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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 6:59 pm
por Paisano
Le Monde: O Sul emergente abre alas e pede passagem

Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... sagem.html
Irã nuclear: o Sul emergente abre alas e pede passagem, na negociação

19/5/2010, “Opinion”, Le Monde, Paris
http://www.lemonde.fr/opinions/article/ ... _3232.html


Tradução de Caia Fittipaldi


O Sul emergente já aparecera antes, em cena que provocou frisson e alarido no palco internacional, em domínios do meio ambiente e do comércio. Essa semana, inaugura nova etapa, importante sinal de o quanto aumenta o poder desses países.

Ei-los ativos em terreno que, até agora, permanecia como quase-monopólio das tradicionais “grandes potências”: a proliferação nuclear no Oriente Médio – ou, em resumo, a relação de forças numa região-chave para Europa e Estados Unidos.

Os livros de História guardarão a data – 2ª-feira, 17 de maio –, em que Brasil e Turquia apresentaram à ONU acordo negociado com Teerã, sobre uma das facetas da questão nuclear iraniana.

Pense-se o que se pensar sobre o texto que resultou dessa mediação turco-brasileira, a própria mediação, em estratégia de mostrar fato consumado – não foi mediação solicitada –, muda consideravelmente o quadro mundial. Ela quebra de facto o domínio até agora reservado aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia.

Endereçada exatamente a esses, a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan é clara: nem pensem, em 2010, em porem-se a reinar só vocês, sobre uma ordem internacional na qual o peso das nações evolui a favor de países como os nossos (o Sul emergente estende-se do Egito à África do Sul, da Nigéria à Indonésia).

AMBIÇÕES POLÍTICAS LEGÍTIMAS

Para os que ainda não entenderam: Brasil e Turquia, segunda-feira passada, puseram os pontos nos “is”. São membros, sim, do grupo dito “5 +1”, ou “os Cinco” que, na ONU, discute a questão nuclear iraniana.

O grupo é constituído dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança acima citados, mais a Alemanha. Os cinco países acusam o Irã de descumprir compromissos internacionais e de ignorar várias Resoluções da ONU. Suspeitam que Teerã mantenha um programa de enriquecimento de urânio que parece ter uma única finalidade: militar.

As ambições políticas dos países do Sul são legítimas. Têm de ser acolhidas positivamente. Mas, no caso do dossiê iraniano, a desconfiança dos Cinco tem fundamento. Evidentemente, todos saudaram a iniciativa turco-brasileira como “um passo na direção certa”.

Simultaneamente, para marcar a desconfiança quanto à substância do acordo anunciado em Teerã, os Cinco já avisaram, na 3ª-feira, que manterão a pressão sobre o Irã. Trabalham agora num projeto de Resolução que prevê novas sanções contra a República Islâmica.

Têm razão. O documento turco-brasileiro propõe que uma parte – apenas uma parte – do urânio iraniano seja armazenada no exterior, em troca de combustível enriquecido só aproveitável para uso civil. Assim, não se impede o Irã de produzir o urânio mais potente de que carece para produzir arma nuclear.

Os iranianos já disseram, ontem: não pensam em suspender seu próprio programa de enriquecimento de urânio… Têm razão, pois, os Cinco, que exigem mais.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 7:15 pm
por Marino
Aquífero na Amazônia pode ser o maior do mundo, dizem geólogos
19/05/2010

Reserva Alter do Chão tem volume de 86 mil km³ de água potável.
Quantidade permitiria abastecer população mundial por 100 vezes.

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentou um estudo, na sexta-feira (16), que aponta o Aquífero Alter do Chão como o de maior volume de água potável do mundo. A reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá e tem volume de 86 mil km³ de água doce, o que seria suficiente para abastecer a população mundial em cerca de 100 vezes, ainda de acordo com a pesquisa. Um novo levantamento, de campo, deve ser feito na região para avaliar a possibilidade de o aquífero ser ainda maior do que o calculado inicialmente pelos geólogos.

Em termos comparativos, a reserva Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani – com 45 mil km³ de volume -, até então considerado o maior do país e que passa pela Argentina, Paraguai e Uruguai. “Os estudos que temos são preliminares, mas há indicativos suficientes para dizer que se trata do maior aquífero do mundo, já que está sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. O que nos resta agora é convencer toda a cadeia científica do que estamos falando”, disse Milton Matta, geólogo da UFPA.

O Aquífero Alter do Chão deve ter o nome mudado por ser homônimo de um dos principais pontos turísticos do Pará, o que costuma provocar enganos sobre a localização da reserva de água. “Estamos propondo que passe a se chamar Aquífero Grande Amazônia e assim teria uma visibilidade comercial mais interessante”, disse Matta, que coordenou a pesquisa e agora busca investimento para concluir a segunda etapa do estudo no Banco Mundial e outros patrocinadores científicos.

De gota em gota

O geólogo informou que a segunda etapa de pesquisa será a visita aos poços já existentes na região do aquífero. “Pretendemos avaliar o potencial de vazão. Dessa maneira teremos como mensurar a capacidade de abastecimento da reserva e calcular a melhor forma de exploração da água, de maneira que o meio ambiente não seja comprometido”, disse

Para Marco Antonio Oliveira, superintendente do Serviço Geológico do Brasil, em Manaus, a revelação de que o Aquífero Alter do Chão é o maior do mundo comprova que esse tipo de reserva segue a proporção de tamanho da Bacia Hidrográfica que fica acima dela. “Cerca de 40% do abastecimento de água de Manaus é originário do Aquífero Alter do Chão. As demais cidades do Amazonas têm 100% do abastecimento tirado da reserva subterrânea. São Paulo, por exemplo, tem seu abastecimento em torno de 30% vindo do Aquífero Guarani.”

Oliveira disse que a reserva, na área que corresponde a Manaus, já está muito contaminada. “É onde o aquífero aflora e também onde a coleta de esgoto é insuficiente. Ainda é alto o volume de emissão de esgoto ‘in natura’ nos igarapés da região.”

Recuperação da reserva

Oliveira faz um alerta para a exploração comercial da água no Aquífero Alter do Chão. “A água dessa reserva é potável, o que demanda menos tratamento químico. Por outro lado, a médio e longo prazo, a exploração mais interessante é da água dos rios, pois a recuperação da reserva é mais rápida. A vazão do Rio Amazonas é de 200 mil m³/segundo. É muita água. Já nas reservas subterrâneas, a recarga é muito mais lenta.

Ele destaca a qualidade da água que pode ser explorada no Alter do Chão. “A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente. No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea”, disse Oliveira.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 8:10 pm
por Paisano
Uma questão diplomática*

Fonte: http://www.jblog.com.br/politica.php?itemid=21269
O iconoclasta Nelson Rodrigues, cujo verbo ácido a ninguém poupava, amava o povo brasileiro a ponto de espicaçá-lo com falso desdém: era a sua forma de despertar os nossos brios esmaecidos. Dele é a cáustica observação de que “o brasileiro tem complexo de vira-lata”. Não há dúvida de que muitos brasileiros, principalmente nas elites, guardam o deslumbramento dos nativos diante do estrangeiro que chegava do mar. Não fomos os únicos: os bravos guerreiros astecas viram nos invasores espanhóis, montados em portentosos cavalos – que eles não conheciam – centauros invencíveis.

Se Nelson estivesse vivo, provavelmente repetiria o constrangido epíteto: a reação de alguns brasileiros ao acordo obtido por Lula e pelo primeiro-ministro turco Erdogan, com Ahmadinejad, do Irã, é a de que não temos credenciais para nos metermos “em assuntos que não nos concernem”. O raciocínio parte de uma dúvida intimidadora: se o entendimento não der certo, perderemos credibilidade internacional. É um raciocínio que cambaleia, do ponto de vista moral. Ninguém pode desgastar-se por procurar a paz. Não caminha tampouco o argumento de que a situação no Oriente Médio não nos interesse. Com o surgimento da América, as divergências, direta ou indiretamente, começaram a atravessar o oceano. Disso fomos vítimas quando a Holanda, em conflito com a Espanha – a que Portugal estava então unido – invadiu a Bahia e Pernambuco. A partir de 1914, todas as guerras passaram a ser planetárias, mesmo quando o teatro de operações se limite na geografia.

O problema do Oriente Médio nos toca profundamente. Fomos corresponsáveis, com a decidida posição de Oswaldo Aranha – que presidia a Assembléia Geral da ONU em São Francisco – pela criação do Estado de Israel, e de um Estado palestino no mesmo território. Se as nações fossem movidas de mauvaise conscience, estaríamos hoje avaliando se fizemos o melhor em 1948. Concluiríamos que não agimos mal, porque obedecíamos às circunstâncias históricas. E porque não agimos mal naquele momento, agimos bem, agora, quando tentamos esvaziar as tensões entre o Irã e Israel. O confronto não nos interessa, embora possa interessar ao lobby sionista dos Estados Unidos e da Europa. E atuamos com o mesmo sentimento de justiça quando cobramos o cumprimento de todas as resoluções da ONU que exigem a independência e soberania do povo palestino em fronteiras seguras.

É irrelevante saber se a senhora Clinton está atendendo mais aos eleitores sionistas e ao lobby da indústria de armamentos do que aos interesses profundos de seu país, que o presidente Obama parece identificar. Há, desde a campanha eleitoral, diferença de approach com relação ao Oriente Médio entre a bem sucedida advogada de Chicago e o mestiço nascido no Havaí com o inquietante sobrenome Hussein. Cada pessoa é também a sua circunstância, de acordo com o achado do jovem Ortega y Gasset, e a ela sempre pagará algum tributo. A circunstância de Lula fez dele, desde a infância, um negociador. Homens que não nascem com o futuro assegurado pelos bens de família devem negociar o seu destino com os percalços da vida, e Lula soube fazê-lo, e bem, pelo menos até agora.

Desde outubro passado, o governo americano manifestou publicamente seu interesse em uma solução de compromisso pela qual o Irã enviasse seu urânio, parcialmente trabalhado, para enriquecimento completo em outro país. Na época se falou na Rússia, mas os falcões americanos provavelmente a isso se opuseram, em memória da Guerra Fria. Lula se entendeu com a Turquia, membro temporário, como o Brasil, do Conselho de Segurança, a fim de negociar a saída diplomática e honrosa para o impasse.

O Brasil não necessita da licença de terceiros para conduzir sua política externa. Cabe-lhe exercê-la com o respeito que o governo deve ao Estado e, o Estado, à soberania do povo. Entre os que contestam a importância do acordo há os nostálgicos de um tempo em que Otávio Mangabeira beijava a mão de Eisenhower e Vernon Walters dava ordens aos golpistas de 64.

Queiram, ou não, os xenófilos deslumbrados, o compromisso de Teerã é uma vitória diplomática do Brasil e do metalúrgico Luiz Inácio, que chefia o Estado.

*Mauro Santayana

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 8:19 pm
por Bolovo
Francoorp escreveu:Não vejo solução... hoje é com o Irã, amanhã... o Brasil deve abandonar o ONU imediatamente!

Abandonar tudo da ONU, mas tudo mesmo, todos os acordos, todos so tratados, TUDO !!


BRASIL FORA DA ONU JA!

Valeu !!
Calma Francoop, tu és muito radical. :mrgreen: O lance é reformular a ONU. Reformular o Conselho de Segurança, que segue uma realidade de 1945. A ONU é importantíssima, não daria para o mundo organizar-se sem ela.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 9:04 pm
por Penguin
19/05/2010 - 10h36
França se esquiva de pedido do Brasil para participar nas negociações sobre Irã

da France Presse, em Paris (França)
da Reportagem Local

O Ministério de Relações Exteriores da França afirmou nesta quarta-feira que o país não pode decidir sozinho sobre o pedido do Brasil para participar das negociações do grupo 5+1, do qual faz parte, sobre o programa nuclear iraniano.

O grupo é formado pelos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU --França, Reino Unido, China, Rússia e Estados Unidos-- mais a Alemanha e iniciou esforços no ano passado para um diálogo nuclear com o Irã.

"Não corresponde a nós modificar a composição deste grupo, que recebeu um mandato da comunidade internacional", afirmou o porta-voz da chancelaria francesa, Bernard Valero, ao ser questionado sobre o pedido feito na terça-feira pelo Brasil.

"As sucessivas resoluções do Conselho de Segurança sobre o Irã destacaram e reafirmaram o papel do grupo 3+3 (mais conhecido como 5+1) e do Alto Representante (europeu) na busca por uma solução negociada com o Irã sobre o programa nuclear", disse Valero.

À margem da reunião de cúpula União Europeia-América Latina de Madri, o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Assuntos Internacionais, Marco Aurelio Garcia, considerou "normal e desejável" a participação do Brasil e da Turquia no grupo 5+1.

"Acredito que seria normal que pelo menos uma boa parte das negociações se abrissem (a Brasil e Turquia). Seria normal e desejável", afirmou Garcia.

Após o fracasso da proposta de acordo nuclear das potências, feita em outubro passado, Brasil e Turquia conseguiram assinar um acordo nuclear com o Irã no início da semana.

O acordo tripartite prevê que o Irã envie à Turquia 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido (a 3,5%), para ser trocado em um prazo máximo de um ano por 120 quilos de combustível altamente enriquecido (20%), necessário para o reator de investigação científica em Teerã.

As potências reagiram com ceticismo ao acordo e os Estados Unidos afirmaram que era apenas uma estratégia do Irã para tentar se esquivar de novas sanções, entregues ontem ao Conselho de Segurança da ONU.

Sanções

Além de Reino Unido, França e Alemanha, os EUA conseguiram conquistar também o apoio de Rússia e China para a nova proposta de sanções, após meses de negociação.

A decisão de circular a resolução ao Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira desconsiderou abertamente o acordo fechado entre Brasil, Turquia e Irã, divulgado ontem.

Para autoridades americanas, o acordo foi apenas uma manobra do Irã para adiar o anúncio de novas sanções contra o país.

A embaixadora do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, deixou claro nesta terça-feira que o país está insatisfeito com a divulgação de um esboço de sanções contra o Irã, após uma reunião do grupo na tarde de hoje.

Já o chanceler Celso Amorim disse que irá reagir dentro do Conselho de Segurança da ONU e que está escrevendo uma carta a quatro mãos com o chanceler turco para enviar aos membros do conselho.

Na mensagem, os dois países irão justificar que todos os pontos considerados essenciais pela comunidade internacional foram acatados pelo Irã no acordo firmado ontem entre Brasil, Irã e Turquia.

Ilegítimas

O governo iraniano criticou nesta quarta-feira as potências e afirmou que as sanções são ilegítimas e rompe com os avanços obtidos pelo acordo mediado por Brasil e Turquia e que determina a troca de urânio pouco enriquecido iraniano por combustível nuclear.

O diretor da Organização de Energia Atômica iraniana, Ali Akbar Salehi, citado pela agencia de notícias Fars, afirmou que as potências "se desacreditam diante da opinião pública" ao persistir na campanha por novas sanções.

"A questão das sanções ficou para trás", disse Salehi, que classificou o quarto pacote de sanções como "uma última tentativa do Ocidente".

"Pela primeira vez, sentem que os países emergentes podem defender seus direitos no cenário internacional sem necessidade de recorrer às grandes potências e é algo difícil de aceitar para eles", completou.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 10:29 pm
por faterra
E se o Brasil e a Turquia, em uma nova rodada de negociações com o Iran, antecipar o depósito dos 1200 kgs de urânio que o Iran deverá fazer na Turquia? Não seria um cala-boca EUA? E deixaria ainda mais exposto o intuíto dos EUA em atacar o Iran de qualquer jeito? Lógico, com o apoio de seus capachos Israel, Inglaterra, França e Alemanha (coitada esta nem pode decidir ser contra qualquer decisão dos EUA, manietada que está com os acordos pós-guerra) e, também, parte da oposição brasileira, que deveria enganjar nas FA's estadunidenses - facção lambe-botas. Acho que a Rússia e a China não apoiam o ataque, apesar de apoiar as sanções.
Esta tentativa de imputar ao Lula o papel de palhaço pela Secretária de Estado dos EUA, apoiada pelos oposicionistas mortais e boa parte da imprensa brasileira, é uma maneira de desconstruir a conquista deles no campo diplomático e tentar dar algum resquício de legitimidade ao apetite belicistas dos EUA que já estavam arquitentando junto com Israel um ataque a qualquer momento antes ou depois de impor as sanções já previstas.
Mas, a diplomacia brasileira está tranqüila com o seu dever cumprido, mostrando que tem muito espaço ao diálogo (foi a grande lição deixada), e se os "facas nos dentes" resolverem permanecer em sua histeria que arquem com as conseqüências.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 11:09 pm
por Paisano
A questão não é o Irã, e sim o prestígio do Brasil*

Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=8541
O Conselho de Segurança da ONU, (com apenas 5 países permanentes) ficou horrorizado com o diálogo protagonizado pelo Brasil, logicamente através do seu presidente. Tendo o Irã concordado em recomeçar as conversas, na mesma hora o Conselho aumentou as SANÇÕES, e de forma violenta.

Rússia e China, que não concordavam, foram “delicadamente” convencidos, recuaram. A China fez a ressalva tola, boba e alarmante: “O povo não pode sofrer com essas sanções”. Lá se foi a credibilidade que a China havia “conquistado” por intermédio do “trânsito comercial”, já que o mundo inteiro, hoje, depende da compra e venda da China.

Se a China perdeu a CREDIBILIDADE, os EUA e os que o apoiaram na invasão do Iraque, já não tinham nenhuma. Retumbaram através da mídia DEFENSORA DA LIBERDADE DE IMPRENSA, (Ha!Ha!Ha!) que guerreavam o país de Sadam (que acabou assassinado) porque estava produzindo armas nucleares.

Tudo completamente desmentido depois, pelo próprio presidente Bush, sem o menor constrangimento. E nada aconteceu com os EUA, como país, nem a Bush, como presidente.

PS – Ninguém, em qualquer parte do mundo, teve a coragem de denunciar: “A invasão do Iraque é mais uma GUERRA DO PETRÓLEO”.

PS2 – Dezenas de milhares morreram, outras dezenas nao têm mais vida nem país, mas os EUA continuam SOBERANOS, com BASES MILITARES espalhadas pelo mundo inteiro.

PS3 – Haja o que houver, digam o que disserem, foi a maior vitória do Brasil, (e logicamente do presidente Lula, não tenho a menor hesitação em afirmar isso) no plano internacional. Pode até ter sido por arrogãncia, excesso de culto a ele mesmo, mas Lula realizou o que nenhum presidente brasileiro fez em qualquer época.

PS4 – O fato do Brasil estar sendo atacado pelos órgãos de comunicação de todos os países, prova de forma insofismável: foi o maior triunfo externo da nossa História.

PS5 – No Iraque, sanções contra o petróleo. No Irã, sanções contra o PRESTÍGIO do Brasil. Nao podemos ter medo de exaltar Lula num episódio, com mais medo ainda de parecer SOLIDÁRIO a ele.

PS6 – A China, que estava CONQUISTANDO o mundo pela QUANTIDADE, não sabe o que fazer para recuperar a QUALIDADE. Teve medo de apoiar o Brasil.

*Helio Fernandes

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Mai 19, 2010 11:09 pm
por Carlos Mathias
Realmente, não consigo entender como alguém que procura a paz se desgasta mais dos que os procuram a guerra a todo momento. :roll: :?

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 20, 2010 6:42 am
por Rood
Os americanos não são assim tão fortes, isso está mais que provado, e eles sabem.
Mais que isso, o Obama tem mostrado ser muito mais conciliador que qualquer governo americano nos últimos 30 ou 40 anos.
Eles seguiram regras que jamais teriam seguido com Bush no poder.
O problema não é a América, o problema é o Irã.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 20, 2010 6:44 am
por Nibelhein
Carlos Mathias escreveu:Realmente, não consigo entender como alguém que procura a paz se desgasta mais dos que os procuram a guerra a todo momento. :roll: :?
Pq a paz não é interesse das potências, nunca na história foi e nunca vai ser, é da natureza humana, quem está no topo sempre vai pisar em quem está embaixo, hoje é os EUA, amanha pode ser a China, mas esse ciclo não vai acabar e pra mim nem adianta ir contra ele...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 20, 2010 11:28 am
por kurgan
Perú pide a la UE limitar la venta de armas a la región
América Latina aumentó la compra de armamento un 50% en 10 años

MIGUEL GONZÁLEZ - Madrid - 20/05/2010

Europa ha dado un paso de gigante hacia el objetivo de crear un gran área de libre comercio con América Latina tras la firma ayer del acuerdo de asociación con Centroamérica y de los acuerdos comerciales con Colombia y Perú. Si a ello se suma el desbloqueo de la negociación con Mercosur y los acuerdos ya suscritos con México y Chile, sólo Venezuela, Ecuador y Bolivia quedarían descolgados.

El presidente español, José Luis Rodríguez Zapatero, aseguró que el acuerdo con Centroamérica permitirá a la zona incrementar sus exportaciones en 2.600 millones al año y a los europeos, en 2.400. El panameño, Ricardo Martinelli, apostó a que Zapatero se quedaba "un poquito corto" con su cálculo. "Todos ganan", repitió como un conjuro el presidente del Consejo Europeo, Herman Van Rompuy.

El optimismo oficial no logró, sin embargo, disipar los recelos. El presidente colombiano, Álvaro Uribe, forzó el martes por la noche una declaración complementaria al acuerdo cerrado hace semanas por la que Europa se compromete a revisar en tres años el impacto del acuerdo sobre el sector lácteo de su país, del que viven 400.000 personas, y a apoyar su modernización con 30 millones. La ONG Intermon Oxfam advirtió de que los acuerdos comerciales pueden ser un obstáculo para luchar contra la pobreza.

A la cumbre de Madrid se incorporó ayer el presidente de Honduras, Porfirio Lobo, quien pospuso su llegada para neutralizar el boicot de diez mandatarios sudamericanos. Zapatero se reunió con él y le instó a culminar la normalización institucional, lo que pasa por el regreso del derrocado presidente Zelaya. El gran ausente fue el nicaragüense Daniel Ortega, quien alegó el riesgo de que los problemas causados por la nube volcánica le retuvieran en Europa.

Pero Latinoamérica no es sólo un mercado en expansión, sino también "el continente más violento del mundo", como recordó la presidenta de Costa Rica, Laura Chinchilla. La Comisión Europea se mostró dispuesta a ampliar los 257 millones que destina a la lucha contra el narcotráfico en América Latina y a elevar a nivel político el diálogo técnico que ya mantiene.

El peruano, Alan García, pidió a los países europeos un pacto para limitar las ventas de armas "no sólo para que vayan más fondos al medioambiente, la educación y el desarrollo, sino también para preservar la paz". América Latina compró armas por valor de 48.000 millones de dólares en 2008, un 50% más que diez años antes.

http://www.elpais.com/articulo/internac ... int_11/Tes

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 20, 2010 11:41 am
por Carlos Mathias
Porra, morar em vizinhança pobre é uma merda mesmo. :?

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 20, 2010 11:43 am
por Carlos Mathias
É notável como alguns extremistas da esquerda brasileira se parecem com os extremistas neocons que também queriam tirar os EUA das Nações Unidas quando as Nações Unidas não aceitaram as imposições americanas.

O ódio contra os americanos é tão forte, que parece que esqueceram a quantidade de países que não aceita as posições iranianas e não acredita nos Aiatolás.

Os americanos não são assim tão fortes, isso está mais que provado, e eles sabem.
Mais que isso, o Obama tem mostrado ser muito mais conciliador que qualquer governo americano nos últimos 30 ou 40 anos.
Eles seguiram regras que jamais teriam seguido com Bush no poder.
O problema não é a América, o problema é o Irã.
Olha, depois dessa até me emocionei.
É muita bondade, muita caridade, muito heroísmo, muita...
Enfim, toda o hino aí prá mim !!!!!

E me empresta uma toalha prá enchugar as lágrimas emocionadas.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 20, 2010 12:29 pm
por marcelo l.
http://drezner.foreignpolicy.com/

So, in the past 36 hours there has been news about two deals involving Iran. The first one involved an arrangement brokered by Turkey and Brazil:

In what could be a stunning breakthrough in the years-long diplomatic deadlock over Iran's nuclear program, Tehran has agreed to send the bulk of its nuclear material to Turkey as part of an exchange meant to ease international concerns about the Islamic Republic's aims and provide fuel for an ailing medical reactor, the spokesman for Iran's foreign ministry told state television Monday morning.

Whether this was really a breakthrough or just a last-minute dodge by Iran to fend off sanctions, commentators mostly agreed on two things: A) This showed how Turkey and Brazil were new heavyweights in international relations; and B) This would complicate and delay a new round of United Nations sanctions.

All well and good, except that now there's another breakthrough.... on a new round of Security Council sanctions:

The United States has reached agreement with Russia and China on a strong draft resolution to impose new United Nations sanctions on Iran over its uranium-enrichment program, Secretary of State Hillary Rodham Clinton announced Tuesday.

Appearing before the Senate Foreign Relations Committee in a scheduled hearing on a new strategic arms reduction treaty with Russia, Clinton shrugged off a surprise deal announced Monday in which Iran would swap a portion of its low-enriched uranium for higher-grade uranium to power a research reactor that produces medical isotopes. The deal, brokered by Turkey and Brazil during a high-level visit to Tehran, was meant in part to assuage concerns over Iran's nuclear program and discourage new U.N. sanctions.

"Today I am pleased to announce to this committee we have reached agreement on a strong draft with the cooperation of both Russia and China," Clinton said in an opening statement. She said the United States has been working closely for several weeks with five other world powers on new sanctions and plans to "circulate that draft resolution to the entire Security Council today."

Well, this is an interesting development. What's going on?

I think the key is that Russia was not persuaded by the Turkey-Brazil-Iran deal:

Sergei B. Ivanov, the deputy prime minister of Russia, was similarly skeptical at a lunchtime speech in Washington. He said he expected the sanctions resolution to “be voted in the near future,” and said that the new Iranian accord should not be “closely linked” to the sanctions effort. “Iran should absolutely open up” to inspectors, he said. That statement was significant because Russia had been reluctant to join sanctions several months ago. China, which has also been hesitant, issued no statement.

With Russia firmly on board, and China apparently unwilling to ge the lone P-5 holdout, Monday's Iran deal had no effect on the calculus of the Security Council.

Why was Russia unpersuaded? To date, Russia and China have taken advantage of any Iranian feint towards conciliation as an excuse to delay sanctions. What's different now?

I'd suggest three possibilities, which are not mutually exclusive:

1) Russia is genuinely unpersuaded that Monday's deal is anything more than marginally useful;

2) Russia is just as annoyed as the United States at the young whipperrsnapper countries rising powers of the world going rogue in their diplomacy. Russia is, in many ways, more sensitive to questions about prestige than the United States;

3) Cynically, there's little cost to going along with the United States on sanctions that will have very little impact on the Russian-Iranian economic relationship.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Mai 20, 2010 12:29 pm
por marcelo l.
Well, speaking of Turkey, what do I make of the surprise nuclear deal between Turkey, Brazil and Iran, which was announced as I was packing up to leave Istanbul? The deal was proclaimed with great fanfare in Tehran, and it basically resurrects an earlier arrangement by which Iran agreed to give up a large part of its low-enriched uranium (LEU) stockpile in exchange for a much smaller quantity of more highly enriched (~20 percent) uranium (for use in a research reactor that produces medical isotopes).

http://walt.foreignpolicy.com/

The first thing to note is that we've seen this movie before (or at least, we've seen something rather like it), and it remains to be seen whether any uranium will actually change hands. It's possible that the whole thing is just a subterfuge designed to ward off stricter economic sanctions, and that eventually one of the signatories (most likely Iran) will find a way to wiggle out of the deal.

But it is also possible that this is a first step towards a diplomatic resolution of the whole Iranian nuclear problem (albeit a rather small step). The crux of that issue isn't Iran's stockpile of LEU or its desire for fuel for its research reactor; the dispute is over whether Iran is ever going to be permitted to have its own indigenous enrichment capability at all. And this deal says nothing about that question; the best that can be said for it is that it might -- repeat might -- open the door to a more fruitful diplomatic process.

Here's why I think the United States should welcome the deal. The only feasible way out of the current box is via diplomacy, because military force won't solve the problem for very long, could provoke a major Middle East war, and is more likely to strengthen the clerical regime and make the United States look like a bully with an inexhaustible appetite for attacking Muslim countries. (And having Israel try to do the job wouldn't help, because we'd be blamed for it anyway). I think George Bush figured that out before he left office, and I think President Obama knows it too. So do sensible Israelis, though not the perennial hawks at the Wall Street Journal's editorial page, who appear to have learned nothing from their shameful role cheerleading the debacle in Iraq back in 2002.