NOTÍCIAS POLÍTICAS
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- mmatuso
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Sou de SBC e boa parte das pessoas que conheceram Lula nos idos dos anos 80 e sua turma do PT daqui e que eu tive contato odeiam eles.
Meu pai tralhava em uma metalurgica daqui e fala de algumas histórias bizarros com assassinatos e os carais.
E olha que meu pai era a favor da Dilma.
Meu pai tralhava em uma metalurgica daqui e fala de algumas histórias bizarros com assassinatos e os carais.
E olha que meu pai era a favor da Dilma.
- Wingate
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Cuba faz campanha internacional por Dilma e Lula
http://politica.estadao.com.br/noticias ... 0000073406
Havana alerta alta cúpula de entidades sobre mudança de política externa do Brasil
GENEBRA – O governo de Cuba assume uma campanha internacional contra o governo de Michel Temer e, em carta enviada a dezenas de altos funcionários de entidades internacionais e diplomatas de todo o mundo, denuncia “energicamente o golpe de Estado parlamentário-judicial” contra Dilma Rousseff. O comunicado alerta aos diversos organismos sobre a mudança de política externa que ocorrerá no Brasil e a aproximação do Itamaraty aos "grandes centros do poder".
Em um email enviado na manhã desta quinta-feira, 1º, para o mais alto escalão de entidades como a ONU, Unicef, Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial do Comércio, Organização Internacional do Trabalho e dezenas de outras, o governo de Raul Castro alertou em inglês e espanhol que a cassação de Dilma foi um “ato de desacato à vontade soberana do povo”.
Se hoje é a Venezuela que teoricamente preside o Grupo Latino Americano (Grulac) nas organizações internacionais, a crise interna em Caracas tem transferido para Havana parte dessa campanha em apoio ao Brasil. Em maio, quando Dilma foi afastada temporariamente, Cuba já havia tomado uma posição similar.
Desta vez, a campanha passou a ser mais abrangente. Em um e-mail separado, o governo cubano também enviou à imprensa internacional o alerta.
Segundo Havana, a ex–presidente e Luiz Inácio Lula da Silva fizeram “esforços por reformar o sistema político e ordenar o financiamento dos partidos e suas campanhas”. A carta ainda destaca o “apoio” de ambos nas “investigações contra a corrupção que foram abertas e à independência das instituições encarregadas de conduzí-las”.
Mas a carta deu especial ênfase às questões de política externa. “As forças que agora excercem o poder anunciaram medidas de privatização sobre as reservas de petróleo e cortes em programas sociais. Igualmente, anunciam uma política exterior que privilegia as relações com os grandes centros do poder internacional”, alerta Cuba.
Para Havana, a diplomacia do PT favoreceu a relação regional. “Durante esse período, o Brasil foi um ativo impulsor da integração latino-amricana”, indicou. “A derrota do Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA), a convocação da Cúpula da América Latina sobre Integração e Desenvolvimento e a criação UNASUR são acontecimentos importantes na história mais recente da região e demonstram o protagonismo desse país”, indicaram.
Usando termos ainda da Guerra Fria, outro destaque de Havana se refere à “projeção do Brasil em relação às nações do Terceiro Mundo, em especial na África”. O governo cubano também destaca a criação dos Brics, do desempenho do Brasil na ONU, na FAO e na OMC. Para a diplomacia cubana, esses são exemplos da “liderança internacional do Brasil”.
Havana ainda cita a atuação dos governos do PT em temas como a defesa da paz, desenvolvimento, meio ambiente e medidas contra a fome. “O que ocorreu no Brasil é mais uma expressão da ofensiva do imperialismo e oligarquía contra os governos revolucionários e progressistas da América Latina e Caribe, que ameaça a paz e a estabilidade das nações”, insistiu.
“Cuba ratifica sua solidariedade com a presidenta Dilma e o companheiro Lula, com o Partido dos Trabalhadores, e expressa sua confiança em que o povo brasileiro defenderá as conquistas sociais e irá se opôr com determinação às políticas neo-liberais e o despojo de seus recursos naturais”, concluiu.
--------------------
Pergunta: por que não nos dão o devido exemplo, promovendo a abertura de eleições livres para presidente em Cuba e permitindo a fundação e atuação de novos partidos políticos na ilha?
Que moral esse país tem, hoje, para nos chamar às falas?
Wingate
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Havana alerta alta cúpula de entidades sobre mudança de política externa do Brasil
GENEBRA – O governo de Cuba assume uma campanha internacional contra o governo de Michel Temer e, em carta enviada a dezenas de altos funcionários de entidades internacionais e diplomatas de todo o mundo, denuncia “energicamente o golpe de Estado parlamentário-judicial” contra Dilma Rousseff. O comunicado alerta aos diversos organismos sobre a mudança de política externa que ocorrerá no Brasil e a aproximação do Itamaraty aos "grandes centros do poder".
Em um email enviado na manhã desta quinta-feira, 1º, para o mais alto escalão de entidades como a ONU, Unicef, Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial do Comércio, Organização Internacional do Trabalho e dezenas de outras, o governo de Raul Castro alertou em inglês e espanhol que a cassação de Dilma foi um “ato de desacato à vontade soberana do povo”.
Se hoje é a Venezuela que teoricamente preside o Grupo Latino Americano (Grulac) nas organizações internacionais, a crise interna em Caracas tem transferido para Havana parte dessa campanha em apoio ao Brasil. Em maio, quando Dilma foi afastada temporariamente, Cuba já havia tomado uma posição similar.
Desta vez, a campanha passou a ser mais abrangente. Em um e-mail separado, o governo cubano também enviou à imprensa internacional o alerta.
Segundo Havana, a ex–presidente e Luiz Inácio Lula da Silva fizeram “esforços por reformar o sistema político e ordenar o financiamento dos partidos e suas campanhas”. A carta ainda destaca o “apoio” de ambos nas “investigações contra a corrupção que foram abertas e à independência das instituições encarregadas de conduzí-las”.
Mas a carta deu especial ênfase às questões de política externa. “As forças que agora excercem o poder anunciaram medidas de privatização sobre as reservas de petróleo e cortes em programas sociais. Igualmente, anunciam uma política exterior que privilegia as relações com os grandes centros do poder internacional”, alerta Cuba.
Para Havana, a diplomacia do PT favoreceu a relação regional. “Durante esse período, o Brasil foi um ativo impulsor da integração latino-amricana”, indicou. “A derrota do Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA), a convocação da Cúpula da América Latina sobre Integração e Desenvolvimento e a criação UNASUR são acontecimentos importantes na história mais recente da região e demonstram o protagonismo desse país”, indicaram.
Usando termos ainda da Guerra Fria, outro destaque de Havana se refere à “projeção do Brasil em relação às nações do Terceiro Mundo, em especial na África”. O governo cubano também destaca a criação dos Brics, do desempenho do Brasil na ONU, na FAO e na OMC. Para a diplomacia cubana, esses são exemplos da “liderança internacional do Brasil”.
Havana ainda cita a atuação dos governos do PT em temas como a defesa da paz, desenvolvimento, meio ambiente e medidas contra a fome. “O que ocorreu no Brasil é mais uma expressão da ofensiva do imperialismo e oligarquía contra os governos revolucionários e progressistas da América Latina e Caribe, que ameaça a paz e a estabilidade das nações”, insistiu.
“Cuba ratifica sua solidariedade com a presidenta Dilma e o companheiro Lula, com o Partido dos Trabalhadores, e expressa sua confiança em que o povo brasileiro defenderá as conquistas sociais e irá se opôr com determinação às políticas neo-liberais e o despojo de seus recursos naturais”, concluiu.
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Pergunta: por que não nos dão o devido exemplo, promovendo a abertura de eleições livres para presidente em Cuba e permitindo a fundação e atuação de novos partidos políticos na ilha?
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Depois falam que o foro de sp nunca existiu.
Olha a coalizão comunista ae!
EUA, mundo livre e outros, venham livrar o mundo dessa danação comunista!
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- P44
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
mmatuso escreveu:Sou de SBC e boa parte das pessoas que conheceram Lula nos idos dos anos 80 e sua turma do PT daqui e que eu tive contato odeiam eles.
Meu pai tralhava em uma metalurgica daqui e fala de algumas histórias bizarros com assassinatos e os carais.
E olha que meu pai era a favor da Dilma.
o dinheiro e o poder corrompem qualquer um.
Triste sina ter nascido português
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Brasil: Governo português rejeita tese de golpe e quer trabalhar com Temer
Em comunicado enviado às redacções, o ministro dos Negócios Estrangeiros reitera a sua vontade de continuar a aprofundar as relações bilaterais, agora com Michel Temer na presidência do Brasil.
13:52 • NegóciosPor Eva Gaspar - Jornal de Negócios
"O Governo português vem reiterar a sua vontade de continuar a aprofundar as relações bilaterais de excelência que ligam Portugal e o Brasil, alicerçadas num elo único e fraterno entre os dois povos", refere um comunicado do gabinete do ministro Augusto Santos Silva enviado às redacções. O comunicado é justificado pela "tomada de posse do Presidente Michel Temer" que se fez "no cumprimento das disposições constitucionais brasileiras", precisam os Negócios Estrangeiros, rejeitando a tese de "golpe" que tem sido acenada por Dilma Rousseff, a presidente destituída.
"A próxima Cimeira bilateral a realizar proximamente em Brasília será mais um marco importante neste relacionamento tão especial, permitindo avançar nas relações bilaterais e trabalhar em conjunto, na esfera internacional, em prol da Paz e do desenvolvimento e no reforço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", conclui o curto comunicado.
Em 20 de Maio, o PCP tinha apresentado no Parlamento um voto de solidariedade para com os povos da América Latina e Caraíbas que são "vítimas de acções de ingerência e desestabilização", o que gerou controvérsia no seio do PS. A maior parte da bancada acabou por juntar-se à direita, e o voto de solidariedade até acabaria por ser aprovado, mas só depois de serem chumbadas todas as referências à situação política no Brasil. Caíram então os pontos sobre o "repúdio do processo que procura levar à destituição da Presidente Dilma Rousseff no Brasil", embora contra a vontade de nove deputados da bancada do PS: Paulo Trigo Pereira, Isabel Moreira, Renato Sampaio, Isabel Santos, João Galamba, Carla Sousa, Sónia Fertuzinhos e Luís Soares.Afastada há mais de 100 dias do cargo, Dilma Rousseff foi na quarta-feira, 31 de Agosto, definitivamente arredada da presidência do Brasil, após 61 dos 81 senadores a terem considerado culpada de crimes de responsabilidade na gestão das finanças do país. Eram necessários apenas 54 votos para destituir a presidente. Em votação separada ao afastamento do cargo, o Senado decidiu, por 42 votos contra 36, que a presidente destituída não ficará proibida de voltar a desempenhar cargos públicos durante oito anos. O pedido de votação separada foi feita pela defesa de Dilma Rousseff para tentar evitar que esta fosse impedida de concorrer a eleições ou trabalhar em órgãos ou empresas públicas. Ou seja, Dilma perde o cargo mas não os direitos políticos, diferentemente do que sucedera em 1992 com o então presidente Fernando Collor de Mello. "Dois pesos e duas medidas", protestou o agora senador. Para este resultado foram essenciais os votos de senadores do PMDB, como Renan Calheiros, presidente da Casa. Este precedente beneficia Dilma mas potencialmente outros políticos perseguidos pela justiça, como Eduardo Cunha, afastado temporariamente da presidência do Congresso dos Deputados. Esta votação, e o âmbito da sua aplicação, promete ainda fazer correr muita tinta.Duas horas depois, o seu "vice" Michel Temer (PMDB), que desde Maio ocupa interinamente o cargo, tomou posse como presidente do país numa sessão parlamentar extraordinária. No seu primeiro discurso à nação após ser empossado, Temer declarou, citado pela Reuters, que não será tarefa fácil pôr de novo a economia nos carris – o Brasil está mergulhado na mais grave recessão da sua história recente -, que a sua prioridade é aprovar um limite para os gastos públicos (que duplicaram durante os mandatos de Dilma), atrair o investimento estrangeiro, reduzir o desemprego e dar início a uma reforma, que se adivinha explosiva, do sistema de pensões.
Antes de Temer falou Dilma, que repetiu ser vítima de um "golpe" - "golpe de Estado", "parlamentar", "racista", de um "golpe misógino" também – tendo prometido que recorrerá a "todas as instâncias possíveis" para reverter uma decisão que disse entrar "na história das grandes injustiças". "Essa história não acaba assim. Nós voltaremos", afirmou. As suas primeiras palavras foram para cumprimentar Lula da Silva, ex-presidente e seu padrinho político, e depois para atacar o Senado, que acusou de ter usurpado o voto de 54 milhões de brasileiros, e o governo do seu sucessor, que classificou de "grupo de corruptos investigados" ao serviço do "radical liberalismo económico e do retrocesso social" apoiado por uma " imprensa facciosa".
Dilma foi condenada por violar a Constituição e as leis de enquadramento orçamental ao ter atrasado as transferências devidas aos bancos públicos que pagam as verbas de diversos programas do governo e prestações sociais (são as chamadas "pedaladas"). Dilma foi ainda condenada por ter realizado despesa sem a necessária autorização do parlamento. Esse universo de operações foi omitido da contabilidade pública. A acusação alega que o fez para maquilhar as contas da Federação, escondendo a verdadeira situação financeira do país, o que lhe teria permitido prometer o que sabia impossível de cumprir na campanha eleitoral de 2014. A defesa alega que a situação económica e política obrigou o governo a mudar áreas de despesa mas sem alterar o limite máximo, e que as dívidas aos bancos públicos acabaram por ser saldadas, com juros.
No final de 2015, o total pago pelo Governo federal para saldar os passivos com bancos públicos (na sequência das "pedaladas ") atingiu 72,4 mil milhões de reais (cerca de 20 mil milhões de euros). Trata-se de um valor idêntico ao total de crédito concedido pelos bancos ao conjunto da economia brasileira nos anos 2014 e 2015. Desse valor, 55,6 mil milhões referem-se a dívidas acumuladas até o fim de 2014, ano eleitoral
http://www.sabado.pt/ultima_hora/detalh ... temer.html
Em comunicado enviado às redacções, o ministro dos Negócios Estrangeiros reitera a sua vontade de continuar a aprofundar as relações bilaterais, agora com Michel Temer na presidência do Brasil.
13:52 • NegóciosPor Eva Gaspar - Jornal de Negócios
"O Governo português vem reiterar a sua vontade de continuar a aprofundar as relações bilaterais de excelência que ligam Portugal e o Brasil, alicerçadas num elo único e fraterno entre os dois povos", refere um comunicado do gabinete do ministro Augusto Santos Silva enviado às redacções. O comunicado é justificado pela "tomada de posse do Presidente Michel Temer" que se fez "no cumprimento das disposições constitucionais brasileiras", precisam os Negócios Estrangeiros, rejeitando a tese de "golpe" que tem sido acenada por Dilma Rousseff, a presidente destituída.
"A próxima Cimeira bilateral a realizar proximamente em Brasília será mais um marco importante neste relacionamento tão especial, permitindo avançar nas relações bilaterais e trabalhar em conjunto, na esfera internacional, em prol da Paz e do desenvolvimento e no reforço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", conclui o curto comunicado.
Em 20 de Maio, o PCP tinha apresentado no Parlamento um voto de solidariedade para com os povos da América Latina e Caraíbas que são "vítimas de acções de ingerência e desestabilização", o que gerou controvérsia no seio do PS. A maior parte da bancada acabou por juntar-se à direita, e o voto de solidariedade até acabaria por ser aprovado, mas só depois de serem chumbadas todas as referências à situação política no Brasil. Caíram então os pontos sobre o "repúdio do processo que procura levar à destituição da Presidente Dilma Rousseff no Brasil", embora contra a vontade de nove deputados da bancada do PS: Paulo Trigo Pereira, Isabel Moreira, Renato Sampaio, Isabel Santos, João Galamba, Carla Sousa, Sónia Fertuzinhos e Luís Soares.Afastada há mais de 100 dias do cargo, Dilma Rousseff foi na quarta-feira, 31 de Agosto, definitivamente arredada da presidência do Brasil, após 61 dos 81 senadores a terem considerado culpada de crimes de responsabilidade na gestão das finanças do país. Eram necessários apenas 54 votos para destituir a presidente. Em votação separada ao afastamento do cargo, o Senado decidiu, por 42 votos contra 36, que a presidente destituída não ficará proibida de voltar a desempenhar cargos públicos durante oito anos. O pedido de votação separada foi feita pela defesa de Dilma Rousseff para tentar evitar que esta fosse impedida de concorrer a eleições ou trabalhar em órgãos ou empresas públicas. Ou seja, Dilma perde o cargo mas não os direitos políticos, diferentemente do que sucedera em 1992 com o então presidente Fernando Collor de Mello. "Dois pesos e duas medidas", protestou o agora senador. Para este resultado foram essenciais os votos de senadores do PMDB, como Renan Calheiros, presidente da Casa. Este precedente beneficia Dilma mas potencialmente outros políticos perseguidos pela justiça, como Eduardo Cunha, afastado temporariamente da presidência do Congresso dos Deputados. Esta votação, e o âmbito da sua aplicação, promete ainda fazer correr muita tinta.Duas horas depois, o seu "vice" Michel Temer (PMDB), que desde Maio ocupa interinamente o cargo, tomou posse como presidente do país numa sessão parlamentar extraordinária. No seu primeiro discurso à nação após ser empossado, Temer declarou, citado pela Reuters, que não será tarefa fácil pôr de novo a economia nos carris – o Brasil está mergulhado na mais grave recessão da sua história recente -, que a sua prioridade é aprovar um limite para os gastos públicos (que duplicaram durante os mandatos de Dilma), atrair o investimento estrangeiro, reduzir o desemprego e dar início a uma reforma, que se adivinha explosiva, do sistema de pensões.
Antes de Temer falou Dilma, que repetiu ser vítima de um "golpe" - "golpe de Estado", "parlamentar", "racista", de um "golpe misógino" também – tendo prometido que recorrerá a "todas as instâncias possíveis" para reverter uma decisão que disse entrar "na história das grandes injustiças". "Essa história não acaba assim. Nós voltaremos", afirmou. As suas primeiras palavras foram para cumprimentar Lula da Silva, ex-presidente e seu padrinho político, e depois para atacar o Senado, que acusou de ter usurpado o voto de 54 milhões de brasileiros, e o governo do seu sucessor, que classificou de "grupo de corruptos investigados" ao serviço do "radical liberalismo económico e do retrocesso social" apoiado por uma " imprensa facciosa".
Dilma foi condenada por violar a Constituição e as leis de enquadramento orçamental ao ter atrasado as transferências devidas aos bancos públicos que pagam as verbas de diversos programas do governo e prestações sociais (são as chamadas "pedaladas"). Dilma foi ainda condenada por ter realizado despesa sem a necessária autorização do parlamento. Esse universo de operações foi omitido da contabilidade pública. A acusação alega que o fez para maquilhar as contas da Federação, escondendo a verdadeira situação financeira do país, o que lhe teria permitido prometer o que sabia impossível de cumprir na campanha eleitoral de 2014. A defesa alega que a situação económica e política obrigou o governo a mudar áreas de despesa mas sem alterar o limite máximo, e que as dívidas aos bancos públicos acabaram por ser saldadas, com juros.
No final de 2015, o total pago pelo Governo federal para saldar os passivos com bancos públicos (na sequência das "pedaladas ") atingiu 72,4 mil milhões de reais (cerca de 20 mil milhões de euros). Trata-se de um valor idêntico ao total de crédito concedido pelos bancos ao conjunto da economia brasileira nos anos 2014 e 2015. Desse valor, 55,6 mil milhões referem-se a dívidas acumuladas até o fim de 2014, ano eleitoral
http://www.sabado.pt/ultima_hora/detalh ... temer.html
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O “acordão” que interessava a Temer, Lula, Dilma, PT e PMDB.
Ricardo Noblat - Blog do Noblat, 1.09.16.
Quer dizer que quase todo mundo em Brasília sabia há uma semana que estava em curso um “acordão” para separar o impeachment de Dilma da suspensão por oito anos dos seus direitos políticos e o presidente Michel Temer não sabia, não fazia a mínima ideia?
Quer dizer que ele foi surpreendido quando o ministro Ricardo Lewandowski acatou o pedido do PT para que houvesse duas votações, uma para decidir se Dilma deveria perder o mandato ou não, outra para decidir se os direitos políticos dela deveriam ser preservados?
Quer dizer que Temer desconhecia que Renan Calheiros, presidente do Senado, apelaria em discurso aos colegas para que não tornassem Dilma inelegível uma vez que àquela altura ela já perdera o mandato? E que 12 dos 17 senadores do PMDB atenderiam ao apelo de Renan?
“Estamos juntos”, disse Temer a Renan ao tomar posse como presidente. Para menos de uma hora depois, reunido com seus ministros, criticar o “acordão” que salvou os direitos políticos de Dilma. Antes, autorizara o senador Romero Jucá (PMDB-RR) a recorrer da decisão ao Supremo.
Teatro puro. A ser verdade que Renan, Lewandowski e 12 dos 17 senadores haviam lhe passado a perna, Temer estaria mal, muito mal. Fora traído por seu próprio partido. Perdera para Renan a posição de maior líder do PMDB. E revelara-se um presidente, no mínimo, inepto.
Não há no Congresso uma única ingênua alma capaz de acreditar que Temer estava por fora do acordo. Estava por dentro, sim. E o acordo não interessava somente a Dilma e ao PT, consultados há mais de 15 dias a respeito. Interessava também a Temer.
Por temperamento, estilo e gosto, Temer prefere a conciliação ao confronto. Sempre foi assim – e nisso se parece com Lula. Dilma está mais para José Dirceu – não sabe viver sem uma boa briga. Prefere pegar em armas a gastar saliva em conversas com adversários.
Temer quer ser visto como o presidente que pacificou o país. Ou que tentou pacificar. Suará a camisa para desarmar os espíritos – inclusive os do PT. E precisa de um Congresso calmo, cooperativo, para aprovar ali as reformas que Fernando Henrique, Lula e até Dilma imaginaram aprovar.
Por um voto apenas, Fernando Henrique perdeu no Congresso a batalha pela reforma da Previdência. Lula desistiu da reforma por falta de condições de obtê-la do Congresso. Em compensação, fez tudo para manter o imposto do cheque – e acabou derrotado.
Movimentos sociais foram às ruas em várias cidades protestar contra o impeachment de Dilma, mas o PT, oficialmente, não foi. Bom sinal para Temer. Na sua posse, não se viu uma só bandeira vermelha no Congresso, uma faixa, um grito de protesto. Bom sinal para Temer.
Um dia desses, Temer revelou que cogitava a ideia de convidar Lula para um encontro. Poderá não fazê-lo tão cedo. Poderá nunca fazê-lo. Mas a ideia continua na cabeça dele. Os dois sempre se deram bem. Lula ficou rouco de tanto aconselhar Dilma a prestigiar Temer. Em vão.
Se dependesse de Temer, Lula jamais seria preso. Muito menos condenado e banido da vida política. Em 2010, Temer foi a Lula sugerir a montagem de uma chapa à eleição presidencial daquele ano com Serra na cabeça e Dilma de vice. Lula foi que não quis. Serra topava.
De volta ao “acordão”: ele não é garantia de que Dilma poderá se candidatar em breve ou mais tarde. Caso ela queira, o Supremo é quem irá decidir. E não é certo que decidirá a favor dela. É provável que decida contra. Assim, o “acordão” não terá saído tão caro a Temer.
Ricardo Noblat - Blog do Noblat, 1.09.16.
Quer dizer que quase todo mundo em Brasília sabia há uma semana que estava em curso um “acordão” para separar o impeachment de Dilma da suspensão por oito anos dos seus direitos políticos e o presidente Michel Temer não sabia, não fazia a mínima ideia?
Quer dizer que ele foi surpreendido quando o ministro Ricardo Lewandowski acatou o pedido do PT para que houvesse duas votações, uma para decidir se Dilma deveria perder o mandato ou não, outra para decidir se os direitos políticos dela deveriam ser preservados?
Quer dizer que Temer desconhecia que Renan Calheiros, presidente do Senado, apelaria em discurso aos colegas para que não tornassem Dilma inelegível uma vez que àquela altura ela já perdera o mandato? E que 12 dos 17 senadores do PMDB atenderiam ao apelo de Renan?
“Estamos juntos”, disse Temer a Renan ao tomar posse como presidente. Para menos de uma hora depois, reunido com seus ministros, criticar o “acordão” que salvou os direitos políticos de Dilma. Antes, autorizara o senador Romero Jucá (PMDB-RR) a recorrer da decisão ao Supremo.
Teatro puro. A ser verdade que Renan, Lewandowski e 12 dos 17 senadores haviam lhe passado a perna, Temer estaria mal, muito mal. Fora traído por seu próprio partido. Perdera para Renan a posição de maior líder do PMDB. E revelara-se um presidente, no mínimo, inepto.
Não há no Congresso uma única ingênua alma capaz de acreditar que Temer estava por fora do acordo. Estava por dentro, sim. E o acordo não interessava somente a Dilma e ao PT, consultados há mais de 15 dias a respeito. Interessava também a Temer.
Por temperamento, estilo e gosto, Temer prefere a conciliação ao confronto. Sempre foi assim – e nisso se parece com Lula. Dilma está mais para José Dirceu – não sabe viver sem uma boa briga. Prefere pegar em armas a gastar saliva em conversas com adversários.
Temer quer ser visto como o presidente que pacificou o país. Ou que tentou pacificar. Suará a camisa para desarmar os espíritos – inclusive os do PT. E precisa de um Congresso calmo, cooperativo, para aprovar ali as reformas que Fernando Henrique, Lula e até Dilma imaginaram aprovar.
Por um voto apenas, Fernando Henrique perdeu no Congresso a batalha pela reforma da Previdência. Lula desistiu da reforma por falta de condições de obtê-la do Congresso. Em compensação, fez tudo para manter o imposto do cheque – e acabou derrotado.
Movimentos sociais foram às ruas em várias cidades protestar contra o impeachment de Dilma, mas o PT, oficialmente, não foi. Bom sinal para Temer. Na sua posse, não se viu uma só bandeira vermelha no Congresso, uma faixa, um grito de protesto. Bom sinal para Temer.
Um dia desses, Temer revelou que cogitava a ideia de convidar Lula para um encontro. Poderá não fazê-lo tão cedo. Poderá nunca fazê-lo. Mas a ideia continua na cabeça dele. Os dois sempre se deram bem. Lula ficou rouco de tanto aconselhar Dilma a prestigiar Temer. Em vão.
Se dependesse de Temer, Lula jamais seria preso. Muito menos condenado e banido da vida política. Em 2010, Temer foi a Lula sugerir a montagem de uma chapa à eleição presidencial daquele ano com Serra na cabeça e Dilma de vice. Lula foi que não quis. Serra topava.
De volta ao “acordão”: ele não é garantia de que Dilma poderá se candidatar em breve ou mais tarde. Caso ela queira, o Supremo é quem irá decidir. E não é certo que decidirá a favor dela. É provável que decida contra. Assim, o “acordão” não terá saído tão caro a Temer.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Ninguém fala que ele não existe. O que se fala é que ele é de pouquíssima importância. O governo cubano, cujo poder se perpetua na família Castro há décadas, agora vem falar de rompimento de um processo democrático. Tá, vão fazer o quê, agora?mmatuso escreveu:Depois falam que o foro de sp nunca existiu.
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- cassiosemasas
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Então já tivemos orgasmos tântricos depois de consumado o "impitima" por parte de alguns colegas né...coisa boa, parabéns aos vencedores, meus pêsames para toda a nação... mas pelo menos quem assumiu mesmo que a contra gosto de muitos, foi o vice natural, pior seria se quem assumisse fosse alguém derrotado no pleito, mas os derrotados só não assumiram de vez porque iria ficar muito escancarado, então eles estão indo pelas bordas, já são base de apoio do presidente Temer, e logo logo serão bem mais que isso, isso é que eu chamo de levar no grito...
Nenhum golpista já admitiu ser golpista
Janio Freitas
Plenário do Senado lotado antes de votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff
Em inúmeras vezes, nas sessões do impeachment que presidiu, o ministro Ricardo Lewandowski disse ao plenário, com pequenas variações de forma: "Neste julgamento, os senadores e senadoras são juízes, estão julgando". Entre os 81 juízes, mais de 70 declaravam o seu voto há semanas, e o confirmaram na prática. Um princípio clássico do direito, porém, dá como vicioso e sujeito à invalidação o julgamento de juiz que assuma posição antecipada sobre a acusação a ser julgada. O que houve no hospício –assim o Senado foi identificado por seu presidente, Renan Calheiros– não foi um julgamento.
Os que negam o golpe o fazem como todos os seus antecessores em todos os tempos: nenhum golpista admitiu ser participante ou apoiador de um golpe. Desde o seu primeiro momento e ainda pelos seus remanescentes, o golpe de 1964, por exemplo, foi chamado por seus adeptos de "Revolução Democrática de 64". Alguns, com certo pudor, às vezes disseram ser uma revolução preventiva. É o que faz agora, esquerdista extremado naquele tempo, o deputado José Aníbal, do PSDB, sobre a derrubada de Dilma: "É a democracia se protegendo". Dentre os possíveis exemplos pessoais, talvez nenhum iguale Carlos Lacerda, que dedicou a maior parte da vida ao golpismo, mas não deixou de reagir com fúria se chamado de golpista.
As perícias e as evidências negaram fundamento nas duas acusações utilizadas para o processo do impeachment de Dilma. As negações foram ignoradas no Senado, em escancarada distorção do processo. Para disfarçar essa violência, foi propagada a ideia de que a maioria dos senadores apoiaria o impeachment levada pelo "conjunto da obra" de Dilma: a crise econômica, as dificuldades da indústria, o aumento do desemprego, o deficit fiscal, a suspensão de obras públicas, as dificuldades financeiras dos Estados e outros itens citados no Congresso e na imprensa.
Se os deputados e senadores se preocupassem mesmo com esses temas do "conjunto da obra", teríamos o Congresso que desejamos. E os jornais, a TV e os seus jornalistas estariam sempre mentindo com suas críticas, como normal geral e diária, sobre a realidade da política e dos políticos.
Nem as tais pedaladas e os créditos suplementares, desmoralizados por perícias e evidências, nem o "conjunto da obra", cujos temas não figuram nos interesses da maioria absoluta dos parlamentares, deram base para acusações respeitáveis em um processo e um julgamento. Se, no entanto, envoltos por sofismas e manipulações, serviram para derrubar uma presidente, houve um processo, um julgamento e uma acusação ilegítimos –um golpe parlamentar. Os que o efetivaram ou apoiaram podem chamá-lo como quiserem, mas foi apenas isto e seu nome verdadeiro é só este: golpe.
Esse desastre institucional contém, apesar de tudo, um ponto positivo. A conduta dos militares das três Forças, durante toda a crise até aqui, foi invejavelmente perfeita. Do ponto de vista formal e como participação no esforço democratizante que civis da política e do empresariado estão interrompendo.
O pronunciamento de ex-presidente feito por Dilma corresponde à aspiração de grande parte do país. Mas a tarefa implícita no seu "até daqui a pouco" exigiria, em princípio, mais do que as condições atuais da nova oposição podem oferecer-lhe, no seu esfacelamento. À vista do que são Michel Temer e os seus principais coadjuvantes, não cabem dúvidas de que os oposicionistas podem esperar muita contribuição do governo. Mas o dispositivo de apoio à situação conquistada será, a partir da Lava Jato, de meios de comunicação e do capital proveniente de empresários, uma barreira sem cuidado com limites.
Desde ontem, o Brasil é outro.
Fonte.
Editado pela última vez por cassiosemasas em Sex Set 02, 2016 1:53 am, em um total de 1 vez.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Golpista em 1954, golpista em 1964 e golpista em 2016.Clermont escreveu:Para que jamais haja outro impeachment.
Editorial de O Globo, 1º de Setembro de 2016.
O impeachment da presidente Dilma Rousseff, economista oriunda do brizolismo gaúcho, é o segundo, na vigência do estado democrático de direito, em 24 anos. O primeiro, de Fernando Collor de Mello, senador por Alagoas, e um dos 61 que votaram pela saída de Dilma, foi importante demonstração de vigor das instituições da democracia representativa, dada havia apenas quatro anos da promulgação da Constituição de 1988, marco do retorno ao estado democrático, após duas décadas de ditadura militar. Mudou o status do Brasil no mundo civilizado. O fato de o afastamento de Dilma ter obtido sete votos a mais que o mínimo exigido de dois terços dos senadores não pode ser ofuscado pelo desencontro entre PSDB e PMDB na aprovação, contra a posição dos tucanos, da liberação para que Dilma ocupe cargos públicos.
São um feito os dois impeachments, sem rupturas, num continente cuja trajetória é pontilhada de acidentes institucionais e autoritários, à direita e à esquerda, tendo como ligação, entre esses dois campos que se opõem, o nacionalismo, muitas vezes turbinado pelo populismo, como tem sido na tragédia do chavismo e foi na debacle do lulopetismo, com a mais grave desestabilização da economia brasileira na República.
É de notável ineditismo, na América Latina, o fato de esses incidentes institucionais no país serem contornados sem as rupturas clássicas na região. É tema de debates e estudos de cientistas políticos a incapacidade de o Brasil, no arranjo inaugurado na Nova República, não permitir maiorias estáveis no Congresso, para dar governabilidade aos inquilinos do Planalto. A discussão continuará.
O PT resolveu literalmente comprar a base parlamentar, para viabilizar um projeto de eternização no poder. Para isso, assaltou a Petrobras, outras empresas públicas e se enredou em um novelo do qual está longe de se livrar nos tribunais. Sempre guiado pelo máxima dos “fins que justificam os meios”.
A razão do impeachment de Dilma é de outra natureza. Restou provado na acusação encaminhada à Câmara por Hélio Bicudo, procurador que combateu o Esquadrão da Morte em São Paulo, fundador dissidente do PT; os advogados Miguel Reali Jr., ex-ministro da Justiça, na gestão FH, e Janaína Paschoal, professora do Largo de São Francisco, simbólica Faculdade de Direito da USP, que Dilma cometeu crimes de responsabilidade de ordem fiscal e orçamentária.
Foi diferente do que aconteceu com Collor, condenado no Senado por quebra de decoro, devido a denúncias de corrupção, mas inocentado no Supremo. Tudo também dentro das regras legais. Pois o julgamento no Congresso é de cunho político. No processo contra Dilma, não há acusações de corrupção, mas crimes que têm a ver com a visão ideológica lulopetista, com o tempero brizolista da ex-presidente. Não passou despercebido que, ao se defender no Senado, Dilma Rousseff usou tática do guia Leonel Brizola: nunca responder as perguntas e falar o que quiser.
Dilma se converteu à responsabilidade fiscal muito tarde, ao vir a dizer, só nesta semana, no Senado, ante o cadafalso, que lamentava o PT não haver votado para aprovar a LRF.
No poder, atropelou-a sem piedade. Dilma não fez qualquer menção, por óbvio, mas o partido pelo qual se elegeu, o PT, também não assinou a Constituição de 1988. Louve-se a coerência: a legenda sempre avança contra a Carta e a LRF. Ao propor “Constituintes exclusivas”, por exemplo.
Dilma e os “desenvolvimentistas” não gostam da responsabilidade fiscal. Consideram-na “neoliberal”, um obstáculo conservador ao ativismo fiscal do Estado, esta uma obsessão da esquerda latino-americana do pós-Guerra. Mas todos precisam cumpri-las, a Carta e a LRF, com as respectivas normas decorrentes.
Dilma perdeu o cargo por sectarismo ideológico e voluntarismo, por achar que “vontade política” é o que resolve problemas no governo. Algo de sabor stalinista. Ao ir contra leis, a Carta e princípios técnico inamovíveis, cometeu suicídio. Collor sofreu impeachment devido à ética; Dilma, por investir contra pilares institucionais que o Brasil começou a construir no Plano Real, a partir de 1994, com Itamar e Fernando Henrique Cardoso.
Eduardo Cunha é, na “narrativa” lulopetista, peça central de um onírico complô em que se misturam corruptos temerosos da Lava-Jato, defensores do ex-presidente da Câmara e “inimigos das conquistas sociais”. E, claro, a “mídia”.
Mas foram a obsessão com o ativismo estatal e gastos sem medidas, maquiados por técnicas da “contabilidade criativa”, que construíram a enorme crise fiscal, visível a todos a partir de 2015, quando afloraram os números reais. Ou próximos deles. Assim, edificou as bases do seu enforcamento legal. Mas nem tudo é pura ideologia. Houve também forte dose de esperteza, a fim de esconder o lixo debaixo do tapete, marquetear um país inexistente na propaganda política de 2014, e ganhar a reeleição em rotundo estelionato. Depois, veio o tarifaço, porque o governo congelou combustíveis, energia elétrica etc., para represar de maneira artificial a inflação, a fim de faturar a reeleição.
Lulopetistas devem ter aprendido com Ulysses Guimarães e José Sarney quando, em 1986, fizeram o mesmo para o seu PMDB ganhar as eleições no fim daquele ano, nos estertores do Cruzado. Elegeram 22 governadores. Dias depois, executaram os ajustes necessários, com liberação de preços e tarifas. O filme passou mais uma vez em 2015, com Dilma. Mas não chegou ao fim, porque as instituições republicanas estão solidificadas.
A edição de decretos de gastos sem aprovação do Congresso e as “pedaladas” — deixar instituições financeiras pagar despesas do Tesouro, numa operação ilegal de crédito à União — demoliram Dilma. O conjunto da obra de malfeitos fiscais é de enormes proporções. Eles vêm desde o final do segundo governo Lula, mas bastaram os crimes cometidos em 2015, conforme limitação imposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao aceitar o pedido de impeachment, para derrotar Dilma e o lulopetismo de pedigree brizolista.
O saldo desses empréstimos ilegais concedidos à União, por decisão do Planalto, pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES e até o FGTS chegou em 2015 a pouco mais de R$ 50 bilhões, cifra gigantesca. O Brasil havia voltado ao passado, à antessala da pré-hiperinflação, quando o BB se financiava diretamente no Tesouro e governadores ordenhavam seus bancos estaduais como casas da moeda privadas. Costuma-se dizer que a estabilização econômica permitida pelo Plano Real se tornou patrimônio da sociedade. O impeachment de Dilma é prova cabal de que isso é verdade. A partir de agora, qualquer governante que pense em atalhos à margem da lei, no manejo orçamentário, precisará refletir sobre as implicações de seus atos. O mesmo vale para delírios no campo político-institucional. O fortalecimento não é apenas das cláusulas da responsabilidade fiscal, mas da Constituição como um todo, para desaconselhar de vez projetos bolivarianos como o do lulopetismo. Serve de aviso geral à nação.
Deveriam ter um mínimo de vergonha em publicar esse "editorial".
E depois vem pedir desculpas...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Desculpe discordar Paisano, é uma narrativa muito ponderada e precisa dos fatos que ocorreram no País, por uma opção ideológica, pela permanência no Poder em flagrante desrespeito a constituição brasileira, que inclusive na minha opinião é extremamente leniente.Paisano escreveu:Golpista em 1954, golpista em 1964 e golpista em 2016.Clermont escreveu:Para que jamais haja outro impeachment.
Editorial de O Globo, 1º de Setembro de 2016.
O impeachment da presidente Dilma Rousseff, economista oriunda do brizolismo gaúcho, é o segundo, na vigência do estado democrático de direito, em 24 anos. O primeiro, de Fernando Collor de Mello, senador por Alagoas, e um dos 61 que votaram pela saída de Dilma, foi importante demonstração de vigor das instituições da democracia representativa, dada havia apenas quatro anos da promulgação da Constituição de 1988, marco do retorno ao estado democrático, após duas décadas de ditadura militar. Mudou o status do Brasil no mundo civilizado. O fato de o afastamento de Dilma ter obtido sete votos a mais que o mínimo exigido de dois terços dos senadores não pode ser ofuscado pelo desencontro entre PSDB e PMDB na aprovação, contra a posição dos tucanos, da liberação para que Dilma ocupe cargos públicos.
São um feito os dois impeachments, sem rupturas, num continente cuja trajetória é pontilhada de acidentes institucionais e autoritários, à direita e à esquerda, tendo como ligação, entre esses dois campos que se opõem, o nacionalismo, muitas vezes turbinado pelo populismo, como tem sido na tragédia do chavismo e foi na debacle do lulopetismo, com a mais grave desestabilização da economia brasileira na República.
É de notável ineditismo, na América Latina, o fato de esses incidentes institucionais no país serem contornados sem as rupturas clássicas na região. É tema de debates e estudos de cientistas políticos a incapacidade de o Brasil, no arranjo inaugurado na Nova República, não permitir maiorias estáveis no Congresso, para dar governabilidade aos inquilinos do Planalto. A discussão continuará.
O PT resolveu literalmente comprar a base parlamentar, para viabilizar um projeto de eternização no poder. Para isso, assaltou a Petrobras, outras empresas públicas e se enredou em um novelo do qual está longe de se livrar nos tribunais. Sempre guiado pelo máxima dos “fins que justificam os meios”.
A razão do impeachment de Dilma é de outra natureza. Restou provado na acusação encaminhada à Câmara por Hélio Bicudo, procurador que combateu o Esquadrão da Morte em São Paulo, fundador dissidente do PT; os advogados Miguel Reali Jr., ex-ministro da Justiça, na gestão FH, e Janaína Paschoal, professora do Largo de São Francisco, simbólica Faculdade de Direito da USP, que Dilma cometeu crimes de responsabilidade de ordem fiscal e orçamentária.
Foi diferente do que aconteceu com Collor, condenado no Senado por quebra de decoro, devido a denúncias de corrupção, mas inocentado no Supremo. Tudo também dentro das regras legais. Pois o julgamento no Congresso é de cunho político. No processo contra Dilma, não há acusações de corrupção, mas crimes que têm a ver com a visão ideológica lulopetista, com o tempero brizolista da ex-presidente. Não passou despercebido que, ao se defender no Senado, Dilma Rousseff usou tática do guia Leonel Brizola: nunca responder as perguntas e falar o que quiser.
Dilma se converteu à responsabilidade fiscal muito tarde, ao vir a dizer, só nesta semana, no Senado, ante o cadafalso, que lamentava o PT não haver votado para aprovar a LRF.
No poder, atropelou-a sem piedade. Dilma não fez qualquer menção, por óbvio, mas o partido pelo qual se elegeu, o PT, também não assinou a Constituição de 1988. Louve-se a coerência: a legenda sempre avança contra a Carta e a LRF. Ao propor “Constituintes exclusivas”, por exemplo.
Dilma e os “desenvolvimentistas” não gostam da responsabilidade fiscal. Consideram-na “neoliberal”, um obstáculo conservador ao ativismo fiscal do Estado, esta uma obsessão da esquerda latino-americana do pós-Guerra. Mas todos precisam cumpri-las, a Carta e a LRF, com as respectivas normas decorrentes.
Dilma perdeu o cargo por sectarismo ideológico e voluntarismo, por achar que “vontade política” é o que resolve problemas no governo. Algo de sabor stalinista. Ao ir contra leis, a Carta e princípios técnico inamovíveis, cometeu suicídio. Collor sofreu impeachment devido à ética; Dilma, por investir contra pilares institucionais que o Brasil começou a construir no Plano Real, a partir de 1994, com Itamar e Fernando Henrique Cardoso.
Eduardo Cunha é, na “narrativa” lulopetista, peça central de um onírico complô em que se misturam corruptos temerosos da Lava-Jato, defensores do ex-presidente da Câmara e “inimigos das conquistas sociais”. E, claro, a “mídia”.
Mas foram a obsessão com o ativismo estatal e gastos sem medidas, maquiados por técnicas da “contabilidade criativa”, que construíram a enorme crise fiscal, visível a todos a partir de 2015, quando afloraram os números reais. Ou próximos deles. Assim, edificou as bases do seu enforcamento legal. Mas nem tudo é pura ideologia. Houve também forte dose de esperteza, a fim de esconder o lixo debaixo do tapete, marquetear um país inexistente na propaganda política de 2014, e ganhar a reeleição em rotundo estelionato. Depois, veio o tarifaço, porque o governo congelou combustíveis, energia elétrica etc., para represar de maneira artificial a inflação, a fim de faturar a reeleição.
Lulopetistas devem ter aprendido com Ulysses Guimarães e José Sarney quando, em 1986, fizeram o mesmo para o seu PMDB ganhar as eleições no fim daquele ano, nos estertores do Cruzado. Elegeram 22 governadores. Dias depois, executaram os ajustes necessários, com liberação de preços e tarifas. O filme passou mais uma vez em 2015, com Dilma. Mas não chegou ao fim, porque as instituições republicanas estão solidificadas.
A edição de decretos de gastos sem aprovação do Congresso e as “pedaladas” — deixar instituições financeiras pagar despesas do Tesouro, numa operação ilegal de crédito à União — demoliram Dilma. O conjunto da obra de malfeitos fiscais é de enormes proporções. Eles vêm desde o final do segundo governo Lula, mas bastaram os crimes cometidos em 2015, conforme limitação imposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao aceitar o pedido de impeachment, para derrotar Dilma e o lulopetismo de pedigree brizolista.
O saldo desses empréstimos ilegais concedidos à União, por decisão do Planalto, pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES e até o FGTS chegou em 2015 a pouco mais de R$ 50 bilhões, cifra gigantesca. O Brasil havia voltado ao passado, à antessala da pré-hiperinflação, quando o BB se financiava diretamente no Tesouro e governadores ordenhavam seus bancos estaduais como casas da moeda privadas. Costuma-se dizer que a estabilização econômica permitida pelo Plano Real se tornou patrimônio da sociedade. O impeachment de Dilma é prova cabal de que isso é verdade. A partir de agora, qualquer governante que pense em atalhos à margem da lei, no manejo orçamentário, precisará refletir sobre as implicações de seus atos. O mesmo vale para delírios no campo político-institucional. O fortalecimento não é apenas das cláusulas da responsabilidade fiscal, mas da Constituição como um todo, para desaconselhar de vez projetos bolivarianos como o do lulopetismo. Serve de aviso geral à nação.
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E depois vem pedir desculpas...
Penso que golpe mesmo é enganar a população, até as eleições para depois querer "concertar" e esperar impunidade por essa atitude.
Considero golpe também a manobra orquestrada por Renan e Petrolowski, que afronta claramente a constituição ... foi um verdadeiro banho de aqua fria, quando se começa a ver uma luz no fim do túnel acordamos para a triste realidade da moral e ética da classe política brasileira.
Embora não mude nada, Dilma já está sendo indiciada e vai cair nas garras da lava jato, assim como Lula e seus filhotes milionários.
[] kirk
Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Se a Globo diz que não é golpe, portanto é golpe. A história comprova isso. Me desculpe, golpistas, mas a realidade é essa.
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Análise
Para Michel Temer, o pior ainda está para vir
Por Manuel Carvalho
31/08/2016 - 21:38
Depois de garantir o afastamento de Dilma, o novo Presidente tem agora de dar respostas à grave crise económica do Brasil sem pôr em causa a instável base de partidos que o apoiam no Congresso.
Michel Temer e a maioria que apoia o seu Governo no Congresso Nacional do Brasil obtiveram nesta quarta-feira uma sólida vitória no julgamento que determinou a destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff. O pior, garantem todos os analistas da política brasileira, está no entanto para vir. Depois de ter passado meses a semear anúncios para colher expectativas na opinião pública e nos mercados financeiros, Temer vai ter agora de avançar com uma série de reformas capazes de retirar o Brasil do pior momento económico dos últimos 80 anos. E terá de o fazer num clima político de grande instabilidade, apesar de a sua base de apoio no Congresso lhe ser mais favorável do que a que se reuniu em torno de Dilma Rousseff.
Uma projecção feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, uma instituição que monitora há 30 anos os alinhamentos da Câmara de Deputados, diz que Michel Temer parte para a segunda fase do seu mandato, agora na qualidade de Presidente e não de interino, com o apoio seguro de 236 deputados. Depois, há 178 deputados dispostos a prestar-lhe um apoio condicionado. Finalmente, haverá o bloco da oposição, liderado pelo PT, que reúne 98 deputados. Com esta configuração, que repete a maioria garantida de votos no Senado (41 dos 81 senadores são próximos da coligação que sustenta o Governo), Michel Temer tem todos os trunfos na mão para fazer aprovar por maioria o pacote de medidas de austeridade foi anunciado. Mas mais difícil será promover emendas constitucionais – como a proposta do “Tecto dos Gastos”, que pretende limitar a despesa pública ao valor da inflação do ano anterior, para a qual precisa do apoio de 308 dos 513 deputados.
Mal chegou ao poder depois da abertura do processo de destituição de Dilma, em Abril, Temer disse ao que vinha: “Pretendo apresentar, logo no início, algo que seja útil e palatável para o país”, disse. O seu programa consistia num plano que acentuava medidas de austeridade já lançadas por Dilma e acrescentava-lhe um pacote de reformas estruturais. Com o país a perder 7% do seu produto em dois anos, com a economia a destruir 1,7 milhões de empregos e a inflação a rondar os 9%, Temer propunha uma terapia que alterava o pendor mais estatizante da governação PT. Na calha, para lá da proposta do “Tecto dos Gastos” estava uma reforma das pensões, mudanças na legislação laboral, cortes de 4300 comissões de serviço, privatizações de empresas públicas em vários sectores (incluindo a exploração do petróleo no pré-sal, até agora exclusivo da Petrobras) ou uma renegociação nas dívidas dos estados ao governo federal.
Para avançar com este programa, Temer rodeou-se de ministros de pendor liberal e capazes de suscitar expectativa nos mercados e nas elites económicas do país. Para a Fazenda, por exemplo, foi buscar Henrique Meirelles, uma estrela dos primeiros governos de Lula, quando ocupou a presidência do Banco Central. E para a Agricultura foi chamado Blairo Maggi, um multimilionário que é o maior produtor individual de soja do mundo e um dos campeões do desmatamento da Amazónia. Os anúncios e as expectativas da sua equipa funcionaram, na aparência. A valorização do dólar foi suspensa e o real recuperou. A Bolsa de São Paulo subiu 30% este ano. A indústria dá sinais de tímida animação e as projecções para 2017 apontam para uma queda do PIB menor do que a esperada – a OCDE anuncia um recuo de 1,7%.
Mas se se apresentou como o mentor de uma reforma que a sua base de apoio considera indispensável para reanimar o país, Michel Temer sabia que tinha de gerir as mudanças com cuidado, pelo menos até ao momento em que o Senado aprovasse a destituição de Dilma. Para começar, garantiu a aprovação de um défice de 170 mil milhões de reais (47 mil milhões de euros), ou seja, quase 10% do PIB, o que lhe dava uma folga orçamental para se consolidar. Para não criar ondas nos seus apoiantes, Temer propôs uma subida do salário dos funcionários públicos. Manteve os gastos nos programas sociais mais emblemáticos. A renegociação dos créditos aos estados esteve longe de satisfazer os sectores mais liberais do espectro político, com destaque para o PSDB, de Aécio Neves. A proposta de emenda do Tecto dos Gastos está parada desde Julho.
Com a posse plena do cargo de Presidente, Michel Temer deixa de ter expedientes para congelar as reformas duras com que se apresentou. No próximo mês, os avanços talvez sejam hesitantes – há eleições municipais em Outubro e ninguém quer ficar com o ónus da austeridade. Mas, a seguir, vai ter de avançar. Ou arrisca-se a perder o apoio de uma parte importante dos seus actuais aliados, com destaque para o PSDB e para os Democratas. Aécio Neves dizia em meados de Agosto que “o equilíbrio das contas públicas não será feito sem ousadia e coragem e ele terá o nosso apoio”, deixando no ar o aviso que, sem “ousadia e coragem”, o PSDB pode deixar o barco da governação.
O que Temer fizer está muito dependente do horizonte político que traçou. Quando tomou posse como Presidente interino, garantiu que não se recandidataria em 2018. Os mercados e os seus apoiantes viram nesta promessa a certeza de que, desistindo de ir a votos, ele faria o trabalho mais difícil de limpar as contas. Ficaria para a História como Itamar Franco, o vice de Collor de Mello que, após a destituição deste, em 1992, assumiu o poder e deu lastro à sua equipa para criar o Plano Real, que acabou com o longo surto de inflação no Brasil. Mas hoje não é tão claro que Temer não pense nas eleições. Rodrigo Maia, actual presidente da Câmara dos Deputados, já deixou no ar essa possibilidade, ao dizer que Temer “é a única candidatura que pode unificar a base do governo”.
Para o PMDB, o maior partido do país que se tem limitado a ajudar candidatos de outros partidos a chegar à presidência (“Nenhum presidente governa sem o apoio do PMDB”, dizia há um ano Fernando Henrique Cardoso), a solução Temer era ideal, desde que seja capaz de pôr as contas públicas na ordem sem penalizar em excesso as classes médias com austeridade. Mas na corrida há outros interessados. A começar pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do PSD, um partido novo e emergente. Ou pela tríade clássica do PSDB, que tem na reserva três ex-candidatos prontos a avançar: o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alkmin, o actual ministro dos Estrangeiros, José Serra, e Aécio Neves.
Para lá de ter de avançar com medidas duras para ajustar os gastos às receitas do Estado e de dar resposta às exigências de reforma dos mercados e de instâncias internacionais como o FMI ou a OCDE, Temer vai ter de jogar no equilíbrio entre a sua vontade e os desejos dos seus apoiantes. Para o PSDB, o ideal seria ele fazer a limpeza da casa, assumir os ónus políticos dessa operação e depois sair de cena. Temer e Meirelles sabem disso. O interesse dos aliados pode não bater certo com os seus interesses. Com a economia abalada, a sociedade descrente e o Governo inseguro pela permanente instabilidade de um parlamento onde mandam 35 partidos, Michel Temer sabe que o pior não foi a batalha para afastar Dilma. O pior ainda está para vir.
https://www.publico.pt/mundo/noticia/pa ... =2#/follow
Para Michel Temer, o pior ainda está para vir
Por Manuel Carvalho
31/08/2016 - 21:38
Depois de garantir o afastamento de Dilma, o novo Presidente tem agora de dar respostas à grave crise económica do Brasil sem pôr em causa a instável base de partidos que o apoiam no Congresso.
Michel Temer e a maioria que apoia o seu Governo no Congresso Nacional do Brasil obtiveram nesta quarta-feira uma sólida vitória no julgamento que determinou a destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff. O pior, garantem todos os analistas da política brasileira, está no entanto para vir. Depois de ter passado meses a semear anúncios para colher expectativas na opinião pública e nos mercados financeiros, Temer vai ter agora de avançar com uma série de reformas capazes de retirar o Brasil do pior momento económico dos últimos 80 anos. E terá de o fazer num clima político de grande instabilidade, apesar de a sua base de apoio no Congresso lhe ser mais favorável do que a que se reuniu em torno de Dilma Rousseff.
Uma projecção feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, uma instituição que monitora há 30 anos os alinhamentos da Câmara de Deputados, diz que Michel Temer parte para a segunda fase do seu mandato, agora na qualidade de Presidente e não de interino, com o apoio seguro de 236 deputados. Depois, há 178 deputados dispostos a prestar-lhe um apoio condicionado. Finalmente, haverá o bloco da oposição, liderado pelo PT, que reúne 98 deputados. Com esta configuração, que repete a maioria garantida de votos no Senado (41 dos 81 senadores são próximos da coligação que sustenta o Governo), Michel Temer tem todos os trunfos na mão para fazer aprovar por maioria o pacote de medidas de austeridade foi anunciado. Mas mais difícil será promover emendas constitucionais – como a proposta do “Tecto dos Gastos”, que pretende limitar a despesa pública ao valor da inflação do ano anterior, para a qual precisa do apoio de 308 dos 513 deputados.
Mal chegou ao poder depois da abertura do processo de destituição de Dilma, em Abril, Temer disse ao que vinha: “Pretendo apresentar, logo no início, algo que seja útil e palatável para o país”, disse. O seu programa consistia num plano que acentuava medidas de austeridade já lançadas por Dilma e acrescentava-lhe um pacote de reformas estruturais. Com o país a perder 7% do seu produto em dois anos, com a economia a destruir 1,7 milhões de empregos e a inflação a rondar os 9%, Temer propunha uma terapia que alterava o pendor mais estatizante da governação PT. Na calha, para lá da proposta do “Tecto dos Gastos” estava uma reforma das pensões, mudanças na legislação laboral, cortes de 4300 comissões de serviço, privatizações de empresas públicas em vários sectores (incluindo a exploração do petróleo no pré-sal, até agora exclusivo da Petrobras) ou uma renegociação nas dívidas dos estados ao governo federal.
Para avançar com este programa, Temer rodeou-se de ministros de pendor liberal e capazes de suscitar expectativa nos mercados e nas elites económicas do país. Para a Fazenda, por exemplo, foi buscar Henrique Meirelles, uma estrela dos primeiros governos de Lula, quando ocupou a presidência do Banco Central. E para a Agricultura foi chamado Blairo Maggi, um multimilionário que é o maior produtor individual de soja do mundo e um dos campeões do desmatamento da Amazónia. Os anúncios e as expectativas da sua equipa funcionaram, na aparência. A valorização do dólar foi suspensa e o real recuperou. A Bolsa de São Paulo subiu 30% este ano. A indústria dá sinais de tímida animação e as projecções para 2017 apontam para uma queda do PIB menor do que a esperada – a OCDE anuncia um recuo de 1,7%.
Mas se se apresentou como o mentor de uma reforma que a sua base de apoio considera indispensável para reanimar o país, Michel Temer sabia que tinha de gerir as mudanças com cuidado, pelo menos até ao momento em que o Senado aprovasse a destituição de Dilma. Para começar, garantiu a aprovação de um défice de 170 mil milhões de reais (47 mil milhões de euros), ou seja, quase 10% do PIB, o que lhe dava uma folga orçamental para se consolidar. Para não criar ondas nos seus apoiantes, Temer propôs uma subida do salário dos funcionários públicos. Manteve os gastos nos programas sociais mais emblemáticos. A renegociação dos créditos aos estados esteve longe de satisfazer os sectores mais liberais do espectro político, com destaque para o PSDB, de Aécio Neves. A proposta de emenda do Tecto dos Gastos está parada desde Julho.
Com a posse plena do cargo de Presidente, Michel Temer deixa de ter expedientes para congelar as reformas duras com que se apresentou. No próximo mês, os avanços talvez sejam hesitantes – há eleições municipais em Outubro e ninguém quer ficar com o ónus da austeridade. Mas, a seguir, vai ter de avançar. Ou arrisca-se a perder o apoio de uma parte importante dos seus actuais aliados, com destaque para o PSDB e para os Democratas. Aécio Neves dizia em meados de Agosto que “o equilíbrio das contas públicas não será feito sem ousadia e coragem e ele terá o nosso apoio”, deixando no ar o aviso que, sem “ousadia e coragem”, o PSDB pode deixar o barco da governação.
O que Temer fizer está muito dependente do horizonte político que traçou. Quando tomou posse como Presidente interino, garantiu que não se recandidataria em 2018. Os mercados e os seus apoiantes viram nesta promessa a certeza de que, desistindo de ir a votos, ele faria o trabalho mais difícil de limpar as contas. Ficaria para a História como Itamar Franco, o vice de Collor de Mello que, após a destituição deste, em 1992, assumiu o poder e deu lastro à sua equipa para criar o Plano Real, que acabou com o longo surto de inflação no Brasil. Mas hoje não é tão claro que Temer não pense nas eleições. Rodrigo Maia, actual presidente da Câmara dos Deputados, já deixou no ar essa possibilidade, ao dizer que Temer “é a única candidatura que pode unificar a base do governo”.
Para o PMDB, o maior partido do país que se tem limitado a ajudar candidatos de outros partidos a chegar à presidência (“Nenhum presidente governa sem o apoio do PMDB”, dizia há um ano Fernando Henrique Cardoso), a solução Temer era ideal, desde que seja capaz de pôr as contas públicas na ordem sem penalizar em excesso as classes médias com austeridade. Mas na corrida há outros interessados. A começar pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do PSD, um partido novo e emergente. Ou pela tríade clássica do PSDB, que tem na reserva três ex-candidatos prontos a avançar: o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alkmin, o actual ministro dos Estrangeiros, José Serra, e Aécio Neves.
Para lá de ter de avançar com medidas duras para ajustar os gastos às receitas do Estado e de dar resposta às exigências de reforma dos mercados e de instâncias internacionais como o FMI ou a OCDE, Temer vai ter de jogar no equilíbrio entre a sua vontade e os desejos dos seus apoiantes. Para o PSDB, o ideal seria ele fazer a limpeza da casa, assumir os ónus políticos dessa operação e depois sair de cena. Temer e Meirelles sabem disso. O interesse dos aliados pode não bater certo com os seus interesses. Com a economia abalada, a sociedade descrente e o Governo inseguro pela permanente instabilidade de um parlamento onde mandam 35 partidos, Michel Temer sabe que o pior não foi a batalha para afastar Dilma. O pior ainda está para vir.
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Triste sina ter nascido português
- mmatuso
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Foi só a Dilma cair ontem e o Brasil fez hoje uma ótima partida e venceu bem depois de 6 anos.
Reflitam!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Mas se dona não assume que era um guerrilheira comunista e não assume a responsabilidade pela merda econômica e põe a culpa no congresso, por que o congresso tem que admitir que deu um golpe?Bolovo escreveu:Se a Globo diz que não é golpe, portanto é golpe. A história comprova isso. Me desculpe, golpistas, mas a realidade é essa.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.