Vinicius Pimenta escreveu:Acho que, independente da missão, parte-se do princípio que uma Força Naval só vai se aproximar o suficiente para combater o inimigo, evitando ao máximo estar ao alcance das armas dele. Então, não imagino o cenário proposto por você, Leandro, pois, antes de proteger um estreito, desembarcar tropas e equipamentos em um porto conhecido ou bloquear o acesso a um trecho de litoral, serão necessárias ações que garantam a segurança dessas missões.
Assim, se o inimigo possui aviação de combate com tal capacidade, no mínimo deverá haver um período para a neutralização dessa ameaça. É aí que entra o porta-aviões. Antes do GT se aproximar do litoral, os caças já vão estar bombardeando as bases inimigas. Aproximar um GT de um inimigo armado com um Brahmos, é loucura.
A capacidade antiaérea dos escoltas é a segunda linha de defesa da esquadra. Se o inimigo furar a primeira camada formada pelos caças, é porque a coisa não está boa.
Você está imaginando uma situação de guerra já declarada, mas eu imagino casos que acho até mais prováveis em que a crise existe mas não foram efetuadas operações militares contra a MB. Por exemplo, na patrulha de um estreito o conflito pode não ser contra o Brasil, mas navios brasileiros passam por ele e devem ter sua proteção garantida. Vamos entrar na guerra e atacar as bases de um dos contendores (ou de ambos) antes de um ataque real contra nós? Ou vamos deixar que o ataque aconteça e seja bem sucedido para aí atacar as bases do inimigo? Ou ainda, vamos arriscar colocar um P.A. ao alcance da aviação dos países em conflito para escoltar navios mercantes? A solução que imagino é termos escoltas poderosos o suficiente para dissuadir ambos os lados de atacar navios brasileiros, ou capazes de frustrar o ataque caso este venha a acontecer. Nos outros casos que mencionei casos seriam situações semelhantes.
Mesmo na sua hipótese de tentarmos eliminar a ameaça antes de expor os navios de superfície através de ações da aviação naval, não podemos esquecer que se for possível alcançar as bases inimigas com os aviões de nosso P.A. (ou P.A.’s), então os aviões deles também podem alcançar nossos navios, e estes devem ter o máximo de proteção contra um contra-ataque deste tipo. Novamente são necessárias escoltas, e não sub’s.
Se formos partir do princípio que o Brasil abdicaria de seus interesses em situações deste tipo para evitar os riscos, então porque não evitar logo qualquer possível conflito e abdicar de uma vez das forças armadas?
Não vejo solução, sub’s convencionais são perfeitos para nossa defesa, principalmente se complementados pelos nucleares. E P.A.’s dão um enorme incremento de alcance em nosso poder naval, mas escoltas de superfície poderosas são imprescindíveis também. As quantidades é que podem ser discutidas, por exemplo acho 12 SSK’s um bom número, mas 12 escoltas AA poderosas com certeza é demais, um número entre 2 e 4 já estaria de bom tamanho dependendo das capacidades dos demais navios.
Vinicius Pimenta escreveu:Aproximar um GT de um inimigo armado com um Brahmos, é loucura.
Outro ponto muito interessante. Esta declaração também vale para MAN-1, Exocet Block III ou Harpoon? Se não, então porque estamos gastando tempo e dinheiro com eles ao invés de estarmos comprando a licença de fabricação do Brahmos para instalá-los nas novas escoltas?
Um grande abraço,
Leandro G. Card