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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 9:53 pm
por tflash
Muito bom Bourne! Tenho a acrescentar que para a China, este é um cenário triplamente benéfico. Ao financiar a divida soberana do estado português, está a criar espaço para a banca portuguesa continuar a se endividar normalmente no exterior, já que a quantidade de dinheiro disponível para empréstimo é escassa. Estabilizando a economia portuguesa e viabilizando investimentos que passam por importações chinesas, implica que uma pequena parte do que foi investido retorne a curto prazo como pagamento de componentes, peças e serviços. É de lembrar que qualquer equipamento hoje contem componentes feitos na china.

A Economia Portuguesa está débil, com grandes problemas estruturais mas ainda é uma economia com algum peso. interessa à china que o consumidor português continue a consumir pois se não for produto alimentar (e mesmo aí pode haver mão chinesa na embalagem/produção), é bem provável que seja um artigo com componentes feitos na china e como é óbvio pagos a eles.

Só nessas duas operações, uma grande parte das divisas emprestadas já retornaram a China, ou melhor ainda ao estado chinês já que muitas fábricas são estatais.

Nesta fase, só falta a Portugal pagar a divida ou refinancia-la e os juros. O risco de um estado europeu desenvolvido, não pagar é muito reduzido. Quando muito podem haver falhas pontuais. Mas se o credor tiver capacidade de aguentar, acaba por receber esses valores mais os juros e penalizações por incumprimento.

Resumindo, Quando Portugal começar a dívida à China, grande parte das divisas emprestadas já regressaram à China que as pode usar para refinanciar a divida novamente.

Estou certo ou não, Bourne?

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 11:18 pm
por Bourne
É por aí, mas não de forma tão direta.Porém pense a China como um dos interessados, não a unica.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 11:42 pm
por PRick
Bem que Marx dizia, banco não serve para nada! :mrgreen: :mrgreen:

Os bancos privados gostam de emprestar recursos para quem não precisa, quem precisa realmente, os bancos não querem emprestar, quer dizer quanto maior for o risco, mais difícil encontrar quem queira correr esse risco e maior será o prêmio a ser pago pelo empréstimo.

O maior exemplo disso foi a Argentina na virada do século.

Estão em situação similar(ainda que em grau muito menor) os chamados PIIG´s europeus. Todos estão com falta de liquidez, cheios de dívidas.

Brasil e China vivem o inverso, quer dizer, atolados em dólar, com dividas decrescentes e pagando cada vez menos juros, e todo mundo querendo emprestar recursos. E liquidez para todo lado. A China tem uma reserva muito maior e muito menos dívidas.

Resultado, a banca privada não quer mais de comprometer com os PIIG´s, só se o prêmio for muito alto, aí entram os Bancos Estatais e os Governos, China, Brasil, Rússia tem grandes reservas em dólar, rendendo muito pouco, podem se dar o luxo de colocar quantias significativas em compras de títulos da dívida pública, financiando os Países com problema de liquidez.

Além disso, essas economias vem crescendo muito, tem um mercado interno ainda por ser desenvolvido. Se a China cresce muito e tem um mercado muito maior, o Brasil está se descobrindo, a as riquesas de Pindorama parecem não ter limites, se o Campo de Libra confirmar seu tamanho, o campo petrolífero de Tupi será apenas um aperitivo.

A Petrobrás deverá ser a maior empresa de petróleo do mundo em poucos anos. E provavelmente irá disputar com a estatal chinesa o título de maior CIA do mundo.

O novo mercado único mundial além de socialista, beneficia o grande, os maiores mercados internos, as maiores riquezas naturais, etc..

[ ]´s

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 11:48 pm
por Bourne
PRick escreveu:Bem que Marx dizia, banco não serve para nada! :mrgreen: :mrgreen:

Os bancos privados gostam de emprestar recursos para quem não precisa, quem precisa realmente, os bancos não querem emprestar, quer dizer quanto maior for o risco, mais difícil encontrar quem queira correr esse risco e maior será o prêmio a ser pago pelo empréstimo.[ ]´s
Sugiro que releia algumas vezes a parte que Marx explica a reprodução do capital na economia capitalista antes de falar uma aberração dessas. O sistema financeiro e moeda é essencial para justificar a reprodução do capital. Sem isso vira teoria neoclassica.

Uma pequena luz. Observem como uma marxista renomada pensa. :mrgreen:
MOLLO, Maria de Lourdes Rollemberg (2004). Ortodoxia e Heterodoxia Monetárias: a Questão da Neutralidade da Moeda. Revista de Economia Política, vol. 24, nº 3 (95), julho-setembro/2004.

(...)

Para Marx, a moeda é responsável pela divisão social do trabalho que só se faz por meio dela e, neste sentido, numa economia capitalista produtora de merca-
dorias, articula etapas e processos de produção separados e insere socialmente as classes sociais por meio da venda da força de trabalho e da realização do lucro monetário.

Para os marxistas, o crédito potencializa a acumulação de capital ao permitir o aumento de ritmo e da escala da produção, ao reduzir custos de circulação e ao
antecipar, sincronizando, tanto a etapa de produção quanto a de circulação, já que com o crédito não é mais necessário esperar a realização de lucros para financiar aumentos de capacidade, e já que também o consumo pode ser antecipado via cré dito e, com ele, a realização de lucros. (Marx, 1974; Foley, 1986; Mollo, 1994)

A concepção marxista admite uma idéia monetária de inflação, a de inflação causada por moeda extra, mas esta, como veremos, é uma idéia bastante diferente
da idéia monetarista de inflação, e implica ainda a não neutralidade da moeda. Esta concepção foi discutida por vários autores marxistas, destacando-se, para sua compreensão, os trabalhos de Aglietta (1979), De Brunhoff e Cartelier (1974), De Vroey (1984) e Lipietz (1983).

A idéia básica é a de que embora a moeda potencialize a produção, a forma como a moeda é criada e demandada não garante que as proporções de sua criação
sejam exatamente as adequadas e necessárias ao atendimento da demanda. Além disso, é possível que a moeda se destine a setores cuja resposta em termos de aumento da capacidade produtiva não seja imediata ou não responda às necessidades de demanda, em vista da chamada “anarquia da produção”, o que representa impacto inflacionário. A moeda pode, por exemplo, fluir para setores onde não há capacidade ociosa ou onde os mercados estiverem saturados (De Vroey, 1984), ou ainda pode não provocar aumento suficiente ou suficientemente rápido da capacidade produtiva que, aumentando a produção, permita a formação de rendas efetivas necessárias ao cancelamento de dívidas referentes à criação de moeda, ou produção que compense o poder de compra adicional criado (Mollo e Saad Filho, 2001 e Saad Filho e Mollo, 2000). A possibilidade de crescimento dos preços a partir de um aumento de moeda que eleve a demanda está nos limites para o crescimento da oferta, como lembra Shaikh (1999): “se por qualquer razão o hiato entre a taxa de crescimento efetiva e os limites produtivos se estreita, haverá menos e menos espaço para o crescimento do produto e, conseqüentemente mais e mais pressão sobre os preços. A taxa de acumulação até o limite produtivo que chamo de coeficiente produtivo é então um índice de pressão inflacionária”. (p. 99)

Segundo este tipo de concepção, quando as mercadorias circulam, ou se trocam por dinheiro, na venda, convertem-se trabalhos privados em trabalho social,
o que implica ver a moeda como representante social do trabalho (De Brunhoff, 1979; Mollo, 1991). O processo de criação monetária, porém, é um processo de criação de dívidas privadas ou públicas que, de imediato, ao serem criadas, não cumprem o papel social que a moeda tem que ter e, por isso, não socializam de per se a produção privada, ou o conteúdo de trabalho privado contido nas mercadorias. Para que isso ocorra de forma final ou definitiva, é preciso uma sansão social que envol-va uma hierarquia de moedas criadas e sancionadas na sociedade como um todo. (De Brunhoff, 1974; Lipietz, 1983)

As dívidas, correspondentes à criação monetária pelos bancos, são o reconhecimento prévio de que em algum tempo posterior o tomador de créditos consegui-
rá cancelá-las com o que obtiver de renda no processo produtivo, ou como lucro ou como salário. Uma vez feito isso estará socializado o trabalho privado dos que elaboraram a mercadoria vendida a crédito. As decisões de emissão de dívidas que circulam permitindo a socialização dos trabalhos privados são tanto privadas (dos bancos que concedem crédito) quanto públicas (das autoridades monetárias que sancionam os créditos privados via emissão monetária e concessão de crédito aos bancos), e em nenhum caso há a onisciência do que ocorre nas várias unidades e processos produtivos de forma a bem avaliar o conteúdo de trabalho a socializar, ou de rendas a gerar para permitir o cancelamento final das dívidas. Assim, tanto a criação privada da moeda quanto a pública podem ser excessivas, se não proporcionarem aumento da produção e/ou da capacidade produtiva suficiente para gerar rendas que permitam compensar as dívidas correspondentes à criação monetária privada. No caso do não cancelamento destas dívidas há dois tipos de possibilidades. Ou as falências privadas conduzem à redução do poder de compra excessivo decorrente da criação da moeda extra e a inflação é evitada, ou a autoridade monetária sanciona tal poder de compra excessivo e a inflação decorrente é a forma da socializar perdas. A moeda extra corresponde então ao gasto de renda sem correspondência em formação da mesma no processo produtivo. (De Vroey, 1984)

Outra relação da moeda extra com a inflação é o caráter permissivo da primeira: sem moeda para viabilizar aumento de demanda não proporcional à oferta
não há como os preços subirem.

A idéia de moeda extra aqui exposta distingue-se da ortodoxa porque, em primeiro lugar, não há uma concepção de pleno emprego nem a curto nem a longo prazo, o que abre a possibilidade não apenas de aumento de produção, mas de aumento da capacidade produtiva. Em segundo lugar, a moeda pode ou não afetar a produção, afetando em maior ou menor medida os diferentes setores, o que altera os preços relativos (economia real) necessariamente, não sendo, portanto, neutra. Além disso, nesse tipo de concepção monetária, a formação do valor é um processo que se verifica tanto na produção, pelo conteúdo de trabalho necessário à produção das mercadorias, quanto na circulação, onde é determinado de forma final o trabalho socialmente necessário ou as condições sociais médias de produção por meio de um “tateamento social” quando as mercadorias se confrontam umas com as outras (De Brunhoff, 1973 e 1974). Assim, quando o Banco Central sanciona a criação priva da de moeda, está sujeito a sancionar preços e rendas decorrentes deles no processo de circulação, que são expressões imperfeitas dos valores, estes últimos responsáveis pela formação das rendas no processo de produção (De Brunhoff 1973; De Brunhoff e Cartelier, 1974; Mollo e Saad Filho, 2001). Tais divergências ou incompatibilidades entre produção e circulação afetam diferentemente os vários setores, e são fontes de crises (Mollo, 1989), o que é outra forma de analisar a não neutralidade da moeda. Em terceiro lugar, a moeda é endógena (Mollo, 1999), criada pelosbancos e autoridade monetárias, e a criação da moeda extra e a possível inflação não são, pois, de responsabilidade apenas do Banco Central, como quer a ortodoxia.

(...)

Conclusão

(...)

Assim, tanto no caso dos marxistas quanto no dos pós-keynesianos, não é possível a chamada independência do Banco Central no sentido de impor como prioritário o controle monetário e a estabilidade de preços. A idéia, para os marxistas, é de que o Banco Central “tateia socialmente” entre os objetivos de garantir moeda suficiente para expandir a acumulação de capital e a necessidade de garantir o reconhecimento social da moeda como equivalente geral, reconhecimento que podeser comprometido se o processo de emissão monetária por meio de sanção de dívidas privadas distorcer as relações credor-devedor ou sancionar preços e rendas sistematicamente divergentes dos valores criados e das rendas formadas na criação de valores. Este “tateamento social” só é possível se a sociedade como um todo manifestar demandas, o que não se faz com o Banco Central independente para cumprir objetivos de emissão monetária previamente definidos. Ao contrário dos ortodoxos, que querem ver o Banco Central protegido da ação dos políticos, para os heterodoxos importa criar canais legítimos de pressão, de forma que o Banco Central apreenda a partir deles as necessidades monetárias da economia, podendo assim intervir de forma adequada sobre o crescimento e a evolução da atividade produtiva real.

(...)

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 12:14 am
por PRick
Bourne escreveu:
PRick escreveu:Bem que Marx dizia, banco não serve para nada! :mrgreen: :mrgreen:

Os bancos privados gostam de emprestar recursos para quem não precisa, quem precisa realmente, os bancos não querem emprestar, quer dizer quanto maior for o risco, mais difícil encontrar quem queira correr esse risco e maior será o prêmio a ser pago pelo empréstimo.[ ]´s
Sugiro que releia algumas vezes a parte que Marx explica a reprodução do capital na economia capitalista antes de falar uma aberração dessas. O sistema financeiro e moeda é essencial para justificar a reprodução do capital. Sem isso vira teoria neoclassica.

Uma pequena luz. Observem como uma marxista renomada pensa. :mrgreen:
Bando de gigolos! :twisted: :twisted: Só querem lucros fáceis e especulação, e quando a bolha estoura, vão todos correndo para a mamãe pedindo para que o Estado cubra as trapalhadas que fizeram! [078] [078]

[]´s

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 7:18 am
por P44
basta ver o exemplo do BCE que empresta dinheiro a 1% aos bancos, que depois emprestam aos Estados a taxas superiores a 6%

Belo Capitalismo!!!!! :twisted:

Volta Marx que estás aperdoado...e trás umas AK-47 para fuzilar uns banqueiros contra o paredon :twisted: :twisted:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 9:00 am
por tflash
Mas eles tem razão. De um lado tem bancos, e vou citar o meu exemplo do crédito à habitação, que só me emprestaram o dinheiro por eu ser trabalhador efectivo, ter rendimentos um bom bocado acima das prestações, fazer um seguro que lhes pague o financiamento se eu morrer ou ficar inválido e ter arranjado alguém que se responsabiliza-se por pagar se eu deixasse de o fazer. Se tudo isso falhar, ficam com a casa. Ainda assim cobram-me um "spread" baseado no risco.

Por outro lado tem políticos que arrecadam 10 e gastam 15 e passados 4ou 5 anos vão-se embora. A história que um estado é uma pessoa de bem é um eufemismo.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 9:04 am
por cabeça de martelo
No FD já vi um texto de um blog a dizer que os Chineses vão ficar com o Porto Internacional de Sines. :shock:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 9:27 am
por tflash
Não me parece para já. O porto não é explorado por uma empresa pública? Não sei há quanto tempo não passas no Porto Alto. Quando lá fores, na rotunda que apanhas, quer venhas do lado do campo de tiro de Alcochete, quer venhas de Vila Franca, experimenta virar no sentido Coruche e fazer um ou dois quilómetros nessa estrada. Quando lá passei até me assustei. Dezenas de armazéns com grandes letras chinesas. Praticamente só vês isso, de um lado e de outro.

Eles já tem uma fatia de leão na distribuição. Por agora são coisa "low tech" e de baixa qualidade mas está a mudar.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 11:20 am
por cabeça de martelo
Salvo erro a administração do Porto Internacional de Sines é privada. Na verdade até acho que é uma empresa estrangeira a gerir aquilo. Devem ser bons, já que as últimas noticias que li sobre Sines eram de aumentos espectaculares na quantidade de bens a passar por esse porto.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 11:46 am
por soultrain
O porto de Sines é Português, é de direito privado, mas estatal. Concessiona um terminal a uma empresa de Singapura, o Terminal XXI.

[[]]'s

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 11:55 am
por FoxTroop
Bravo Bourne. Muito bom a recitar e a "conta" está bem feita mas o resultado está errado, não por culpa de quem faz (e muito bem) a "conta", mas porque as bases estão um bocado para o inquinado. Sem duvida que temos uma mente, mas só quando "desformatar" a cabeça e aprender a pensar "fora da caixa". Aí ficará siderado com a simplicidade da "coisa" e a monstrusidade do jogo. Aliás, começa a ser dificil manter o jogo.........

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 12:45 pm
por Bourne
cabeça de martelo escreveu:No FD já vi um texto de um blog a dizer que os Chineses vão ficar com o Porto Internacional de Sines. :shock:
É o tipo de negócio atrativo para estrangeiro, especialmente chineses que gostam de investir em infra-estrutura e grandes obras no exterior. Inclusive tem um grande apoio financeiro, técnico e diplomático do Estado chinês. Uma política que vem desde 1979.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Out 30, 2010 3:10 pm
por Bourne
FoxTroop escreveu:Bravo Bourne. Muito bom a recitar e a "conta" está bem feita mas o resultado está errado, não por culpa de quem faz (e muito bem) a "conta", mas porque as bases estão um bocado para o inquinado. Sem duvida que temos uma mente, mas só quando "desformatar" a cabeça e aprender a pensar "fora da caixa". Aí ficará siderado com a simplicidade da "coisa" e a monstrusidade do jogo. Aliás, começa a ser dificil manter o jogo.........
Jesus está vendo :roll:

Um dia os europeus ouvem os europeus.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Seg Nov 01, 2010 6:12 pm
por P44
Crise mundial destruiu 30 milhões de empregos
19h26m

A crise destruiu 30 milhões de empregos em todo o mundo, revelou hoje o diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apelou, na abertura de um fórum em Marrocos, para que o emprego seja "a prioridade da nova globalização

"O mundo perdeu 30 milhões de empregos por causa da crise mundial, e as estimativas para os próximos anos apontam para 400 milhões de empregos", afirmou o diretor geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, no decorrer do Fórum Internacional do Desenvolvimento Humano, em Agadir, no sul de Marrocos.

Segundo o responsável, citado pelas agências internacionais, "no quadro da nova globalização, a primeira prioridade é o emprego, a segunda prioridade é o emprego e a terceira prioridade é o emprego".

Mais de 1500 peritos internacionais que participam no evento ouviram Strauss-Kahn defender que é necessário intensificar a vigilância internacional dos mecanismos contra a crise para evitar uma nova derrocada económica mundial.

"Já se fez muito em termos de regulamentação, mas não ao nível da supervisão internacional. E mesmo a melhor regulamentação do mundo de nada vale sem supervisão", considerou.

Durante a sua intervenção assinalou que "os líderes do G20 disseram alto e bom som que reorganizariam o setor financeiro, mas infelizmente a realidade é mais complexa do que isso".

O diretor geral do FMI disse que "o sistema não é tão frágil como antes da crise, ainda que nada garanta que dentro de cinco ou dez anos não possa voltar a descarrilar".

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economi ... id=1700553