Marino escreveu:O texto abaixo não está no site da MB, mas foi transcrito no noticiárionaval como originário da Marinha.
Desta forma, apresar das informações estarem corretas, ´devemos colocar a fonte como aquele sítio.
Fonte:
http://groups.google.com/group/noticiar ... abdc626d80
NOTICIARIONAVAL
Assunto: Em relação à matéria “Suspeita Nuclear”,a Marinha do Brasil (MB) esclarece os seguintes aspectos:
JORNALISTA JANIO DE FREITAS , FOLHA DE SÃO PAULO
Em relação à matéria “Suspeita Nuclear”, publicada em 18 de agosto de
2009, na qual é abordado o Programa de Desenvolvimento de Submarinos,
a Marinha do Brasil (MB) esclarece os seguintes aspectos:
Em que pese iniciar a matéria afirmando que “Há muito está comprovada
a insuficiência da garantia de que a França não passará tecnologia
nuclear ao Brasil”, o autor não apresenta dado algum que corrobore sua
assertiva, elaborando apenas uma espécie de teoria da conspiração.
A partir de uma transferência de tecnologia da França para Israel,
para a fabricação de artefatos nucleares, o autor, sem se importar com
a abissal diferença entre “artefato nuclear” (bomba atômica) e
“propulsão nuclear” (uso pacífico da energia nuclear), aponta, ainda,
como exemplos de nuclearização transgressora, as que considera ter
existido entre Estados Unidos e Paquistão, por um lado, e entre Ìndia
e União Soviética, por outro. Em todos os casos citados, o tema em
questão diz respeito à proliferação de armas nucleares.
Em seguida, voltando ao caso do acordo Brasil-França, reconhece que
ali consta, explicitamente, que não haverá transferência de tecnologia
nuclear, para, em seguida reiterar que “há muito está comprovada a
insuficiência de tal garantia”. Lamentavelmente, a “comprovação” se
esgota na própria afirmativa, posto que não é apresentada qualquer
evidência que sustente suas suposições.
Prosseguindo, insiste em dizer, mesmo depois de a Marinha esclarecer o
contrário, que o preço do submarino Scorpène é de 1 bilhão de euros,
cada; além disso, afirma que “são submarinos pequenos e simples, de
1,5 tonelada”. Como não cita a fonte, deve-se depreender que é um
especialista em submarinos. Não obstante, cabe esclarecer-lhe que o
Scorpène é o mais moderno e sofisticado submarino convencional
existente, incorpora desenho de casco e sistemas (de combate; de
controle automático da plataforma; de automação e outros)
especificamente desenvolvidos para a classe Barracuda, a mais nova
classe de submarinos nucleares de ataque da França. E seu deslocamento
é de 1.870 toneladas, em lugar da “1,5 tonelada” indicada.
As demais afirmativas referentes a decisões anteriores do Alto Comando
da Marinha conflitam com o que já foi divulgado pela Instituição e
que, com certeza, deve ser do conhecimento do jornalista, tornando
inútil prosseguir na análise do seu texto.
Ainda assim, talvez valesse a pena, para ilustrá-lo, dar-lhe
conhecimento dos seguintes fatos relevantes, referentes à política de
salvaguardas nucleares de seu próprio País:
- Desde 1992, o Brasil colocou todas suas instalações e materiais
nucleares sob salvaguardas da ABACC (Agência Brasileiro Argentina de
Controle e Contabilidade de Materiais Nucleares), que, a partir de
1994, passaram a ser controladas em conjunto com a AIEA (Agência
Internacional de Energia Nuclear); e
- O Brasil assinou e / ou colocou em vigor todos os tratados
importantes na área de não proliferação nuclear, a saber:
a) O Acordo Bilateral com a Argentina de Usos Exclusivamente Pacífico
da Energia Nuclear;
b) as emendas do Tratado de Tlatelolco (em coordenação com Argentina e
Chile), que possibilitaram colocar em vigor esse acordo, que proíbe as
armas nucleares na região;
c) o Acordo Quadripartite, que estabelece o regime de salvaguardas com
a AIEA; e
d) o Tratado de Não Proliferação Nuclear - TNP.