Marino escreveu:
É muito maior o ganho. O heli é muito mais limitado em termos de espaço e autonomia. Mas o principal não foi comentado: qual o alcance de um heli carregado e de um S-2? Com o S-2, o navio não precisa se aproximar da costa para lançar o heli. Esta é a principal vantagem.
A única vantagem que vejo do S-2 é não precisar se aproximar da costa, mas mesmo assim é para que tipo de carga? Nos EUA os Trader eram usados para transportar pessoal (nove) e apenas 1500kg de carga. Talvez só seja útil para evacuação médica. Quanto ao volume o olhometro mostra que perde fácil em altura, largura e comprimento. Até a porta de carga deve ter o dobro do tamanho.
Um S-2 tem alcance de 2.000km. O alcance do SH-3 é de 1.000km mas deve ser vazio. Carregado a carga despenca e geralmente é metade da capacidade. Os S-2 bombeiros levam 800 galões a curta distância ou 3.200 litros de água que vai dar umas 4 toneladas considerando os tanques.
A diferença entre o peso máximo e o peso vazio do S-2 é de 3 toneladas. Tirando equipamento dedicado talvez seja possível tirar até 2 toneladas. Ai temos 5 toneladas de diferença mas ainda vai ter que considerar o combustível. Um SH-3 pesa vazio 5,5t e carregado 8,5 tons. A diferença também dá 3 toneladas e também dá para tirar equipamento de missão.
A velocidade de cruzeiro do S-2 é de 240km/h. A do SH-3 fica por ai ou uns 200km/h. A velocidade máxima é que o S-2 ganha. A do EC-725 é maior (vou considerar pois a MB vai ter que engolir).
O que eu vejo é uma aeronave capaz de levar pequenas cargas no meio do Atlântico. Operando mais longe ou mais perto não tem necessidade e os helicópteros realizam o trabalho. Duvido que vá dar para levar ou trazer uma turbina de AF-1. Em um dia e meio dá para um navio cobrir a diferença da distância e chegar mais próximo a costa para lançar um SH-3. Pode ser útil para evacuação médica e caso a capacidade dos navios não dêem conta.
Nas Malvinas os britânicos lançavam cargas por para-quedas com seus C-130 para a frota. Até comandos do SAS em algumas ocasiões. Está capacidade é necessária de qualquer modo devido as limitações de alcance e carga das aeronaves embarcadas. A US Navy tem opção de uma aeronave maior ou maior capacidade de carga dos seus NAes e navios de apoio.
Outra questão é que apenas a US Navy tem esta capacidade e todas as outras marinhas operam sem ela. Me lembra algo supérfluo pois nem a Rússia, França e Reino Unido planejam esta capacidade apesar de precisarem.
Marino escreveu:
Não. Reabastecimento se faz em um ponto pré-planejado, onde os reabastecedores já estarão aguardando a vaga de ataque, e não com os mesmos acompanhando a vaga. O casulo bud-bud é mais uma opção, diria até de segurança, mas não são "REABASTECEDORES".
Vc citou um tipo de reabastecimento aéreo. Nos livros que vi sobre os F-14 e F-18 no iraque eu não vi isso ai não. Quando reabasteciam com os KC da USAF eles iam para local pré-programado. Saiam do Golfo Pérsico, Iam lá para a fornteira do Iraque e depois voltavam para apoiar ao avanço. Quando apoiados pelos Super Hornet (na base de 2 x 1) iam acompanhados (chamado de reabastecedores táticos). A missão durava menos tempo e iam mais longe. Outra questão é que os Tracker não podem penetrar o espaço aéreo inimigo enquanto os caças vão junto e penetram. Fico imaginando o aperto dos pilotos lá na frente enquanto sua proteção vem bem mais atrás. Outro problema é em caso de emergência. É mais fácil um AF-1 ir atrás de outro AF-1 que um Tracker.
A US Navy nunca criou uma versão tanque dos seus C-2 Greyhound por isso tudo ai. Sempre usou jatos como o A-3, A-4, A-7, A-6 e S-3. Agora vai ser o Super Hornet.
Marino escreveu:
O S-2 não é para aprender. Será um AEW full operacional, com link para os navios e aviões, da MB e da FAB (mesmo link). Um heli, se comparado a um avião, perde em TODOS OS QUESITOS COMPARÁVEIS. Já escrevi isto aqui, este estudo foi feito. A solução de helis é para os "Cruzadores Porta-Aeronaves" ingleses, por total falta de opção.
Os britânicos não iriam operar uma aeronave nos seus Cruzadores Porta-Aeronaves por não precisaram de algo maior. A missão era controle de área marítima e levariam sete Sea Harrier para manter aeronaves de patrulha a distância. É uma capacidade balanceada.
Um E-2C controla 40 interceptadores. Não teremos isso então podemos investir em um meio menos capaz e barato. O Erieye é descartado por isso. Um operador de radar apoia 10 aeronaves ou interceptações. Está compatível com a capacidade atual do São Paulo. Se precisar de mais então o inimigo é bem potente e vamos perder.
No super trunfo o S-2 ganha dos helicópteros, mas uma análise mais detalhada não fica tão claro assim:
- Alcance menor - Para AEW não tem que ficar longe do NAe. A 300km de distância o GT está fora da cobertura do radar. O tempo de reação a esta distância é de 15 minutos para uma CAP de AF-1 no ar.
- Velocidade maior. Para patrulha AEW não é requisito importante. A velocidade de patrulha/cruzeiro dos dois é irrelevante.
- Teto menor. Essa é a mais interessante. Eu vejo citarem teto de 3 mil metros para os helicópteros e o dobro para o Tracker. Só que o teto do EC-725 é de 20 mil pés contra 18 mil do S-2. Só que só voam a 3 mil metros por não levarem oxigênio. Com oxigênio o Cougar ganha e o S-2 também vai ter que receber o equipamento. O E-2 opera a 8 mil e pode ir mais alto, mas não precisa. A 3 mil metros já é possível detectar aeronaves e mísseis a até 220km.
- Autonomia. O S-2 realmente tem autonomia bem maior, mas a limitação está na tripulação. Ficar olhando uma tela de radar por várias horas não é vantagem. No caso dos E-2 a operação dura 4 horas por limitação da tripulação. Mesmo assim os Sea King britânicos tinham capacidade de reabastecer em escoltas em posição avançada.
Vc citou TODOS quesitos e agora vamos aos quesitos que a opção do Tracker não ganha:
- Uma desvantagem das aeronaves convencionais é não poder realizar operações de pouso embarcado em estados de mar alto (escala 5-6), teto baixo e mau tempo. Os helicópteros têm menos (ou nenhum) problemas operando a partir de uma plataforma grande como um NAe. Em caso de mau tempo o helicóptero AEW seria a única plataforma a decolar fornecendo alerta antecipado para as escoltas que seria a única defesa contra aeronaves e mísseis inimigos.
- É possível padronizar com um helicóptero enquanto com o S-2 vai ser mais uma aeronave. Pelo jeito vai ser o EC-725. Até já temos esta aeronave COD.
- Um EC-725 COD vai fazer transporte de carga, VERTREP, SAR e CSAR, assalto aéreo sendo que um S-2 não faz. Um S-2 faz treinamento e COD.
- Os helicópteros operam o radar logo após decolar pois já está voando horizontal. Em aeronave não dá.
- O EC-725 AEW opera em outros navios e não só em NAes. Se estiver no estaleiro os AEW ainda podem acompanhar a frota.
- O São Paulo não vai durar para sempre. Se ficarmos sem substituto os S-2 AEW se tornam inúteis. Com helicópteros podem operar de outros navios e porta-helicópteros. Com o S-2 ficamos obrigados a ter um NAe convencional.
Quesitos duvidosos.
- Custo de compra. Os EC-725 vão vir de qualquer forma. Estaremos apenas dando mais uma função para eles (COD e AEW). Os S-2 seriam mais um custo para compra (gratis?) e modernização.
- Custo de operação. helicópteros são mais caros de operar, mas uma aeronave antiga também. O problema pode ser a disponibilidade no futuro e no caso do EC-725 o riso é bem menor.
Eu me lembro que esse assunto foi discutindo antes e a respostas a estas questões acima foi: uma aeronave é melhor em todos os quesitos em relação ao helicóptero.
G-LOC