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Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Jan 16, 2021 10:10 am
por Penguin
gabriel219 escreveu: Sáb Jan 16, 2021 7:09 am
Penguin escreveu: Sex Jan 15, 2021 9:58 pm





Fonte: https://mundoconectado.com.br/artigos/v ... ternativas

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Parece que o Brasil está um pouco atrasado no mercado de grafeno...

Summary Table Showing the Number of Graphene Producers by Country and Region
Imagem
http://www.nanotech-now.com/columns/?article=1136
Produção é a mesma coisa que pesquisa?

Estranho, pois eu trabalho com isso e estou em contato com pesquisadores do EUA, alguns da Ásia (Coréia do Sul) e Europa, o que eu vejo é totalmente diferente. Atualmente todos possuem um processo fabril bem mais caro e complexo do que o que estamos desenvolvendo.

A metodologia sendo desenvolvida aqui em parceria com Coréia do Sul e agora Japão é mais simples e mais barata, podendo ser replicada a nível industrial. O atual método de produção é apenas para estudos, comparável a pequenos reatores de fissão de Universidades, como o da USP.
Relatório do Governo britânico sobre o cenário mundial de P&D+i sobre o grafeno:

https://assets.publishing.service.gov.u ... aphene.pdf



EUA lideram as pesquisas mundiais, seguido por China, Coreia do Sul, Japão e Europa no seu conjunto.
Esses países são os mesmos que mais investem em P&D+i na maioria dos campos de conhecimento. E no campo de materiais e nanotecnologia não é diferente.

Se o país se concentrar na pesquisa básica (geralmente feita nas Universidades) e não avançar na pesquisa aplicada, geralmente realizada em parceria com empresas ou nas empresas, o esforço não trará resultados econômicos e não haverá inovação e muito menos produção. Geralmente os países que controlam o desenvolvimento e a produção de produtos que são vendidos no mercado são os mesmos que lideram o processo de P&D+i.

No mais é importante que o país invista nessa área e em outras. A falta de competitividade de nossa indústria tem muito a ver com (sem entrar nas causas):
a) Carência em investimentos em P&D+i.
b) Insuficiência em pesquisa aplicada.
c) O mercado responde a incentivos. Aqui temos um problema.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Jan 16, 2021 1:54 pm
por gabriel219
Penguin escreveu: Sáb Jan 16, 2021 10:10 am
gabriel219 escreveu: Sáb Jan 16, 2021 7:09 am
Produção é a mesma coisa que pesquisa?

Estranho, pois eu trabalho com isso e estou em contato com pesquisadores do EUA, alguns da Ásia (Coréia do Sul) e Europa, o que eu vejo é totalmente diferente. Atualmente todos possuem um processo fabril bem mais caro e complexo do que o que estamos desenvolvendo.

A metodologia sendo desenvolvida aqui em parceria com Coréia do Sul e agora Japão é mais simples e mais barata, podendo ser replicada a nível industrial. O atual método de produção é apenas para estudos, comparável a pequenos reatores de fissão de Universidades, como o da USP.
Relatório do Governo britânico sobre o cenário mundial de P&D+i sobre o grafeno:

https://assets.publishing.service.gov.u ... aphene.pdf



EUA lideram as pesquisas mundiais, seguido por China, Coreia do Sul, Japão e Europa no seu conjunto.
Esses países são os mesmos que mais investem em P&D+i na maioria dos campos de conhecimento. E no campo de materiais e nanotecnologia não é diferente.

Se o país se concentrar na pesquisa básica (geralmente feita nas Universidades) e não avançar na pesquisa aplicada, geralmente realizada em parceria com empresas ou nas empresas, o esforço não trará resultados econômicos e não haverá inovação e muito menos produção. Geralmente os países que controlam o desenvolvimento e a produção de produtos que são vendidos no mercado são os mesmos que lideram o processo de P&D+i.

No mais é importante que o país invista nessa área e em outras. A falta de competitividade de nossa indústria tem muito a ver com (sem entrar nas causas):
a) Carência em investimentos em P&D+i.
b) Insuficiência em pesquisa aplicada.
c) O mercado responde a incentivos. Aqui temos um problema.
Você não pode medir progressão científica com base no quanto se investe ali e sim no quão real está sendo seu ganho tecnológico. Em termos de proporção, investimos mais em Saúde do que grande parte da rede privada e mais em Educação que países desenvolvidos, mas quais seus ganhos?

Existem vários exemplos científicos que mostram que jogar dinheiro em cima de pranchetas não traduz em resultados. Países por ai investem 3x mais que o Brasil no campo Agrotech e adivinha quem detém o maior número de sistemas tecnológicos, desde biotecnologia a mecatrônica?

Hoje não há nenhuma diferenciação em o que ocorre no EUA, China ou no Brasil em relação a Nanotubos de Carbono. Não há nenhuma diferença tecnológica que justifique o gap em relação aos investimentos, tanto é que as propriedades dos NTC's são conhecidos desde a década de 1990 e, desde então, não há nada novo do que foi sugerido na época. Hoje em dia a corrida não se dá mais no desenvolvimento das propriedades do composto e sim no que tange a seu processo de fabricação.

Você está usando de uma metodologia furada. Isso significa que sou contra o investimento a mais? Claro que não, porém não é com base em números de dinheiro que se demonstra avanço tecnológico. Não existe ninguém no mundo que consegue transformar o - literalmente - resto de lixo do bagaço da cana-de-açúcar em compostos de carbono, como Fibra de Carbono, exceto pelo Brasil.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Jan 16, 2021 6:55 pm
por Túlio
gabriel219 escreveu: Sáb Jan 16, 2021 1:54 pm
Você não pode medir progressão científica com base no quanto se investe ali e sim no quão real está sendo seu ganho tecnológico. Em termos de proporção, investimos mais em Saúde do que grande parte da rede privada e mais em Educação que países desenvolvidos, mas quais seus ganhos?

Existem vários exemplos científicos que mostram que jogar dinheiro em cima de pranchetas não traduz em resultados. Países por ai investem 3x mais que o Brasil no campo Agrotech e adivinha quem detém o maior número de sistemas tecnológicos, desde biotecnologia a mecatrônica?

Hoje não há nenhuma diferenciação em o que ocorre no EUA, China ou no Brasil em relação a Nanotubos de Carbono. Não há nenhuma diferença tecnológica que justifique o gap em relação aos investimentos, tanto é que as propriedades dos NTC's são conhecidos desde a década de 1990 e, desde então, não há nada novo do que foi sugerido na época. Hoje em dia a corrida não se dá mais no desenvolvimento das propriedades do composto e sim no que tange a seu processo de fabricação.

Você está usando de uma metodologia furada. Isso significa que sou contra o investimento a mais? Claro que não, porém não é com base em números de dinheiro que se demonstra avanço tecnológico. Não existe ninguém no mundo que consegue transformar o - literalmente - resto de lixo do bagaço da cana-de-açúcar em compostos de carbono, como Fibra de Carbono, exceto pelo Brasil.
Quando as pessoas não estão realmente interessadas em TECNOLOGIA e muito menos em PESQUISA mas sim em coisas mais "mundanas", por assim dizer, se empolgam tanto em rebaixar o Brasil onde e como puderem que esquecem que até em coisas como criar uma nova espécie (e lá vem o Túlio com o maldito "Agro é pop" de novo :roll: ) de PORCO cujo rim pode ser transplantado para seres humanos que hoje custam bilhões em diálise e volta e meia ainda morrem o Brasil está na frente.

P&D não é só dar dinheiro e esquecer porque um dia claro que vem um belo resultado; a parte $$$ de P&D vai desde achar uma maneira de alocar verbas para fazer o Grafeno* financeiramente viável de produzir em massa até a que foi concedida para aquelx carx que resolveu "pesquisar" e escrever uma tese sobre ORGIAS GAYS, passando por verbas (isso é muito comum) que são alocadas mas não EXECUTADAS no orçamento. E há ainda a P&D privada e a mista (posso exemplificar ambas com a EMBRAER: E-jets e KC-390)...


NOTA (*) - Não posso deixar de achar engraçado imaginar como seria um papercut de uma folha tamanho A4 feita de Grafeno: como é um troço resistente pra burro e a dita folha tem UM ÁTOMO de espessura, o citado corte provavelmente implicaria na perda do dedo ou até DA MÃO INTEIRA! :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Jan 16, 2021 7:24 pm
por gabriel219
Já vi teses ridículas de pesquisadores mundo afora, com erros grotescos de tratamento para NTC's que recebem 40x mais do que nós, em pesquisas que já custaram bilhões e não cometemos os mesmos erros.

Infelizmente falta mais verba, já que reitores de Federais gostam de teses sobre orgias em banheiros de terminais.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Jan 16, 2021 8:15 pm
por Penguin
gabriel219 escreveu: Sáb Jan 16, 2021 1:54 pm
Penguin escreveu: Sáb Jan 16, 2021 10:10 am

Relatório do Governo britânico sobre o cenário mundial de P&D+i sobre o grafeno:

https://assets.publishing.service.gov.u ... aphene.pdf



EUA lideram as pesquisas mundiais, seguido por China, Coreia do Sul, Japão e Europa no seu conjunto.
Esses países são os mesmos que mais investem em P&D+i na maioria dos campos de conhecimento. E no campo de materiais e nanotecnologia não é diferente.

Se o país se concentrar na pesquisa básica (geralmente feita nas Universidades) e não avançar na pesquisa aplicada, geralmente realizada em parceria com empresas ou nas empresas, o esforço não trará resultados econômicos e não haverá inovação e muito menos produção. Geralmente os países que controlam o desenvolvimento e a produção de produtos que são vendidos no mercado são os mesmos que lideram o processo de P&D+i.

No mais é importante que o país invista nessa área e em outras. A falta de competitividade de nossa indústria tem muito a ver com (sem entrar nas causas):
a) Carência em investimentos em P&D+i.
b) Insuficiência em pesquisa aplicada.
c) O mercado responde a incentivos. Aqui temos um problema.
Você não pode medir progressão científica com base no quanto se investe ali e sim no quão real está sendo seu ganho tecnológico. Em termos de proporção, investimos mais em Saúde do que grande parte da rede privada e mais em Educação que países desenvolvidos, mas quais seus ganhos?
Quando mencionei investimento foi em sentido amplo.
A medição do esforço em P&D+i é complexo, alguns indicadores são aos mais utilizados:

(...)
Los indicadores de ciencia y tecnología pueden ser divididos en tres grandes grupos (Arriola, 2004):
a) Indicadores de recursos (inputs): gastos en I+D, personal dedicado a investigación, etc.
b) Indicadores de resultado (outputs): número de patentes solicitadas y registradas (o concedidas), artículos científicos publicados, balanza de pagos tecnológicos (BPT), etc.
c) Indicadores de impacto: índices de productividad, nivel de producción, nivel de comercio tecnológico, etc.


No final, se não há resultados positivos no que está em azul, há problemas.
Existem vários exemplos científicos que mostram que jogar dinheiro em cima de pranchetas não traduz em resultados. Países por ai investem 3x mais que o Brasil no campo Agrotech e adivinha quem detém o maior número de sistemas tecnológicos, desde biotecnologia a mecatrônica?
Vc já entendeu que não é só dinheiro. Mas os recursos financeiros fazem parte.
Veja o exemplo das vacinas para COVID. Por que o Brasil não desenvolveu uma? Faltou investimento.
Há várias em desenvolvimento inicial, mas faltou recursos financeiros para que pelo menos uma avançasse.

Há uma correlação entre investimentos em P&D+i e renda per capita:
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Hoje não há nenhuma diferenciação em o que ocorre no EUA, China ou no Brasil em relação a Nanotubos de Carbono. Não há nenhuma diferença tecnológica que justifique o gap em relação aos investimentos, tanto é que as propriedades dos NTC's são conhecidos desde a década de 1990 e, desde então, não há nada novo do que foi sugerido na época. Hoje em dia a corrida não se dá mais no desenvolvimento das propriedades do composto e sim no que tange a seu processo de fabricação.
Não?!
Veja o relatório do Governo Inglês e quem (Empresas e países) está registrando patentes relacionadas a aplicações utilizando grafeno:
https://assets.publishing.service.gov.u ... aphene.pdf
Por outro lado, pelo que me consta, o custo de produção é alto, limitando as aplicações. Haverá muito esforço para tornar a produção mais barata e viabilizar novas aplicações.
E nós?
Você está usando de uma metodologia furada. Isso significa que sou contra o investimento a mais? Claro que não, porém não é com base em números de dinheiro que se demonstra avanço tecnológico. Não existe ninguém no mundo que consegue transformar o - literalmente - resto de lixo do bagaço da cana-de-açúcar em compostos de carbono, como Fibra de Carbono, exceto pelo Brasil.
Em momento algum disse que vc é contra alguma coisa.
É com base em um cenário formado por muito indicadores que se avalia se um país tem tido êxito no desenvolvimento tecnológico.
Geralmente sem empresas envolvidas e impacto em mercados, os resultados tendem a ser pífios.
Essa história da criação de grafeno a partir da cana ou açúcar é velha. Nasceu na Rice University há mais de 10 anos atrás.
O que as empresas brasileiras tem feito com isso para conquistar mercados e gerar riqueza para elas e para o país? Se esse esforço se limitar apenas à academia, esqueça.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 12:28 am
por Penguin
Dependência de insumos da Índia e China é 'problema estrutural', diz ex-Anvisa

Leandro Resende
Por Leandro Resende, CNN
17 de janeiro de 2021 às 17:56
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021 ... -ex-anvisa

De acordo com relatório da Anvisa, publicado em outubro de 2020, 95% dos insumos usados para produção de remédios no Brasil vêm do exterior. A maior parte vem da Índia (37%), que trava a liberação de doses da vacina de Oxford compradas pela Fiocruz, e da China (35%), que produz a matéria-prima das duas vacinas aprovadas neste domingo (17).

“Quando estava na Anvisa (2013-2016), previ que isso poderia acontecer, por uma guerra, uma crise diplomática. Veio a pandemia e a questão se impôs. Temos um problema estrutural, porque produzimos muito pouco dos insumos que a indústria farmacêutica usa no Brasil”, afirmou Bucaresky.

A Fiocruz esperava para dezembro de 2020 a chegada do IFA para começar a produzir doses da vacina de Oxford no Brasil. Depois, adiou a expectativa para janeiro deste ano - e agora não há data para chegada do ingrediente no Brasil. A CNN apurou que a responsabilidade por intermediar essa exportação é da empresa Astrazeneca. A reportagem entrou em contato com a companhia, que ainda não retornou.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 2:52 pm
por knigh7
Esses chineses, tão inofensivos...
BR-CN - O Ano do Rato - As ações do Embaixador Yang Wanming
O Yang Wanming transitando pelo cenário geopolítico latino-americano sem quase ser notado, mas não sem efeito
Leonardo Coutinho
Gazeta do Povo
20 Abril 2020

No calendário chinês, 2020 é dedicado ao rato. Perdoem-me os fãs do roedor (se é que eles existem), mas eles são um dos animais mais asquerosos que, nas sombras, convivem entre nós. Competem com as baratas no pódio dos bichos mais nojentos e sujos. Basta se lembrar daquela música dos Titãs.

Nesta semana, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, veio à luz. Servindo em seu quinto posto na América Latina, ele construiu sua reputação como um homem discreto desempenhando o seu papel e colocando em prática os planos de Pequim sem fazer barulho. Transitando pelo cenário geopolítico latino-americano sem quase ser notado, mas não sem efeitos. Ele já foi terceiro secretário na embaixada na Argentina; conselheiro na representação no México; e embaixador no Chile e na Argentina antes de desembarcar no Brasil em março do ano passado. Experiência que fez com que ele chefiasse o departamento de América Latina do Governo chinês.

Mas Wanming quebrou a regra nesta semana. E não o fez de forma autônoma ou não calculada. Quem entende minimamente o funcionamento das manifestações na diplomacia ou tem apenas uma vaga ideia de como as coisas funcionam na China sabe que a violência com a qual o diplomata reagiu a uma postagem no Twitter só pode ter acontecido com sob as ordens do Partido Comunista Chinês, ou até possivelmente do presidente Xi Jinping.

Wanming saiu da toca para atacar o governo brasileiro. A postagem do filho do presidente e deputado Eduardo Bolsonaro foi apenas o gatilho para a China aproveitar e demarcar sua posição. A nota da embaixada é clara. Combinada com as mensagens postadas por eles e o embaixador no Twitter, ela é uma ameaça. Façam o que eu mando ou sofrerão as consequências.


O chiado dos chineses se dá quando o governo brasileiro passa pelo seu momento mais conturbado. Seja pelos efeitos globais do vírus chinês, seja pelas questões internas. No tabuleiro chinês, não há hora melhor para o golpe. Recomendo a leitura (infelizmente apenas em chinês e inglês) de um livro redigido por dois generais daquele país. No texto, que é empregado como doutrina militar pelo regime, há o “mapa” que indica como o país deveria combater, de forma não-bélica, as potências ocidentais, a fim de (re)conquistar relevância global. O que está acontecendo no Brasil está bem descrito no trabalho. Um dos pontos em questão pode ser lido a partir da página 146.

Na Argentina, país onde Wanming serviu como embaixador de 2014 a 2018, sua reputação dentro de alguns círculos mais exclusivos do governo anterior é a de um rato. Ele foi arquiteto de uma das maiores trapaças diplomáticas da história argentina e provavelmente mundial.

Poucos meses depois que assumiu a embaixada da China em Buenos Aires, ele conseguiu firmar com os argentinos um acordo de cooperação na área de ciência e tecnologia recheado de boas intenções. O Congresso argentino, então recheado de kirchneristas, aprovou a construção de uma base de satélites chinesa no deserto da Patagônia. A maior do gênero fora da China. O empreendimento erguido com a promessa de uso civil ajudaria os argentinos com o provimento de uma dados científicos derivados das pesquisas espaciais que os chineses desenvolveriam ali.

Em 2016, ainda recém-empossado, o então presidente da Argentina Mauricio Macri se deu conta de um problema. Os argentinos não podiam ter acesso às instalações que estavam sendo construídas pelos chineses. Então ele determinou que a ministra das relações exteriores Susana Malcorra chamasse o embaixador Wanming para uma conversa. Macri não estava de acordo com a perda de soberania da Argentina sobre parte de seu território.

Além da falta de cumprimento do contrato, que prevê que os chineses informem sobre as atividades desenvolvidas na base, Macri pedia uma revisão dos termos, pois considerava inaceitável o fato de que as instalações chinesas continuassem inacessíveis aos argentinos. Segundo o relato de um ex-funcionário argentino, Wanming foi extremamente solicito. Em perfeito espanhol, disse para chanceler que estava às ordens. Que a Argentina apresentasse todas as sugestões desejadas. Com o sorriso no rosto, ele recomendou apenas que fossem observadas algumas cláusulas que fez questão de citar.

Foi então que os argentinos se deram conta da armadilha. A revisão do contrato da base implicaria na revisão de todos os contratos com a China. Estavam em jogo bilhões de dólares em empréstimos e investimentos. Macri se viu sequestrado. Calou-se e Wanming venceu, sem disparar um tiro e sem ganhar a atenção do mundo fincou na América do Sul uma autêntica instalação militar.

O envio de Wanming para o Brasil não foi casual. Ele chegou ao país na largada do governo Bolsonaro e com uma missão. Ao longo do ano passado, ele, ao seu estilo discreto, mas direto, mandou várias mensagens para o governo. Enviou generais chineses para tentar convencer seus pares brasileiros sobre a necessidade de “escolher um lado” no mundo. Chegou a prometer um acordo de cooperação militar com Brasil em troca do rompimento com os Estados Unidos e replicou o modelo de diplomacia que adotou na Argentina: a cooptação de elites.

Com a ajuda de empresários e políticos, a Wanming fez o que fez. Assustadoramente, no Brasil não tem sido diferente. A cegueira provocada pelas disputas políticas internas aliada à sinodependêcia de nossa economia está nos levando ao mesmo destino. Não falta muito para assumirmos uma posição que cabe em outra acepção de ratos.


https://www.defesanet.com.br/brasilchin ... g-Wanming/

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 6:35 pm
por Penguin

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 7:54 pm
por prometheus
knigh7 escreveu: Ter Jan 19, 2021 2:52 pm
Na Argentina, país onde Wanming serviu como embaixador de 2014 a 2018, sua reputação dentro de alguns círculos mais exclusivos do governo anterior é a de um rato. Ele foi arquiteto de uma das maiores trapaças diplomáticas da história argentina e provavelmente mundial.

Poucos meses depois que assumiu a embaixada da China em Buenos Aires, ele conseguiu firmar com os argentinos um acordo de cooperação na área de ciência e tecnologia recheado de boas intenções. O Congresso argentino, então recheado de kirchneristas, aprovou a construção de uma base de satélites chinesa no deserto da Patagônia. A maior do gênero fora da China. O empreendimento erguido com a promessa de uso civil ajudaria os argentinos com o provimento de uma dados científicos derivados das pesquisas espaciais que os chineses desenvolveriam ali.

Em 2016, ainda recém-empossado, o então presidente da Argentina Mauricio Macri se deu conta de um problema. Os argentinos não podiam ter acesso às instalações que estavam sendo construídas pelos chineses. Então ele determinou que a ministra das relações exteriores Susana Malcorra chamasse o embaixador Wanming para uma conversa. Macri não estava de acordo com a perda de soberania da Argentina sobre parte de seu território.

Além da falta de cumprimento do contrato, que prevê que os chineses informem sobre as atividades desenvolvidas na base, Macri pedia uma revisão dos termos, pois considerava inaceitável o fato de que as instalações chinesas continuassem inacessíveis aos argentinos. Segundo o relato de um ex-funcionário argentino, Wanming foi extremamente solicito. Em perfeito espanhol, disse para chanceler que estava às ordens. Que a Argentina apresentasse todas as sugestões desejadas. Com o sorriso no rosto, ele recomendou apenas que fossem observadas algumas cláusulas que fez questão de citar.

Foi então que os argentinos se deram conta da armadilha. A revisão do contrato da base implicaria na revisão de todos os contratos com a China. Estavam em jogo bilhões de dólares em empréstimos e investimentos. Macri se viu sequestrado. Calou-se e Wanming venceu, sem disparar um tiro e sem ganhar a atenção do mundo fincou na América do Sul uma autêntica instalação militar.
https://www.defesanet.com.br/brasilchin ... g-Wanming/
[/quote]

Embaixador direto do MSS chinês...

Percebe aí que tudo é negociável? Contratualmente neste caso.......

Faz igual ele, seja solicito... Só "ataca" quem está com vontade de negociar...... xD

Abs!

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 9:00 pm
por Penguin
Governo admite que ataques à China travam chegada de insumos para vacina

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2 ... ara-vacina

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 9:15 pm
por Túlio
Penguin escreveu: Ter Jan 19, 2021 9:00 pm Governo admite que ataques à China travam chegada de insumos para vacina

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2 ... ara-vacina
Legal que mostrem que compreendem uma parte do óbvio ainda do começo da segunda metade do mandato, agora é bola pra frente e consertar o "estrago". E nem estou falando em vaCHINA, mas em dar um certo recadinho para uma certa pessoa que terá sua Inauguration (ou levará "gópi" :mrgreen: ) amanhã... [003] [003] [003]

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 9:35 pm
por knigh7
Penguin escreveu: Ter Jan 19, 2021 6:35 pm
Há vários países que requereram a vacina da Índia:

COVID-19 vaccine: Can India balance local and international demand?
Many countries are trying to secure anti-COVID-19 doses from India, the world's largest manufacturer of vaccines. But India's domestic vaccination demand is also huge.

https://www.dw.com/en/covid-19-vaccine- ... a-56195051

O Governo Indiano apenas aceitou enviar até agora para 6 países e esses são próximos.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 10:05 pm
por Penguin
Curiosamente a Argentina já está fabricando o IFA (principal componente) da vacina de Oxford/AstraZeneca...
Ela vai produzir essa vacina para fornecer para toda a America Latina menos o Brasil que contratualmente será suprido pela Fiocruz (algum dia).

Argentina envia ao México insumo para vacina da AstraZeneca
O princípio ativo da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Oxford é produzido na Argentina e será estabilizado e embalado no México
Por AFP
Publicado em: 19/01/2021 às 09h32
Alterado em: 19/01/2021 às 11h35
https://exame.com/mundo/argentina-envia ... trazeneca/
O princípio ativo da vacina AstraZeneca/Oxford é produzido na Argentina pelo centro de biotecnologia mAbxience e será estabilizado e embalado no México pelo laboratório Liomont.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 10:21 pm
por Túlio
Penguin escreveu: Ter Jan 19, 2021 10:05 pm Curiosamente a Argentina já está fabricando o IFA (principal componente) da vacina de Oxford/AstraZeneca...
Ela vai produzir essa vacina para fornecer para toda a America Latina menos o Brasil que contratualmente será suprido pela Fiocruz (algum dia).

Argentina envia ao México insumo para vacina da AstraZeneca
O princípio ativo da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Oxford é produzido na Argentina e será estabilizado e embalado no México
Por AFP
Publicado em: 19/01/2021 às 09h32
Alterado em: 19/01/2021 às 11h35
https://exame.com/mundo/argentina-envia ... trazeneca/
O princípio ativo da vacina AstraZeneca/Oxford é produzido na Argentina pelo centro de biotecnologia mAbxience e será estabilizado e embalado no México pelo laboratório Liomont.

Aguardem, para breve MILHÕES de Brasileiros fugindo para a Argentina! [003] [003] [003] [003]

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Jan 19, 2021 11:04 pm
por Penguin
Houston, temos 3 problemas: EUA, China e India. Só falta a Russia.
Melhor a Anvisa liberar logo a Sputnik V e rápido, pois corremos o sério risco de ficar sem vacinas.