois meses está aprendendo espanhol e disse que tratará também de estudar português, comentou que "é preciso entender as nuances para lidar com outros países". E ao anunciar que visitará a América Latina disse que "vamos aprender coisas com eles, e não ficar ditando coisas daqui":

- Não posso me engajar em relacionamentos à distância. Irei lá. Minha intenção é colaborar, conversar sobre preocupações comuns a nós - afirmou.

Kernan, que foi das forças especiais de operações da Marinha (Seal), já esteve no Brasil uma vez, a passeio:

- Foi legal, porque pude nadar no Amazonas. Adoraria realizar treinamentos lá. O Brasil tem a maior escola do mundo de guerra na selva. Mas eu acho que não vão me deixar fazer um curso lá - disse, sorrindo.





A águia nos mares do Sul
PAULO DELGADO



Não é na ponta dos pés. Nem pela porta dos fundos. Não é um ato de guerra, tampouco um gesto de paz. São os yankees em movimento. O vírus da vigilância preventiva, essa modalidade vigorosa da influência norte-americana no mundo, é um costume de nação atenta à geopolítica do poder e ao mercado de segredos que a alimenta. Desativada em 1950 e reativada semana passada, a IV Frota da Marinha dos EUA volta a patrulhar as águas latino-americanas. Agora sob o comando do contra-almirante Joseph Kernan, especializado em táticas de guerra nos mares e membro da US Navy Sea, Air and Land (Grupo SEAL's), a elite naval do país.

O Comando Sul da IV Frota tem poder para intervenção autônoma e isolada e alcança o mesmo nível de importância do Comando Central que opera a V Frota no Golfo Pérsico. Tem Comandos similares que atuam em outras regiões do mundo, capacidade de demolição e combate naval e pelo menos cinco grandes missões: guerra não-convencional de guerrilhas; defesa contra estrangeiros; ação direta em combate e resgate; contraterrorismo; e reconhecimento especial de área. Organizadas em unidades pequenas e pelotões reduzidos, embarcações de alto desempenho, sua função é anteceder a presença das tropas. Hábil e ágil no manejo de postos de observação, recolhimento de inteligência, coleta de dados hidrográficos, avaliação de catástrofes naturais, inspeção de praia, vigilância de rios, patrulhamento preventivo e identificação de inimigos não-vistos. A IV Frota serve também para patrulhar barcos civis e comerciais, inibir e controlar fluxos migratórios, deslocamentos militares, monitoramento de tráfego ilícito: sempre atenta à desobstrução das vias comerciais marítimas. São pequenas bases militares itinerantes.

Qual o grau de credibilidade das explicações do Pentágono e do Capitólio para o ressurgimento, 58 anos depois, de uma frota criada após a invasão japonesa em Pearl Harbor, na Segunda Guerra Mundial? E por que lhe entregar o comando a um oficial com um currículo construído nas técnicas da guerra submersa e no treinamento de homens-rãs?

Evidente que os tempos são outros, mas nossa América Latina continua com suas atrativas reservas de água doce, alimentos, recursos energéticos e governos pitorescos. Isso não quer dizer que não é considerada bem-vinda qualquer parceria entre Forças Armadas de países democráticos e soberanos: legítima aliança no enfrentamento da agenda negativa - terrorismo, narcotráfico, tráfico de órgãos, violação do direito de patentes, crimes pela internet - que anda cada vez mais fora do controle de Estados e governos. Hoje a CIA e o FBI já sentaram praça nas principais cidades latino-americanas, com escritório, agentes, tecnologia e controle, partilhando uma política de segurança interna que permite uma discreta penetração territorial. Nada disso, porém, deveria avançar para vigiar a foz do gigantesco sistema fluvial sul-americano e patrulhar, das águas de nossa Amazônia azul, as águas marrons dos nossos desprotegidos rios.

Globalizada a economia, desmoralizada a política, monitoradas todas as fronteiras, a América Latina continua, discretamente, sendo arranjada como bloco para futuras disputas de poder no mundo. Reverencial à influencia norte-americana, impenetrável ao diálogo consistente com a Ásia e sem ter optado de forma estável pela parceria com a Europa, o sul da América tem que se contentar com a nota oficial de que a IV Frota não é uma força ofensiva e visa a aumentar a segurança regional, e não ameaçá-la.

As mobilizações pré-eleitorais nos EUA só consolidam políticas planejadas de longo prazo, pois o que é possível ou improvável em uma ação militar não se resolve nas urnas.

Planejar por instinto, quando noventa por cento do comércio mundial cruza os oceanos, é a vocação original das nações que vêem longe. Não se preocupar com o futuro, nosso costume regional, de tudo serve ao livre uso e abuso dos mares. A IV Frota não carrega contêineres, mas quer estar atenta ao seu destino.

PAULO DELGADO é sociólogo e foi deputado federal (PT-MG).




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#217 Mensagem por jauro » Dom Jul 13, 2008 10:20 am

LEO escreveu:
luisabs escreveu:A criação da IV frota é uma bençao, assim como é o Hugo Chavez. Se não existissem ameaças externas vocês acreditariam em alguma mudança nas nossas forças armadas?
Pensei o mesmo há pouco tempo atrás. :wink:
É uma benção, com certeza :D :D :) :) :wink: :wink:




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#218 Mensagem por Marino » Dom Jul 13, 2008 11:02 am

Brasil questiona americanos sobre frota

Lula, que ligou novo comando às descobertas de petróleo, terá relatório sobre tema feito por Jobim, que irá aos EUA Comandante da Marinha, porém, diz que reativação é "ato administrativo"; para Brasília, frota desequilibra forças na América Latina

ELIANE CANTANHÊDE


O governo brasileiro discorda da reativação da Quarta Frota Naval dos Estados Unidos no Atlântico Sul, vê com desconfiança as explicações do governo americano para a iniciativa e aguarda explicações mais convincentes de Washington, conforme a Folha apurou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha encarregado publicamente o chanceler Celso Amorim de pedir explicações ao governo George W. Bush. Agora, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai aproveitar uma viagem aos EUA no final do mês para se informar sobre o tema e fazer um relatório na volta para Lula.

Jobim disse que pretende conversar com autoridades militares, para entender exatamente o que é e o que significa a Quarta Frota, mas deixou claro que a viagem já estava anteriormente marcada.

O ministro, que já visitou bases militares americanas neste ano, irá novamente ao país para acompanhar manobras militares em Nevada, com a participação da FAB (Força aérea Brasileira), e também conhecer as instalações do Comando Sul, com base na Flórida.

O Comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, que deve acompanhar Jobim, disse à Folha que não há motivo para preocupação, pois a reativação da frota é "um ato administrativo".

Segundo ele, encarregado de transmitir as informações a respeito à Defesa, a Quarta Frota "não vai mudar muita coisa", pois as operações que eram feitas vão continuar praticamente as mesmas. A diferença é que, em vez de a Segunda Frota abastecer a força naval, haverá uma Quarta Frota para essa função.

Petróleo

Conforme a Folha apurou, porém, outros setores do governo, inclusive o diplomático, discordam da reativação da Quarta Frota e não engoliram a justificativa de Washington de que a volta dela, depois de quase 60 anos, acontece por "objetivos humanitários" e para o "combate ao tráfico" na região.

Em entrevista, o próprio Lula já tinha manifestado estranheza pelo ressurgimento da Quarta Frota, criada em 1943 diante da ameaça nazista e desmobilizada sete anos depois: "Descobrimos petróleo em toda a costa e, obviamente, queremos que os EUA nos expliquem a lógica dessa frota".

Há especulações, não certezas, sobre os reais motivos. Um deles seria justamente a crise internacional do petróleo, pois o barril passa dos US$ 140 -um recorde histórico-, e os fornecedores do mercado norte-americano não são confiáveis, a começar pela Venezuela do presidente Hugo Chávez.

Monitoramento

A nova frota, assim, seria uma forma de monitorar a rota de abastecimento e os países produtores, como os da África, especialmente Angola e Nigéria, e o Brasil, que se qualifica como um grande produtor mundial a partir da descoberta de novos megacampos.

Em qualquer hipótese, porém, o que incomoda tanto Brasília, mesmo com a avaliação tranqüilizadora da Marinha, é a questão estratégica: uma frota da maior potência mundial, como uma base terrestre, tem enorme peso no equilíbrio de forças de qualquer região.

"Pergunte à China se está satisfeita com a Sétima Frota no Pacífico. Claro que não!", ouviu anteontem a Folha no governo, a título de comparação.




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#219 Mensagem por Marino » Dom Jul 13, 2008 11:04 am

Comentário de um mané:
======================================================

Comentário: Motivação para frota vem da China


IGOR GIELOW


Como de costume, os relances de debate no Brasil sobre a volta da Quarta Frota estão envoltos nas névoas da má informação e da bravata nacionalista.

Aos fatos: a recriação é, sim, um sinal geopolítico claro de que Caribe e Atlântico Sul voltam à agenda militar norte-americana. Achar que os EUA estão preocupados com missões humanitárias e cooperação, como vende o discurso diplomático americano, é ingenuidade.

Mas a adesão à idéia de que tudo se resume a poder derrubar Hugos Chávez da vida e tomar de assalto nossas incríveis reservas petrolíferas sob a camada do pré-sal é tão ou mais tolo. Até porque, no caso da pressão sobre nossos caudilhos regionais, não é preciso uma frota para promover, como é mesmo?, "mudança de regime para a democracia".

Sobre os hidrocarbonetos, se a Arábia Saudita e vizinhos podem mandar na cotação do petróleo estando coalhados de presença militar americana, não será uma força-tarefa que vai dissuadir o Brasil de fazer sua parte no jogo -isso, claro, se o império não virar um império e resolver fazer as coisas como no século 19, o que hoje parece bem improvável.

A realidade mais factível por trás desse renovado interesse americano por "nosso quintal" está mais distante, nas crescentes ambições navais da China. Ora, se o mundo se move a comércio, e 90% dele ainda é feito em alguma parte sobre navios, nada mais natural do que a potência asiática querer estender meios de proteger rotas e ampliar sua influência sobre as águas por onde passam seus produtos.

Assim, Pequim já garantiu o estabelecimento até 2010 de uma base militar naval nas ilhas Maldivas, no Índico, para fechar o seu arco de proteção das rotas mais próximas -que já inclui amigos na ditadura de Mianmar e no miserê de Bangladesh.

Não faltam boatos de acordo semelhante com algum dos vários Estados-clientes que os chineses estão comprando, para evitar eufemismos, na África. Só a possibilidade de isso ocorrer já é suficiente para que os americanos reajam, ainda que hoje a capacidade naval chinesa seja basicamente costeira. Mas se há algo com que Pequim conta é com o tempo ganho devido à interdependência financeira com os EUA, essa sim uma forma de dissuasão bem mais eficaz agora.

Enquanto isso, voltemos à realidade. Não é a presença de força-tarefa no Atlântico Sul que vai provocar algum desequilíbrio. Os EUA são hoje o único país que pode projetar força globalmente, e assim permanecerão por bom tempo. A Marinha brasileira está nos anos 50. Não tem condições de defender nada, e talvez nossos almirantes achem com isso uma boa desculpa para pedir uma verba a mais.

Pena que o fetiche deles seja um submarino nuclear, defensável no longo prazo, enquanto a decisão mais inteligente deveria ser a construção de uma frota de submarinos diesel-elétricos (mais baratos e melhores em operações defensivas de costa) e investir em embarcações leves para a defesa das futuras instalações petrolíferas sobre o pré-sal.




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#220 Mensagem por Marino » Dom Jul 13, 2008 11:09 am

Reativação da 4ª Frota aguça sentimentos antiamericanos

Governo vê ligação com descoberta de petróleo na costa, que ex-comandante da Marinha e ex-chanceler descartam

Lourival Sant’Anna


Ela vai e vem na História do Brasil, como o vulto de um navio fantasma balançando no Oceano Atlântico. Sua primeira aparição foi em abril de 1943. Transferida de Norfolk (Virgínia) para Natal, a 4ª Frota americana passou a escoltar, com a esquadra brasileira, os navios mercantes no Atlântico Sul, depois que seis deles foram afundados por submarinos alemães. Em 1950, saiu de cena, absorvida pela 2ª Frota.

Em dezembro de 1976, ela ressurgiu de forma fantasmagórica. O jornalista Marcos Sá Corrêa revelou no Jornal do Brasil, com base em documentos da Biblioteca Presidencial Lyndon Johnson, em Austin, que um porta-aviões, três destróieres, um porta-helicópteros, oito aviões de abastecimento e um de comunicações, oito caças, um posto de comando aerotransportado e quatro petroleiros se reuniram no dia 31 de março de 1964 e rumaram para Santos. Além de centenas de milhares de barris de combustíveis, traziam 110 toneladas de armas e munição, incluindo 250 carabinas calibre 12. O objetivo era apoiar o golpe militar contra o presidente João Goulart, se houvesse resistência. Como não houve, a esquadra voltou para os Estados Unidos, sem entrar em ação. Essa imaterialidade só contribuiu para aumentar sua mística. “É uma sombra na história, algo que poderia ter sido e não foi”, define Sá Corrêa.

“Os EUA intervêm na América Central desde a Guerra Hispano-Americana de 1898, mas aqui nunca houve qualquer tipo de intervenção”, diz o historiador Marco Antonio Villa. “Criou-se um mito no Brasil.”

O anúncio do restabelecimento da 4ª Frota, no dia 24 de abril, reavivou o antiamericanismo dos presidentes de esquerda da região. “Qual é a razão para que os EUA nos enviem essa frota? Nunca vão admitir que é pelos recursos naturais da região”, acusou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a reunião de cúpula do Mercosul, no dia 1º, em San Miguel de Tucumán, Argentina. Segundo o ex-tenente-coronel pára-quedista do Exército venezuelano, a esquadra americana pode, além de cercar a América do Sul, penetrar pelos Rios Amazonas, da Prata e Orinoco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou no clima: “Agora que descobrimos petróleo a 300 quilômetros de nossa costa, queremos que os EUA expliquem qual é a lógica dessa frota, justamente numa região como esta, que é pacífica.”

“Não creio que a 4ª Frota tenha relação com o Brasil e muito menos com o petróleo”, descarta Luiz Felipe Lampreia, chanceler no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-98). Para ele, trata-se de “uma mexida numa peça relevante do poderio projetável americano para exercer pressão sobre outras casas do tabuleiro, em países que têm posição muito confrontada com os EUA, como a Venezuela, Equador e Bolívia.” O Brasil “não tem com que se preocupar”.

A visão do presidente Lula, de que a reativação da esquadra tem ligação com a descoberta de petróleo na costa brasileira, encontra ressonância no Itamaraty. “Neste momento, é difícil desvincular a 4ª Frota do alto preço do petróleo e das ameaças ao suprimento regular no Oriente Médio, se o quadro é de redução da instabilidade tanto na África Ocidental quanto na América do Sul”, diz uma fonte do Ministério das Relações Exteriores. Segundo o diplomata, mesmo tendo relações “excelentes” com os EUA, o Brasil se preocupa porque a situação é bem diferente com alguns vizinhos, como a Venezuela. Mas ele ressalva que essa visão é “preliminar”: o Itamaraty ainda está analisando a questão.

Algumas quadras acima na Esplanada dos Ministérios, a visão é outra. “Em princípio, a 4ª Frota não é uma preocupação”, diz o ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Temos os nossos próprios espaços e eles serão preservados de forma absoluta.” Para Jobim, a medida é apenas uma “sinalização política equivocada”.

“A 4ª Frota está sendo ativada porque deveremos estar entre 2013 e 2014 com 1 bilhão a mais de barris de petróleo por ano, subindo para cerca de 2,8 bilhões”, analisa Jairo Cândido, diretor do Departamento de Defesa da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). “Não é para ocupar ou tomar, mas para vigiar esse território, coisa que nossas Forças Armadas não têm condição de fazer.”

O comandante da Marinha, almirante Julio de Moura Neto, admite que “o Brasil está vulnerável” e não tem condições de proteger adequadamente as suas reservas de petróleo, mas se mostra despreocupado com a 4ª Frota: “Os EUA têm dado todas as garantias de que respeitarão todas as figuras jurídicas”, disse ele. “E a 4ª Frota está sendo reativada para cumprir uma missão antes cumprida pela 2ª Frota, que consideravam sobrecarregada.”

“Acho muito alarde para pouca coisa”, menospreza o almirante Roberto Guimarães Carvalho, que comandou a Marinha até março do ano passado. “Seria muito mais coerente se em vez de ficarmos preocupados com a 4ª Esquadra americana nos preocupássemos com a única esquadra brasileira.” Na sua gestão, Carvalho elaborou um plano de R$ 5,2 bilhões de reaparelhamento da Marinha, mas o pleito não foi adiante. “Se nada for feito, em 2025 a Marinha acaba.” A média de idade dos navios é de 30 a 40 anos, quando deveria ser de no máximo 20. Carvalho não vê relação entre a recriação da 4ª Frota e a descoberta de petróleo na costa brasileira.

O almirante Mario Cesar Flores, ministro da Marinha no governo Fernando Collor (1990-92), também não: “Não muda nada em relação ao que já existe há décadas.” Flores lembra que o Comando Sul, ao qual está subordinada a frota, “sempre teve força naval, só que extraída de outras esquadras”. O almirante diz que simplesmente o que se fez foi “dar ao Comando Sul estrutura similar à de outros comandos”, não havendo razão para “nenhuma preocupação objetiva”.




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#221 Mensagem por Paisano » Dom Jul 13, 2008 11:09 am

Marino escreveu:IGOR GIELOW
Quem é esse gênio sem lâmpada? :?




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#222 Mensagem por thelmo rodrigues » Dom Jul 13, 2008 11:15 am

Interessante como tem gente querendo entender mais de mar que o Almirantado e toda a MB! :roll:




"O dia em que os EUA aportarem porta aviões, navios de guerra, jatos e helicópteros apache sobre o território brasileiro, aposto que muitos brasileiros vão sair correndo gritando: "me leva, junto! me leva, junto!"
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#223 Mensagem por Corsário01 » Dom Jul 13, 2008 11:33 am

Se tivermos que escoltar nossos navios em rotas comerciais, como o faremos com Napinhas? Mesmo o Vigilant 400 é um Napinha.
Temos que ter uma frota de águas azuis de verdade. Mostrar capacidade em projetar poder sim, pois esta é a forma de se fazer respeitar.
Infelizmente, este horizonte não é visto por muitos em nossa republica das bananas. :evil:




Abraços,

Padilha
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#224 Mensagem por Penguin » Dom Jul 13, 2008 11:56 am

Marino escreveu:Brasil questiona americanos sobre frota

Lula, que ligou novo comando às descobertas de petróleo, terá relatório sobre tema feito por Jobim, que irá aos EUA Comandante da Marinha, porém, diz que reativação é "ato administrativo"; para Brasília, frota desequilibra forças na América Latina

ELIANE CANTANHÊDE


O governo brasileiro discorda da reativação da Quarta Frota Naval dos Estados Unidos no Atlântico Sul, vê com desconfiança as explicações do governo americano para a iniciativa e aguarda explicações mais convincentes de Washington, conforme a Folha apurou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha encarregado publicamente o chanceler Celso Amorim de pedir explicações ao governo George W. Bush. Agora, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai aproveitar uma viagem aos EUA no final do mês para se informar sobre o tema e fazer um relatório na volta para Lula.

Jobim disse que pretende conversar com autoridades militares, para entender exatamente o que é e o que significa a Quarta Frota, mas deixou claro que a viagem já estava anteriormente marcada.

O ministro, que já visitou bases militares americanas neste ano, irá novamente ao país para acompanhar manobras militares em Nevada, com a participação da FAB (Força aérea Brasileira), e também conhecer as instalações do Comando Sul, com base na Flórida.

O Comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, que deve acompanhar Jobim, disse à Folha que não há motivo para preocupação, pois a reativação da frota é "um ato administrativo".

Segundo ele, encarregado de transmitir as informações a respeito à Defesa, a Quarta Frota "não vai mudar muita coisa", pois as operações que eram feitas vão continuar praticamente as mesmas. A diferença é que, em vez de a Segunda Frota abastecer a força naval, haverá uma Quarta Frota para essa função.

Petróleo

Conforme a Folha apurou, porém, outros setores do governo, inclusive o diplomático, discordam da reativação da Quarta Frota e não engoliram a justificativa de Washington de que a volta dela, depois de quase 60 anos, acontece por "objetivos humanitários" e para o "combate ao tráfico" na região.

Em entrevista, o próprio Lula já tinha manifestado estranheza pelo ressurgimento da Quarta Frota, criada em 1943 diante da ameaça nazista e desmobilizada sete anos depois: "Descobrimos petróleo em toda a costa e, obviamente, queremos que os EUA nos expliquem a lógica dessa frota".

Há especulações, não certezas, sobre os reais motivos. Um deles seria justamente a crise internacional do petróleo, pois o barril passa dos US$ 140 -um recorde histórico-, e os fornecedores do mercado norte-americano não são confiáveis, a começar pela Venezuela do presidente Hugo Chávez.

Monitoramento

A nova frota, assim, seria uma forma de monitorar a rota de abastecimento e os países produtores, como os da África, especialmente Angola e Nigéria, e o Brasil, que se qualifica como um grande produtor mundial a partir da descoberta de novos megacampos.

Em qualquer hipótese, porém, o que incomoda tanto Brasília, mesmo com a avaliação tranqüilizadora da Marinha, é a questão estratégica: uma frota da maior potência mundial, como uma base terrestre, tem enorme peso no equilíbrio de forças de qualquer região.

"Pergunte à China se está satisfeita com a Sétima Frota no Pacífico. Claro que não!", ouviu anteontem a Folha no governo, a título de comparação.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#225 Mensagem por Penguin » Dom Jul 13, 2008 12:09 pm

Paisano escreveu:
Marino escreveu:IGOR GIELOW
Quem é esse gênio sem lâmpada? :?
Igor Gielow, 34, é secretário de Redação da Sucursal de Brasília. Na Folha desde 1992, foi correspondente em Londres (1996), coordenador da Agência Folha e editor. Como repórter, fez coberturas em cerca de 20 países, boa parte delas sobre conflitos e eleições.




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