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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 1:43 pm
por Enlil
tflash escreveu:Qual Deutchland!!

Tenho uma ideia melhor.

Pedimos para ser uma colónia do Luxemburgo. Comparado com o país deles, Portugal é enorme, por isso eles aceitam. Assim que eles aceitarem, vamos todos para lá pedir condições iguais à metrópole.

Mais a sério, como já disse atrás, sou mais favorável a uma fusão com o Brasil do que um estado Europeu, Aliás os portugueses ficavam a ganhar.
Passávamos a ter acesso preferência ao petróleo, etanol, etc. As empresas Portuguesas podiam-se expandir à vontade no Brasil como empresas nacionais.

Por outro lado como Portugal tem 40 F16, acabava o FX 2! :twisted: :twisted:
:shock: :mrgreen: [002]...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 1:58 pm
por Túlio
Os tugas escrevem e esquecem logo em seguida o que escreveram: o que eles fariam com o Luxemburgo nós faríamos com Portugal, todo mundo ia querer morar no 27º estado da Nação, sacumé, Europa & quetales...

Mas isso ia nos botar na OTAN, o que significa que A ARGENTINA entraria em guerra conosco no dia seguinte, de pura inveja...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 2:03 pm
por tflash
Mas o Luxemburgo tem muito dinheiro, como paraíso fiscal que é. Agora pegues em Portugal, vires ao contrário e sacudas que caiem umas moedinhas, se tanto.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 2:05 pm
por cabeça de martelo
Nós também temos um paraiso fiscal, a Madeira. O Tio Alberto consegue tudo o que quer dos cubanos do continente...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 2:11 pm
por tflash
Mas isso ia nos botar na OTAN, o que significa que A ARGENTINA entraria em guerra conosco no dia seguinte, de pura inveja...
Nem sabiam no que se iam meter... F16AM e F5M a despejarem uma tempestade de fogo sobre a Argentina! :mrgreen: :mrgreen:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 3:59 pm
por soultrain
Ha ha!! o V Império!!!!

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 10:04 pm
por Enlil
É só dar uma recauchutada:

http://img255.imageshack.us/img255/2253/25949260.png

Só falta escolher o Rei ou a Rainha...

Por seu turno Dom Sebastião Lula estará disponível dia 01/01/11 para assumir nossa Província Ultramarina :mrgreen:...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Out 28, 2010 10:32 pm
por Boss
Os EUA dependem da China? Veja Índice da Sinodependência
28 de outubro de 2010 | 16h03
Sílvio Guedes Crespo

Agora que o Índice Big Mac já é pop e mundialmente conhecido, a revista britânica “The Economist” vem com mais uma inovação curiosa e que pode causar polêmica: o Índice da Sinodependência, uma tentativa de medir o desempenho das ações das empresas americanas que mais dependem do mercado chinês.


Anunciado na atual edição da revista, o indicador seleciona 22 empresas que fazem parte do Índice S&P 500, um dos principais da Bolsa de Nova York.

Para entrar no Índice da Sinodependência, a companhia precisa fazer parte do S&P 500, ter um certo nível de capitalização e ter também uma grande parte da sua receita proveniente da China. Fazem parte do indicador companhias como Intel e Qualcomm (fabricantes de chips), Yum! Brands (dona da marca KFC, entre outras), Boeing (de aviões) e Corning (do setor de vidro).

O Índice da Sinodependência chegou a ter um desempenho mais de 10% superior ao S&P 500 em 2009, mostrando que, naquele ano, as ações de empresas com grande dependência da China subiram mais. Lido de outro modo, poderia ser dito que, naquele período, investidores faziam boa avaliação do setor da economia americana que depende mais da China.

No entanto, em abril deste ano o S&P 500 alcançou o Índice da Sinodependência (o motivo, segundo a “Economist”, seria a nascente bolha imobiliária na China). Dito de outra forma, os investidores (que, ao comprar e vender ações, determinam o preço delas) acreditam que o segmento da economia dos EUA que mais depende do país asiático não está melhor do que o setor menos dependente.

China é indispensável?

O indicador criado pela revista é apenas mais um argumento dentro de uma reportagem intitulada “[A China] É uma economia indispensável?”, que questiona a importância que tem sido dada ao país asiático. “A China pode não importar tanto você pensa”, diz o subtítulo da reportagem.

O país asiático, de fato, se tornou um importador relevante do Brasil e da Austrália, entre outros. No entanto, essas nações não dependem tanto das exportações. No Brasil, por exemplo, as vendas à China equivalem a apenas 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto); na Austrália, a 3,4%.

Ainda, a China tem aumentado também suas exportações, o que significa que, ao longo do tempo, muitos países que intensificaram o comércio com o país asiático perderam saldo comercial.

É verdade que algumas economias da Ásia têm uma dependência considerável em relação à China, como Taiwan e Coreia do Sul. Mas o que o gigante regional faz é comprar peças desses países para montá-las e depois revendê-las, o que significa que a China não é responsável pela demanda por essas mercadorias; é apenas uma mediadora de uma demanda gerada por outros países.

Esses argumentos da “Economist”, é preciso que fique claro, não têm o objetivo de mostrar que a China não tem importância. A revista apenas alerta que “não é impossível” ver análises que exageram o peso do país asiático no mundo.
Dependence on China
The indispensable economy?
China may not matter quite as much as you think
Oct 28th 2010 | HONG KONG

THE town of Alpha in Queensland, Australia, has only 400 residents, including one part-time ambulance driver and a lone policeman, according to Mark Imber of Waratah Coal, an exploration firm. But over the next few years it should quintuple in size, thanks to an A$7.5 billion ($7.3 billion) investment by his company and the Metallurgical Corporation of China, a state-owned firm that serves China’s mining and metals industry. This will build Australia’s biggest coal mine, as well as a 490km (300-mile) railway to carry the black stuff to the coast, and thence to China’s ravenous industrial maw.

It is hard to exaggerate the Chinese economy’s far-reaching impact on the world, from small towns to big markets. It accounted for about 46% of global coal consumption in 2009, according to the World Coal Institute, an industry body, and consumes a similar share of the world’s zinc and aluminium. In 2009 it got through twice as much crude steel as the European Union, America and Japan combined. It bought more cars than America last year and this year looks set to buy more mobile phones than the rest of the world put together, according to China First Capital, an investment bank.

In China growth of 9.6% (recorded in the year to the third quarter) represents a slowdown. China will account for almost a fifth of world growth this year, according to the IMF; at purchasing-power parity, it will account for just over a quarter.

For the first 25 years of its rise, China’s influence was most visible on the bottom line of corporate results, as it allowed firms to cut costs. More recently it has become conspicuous on the top line. Audi, a luxury German carmaker, sold more cars in China (including Hong Kong) than at home in the first quarter. Komatsu of Japan has just won an order for 44 “super-large dump trucks” from China’s biggest coal miner.

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The Economist has constructed a “Sinodependency index”, comprising 22 members of America’s S&P 500 stockmarket index with a high proportion of revenues in China. The index is weighted by the firms’ market capitalisation and the share of their revenues they get from China. It includes Intel and Qualcomm, both chipmakers; Yum! Brands, which owns KFC and other restaurant chains; Boeing, which makes aircraft; and Corning, a glassmaker. The index outperformed the broader S&P 500 by 10% in 2009, when China’s economy outpaced America’s by over 11 percentage points. But it reconverged in April, as the Chinese government grappled with a nascent housing bubble.

China is, in itself, a big and dynamic part of the world economy. For that reason alone it will make a sizeable contribution to world growth this year. The harder question is whether it can make a big contribution to the rest of the world’s growth.

China is now the biggest export market for countries as far afield as Brazil (accounting for 12.5% of Brazilian exports in 2009), South Africa (10.3%), Japan (18.9%) and Australia (21.8%). But exports are only one component of GDP. In most economies of any size, domestic spending matters more. Thus exports to China are only 3.4% of GDP in Australia, 2.2% in Japan, 2% in South Africa and 1.2% in Brazil (see map).

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Export earnings can, of course, have a ripple effect throughout an economy. In Alpha, the prospect of selling coal to China is stimulating investment in mines, railways and probably even policing. But these “multipliers” are rarely higher than 1.5 or 2, which is to say, they rarely do more than double the contribution to GDP. Moreover, just as expanding exports add to growth, burgeoning imports subtract from it. Most countries outside East Asia suffered a deteriorating trade balance with China from 2001 to 2008. By the simple arithmetic of growth, trade with China made a (small) negative contribution, not a positive one.

China plays a larger role in the economies of its immediate neighbours. Exports to China accounted for over 14% of Taiwan’s GDP last year, and over 10% of South Korea’s. But according to a number of studies, roughly half of East Asia’s exports to China are components, such as semiconductors and hard drives, for goods that are ultimately exported elsewhere. In these industries, China is not so much an engine of demand as a transmission belt for demand originating elsewhere.

The share of parts and components in its imports is, however, falling. From almost 40% a decade ago, it fell to 27% in 2008, according to a recent paper by Soyoung Kim of Seoul National University, as well as Jong-Wha Lee and Cyn-Young Park of the Asian Development Bank. This reflects China’s gradual “transformation from being the world’s factory, toward increasingly being the world’s consumer,” they write. Gabor Pula and Tuomas Peltonen of the European Central Bank calculate that the Philippine, South Korean and Taiwanese economies now depend more on Chinese demand than American.

Trade is not the only way that China’s ups and downs can spill over to the rest of the world. Its purchases of foreign assets keep the cost of capital down and its appetite for raw materials keeps their price up, to the benefit of commodity producers wherever they sell their wares. Its success can boost confidence and productivity. One attempt to measure these broad spillovers is a paper by Vivek Arora and Athanasios Vamvakidis of the IMF. According to their estimates, if China’s growth quickened by 1 percentage point for a year, it would boost the rest of the world’s GDP by 0.4% (about $290 billion) after five years.

Since the crisis, China has shown that its economy can grow even when America’s shrinks. It is not entirely dependent on the world’s biggest economy. But that does not mean it can substitute for it. In April the Bank Credit Analyst, an independent research firm, asked what would happen if China suffered a “hard landing”. Its answer to this “apocalyptic” question was quite “benign”. As it pointed out, Japan at the start of the 1990s accounted for a bigger share of GDP than China does today. Its growth slowed from about 5% to 1% in the first half of the 1990s without any discernible effect on global trends. It is hard to exaggerate China’s weight in the world economy. But not impossible.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 4:27 am
por tflash
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=450973
O presidente chinês Hu Jintao vem a Lisboa na próxima semana e na bagagem pode trazer "dinheiro" para investir na dívida pública portuguesa.
(Actualiza com mais informação e citações)

De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a China está a considerar apostar na compra de dívida pública portuguesa, no âmbito da visita oficial que o presidente chinês Hu Jintao vai efectuar a Portugal na próxima semana.

A "China sempre teve uma posição positiva e favorável em considerar" a compra de dívida pública de países onde faz uma visita oficial, disse a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Fu Ying, citado pela agência de notícias.

"A situação económica e financeira em Portugal tem sido sempre o centro das nossas atenções", disse a vice-ministra dos Negócios Estrangeiras chinesa, Fu Ying, ao ser questionada pela agência Lusa em Pequim sobre a possibilidade de a China adquirir parte da dívida portuguesa.

Segundo realçou, "a Europa tem sido sempre um dos principais mercados para o investimento das reservas da China em divisas".

"Temos vontade para participar nos esforços dos países europeus para recuperar da crise", afirmou Fu Ying, antiga embaixadora da China em Londres e responsável pelas relações com a Europa, citada pela Lusa.

Referindo-se ainda a Portugal, Fu Ying manifestou-se confiante que o país conseguirá ultrapassar a crise atual.

"Acreditamos que as medidas tomadas pelo Governo português conduzirão à recuperação dos sectores económico e financeiro de Portugal", disse.

O presidente chinês Hu Jintao vai realizar na próxima semana uma visita de Estado a Portugal e a França.

China dá a mão à Grécia a troco de negócios no porto do Pireu

A China parece estar disposta a entrar em força na Europa, através da porta escancarada pelos países mais endividados, aproveitando oportunidades de negócio a preços de saldo a troco da compra de dívida pública.

Já no início do mês, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, fizera uma escala em Atenas a caminho de Bruxelas para participar na cimeira anual UE-China. Na capital grega, ofereceu apoio através da compra de obrigações do Tesouro grego. Em contrapartida, assinou contratos chorudos: A China vai fornecer seis navios para os armadores gregos, entre eles dois de carga e um petroleiro.

O contrato foi assinado no quadro de um acordo bilateral que prevê a criação de um fundo de cinco mil milhões de euros para financiar a compra de navios chineses pelos armadores gregos, e duplicar o comércio bilateral, para oito mil milhões de euros, até 2015.

Já em Junho, o gigante naval chinês Cosco "atracara" no porto ateniense do Pireu, assumindo a gestão de um dos molhes, após a assinatura de um contrato por 35 anos, no valor de 3,3 mil milhões de euros, estando em curso a construção de um terceiro, que quase triplicará o volume de carga que o porto grego pode comportar.

O "Daily Telegraph" escrevia então que os chineses querem construir a partir do Pireu uma "rota da seda moderna", e que esse será o ponto de partida de uma rede de portos, centros de logística e caminhos-de-ferro para distribuírem os seus produtos por toda a Europa e concorrer com Roterdão – o maior porto da Europa.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 9:27 am
por soultrain
Eu não disse...

Viva a China :roll: :roll: [001]

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 9:34 am
por cabeça de martelo
Ai pois é...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 11:57 am
por Bourne
Hora de aproveitar a crise e lançar os tentáculos do poder financeiro sobre a Europa. Está na hora do Brasil começar a adquirir alguns títulos da dívida européia mais fortemente. :roll:

Sobre a "sinodependencia" se fizer o mesmo gráfico para outros países relevantes dará um resultado bem semelhante.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 7:21 pm
por Bolovo
Alguém me explica como funciona esse negócio de divida? O que é, como funciona, porque a China compra e tal. Sou um zé ruela em economia.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 9:20 pm
por soultrain
Bolovo,

Imagina países como bancos, eles têm de se financiar, têm rácios de divida, indicadores de risco e estão sujeitos a especulação no mercado internacional. Obtêm o dinheiro de fundos, privados e soberanos e de outros países. Todos querem investir o seu dinheiro em algo rentável e com pouco risco, quanto maior o risco maior deve ser a taxa de juro que o "banco" tem de pagar, é a lei do mercado.

Quando chega ao ponto que o "banco" tem um risco grande e a taxa de juro torna o investimento insustentável, nem o "banco" pode pagar mais juro, nem ninguém está disposto a comprar os títulos de tesouro, chega a China e compra, porque tem liquidez, mas negoceia contrapartidas.

Estas contrapartidas podem ser, maior abertura do mercado aos seus produtos, negócios lucrativos para as suas empresas etc.

Isto é o meu entendimento de uma forma simplista, o Bourne pode dar uma explicação mais técnica e correcta.

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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Out 29, 2010 9:23 pm
por Bourne
Vamos explicar :mrgreen:

No caso especifico do tópico estamos falando sobre a dívida pública e quem a financia. Primeiro a dívida pública é a forma do governo financiar gastos dos mais diversos tipos. Pode ir de investimentos em infra-estrutura a pagar o cafezinho. Os prazos e custos são diversos. Porém uma boa forma é olhar na média. Normalmente todo o governo tem dívida por que a arrecadação não é linear o tempo de arrecadação é diferente do gasto, além dos investimentos e outros gastos serem mais vantajosos serem financiados por dívida e não por recursos próprios. Existe o procedimento muito comum de rolar as dívidas. Ou seja, ao invés de pagar o título trocá-lo por outro. Em tempos de estabilidade e crescimento é natural trocar um título de dívida de curto prazo e de altos juros para um de longo prazo e baixo juros. Quando o país está em crise ocorre o contrário por que se não ninguém se arrisca a financiá-lo.

Quando se pensa no cenário internacional os agentes privados, principalmente empresas e instituições financeiras, podem contrair dívidas no estrangeiro em busca de condições mais favoráveis de financiamento. O governo pode fazer o mesmo. Assim, nasce a temida dívida externa. Ao mesmo tempo a dívida externa está ligada com as contas nacionais em que o país precisa de recursos para financiar as importações, investimentos e outros gastos. Então quando as transações correntes são negativas (o geral dos recebimentos e envio de recursos) o país está se endividamento no exterior e precisa que algum outro país financie a dívida para fechar as contas.

No caso da busca de financiamento no exterior existem dois tipos de países em que é necessário considerar a moeda nacional. Não são único e cada caso é um casos, mas são emblemáticos.

No primeiro tipo são os países em desenvolvimento e tantos outros não tem acesso a própria moeda. O que quer dizer que não conseguem pagar as importações e se endividar na sua própria moeda. Lhes obrigando a captar moedas fortes, principalmente dólar, por meio de saldos comerciais positivos e investimentos diretos. Além de terem que lidar com a variação cambial que pode ser grande devido a falta de estabilidade da economia e taxas de juros bem mais altas devido as flutuação do mercado e falta de credibilidade, temperados pelas ondas especulativas. O resultado pode ser desastroso com o fechamento dos canais de financiamento externo ou estrangulamento externo em que o endividamento externo é impagável, ninguém está disposto a financiar o país e não existe moeda forte para pagar o endividamento.

Esse é o caso do Brasil durante o século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. Por que o modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil outros da América Latina é voltado para dentro gerando uma economia mais fechada, tendendo a se endividar no exterior, não ter moeda forte para pagas as dívidas. Dois momentos importantes que esse problema fica claro. O primeiro é que o milagre do crescimento da década de 1970 foi acompanhado do investimento e maior importação financiados por recursos externos praticamente dados pelos países que detinham grandes quantidades de dólares e não sabiam o que fazer com eles, especialmente os produtores de petróleo. Porém na década de 1980 os norte-americanos começaram a se ajustar, elevar taxas de juros e modificar o mercado financeiro mundial. O resultado é que a abundância de recursos de baixo custo encontrado pelo Brasil acabou, além da dívida externa se tornar impagável.

O segundo é que nos anos 1990 o estrangulamento externo continua, mas é aparentemente amenizado pelo clima de estabilidade mundial, abertura da economia com a atração de investimento direto (principalmente, aquisições de empresas nacionais e privatização) e capital especulativo. Reservas cambiais bombando e economia crescendo. Entretanto, o primeiro sinal de que iria acabar veio com a crise do México em 1995 seguido das crises da Rússia e Sudeste Asiático. Até que a fuga de capitais e falta de recursos mandou o país pedir socorro ao FMI, abandonar o cambio fixo valorizado e começar uma nova fase. A nova fase foca em aumentar a exportação, competitivade e quantidade de empresas brasileiras que se inserem no exterior e acumular reservar. Apesar de muito das reservas e cambio valorizado ser de responsabilidade dos capitais especulativos que vão fugir quando lhes for conveniente.

Quando o país é desenvolvido e possui acesso a própria moeda a coisa muda de figura. Primeiro por que a dívida é feita em moeda nacional tornando impossível falta de reservas para honrar os compromissos externos, permitindo que outros países se interessem em financiar a baixo custo e a longo prazo. Principalmente os países em desenvolvimento que detém grandes reservas de dólares para manter certa estabilidade. A operação é conveniente para ambos. Não quer dizer que o país que financia o desenvolvido esteja interessado na credibilidade, confiança e outros adjetivos. O ponto chave é que precisa fazer alguma coisas com aquelas reservas, se ficarem paradas é prejuízo. Indiretamente um dos efeitos é valorizar a moeda do país que recebe os empréstimos. Pode ser bom, mas pode ser ruim por que aumenta a dependência externa e ajuda a corroer a estrutura produtiva devido a redução da competitividade em muitos setores levando a reestruturação da economia nacional.

Esse é o caso norte-americano. Para contornar a crise da década de 1970 os norte-americanos tiveram como ponto chave retomar o controle do sistema financeiro. Para isso elevaram juros, promoveram a liberalização financeira, atraiam capital especulativo e valorizaram o dólar. Serviu ao objetivo ao melhorar as condições de financiamento e bem-estar, mas levou ao um crônico déficit externo, as multinacionais norte-americanas e outros negócios não conseguem compensar, perda da liderança para empresas de outros países em setores chaves. Portanto, os EUA hoje são uma bom investimento para fazer alguma coisa com os dólares que detém em reserva, melhor que guardar de baixo do colchão. Hoje, o Obama deixou a moeda se desvalorizar para impulsionar a economia. Deu certo. Porém aumenta o ritmo de aquisições de empresas estrangeiras das suas concorrentes norte-americanas, redução do papel do dólar e crescimento da interação econômica entre emergentes.

As reservas cambiais enormes que alguns países em desenvolvimento como China e Brasil acumulam é uma aberração feita para enfrentar outra aberração que é o excesso de dólares circulando na economia mundial. Praticamente esses países são obrigados a acumular dólares, arcar com os custos que não são baixos, para não distorcer o câmbio e serem prejudicados. Além de ser interessante para dar estabilidade a aporte financeiro para suas empresas se transformarem em multinacionais, abocanharem mercados e concorrentes do mundo inteiro, apoiar financiamento de investimentos no exterior e ficar "amigo" de outros países pelo mundo. Outro aspecto nebuloso é o poder que detém ao serem credores, permitindo influenciar as decisões endividados e poder começar a introduzir a sua moeda e criar áreas de influência. No longo prazo reduzindo a necessidade de manter reservas e o medo do estrangulamento externo. Quando se fala reservas cambiais pensa nas moedas estrangeiras em poder de um Estado que serão revertidas em investimentos seguros, normalmente títulos da dívida pública de outros países e alavancagem das próprias empresas e investimentos no exterior. Os outros recursos estão na mão de especuladores, não sendo tão fácil decifrar o que querem além de lucro rápido.

O caso europeu é singular por que é uma união monetária entre países que não detém uma unidade política e fiscal. Assim, sem a possibilidade do ajuste pelas taxas de câmbio para enfrentar desequilíbrios, ausência de uma em a autoridade central que distribui recursos públicos para equilibrar as unidades da união e falta da integração mais profunda da excelência de uma mercado comum as disparidades entre países ganham proporções gigantescas. Em uma crise os primeiros a sentirem os efeitos são os países da periferia que apesar de ter uma moeda forte, não tem controle sobre ela e são obrigados a pagar maiores taxas de juros e menores prazos para se financiarem. Se for além como pensam muitos europeus os desequilíbrios da formatação da zona é que criaram os déficit públicos e a necessidade de financiamento externo e não irresponsabilidade dos governos, excerto a Grécia que contaminou muito facilmente os demais países da periferia que não tinham problemas tão sérios. Apesar da explicação oficial ser ao contrário sendo a receita para a recuperação cortar gastos e controlar o déficit público que certa vez um cara legal chamou de "caminho para o inferno". Assim, provocar uma deflação dos preços em relação aos demais países e levar ao equilíbrio saudável e fechando os olhos para os outros problemas que fatalmente vão reaparecer na próxima crise. Se houvessem mecanismos para alterar a taxa de câmbio de cada país da zona era só promover a desvalorização, mas como não dá optam pela deflação que dói muito mais e demora para ter resultados.

Para os países que tem euros em reservas é um negócio interessante e quem tem comércio com a Europa normalmente tem. O retorno é interessante e é uma oportunidade interessante de influir sobre países europeus e no jogo de poder mundial. Esse parece ser o objetivo da China, mas do que procurar um destino que reduza o prejuízo de manter euros em seu poder. O risco não parece ser tão baixo por que como a Grécia mostrou, quando bicho pega os europeus fogem pedem ajuda para o FMI.