Bolívia
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
02/05/2008 - 19h46 - Atualizado em 02/05/2008 - 20h00
Chanceler boliviano acusa Santa Cruz de bloquear diálogo
Da France Presse
WASHINGTON, 2 Mai 2008 (AFP) - O chanceler boliviano, David Choquehuanca, acusou nesta sexta-feira a região de Santa Cruz, que realiza no domingo um referendo sobre sua autonomia, de bloquear o diálogo com o governo, em uma reunião extraordinária do Conselho Permanente da OEA.
"Acreditávamos que a palavra da OEA, da Igreja Católica e da comunidade internacional seria ouvida, mas não foi assim", lamentou o ministro, em uma reunião com os membros da OEA sobre a crise na Bolívia, nas vésperas do referendo.
"As portas do diálogo que o irmão presidente Evo Morales abriu foram fechadas", disse Choquehuanca, após o emissário da OEA, Dante Caputo, apresentar ao Conselho seu relatório sobre a recente visita à Bolívia.
O ministro chamou a atenção dos países da OEA sobre "o fenômeno político novo e preocupante" que ocorre atualmente em seu país: através de um legítimo instrumento democrático, se está buscando um resultado que nega todos os princípios da institucionalidade democrática".
A região de Santa Cruz, que concentra 30% do PIB boliviano, votará no domingo sobre seu estatuto de governo autônomo, uma espécie de constituição regional, contra a decisão do presidente Evo Morales, que considera a consulta ilegal e separatista.
Chanceler boliviano acusa Santa Cruz de bloquear diálogo
Da France Presse
WASHINGTON, 2 Mai 2008 (AFP) - O chanceler boliviano, David Choquehuanca, acusou nesta sexta-feira a região de Santa Cruz, que realiza no domingo um referendo sobre sua autonomia, de bloquear o diálogo com o governo, em uma reunião extraordinária do Conselho Permanente da OEA.
"Acreditávamos que a palavra da OEA, da Igreja Católica e da comunidade internacional seria ouvida, mas não foi assim", lamentou o ministro, em uma reunião com os membros da OEA sobre a crise na Bolívia, nas vésperas do referendo.
"As portas do diálogo que o irmão presidente Evo Morales abriu foram fechadas", disse Choquehuanca, após o emissário da OEA, Dante Caputo, apresentar ao Conselho seu relatório sobre a recente visita à Bolívia.
O ministro chamou a atenção dos países da OEA sobre "o fenômeno político novo e preocupante" que ocorre atualmente em seu país: através de um legítimo instrumento democrático, se está buscando um resultado que nega todos os princípios da institucionalidade democrática".
A região de Santa Cruz, que concentra 30% do PIB boliviano, votará no domingo sobre seu estatuto de governo autônomo, uma espécie de constituição regional, contra a decisão do presidente Evo Morales, que considera a consulta ilegal e separatista.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
02/05/2008 - 20h09 - Atualizado em 02/05/2008 - 20h15
ENTREVISTA-Morales é fantoche de Chávez, diz líder autonomista
Da Reuters
Por Pav Jordan
SANTA CRUZ, Bolívia (Reuters) - Um dos principais dirigentes oposicionistas do movimento autonomista de Santa Cruz acusou nesta sexta-feira o presidente Evo Morales de agir como um fantoche do líder venezuelano Hugo Chávez.
Branko Marinkovic, um rico empresário que é um dos organizadores do referendo autonomista do próximo domingo em Santa Cruz, a região mais próspera do país, disse que Morales está governando a Bolívia com base em modelos comunistas ultrapassados, como o de Cuba.
A população de Santa Cruz irá às urnas dizer se é favorável a uma maior autonomia regional em questões como impostos, Justiça, polícia e controle dos recursos naturais. O governo e a Justiça consideram o referendo ilegal.
"Infelizmente, há interferências demais", disse Marinkovic à Reuters. "É preocupante para os bolivianos que Chávez seja que tem de tomar as nossas decisões."
A autonomia deve ser aprovada nas urnas, já que os simpatizantes do governo prometem boicotá-lo. Se o comparecimento for de menos de metade do eleitorado, sua legitimidade ficará esvaziada.
A votação pode agravar as seculares divisões entre a planície oriental, mais rica, e o Altiplano andino, onde há uma maior população indígena.
Três outras regiões do leste boliviano também pretendem realizar referendo semelhantes. Tradicionalmente, os Departamentos (Estados) têm pouquíssima autonomia.
"Morales precisa perceber que estamos falando sobre dois terços do país aqui, uma maioria do país que deseja a autonomia", disse ele em seu bem-montado escritório no centro de Santa Cruz de la Sierra.
"O presidente Morales precisa entender que ele é o presidente de todos os bolivianos, e que não deve ser Chávez, (o norte-americano George W.) Bush ou Fidel (Castro, ex-líder cubano) quem resolve os problemas da Bolívia", afirmou.
Morales é o primeiro indígena a governar o país, dando ênfase aos direitos dos povos tradicionais. Seu governo nacionalizou os recursos energéticos, convocou uma Assembléia Constituinte e promete uma "revolução agrária" para acabar com os latifúndios -- que são especialmente grandes em Santa Cruz.
Um em cada quatro bolivianos vive neste Departamento, que responde por um terço do PIB -- especialmente devido à extração de gás e à agricultura.
Críticos dizem que Marinkovic e outros latifundiários estão tentando defender seus interesses econômicos pessoais.
Mas o empresário, um bem-sucedido produtor de soja, diz que os cruzenhos só querem ter mais direito sobre os seus próprios recursos.
Morales diz que o referendo é uma tentativa de desestabilizar seu governo e alerta que ele pode levar ao separatismo.
ENTREVISTA-Morales é fantoche de Chávez, diz líder autonomista
Da Reuters
Por Pav Jordan
SANTA CRUZ, Bolívia (Reuters) - Um dos principais dirigentes oposicionistas do movimento autonomista de Santa Cruz acusou nesta sexta-feira o presidente Evo Morales de agir como um fantoche do líder venezuelano Hugo Chávez.
Branko Marinkovic, um rico empresário que é um dos organizadores do referendo autonomista do próximo domingo em Santa Cruz, a região mais próspera do país, disse que Morales está governando a Bolívia com base em modelos comunistas ultrapassados, como o de Cuba.
A população de Santa Cruz irá às urnas dizer se é favorável a uma maior autonomia regional em questões como impostos, Justiça, polícia e controle dos recursos naturais. O governo e a Justiça consideram o referendo ilegal.
"Infelizmente, há interferências demais", disse Marinkovic à Reuters. "É preocupante para os bolivianos que Chávez seja que tem de tomar as nossas decisões."
A autonomia deve ser aprovada nas urnas, já que os simpatizantes do governo prometem boicotá-lo. Se o comparecimento for de menos de metade do eleitorado, sua legitimidade ficará esvaziada.
A votação pode agravar as seculares divisões entre a planície oriental, mais rica, e o Altiplano andino, onde há uma maior população indígena.
Três outras regiões do leste boliviano também pretendem realizar referendo semelhantes. Tradicionalmente, os Departamentos (Estados) têm pouquíssima autonomia.
"Morales precisa perceber que estamos falando sobre dois terços do país aqui, uma maioria do país que deseja a autonomia", disse ele em seu bem-montado escritório no centro de Santa Cruz de la Sierra.
"O presidente Morales precisa entender que ele é o presidente de todos os bolivianos, e que não deve ser Chávez, (o norte-americano George W.) Bush ou Fidel (Castro, ex-líder cubano) quem resolve os problemas da Bolívia", afirmou.
Morales é o primeiro indígena a governar o país, dando ênfase aos direitos dos povos tradicionais. Seu governo nacionalizou os recursos energéticos, convocou uma Assembléia Constituinte e promete uma "revolução agrária" para acabar com os latifúndios -- que são especialmente grandes em Santa Cruz.
Um em cada quatro bolivianos vive neste Departamento, que responde por um terço do PIB -- especialmente devido à extração de gás e à agricultura.
Críticos dizem que Marinkovic e outros latifundiários estão tentando defender seus interesses econômicos pessoais.
Mas o empresário, um bem-sucedido produtor de soja, diz que os cruzenhos só querem ter mais direito sobre os seus próprios recursos.
Morales diz que o referendo é uma tentativa de desestabilizar seu governo e alerta que ele pode levar ao separatismo.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
03/05/2008 - 10h11 - Atualizado em 03/05/2008 - 10h15
Bolívia: militares alertam que estatuto de Santa Cruz ameaça integridade nacional
Da France Presse
LA PAZ, 3 Mai 2008 (AFP) - O Conselho Supremo de Defesa Nacional (Cosdena), uma instância militar de apoio às Forças Armadas da Bolívia, advertiu neste sábado que o estatuto de autonomia que será submetido a referendo popular no domingo no departamento de Santa Cruz "ameaça a integridade do território nacional".
"Não podemos ignorar que há um sério risco que ameaça a integridade do território nacional e que exige urgentemente um processo de conciliação", declarou o secretário permanente da Cosdena, general Mario Ayala Ferrufino, em um pronunciamento à imprensa.
Para Ferrufino, o conteúdo do estatuto de autonomia pode gerar "graves conseqüências para a unidade do país, estando em total desacordo com a atual Constituição Política do Estado (CPE) ao assumir competências que são nacionais", de acordo com a agência católica de notícias Erbol.
Em caso de uma eventual vitória do 'Sim' na consulta de Santa Cruz - considerada ilegal pelo tribunal eleitoral - o estatuto "não pode nem deve ser aplicado, e nem pode ser adotado como um novo texto constitucional, uma vez que a atual CPE não contempla as autonomias", destacou o general.
Os militares dizem ainda que a pergunta do referendo - "Você decide pela ratificação e entrada em vigência do Estatuto do Departamento Autônomo de Santa Cruz" - dá a entender que a região já possui a condição de autonomia, o que vai contra a atual Carta Magna.
Os chefes das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha) são aliadas do presidente Evo Morales, capitão general das três armas por imperativo constitucional.
Bolívia: militares alertam que estatuto de Santa Cruz ameaça integridade nacional
Da France Presse
LA PAZ, 3 Mai 2008 (AFP) - O Conselho Supremo de Defesa Nacional (Cosdena), uma instância militar de apoio às Forças Armadas da Bolívia, advertiu neste sábado que o estatuto de autonomia que será submetido a referendo popular no domingo no departamento de Santa Cruz "ameaça a integridade do território nacional".
"Não podemos ignorar que há um sério risco que ameaça a integridade do território nacional e que exige urgentemente um processo de conciliação", declarou o secretário permanente da Cosdena, general Mario Ayala Ferrufino, em um pronunciamento à imprensa.
Para Ferrufino, o conteúdo do estatuto de autonomia pode gerar "graves conseqüências para a unidade do país, estando em total desacordo com a atual Constituição Política do Estado (CPE) ao assumir competências que são nacionais", de acordo com a agência católica de notícias Erbol.
Em caso de uma eventual vitória do 'Sim' na consulta de Santa Cruz - considerada ilegal pelo tribunal eleitoral - o estatuto "não pode nem deve ser aplicado, e nem pode ser adotado como um novo texto constitucional, uma vez que a atual CPE não contempla as autonomias", destacou o general.
Os militares dizem ainda que a pergunta do referendo - "Você decide pela ratificação e entrada em vigência do Estatuto do Departamento Autônomo de Santa Cruz" - dá a entender que a região já possui a condição de autonomia, o que vai contra a atual Carta Magna.
Os chefes das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha) são aliadas do presidente Evo Morales, capitão general das três armas por imperativo constitucional.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
03/05/2008 - 14h46 - Atualizado em 03/05/2008 - 14h50
Correa afirma que países da região não reconhecerão autonomia de Santa Cruz
Da France Presse
QUITO, 3 Mai 2008 (AFP) - O presidente do Equador, Rafael Correa, alertou neste sábado que vários países da região não reconhecerão a eventual autonomia do departamento boliviano de Santa Cruz, e denunciou que esta "intenção separatista" está sendo apoiada pelas elites equatorianas e venezuelanas.
"São intenções separatistas absolutamente ilegais. Os países da região - e eu falei com vários presidentes - não vão permitir esse tipo de ação", afirmou Correa, sem citar nenhum país em particular.
O presidente equatoriano expressou sua solidariedade ao boliviano Evo Morales, um dia antes do referendo para aprovar o estatuto de autonomia convocado por Santa Cruz, e alertou os governos da região sobre uma ação orquestrada para desestabilizar a Bolívia com esse tipo de consulta popular.
"O que está acontecendo na Bolívia não é uma ação isolada, tem o apoio de países estrangeiros, que querem desestabilizar a região, e das elites separatistas de Guayaquil e Zulia, na Venezuela", apontou Correa em seu programa semanal de rádio.
Correa afirma que países da região não reconhecerão autonomia de Santa Cruz
Da France Presse
QUITO, 3 Mai 2008 (AFP) - O presidente do Equador, Rafael Correa, alertou neste sábado que vários países da região não reconhecerão a eventual autonomia do departamento boliviano de Santa Cruz, e denunciou que esta "intenção separatista" está sendo apoiada pelas elites equatorianas e venezuelanas.
"São intenções separatistas absolutamente ilegais. Os países da região - e eu falei com vários presidentes - não vão permitir esse tipo de ação", afirmou Correa, sem citar nenhum país em particular.
O presidente equatoriano expressou sua solidariedade ao boliviano Evo Morales, um dia antes do referendo para aprovar o estatuto de autonomia convocado por Santa Cruz, e alertou os governos da região sobre uma ação orquestrada para desestabilizar a Bolívia com esse tipo de consulta popular.
"O que está acontecendo na Bolívia não é uma ação isolada, tem o apoio de países estrangeiros, que querem desestabilizar a região, e das elites separatistas de Guayaquil e Zulia, na Venezuela", apontou Correa em seu programa semanal de rádio.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
03/05/2008 - 22h07
Simpatizantes de Morales prometem queimar urnas
Simpatizantes do presidente da Bolívia, Evo Morales, prometem 'resistir' ao referendo para a autonomia do Departamento de Santa Cruz com queima de urnas.
Da BBC
Simpatizantes do presidente da Bolívia, Evo Morales, prometem "resistir" ao referendo para a autonomia do Departamento (Estado) de Santa Cruz, programado para este domingo, com queima de urnas e bloqueio aos pontos de votação.
Segundo o presidente da Confederação Sindical de Colonizadores da Bolívia, Fidel Surco, haverá diversos "pontos de resistência" com grupos contrários à votação, convocada por líderes locais e não reconhecida pelo governo nacional.
"Vamos queimar urnas e bloquear acessos aos pontos de votação", anunciou Surco.
A mídia boliviana, como o noticiário Notivisión, informou neste sábado que além dos policiais e dos militares que farão a segurança da votação, outros voluntários, como universitários, vão trabalhar para "garantir" o acesso dos eleitores às urnas.
O presidente do Comitê Eleitoral Departamental, Mario Parada, disse que seu órgão conseguiu entregar todas as urnas aos diferentes pontos de votação.
Porém ele não descartou que os protestos atrapalhem a votação. "Nós entregamos as urnas, como corresponde, mas se vai haver ou não a votação em algum ponto, isso é outro problema", disse.
Apesar das ameaças dos grupos pró-Evo Morales, o governo pediu calma à população. "Pedimos uma vez mais que não assumam atitude de violência. E, por favor, que não se destrua nenhuma propriedade pública ou privada", disse à TV PAT o porta-voz do presidente, Ivan Canelas.
Reduto
Entre os locais de aversão ao referendo está o bairro chamado "Plano 3.000', reduto dos seguidores do presidente, com altos índices de pobreza.
Ali, onde muitos são originários de outros pontos da Bolívia, como as "cholas" de La Paz, alguns muros exibem a inscrição "no" a autonomia.
No lugar, com construções irregulares, ferros velhos, feiras de frutas, botijões de gás e outros itens, além de lava-rápidos de 4x4 (carros muito usados em Santa Cruz de la Sierra), nos fundos de quintal costumam ser realizadas manifestações contra a autonomia e em defesa de Morales.
Vendedoras do mercado, próximo ao ponto conhecido como "La Rotonda", disseram que ainda não sabem se vão votar ou não neste domingo.
O voto não é obrigatório. "A gente não sabe o que fazer. Se sai de casa ou não, com medo de que haja violência, e não sabe se vota pelo sim ou pelo não. O que será melhor?", disse Lola Martinez, de 62 anos, vendedora de frutas.
Neste domingo, estão previstas manifestações contra e a favor do referendo tanto em Santa Cruz como em La Paz - ali, onde está a sede do poder político central, o grupo chamado "Ponchos Rojos" marcou uma manifestação em defesa da "unidade" da Bolívia.
Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI, oficial), o protesto será também para "encaminhar uma nova revolução, baseada na ocupação de terras".
Simpatizantes de Morales prometem queimar urnas
Simpatizantes do presidente da Bolívia, Evo Morales, prometem 'resistir' ao referendo para a autonomia do Departamento de Santa Cruz com queima de urnas.
Da BBC
Simpatizantes do presidente da Bolívia, Evo Morales, prometem "resistir" ao referendo para a autonomia do Departamento (Estado) de Santa Cruz, programado para este domingo, com queima de urnas e bloqueio aos pontos de votação.
Segundo o presidente da Confederação Sindical de Colonizadores da Bolívia, Fidel Surco, haverá diversos "pontos de resistência" com grupos contrários à votação, convocada por líderes locais e não reconhecida pelo governo nacional.
"Vamos queimar urnas e bloquear acessos aos pontos de votação", anunciou Surco.
A mídia boliviana, como o noticiário Notivisión, informou neste sábado que além dos policiais e dos militares que farão a segurança da votação, outros voluntários, como universitários, vão trabalhar para "garantir" o acesso dos eleitores às urnas.
O presidente do Comitê Eleitoral Departamental, Mario Parada, disse que seu órgão conseguiu entregar todas as urnas aos diferentes pontos de votação.
Porém ele não descartou que os protestos atrapalhem a votação. "Nós entregamos as urnas, como corresponde, mas se vai haver ou não a votação em algum ponto, isso é outro problema", disse.
Apesar das ameaças dos grupos pró-Evo Morales, o governo pediu calma à população. "Pedimos uma vez mais que não assumam atitude de violência. E, por favor, que não se destrua nenhuma propriedade pública ou privada", disse à TV PAT o porta-voz do presidente, Ivan Canelas.
Reduto
Entre os locais de aversão ao referendo está o bairro chamado "Plano 3.000', reduto dos seguidores do presidente, com altos índices de pobreza.
Ali, onde muitos são originários de outros pontos da Bolívia, como as "cholas" de La Paz, alguns muros exibem a inscrição "no" a autonomia.
No lugar, com construções irregulares, ferros velhos, feiras de frutas, botijões de gás e outros itens, além de lava-rápidos de 4x4 (carros muito usados em Santa Cruz de la Sierra), nos fundos de quintal costumam ser realizadas manifestações contra a autonomia e em defesa de Morales.
Vendedoras do mercado, próximo ao ponto conhecido como "La Rotonda", disseram que ainda não sabem se vão votar ou não neste domingo.
O voto não é obrigatório. "A gente não sabe o que fazer. Se sai de casa ou não, com medo de que haja violência, e não sabe se vota pelo sim ou pelo não. O que será melhor?", disse Lola Martinez, de 62 anos, vendedora de frutas.
Neste domingo, estão previstas manifestações contra e a favor do referendo tanto em Santa Cruz como em La Paz - ali, onde está a sede do poder político central, o grupo chamado "Ponchos Rojos" marcou uma manifestação em defesa da "unidade" da Bolívia.
Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI, oficial), o protesto será também para "encaminhar uma nova revolução, baseada na ocupação de terras".
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
04/05/2008 - 17h50
Bolívia vive em um labirinto e pode sofrer golpe de Estado, avalia jurista boliviano
Carolina Juliano
Em São Paulo
A Bolívia está hoje em um labirinto e não existe no país força política que expresse realmente o sentimento popular. Esta é a opinião de Maurício Ochoa, advogado constitucionalista e presidente da Associação Boliviana de Juristas. "O que vemos hoje é um show midiático entre dois grupos políticos como nunca aconteceu no país", disse ele em entrevista ao UOL, por telefone desde La Paz. "De um lado está um grupo que, para não perder o que já tem, está pregando esse separatismo para desestabilizar o governo central. De outro, um governo que está tentando ganhar tempo para permanecer no poder."
A BOLÍVIA QUE QUER SE SEPARAR
Nombre Oficial: República de Bolivia
Capital Constitucional: Sucre
Capital Administrativa: La Paz
População: 9.427.219
Taxa de desemprego: 7,8%
População abaixo do nível de pobreza: 64%
Departamentos (Estados): Chuquisaca, La Paz, Cochabamba, Oruro, Potosí, Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando
Maior departamento: Santa Cruz, com 2.388.799 habitantes e responsável por 28,22% do PIB do país
Ochoa diz que tanto governo como oposição não agem legitimamente. A Assembléia Constituinte que aprovou, em dezembro do ano passado, a nova Constituição da Bolívia, segundo ele, elaborou um texto que é "quase inconstitucional". "Em 2005 foi elaborada uma Assembléia pré-Constituinte para discutir o texto da nova Carta Magna, mas ela nem sequer chegou a iniciar seus trabalhos."
A Constituinte que aprovou a nova Carta no ano passado também agiu arbitrariamente, na opinião de Ochoa, quando, por meio de uma resolução, determinou que o voto favorável de dois terços dos parlamentares presentes no plenário seria suficiente para aprová-la. A própria Constituinte havia deliberado que para ser aprovada, a carta precisaria de dois terços dos votos de todos os parlamentares. "Mas como a oposição se retirou, por não aprovar o texto, a Assembléia resolveu mudar o critério, por meio de uma resolução."
Por outro lado, o departamento de Santa Cruz também age fora da lei quando convoca esse referendo para consultar a população sobre a possibilidade de se tornar autônoma em relação ao governo federal. "Não há nenhuma lei no país que permita que um governo regional realize uma consulta popular à revelia do governo central. Isso tudo é uma espécie de pressão que Santa Cruz está querendo fazer para negociar o seu estatuto de autonomia."
Maurício Ochoa diz que a situação que se apresenta hoje em seu país não pode se resolver porque os interesses das duas partes "são como azeite e água". "A Constituição elaborada pelo presidente Evo Morales tem sérios problemas e vai de encontro aos estatutos de autonomia dos departamentos, principalmente por querer concentrar cada vez mais poder no governo central", explica ele. "Por exemplo, Santa Cruz quer que a última instância da Justiça para assuntos relacionados ao departamento seja a Corte Superior dos Estados. A nova Constituição confirma e amplia a atuação da Corte Suprema de Justiça como última instância para todos os assuntos do país."
Após os protestos pela aprovação da Constituição sem a presença da oposição, o presidente Evo Morales suspendeu as discussões e disse que iria submeter a aprovação do texto a uma consulta popular. Essa consulta, no entanto, nunca foi realizada. "Isso porque o presidente percebe que está vivendo um momento ruim. Se ele leva isso a consulta popular e perde, isso pode ser muito ruim para ele. O presidente preferiu, então, tentar negociar diretamente como os prefeitos dos departamentos para tentar chegar a um acordo."
Mas, segundo o advogado, Morales não está sabendo agir para evitar a desestabilização do seu governo. "O presidente tinha a obrigação constitucional de fazer valer as leis do país e proibir este referendo de Santa Cruz. É ilegal, não é permitido pela Constituição vigente no país, e por isso ele deveria usar as forças armadas para coibir."
Em vez disso, o presidente disse, em entrevistas, que não iria reprimir movimento nenhum e justificou tal atitude minimizando o valor que poderia ter o referendo de Santa Cruz. O presidente lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral não reconheceu a votação, a que chamou de "uma simples pesquisa de opinião pública".
E nessa situação - o presidente de um lado minimizando as tentativas de Santa Cruz para vir a legitimar o seu estatuto de autonomia, e o governo de Santa Cruz ignorando qualquer tipo de proibição por parte do governo central - os dois lados ganham tempo. "Santa Cruz tenta ganhar mais adeptos para a sua causa e o presidente Evo Morales ganha tempo para tentar se manter por mais tempo no poder."
A iniciativa de Santa Cruz, que provavelmente vai ser seguida pelos departamentos de Pando, Beni e Tarija em junho, pode, no entanto, ganhar força e se tornar perigosa, na opinião de Maurício Ochoa. "Não descarto que isso seja o início de uma tentativa séria de golpe de Estado na Bolívia.
Bolívia vive em um labirinto e pode sofrer golpe de Estado, avalia jurista boliviano
Carolina Juliano
Em São Paulo
A Bolívia está hoje em um labirinto e não existe no país força política que expresse realmente o sentimento popular. Esta é a opinião de Maurício Ochoa, advogado constitucionalista e presidente da Associação Boliviana de Juristas. "O que vemos hoje é um show midiático entre dois grupos políticos como nunca aconteceu no país", disse ele em entrevista ao UOL, por telefone desde La Paz. "De um lado está um grupo que, para não perder o que já tem, está pregando esse separatismo para desestabilizar o governo central. De outro, um governo que está tentando ganhar tempo para permanecer no poder."
A BOLÍVIA QUE QUER SE SEPARAR
Nombre Oficial: República de Bolivia
Capital Constitucional: Sucre
Capital Administrativa: La Paz
População: 9.427.219
Taxa de desemprego: 7,8%
População abaixo do nível de pobreza: 64%
Departamentos (Estados): Chuquisaca, La Paz, Cochabamba, Oruro, Potosí, Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando
Maior departamento: Santa Cruz, com 2.388.799 habitantes e responsável por 28,22% do PIB do país
Ochoa diz que tanto governo como oposição não agem legitimamente. A Assembléia Constituinte que aprovou, em dezembro do ano passado, a nova Constituição da Bolívia, segundo ele, elaborou um texto que é "quase inconstitucional". "Em 2005 foi elaborada uma Assembléia pré-Constituinte para discutir o texto da nova Carta Magna, mas ela nem sequer chegou a iniciar seus trabalhos."
A Constituinte que aprovou a nova Carta no ano passado também agiu arbitrariamente, na opinião de Ochoa, quando, por meio de uma resolução, determinou que o voto favorável de dois terços dos parlamentares presentes no plenário seria suficiente para aprová-la. A própria Constituinte havia deliberado que para ser aprovada, a carta precisaria de dois terços dos votos de todos os parlamentares. "Mas como a oposição se retirou, por não aprovar o texto, a Assembléia resolveu mudar o critério, por meio de uma resolução."
Por outro lado, o departamento de Santa Cruz também age fora da lei quando convoca esse referendo para consultar a população sobre a possibilidade de se tornar autônoma em relação ao governo federal. "Não há nenhuma lei no país que permita que um governo regional realize uma consulta popular à revelia do governo central. Isso tudo é uma espécie de pressão que Santa Cruz está querendo fazer para negociar o seu estatuto de autonomia."
Maurício Ochoa diz que a situação que se apresenta hoje em seu país não pode se resolver porque os interesses das duas partes "são como azeite e água". "A Constituição elaborada pelo presidente Evo Morales tem sérios problemas e vai de encontro aos estatutos de autonomia dos departamentos, principalmente por querer concentrar cada vez mais poder no governo central", explica ele. "Por exemplo, Santa Cruz quer que a última instância da Justiça para assuntos relacionados ao departamento seja a Corte Superior dos Estados. A nova Constituição confirma e amplia a atuação da Corte Suprema de Justiça como última instância para todos os assuntos do país."
Após os protestos pela aprovação da Constituição sem a presença da oposição, o presidente Evo Morales suspendeu as discussões e disse que iria submeter a aprovação do texto a uma consulta popular. Essa consulta, no entanto, nunca foi realizada. "Isso porque o presidente percebe que está vivendo um momento ruim. Se ele leva isso a consulta popular e perde, isso pode ser muito ruim para ele. O presidente preferiu, então, tentar negociar diretamente como os prefeitos dos departamentos para tentar chegar a um acordo."
Mas, segundo o advogado, Morales não está sabendo agir para evitar a desestabilização do seu governo. "O presidente tinha a obrigação constitucional de fazer valer as leis do país e proibir este referendo de Santa Cruz. É ilegal, não é permitido pela Constituição vigente no país, e por isso ele deveria usar as forças armadas para coibir."
Em vez disso, o presidente disse, em entrevistas, que não iria reprimir movimento nenhum e justificou tal atitude minimizando o valor que poderia ter o referendo de Santa Cruz. O presidente lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral não reconheceu a votação, a que chamou de "uma simples pesquisa de opinião pública".
E nessa situação - o presidente de um lado minimizando as tentativas de Santa Cruz para vir a legitimar o seu estatuto de autonomia, e o governo de Santa Cruz ignorando qualquer tipo de proibição por parte do governo central - os dois lados ganham tempo. "Santa Cruz tenta ganhar mais adeptos para a sua causa e o presidente Evo Morales ganha tempo para tentar se manter por mais tempo no poder."
A iniciativa de Santa Cruz, que provavelmente vai ser seguida pelos departamentos de Pando, Beni e Tarija em junho, pode, no entanto, ganhar força e se tornar perigosa, na opinião de Maurício Ochoa. "Não descarto que isso seja o início de uma tentativa séria de golpe de Estado na Bolívia.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
04/05/2008 - 19h45 - Atualizado em 04/05/2008 - 19h50
Bolívia: Santa Cruz apóia em massa estatuto autonômico (TV)
Da France Presse
SANTA CRUZ, Bolivia, 4 Mai 2008 (AFP) - Os primeiros informes não oficiais sobre os resultados do referendo realizado hoje na região de Santa Cruz assinalam que em zonas urbanas o apoio à autonomia foi de 88,9% e a rejeição de 11,1%, enquanto que nas rurais o Sim registrou 83,6% e a desaprovação, 16,4%.
Segundo pesquisas de boca-de-urna divulgadas pelo canal de televisão privada Red Uno, 85,9% dos eleitores da próspera região de Santa Cruz apoiaram o Sim à criação do primeiro governo autônomo da Bolívia, num polêmico referendo realizado neste domingo.
O plebiscito - considerado ilegal pelo governo - foi realizado durante oito horas, em meio a incidentes isolados no bairro 'Plan 3000', no sul da cidade e baluarte eleitoral do partido governista MAS, e nas zonas rurais do departamento; pelo menos 28 pessoas ficaram feridas, segundo o ministro de Governo (Interior), Alfredo Rada.
Com exceção dos incidentes registrados nos bolsões governistas, a consulta foi realizada com normalidade, apesar de o ministro Alfredo Rada dizer que o processo autonomista "fracassou" "porque simplesmente levou à divisão do próprio povo do departamento" de Santa Cruz.
O prefeito Rubén Costas, um dos incentivadores do projeto autonômico, destacou o "ambiente festivo" em que se realizou o referendo e o líder civil de Santa Cruz, Branko Marinkovic, questionou setores pró-governamentais "que impulsionaram episódios de violência" durante a jornada.
Segundo a corte eleitoral local, 935.527 pessoas foram habilitadas a votar e ainda não há informação oficial sobre o percentual de eleitores que compareceram às urnas.
Bolívia: Santa Cruz apóia em massa estatuto autonômico (TV)
Da France Presse
SANTA CRUZ, Bolivia, 4 Mai 2008 (AFP) - Os primeiros informes não oficiais sobre os resultados do referendo realizado hoje na região de Santa Cruz assinalam que em zonas urbanas o apoio à autonomia foi de 88,9% e a rejeição de 11,1%, enquanto que nas rurais o Sim registrou 83,6% e a desaprovação, 16,4%.
Segundo pesquisas de boca-de-urna divulgadas pelo canal de televisão privada Red Uno, 85,9% dos eleitores da próspera região de Santa Cruz apoiaram o Sim à criação do primeiro governo autônomo da Bolívia, num polêmico referendo realizado neste domingo.
O plebiscito - considerado ilegal pelo governo - foi realizado durante oito horas, em meio a incidentes isolados no bairro 'Plan 3000', no sul da cidade e baluarte eleitoral do partido governista MAS, e nas zonas rurais do departamento; pelo menos 28 pessoas ficaram feridas, segundo o ministro de Governo (Interior), Alfredo Rada.
Com exceção dos incidentes registrados nos bolsões governistas, a consulta foi realizada com normalidade, apesar de o ministro Alfredo Rada dizer que o processo autonomista "fracassou" "porque simplesmente levou à divisão do próprio povo do departamento" de Santa Cruz.
O prefeito Rubén Costas, um dos incentivadores do projeto autonômico, destacou o "ambiente festivo" em que se realizou o referendo e o líder civil de Santa Cruz, Branko Marinkovic, questionou setores pró-governamentais "que impulsionaram episódios de violência" durante a jornada.
Segundo a corte eleitoral local, 935.527 pessoas foram habilitadas a votar e ainda não há informação oficial sobre o percentual de eleitores que compareceram às urnas.
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
E agora, o que eles irão fazer? Iniciar uma guerra civil?Bolívia: Santa Cruz apóia em massa estatuto autonômico (TV)
É a incompetencia do Morales em conduzir um projeto socialista vai custar caro a Bolivia. Sera que o Chavez e o Correa entram na brincadeira tambem?, ai so falta o Lula e o circo ta armado na america latina....
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Tá, mas e aí? O pau já está pegando? Já bombardearam La Paz (com quê? Os T33 provavelmente perderiam as asas no meio do caminho se tentassem conduzir bombas), muita matança?
Ei, sem stress, foi só o meu MOMENTO TALHA VÉIO da semana, POWS!!!
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
O Lula vai ficar emcima do muro como sempre.ademir escreveu:E agora, o que eles irão fazer? Iniciar uma guerra civil?Bolívia: Santa Cruz apóia em massa estatuto autonômico (TV)
É a incompetencia do Morales em conduzir um projeto socialista vai custar caro a Bolivia. Sera que o Chavez e o Correa entram na brincadeira tambem?, ai so falta o Lula e o circo ta armado na america latina....
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Pra dizer a verdade o lula nunca desceu do muro... por isso não é levado a sério mundialmente como lider.
Um abraço e t+
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
E o cabeçudo ainda quer inverter a realidade pra tentar enganar ainda mais os otários que acreditam nele e no seu chefe: "Quero expressar que nesse dia chamado de festa, esta consulta sobre o estatuto autonômico fracassou rotundamente". Mais de 85% de aprovação pra ele é fracasso.
Ô gente pra gostar de tampar sol com peneira!
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Coisas da política: As sombras no horizonte
Mauro Santayana
A esperada vitória dos separatistas bolivianos, no referendo de ontem, significa, em seus desdobramentos, a ameaça de balcanização dos países andinos, embora não se fale ainda em independência. Os Estados latino-americanos, por mais controvertida tenham sido suas formações, são compromissos históricos que não convêm alterar. As normas básicas dos pactos nacionais são as da solidariedade entre seus grupos humanos e regiões econômicas.
Até faz algumas décadas, antes que se desenvolvessem as atividades agropecuárias na zona oriental, os donos do dinheiro investiam na cordilheira e em seus altos, nas ricas minas de estanho e de prata. Naquele tempo, as populações das terras baixas contavam com a solidariedade dos indígenas da cordilheira. Hoje, a atividade de mineração na Bolívia não é tão rendosa quanto antes, e o agronegócio floresce nos cerrados e nas já devastadas matas do Leste. Os "cambas" – na maioria brancos de imigração recente – depreciam os "coyos", os mestiços e indígenas autóctones das encostas andinas, e sentem-se defraudados, quando recolhem impostos para a nação como um todo.
Todos os países norte-ocidentais assemelham-se à Bolívia, com maior prosperidade e nas regiões planas, em detrimento das montanhas, que os povos nativos ocupavam preferencialmente. Há movimentos separatistas no Estado de Zulia, no Golfo da Venezuela e junto ao lago de Maracaibo, onde se concentram as jazidas de petróleo; na Colômbia, com o acelerado crescimento de Barranquilla e o forte turismo de Cartagena já há quem fale no assunto e, de forma ainda mais grave, no Equador, os enriquecidos "guayas" se movimentam reivindicando autonomia. No Peru, a situação é diferente: a reivindicação é do Departamento de Puno, nas margens do Titicaca, na Cordilheira.
Não podemos intervir nos assuntos da Bolívia. Autodeterminação é autodeterminação. Mas, na defesa de nossos interesses nacionais, temos de deixar claro que não nos agrada a hipótese de um confronto armado no país vizinho – em área limítrofe com o Brasil e fomentado por países estranhos ao continente. Se o exemplo medrar, enfrentaremos problemas semelhantes na Venezuela, na Colômbia, no Equador e no Peru.
O que parecia ser apenas a vitória de um espertalhão na Itália, com o retorno de Berlusconi ao poder, começa a ficar mais sério. O êxito da direita nas eleições municipais de Roma, com Gianni Alemanno, foi comemorado com os braços levantados, na velha saudação conhecida. Os discursos e slogans não deixam dúvida: o neofascismo se articula com Berlusconi e Bossi, da Lega Lombarda.
A Europa prepara, agora, segundo informa a União Européia, a expulsão de oito milhões de imigrantes ilegais – se é que existem tantos. Para recolhê-los já se instalam campos de concentração para a triagem dos detidos. A França, de Sarkozy, e a Alemanha se unem ao mesmo propósito dos italianos e dos espanhóis. Quando o nazismo começava a organizar-se, o grande escritor tcheco Karel Capek escreveu alguns romances e peças teatrais que denunciavam o totalitarismo em ascensão e buscavam mobilizar os leitores para a resistência. Eram utopias tenebrosas: Valka s mloký (A guerra das salamadras), Bílá nemoc (A doença branca) e, sobretudo, Matka (A mãe). Poucos o ouviram e o Pacto de Munique deu-lhe razão. Em Dezembro 1938, em protesto contra a ocupação dos sudetos, Capek, com pneumonia, desistiu de medicar-se e morreu na noite de Natal. Nos anos 30, toda a Europa – com exceção de poucos democratas atentos – ria-se do bigode de Hitler e dos trejeitos de Mussolini, como se diverte hoje com as piadas do Cavaliere Berlusconi e as trapalhadas de Sarkozy.
No julgamento de Nuremberg, quando os promotores e juízes sorriam, ao examinar os textos de Mein kampf e os slogans do doutor Goebbels, o procurador francês, François de Methon, conteve-os com a observação lúcida: "os senhores riem dessas frases estúpidas, porque vencemos. Se tivéssemos sido derrotados, nós as estaríamos repetindo, alguns coagidos pelo medo, outros, com muito entusiasmo".
JB on line
Mauro Santayana
A esperada vitória dos separatistas bolivianos, no referendo de ontem, significa, em seus desdobramentos, a ameaça de balcanização dos países andinos, embora não se fale ainda em independência. Os Estados latino-americanos, por mais controvertida tenham sido suas formações, são compromissos históricos que não convêm alterar. As normas básicas dos pactos nacionais são as da solidariedade entre seus grupos humanos e regiões econômicas.
Até faz algumas décadas, antes que se desenvolvessem as atividades agropecuárias na zona oriental, os donos do dinheiro investiam na cordilheira e em seus altos, nas ricas minas de estanho e de prata. Naquele tempo, as populações das terras baixas contavam com a solidariedade dos indígenas da cordilheira. Hoje, a atividade de mineração na Bolívia não é tão rendosa quanto antes, e o agronegócio floresce nos cerrados e nas já devastadas matas do Leste. Os "cambas" – na maioria brancos de imigração recente – depreciam os "coyos", os mestiços e indígenas autóctones das encostas andinas, e sentem-se defraudados, quando recolhem impostos para a nação como um todo.
Todos os países norte-ocidentais assemelham-se à Bolívia, com maior prosperidade e nas regiões planas, em detrimento das montanhas, que os povos nativos ocupavam preferencialmente. Há movimentos separatistas no Estado de Zulia, no Golfo da Venezuela e junto ao lago de Maracaibo, onde se concentram as jazidas de petróleo; na Colômbia, com o acelerado crescimento de Barranquilla e o forte turismo de Cartagena já há quem fale no assunto e, de forma ainda mais grave, no Equador, os enriquecidos "guayas" se movimentam reivindicando autonomia. No Peru, a situação é diferente: a reivindicação é do Departamento de Puno, nas margens do Titicaca, na Cordilheira.
Não podemos intervir nos assuntos da Bolívia. Autodeterminação é autodeterminação. Mas, na defesa de nossos interesses nacionais, temos de deixar claro que não nos agrada a hipótese de um confronto armado no país vizinho – em área limítrofe com o Brasil e fomentado por países estranhos ao continente. Se o exemplo medrar, enfrentaremos problemas semelhantes na Venezuela, na Colômbia, no Equador e no Peru.
O que parecia ser apenas a vitória de um espertalhão na Itália, com o retorno de Berlusconi ao poder, começa a ficar mais sério. O êxito da direita nas eleições municipais de Roma, com Gianni Alemanno, foi comemorado com os braços levantados, na velha saudação conhecida. Os discursos e slogans não deixam dúvida: o neofascismo se articula com Berlusconi e Bossi, da Lega Lombarda.
A Europa prepara, agora, segundo informa a União Européia, a expulsão de oito milhões de imigrantes ilegais – se é que existem tantos. Para recolhê-los já se instalam campos de concentração para a triagem dos detidos. A França, de Sarkozy, e a Alemanha se unem ao mesmo propósito dos italianos e dos espanhóis. Quando o nazismo começava a organizar-se, o grande escritor tcheco Karel Capek escreveu alguns romances e peças teatrais que denunciavam o totalitarismo em ascensão e buscavam mobilizar os leitores para a resistência. Eram utopias tenebrosas: Valka s mloký (A guerra das salamadras), Bílá nemoc (A doença branca) e, sobretudo, Matka (A mãe). Poucos o ouviram e o Pacto de Munique deu-lhe razão. Em Dezembro 1938, em protesto contra a ocupação dos sudetos, Capek, com pneumonia, desistiu de medicar-se e morreu na noite de Natal. Nos anos 30, toda a Europa – com exceção de poucos democratas atentos – ria-se do bigode de Hitler e dos trejeitos de Mussolini, como se diverte hoje com as piadas do Cavaliere Berlusconi e as trapalhadas de Sarkozy.
No julgamento de Nuremberg, quando os promotores e juízes sorriam, ao examinar os textos de Mein kampf e os slogans do doutor Goebbels, o procurador francês, François de Methon, conteve-os com a observação lúcida: "os senhores riem dessas frases estúpidas, porque vencemos. Se tivéssemos sido derrotados, nós as estaríamos repetindo, alguns coagidos pelo medo, outros, com muito entusiasmo".
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
O Tio Sam e a UE devem reconhecer o novo estado. Se as nações da região não tiverem iniciativa, vamos ficar como espectadores mais uma vez na janela de casa.
Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
"Balcanização" huahauhuahua que exagero............
Mas duvido que Santa Cruz tenha força para se tornar independente.
Ninguém fala nela mas a China apóia fortemente o governo de Evo Morales.....é a primeira investida Chinesa na AS o Zacarias é seu primeiro fantoche para o politurbo chinês............isso sem falar é claro no onipresente do Chavito...........
Não duvido nada em divisões chinesas aeromóveis caindo em cima de Santa Cruz com o apoio de Flankers Venezuelanos......... vai até aparecer uns PQDs chineses perdidos na fronteira.........
E o Brasil finalmente verá seu quintal arrombado e se sentirá verdadeiramente impotente perante a situação toda............inclusive se sentindo humilhado perante a comunidade internacional.................
Mas duvido que Santa Cruz tenha força para se tornar independente.
Ninguém fala nela mas a China apóia fortemente o governo de Evo Morales.....é a primeira investida Chinesa na AS o Zacarias é seu primeiro fantoche para o politurbo chinês............isso sem falar é claro no onipresente do Chavito...........
Não duvido nada em divisões chinesas aeromóveis caindo em cima de Santa Cruz com o apoio de Flankers Venezuelanos......... vai até aparecer uns PQDs chineses perdidos na fronteira.........
E o Brasil finalmente verá seu quintal arrombado e se sentirá verdadeiramente impotente perante a situação toda............inclusive se sentindo humilhado perante a comunidade internacional.................
"I would rather have a German division in front of me than a French
one behind me."
General George S. Patton.
one behind me."
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