Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#196 Mensagem por manuel.liste » Seg Nov 09, 2009 6:22 pm

Sintra escreveu:
E depois o Governo Espanhol da altura envia o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros a Berlim e a Roma DISCUTIR ESSE MESMO PLANO.
Claro que não havia absolutamente intencionalidade nenhuma, nada.

Manuel
Quando se cai no ridiculo de acusar de "anti histerismo" Espanhol partes da sociedade Portuguesa, quando a documentação é fornecida por Espanhois, os textos são fornecidos por Espanhois e os argumentos são fornecidos por Espanhois...
El histerismo anti-español existe en Portugal, y aquí tenemos ejemplos.

Ese plan pudo existir perfectamente, como otros muchos planes que quedaron en el papel. También hubo planes para invadir el Marruecos Francés o la Francia de Vichy. ¿Y?

La realidad es que Franco y Salazar fueron amigos y aliados, dos dictadores que se dieron apoyo mutuo mediante tratados de alianza y buena vecindad. Que España no quiso entrar en la Segunda Guerra Mundial para bien de España y de la causa de los Aliados.

Entre 1940 y 1942 hubo dirigentes españoles partidarios de entrar en la guerra del lado del Eje, incluido el nombrado ministro de asuntos exteriores. En 1943 fue destituido

Era una dictadura ¿recuerdan? Afortunadamente, Franco fue suficientemente listo como para no ceder a las presiones de Hitler. Eso es Historia.




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#197 Mensagem por pt » Seg Nov 09, 2009 7:28 pm

manuel.liste escreveu:El histerismo anti-español existe en Portugal, y aquí tenemos ejemplos.

Ese plan pudo existir perfectamente, como otros muchos planes que quedaron en el papel. También hubo planes para invadir el Marruecos Francés o la Francia de Vichy. ¿Y?

La realidad es que Franco y Salazar fueron amigos y aliados, dos dictadores que se dieron apoyo mutuo mediante tratados de alianza y buena vecindad. Que España no quiso entrar en la Segunda Guerra Mundial para bien de España y de la causa de los Aliados.

Entre 1940 y 1942 hubo dirigentes españoles partidarios de entrar en la guerra del lado del Eje, incluido el nombrado ministro de asuntos exteriores. En 1943 fue destituido

Era una dictadura ¿recuerdan? Afortunadamente, Franco fue suficientemente listo como para no ceder a las presiones de Hitler. Eso es Historia.
Provavelmente os portugueses poderiam dizer a mesma coisa...

De qualquer forma, e fora os histerismos, a verdade é que a questão dos planos para a invasão de Portugal são recorrentes. Só para os espanhóis é que os planos de invasão são uma novidade tremenda e um gigantesco furo.
Já aqui fiz referência ao livro «Debaixo de Fogo» sobre as forças armadas portuguesas nos anos 30, onde se refere profusamente esse problema.
Não apenas o problema do plano de Franco, mas como as pulsões anexionistas dos extremistas nazis da Falange.

A verdade é que Franco e Salazar se detestavam mutuamente (vide a obra publicada sobre Salazar por Franco Nogueira ou «um político confessa-se» do mesmo Franco Nogueira.).
Vários historiadores concluíram por exemplo que ainda nos anos 50 Salazar comunicava a Eisenhower, que não via problema nenhum em que Franco fosse retirado do poder em Madrid.

Salazar apoiou o menor de dois males e aquele que ele achava mais conveniente apoiar. Os apoios mais significativos foram em mandar a GNR entregar republicanos aos franquistas (o que constitui um crime, não há qualquer dúvida).

Mas as ligações entre os dois regimes foram de circunstância.
A esquerda portuguesa tentou ligar Salazar a Franco, como o tentou ligar a Hitler, para justificar o entreguismo de 1974 / 1975 e os crimes contra a humanidade cometidos quando se entregou Angola e Moçambique aos terror assassino dos ladrões comunistas.

Já os espanhóis tentaram dourar a pílula e afirmar que um montruoso assassino como Francisco Franco, que ombreia em terror e despudor criminoso apenas com Hitler ou Estaline, foi alias apenas um ditador autocrata,tal como Salazar.
Os americanos foram na conversa, porque precisavam das bases em Espanha e aceitaram pintar Franco com as mesmas cores de Salazar.

Estes são os factos ! ! !

O resto é distorção histórica, para justificar de um lado os horrores do comunismo assassino e do outro a barbarie do nazismo genocida.

Cumprimentos




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#198 Mensagem por Anderson TR » Seg Nov 09, 2009 8:18 pm

pt escreveu:
Esse desejo de anexar Portugal à Espanha de alguma forma ainda se faz presente no pensamento das elites Espanholas Soultrain??
Pessoalmente não acredito que existam intentos anexionistas por parte das elites espanholas. O problema é a tradicional forma espanhola de encarar os problemas.
Os espanhóis normalmente não resolvem problemas históricos, ignoram-nos.

O problema não são as pulsões anexionistas, que sim, têm existido ao longo dos anos. O problema é outro, a que eu me tenho referido variadíssimas vezes.
Há um problema com as elites espanholas, nomeadamente as de origem castelhana, que está relacionado com as interpretações da História com origem nessa mesma aristocracia/elites de origem castelhana.

Eles partem de um principio que é baseado numa gigantesca fraude histórica !
Essa fraude, afirma que alguma vez no passado existiu algum tipo de unidade peninsular, entre os vário povos da peninsula ibérica. E que essa unidade deve ser feita sob a égide da Nação Castelhana.

Essa ideia foi especialmente reforçada depois do aparecimento do Império Alemão no século XIX. A unificação alemã foi feita em torno da Prússia, uma nação germânica. OI conceito que ainda temos da Alemanha, de nação onde as pessoas têm comportamentos rigidos, formais e quase militares, vem da tradição prussiana. Durante muitos anos vimos a Alemanha como se fosse a Prússia.

A mesma coisa acontece com a Espanha, vemos a Espanha como se fosse a Nação Castelhana. De tal forma que até chamamos espanhol à lingua castelhana.

O problema, é que nunca existiu a unidade ibérica ou Hispânica que a historiografia espanhola inventou.
O império espanhol foi um império que derivou da monarquia austríaca dos Habsburgo e que foi criado pelo acaso dos casamentos e não por qualquer sentido de unificação nacional.

Eles tentaram ir mais longe, procurando as origens da unidade ibérica na unificação conseguida pelo Visigodos durante um século e meio. Mas os visigodos eram um povo germânico de imigrantes militarizados, não eram um povo autóctone. Embora politicamente no século V e no século VI tenha havido reis visigodos que reinaram em toda a peninsula, os diferentes povos sempre se mantiveram separados.
Foi aliás essa separação que levou à queda do reino Visigodo.

É por tudo isto que a Historia que os espanhois contam nas escolas é uma fraude, mas é nessa fraude que eles baseiam os seus direitos históricos.

O problema hoje, não é que eles queiram ocupar, invadir ou anexar Portugal, isso não faz o mais pequeno sentido. O problema é que para o espanhóis, eles vêm a realidade actual, como resultado das circunstâncias históricas do século XVI ou XVII e não do facto de na realidade nunca ter havido razões para sustentar a possibilidade de uma unificação ibérica.

Ou seja: Mesmo que os portugueses não tivessem esmagado os castelhanos em Aljubarrota em 1385 ou na batalha de Montes Claros em 1665 (e nas restantes batalhas do século XVII), a realidade peninsular acabaria por ditar que povos separados viverão separados, porque são diferentes.

Os espanhóis não aceitam que Portugal é independente, não por causa de umas quantas batalhas, mas por razões profundas que se explicam com as diferenças existentes na península ibérica desde que existem documentos escritos.

O problema é apenas de interpretação. Não existe nenhum perigo de invasão espanhola.
A invasão espanhola, é apenas aventada de forma ridicula, por aqueles que não tendo argumentos, tentam desclassificar uma discussão séria.

Nota final:
A Espanha não pode aceitar as posições portuguesas, porque no dia em que as aceitar, estará a dizer que os vários países que a constituem são unidades com o direito à independência politica.
Ou seja, no dia em que os espanhóis aceitarem que Portugal existe não por causa de uns quantos acasos da sorte, mas por razões históricas, étnicas, sociológicas muito profundas, o Estado Espanhol estará a perder a sua justificação para existir.

E esse é na realidade o problema.


Espero ter esclarecido alguma coisa.
Muito bom esclarecimento pt!!!O que me intriga em toda essa colcha de retalhos que se tornou essa "Pseudo" união Ibérica, desculpe o meu senso de percepção, haja vista a distancia que me separa de toda essa trama, é uma aparente letargia de certa parte das elites intelectuais Portuguesas quanto a uma silenciosa, porém, cotidiana influencia espanhola em certos setores portugueses, inclusive no que diz respeito aos aspectos economicos.È claro que o Brasil ficou muito tempo ausente de toda essa movimentação, inclusive por conta de seus problemas internos, mas vem se movimentando no tabuleiro mundial de uma forma nunca vista na história de nossa Jovem republica. E nesse momento, inclusive re-afirmando sua posição quanto aos aspectos Sociológicos que nos diferenciam dos Castelhanos, basta olharmos a herança cultural deixada na America Lusitana em contrapartida a América castelhana, vejo um Portugal muito distante do Brasil na atualidade, apesar de reconhecer avanços como os da CPLP e do próprio acordo ortográfico.
Enfim, guardadas as devidas peculiaridades culturais, de pertencimento e de lugar, chanceladas por um Portugal inserido em uma UE e todo um rico processo de intercambios proporcionados por um processo civilizatório de disputas e afirmações, tenho a impressão que uma anexação silenciosa se processa, não nas bases de uma usurpação traumática da soberania de um povo e de seu lugar geográfico de pertencimento, e sim de um forte jogo de influencia proporcionado por grandes interesses economicos e políticos, que se escondem por trás de mitos históricos forjados que os legitime. Claro que sem deixar de considerar o que o Soultrain colocou com propriedade sobre o renascer do nacionalismo de algumas regiões Espanholas, elas são de certa forma arrefecidas por conta dessa grande capacidade que o poder economico pode proporcionar ou deixar de proporcionar em uma possível ruptura, ou seja, de certa forma uma autonomia por menor que seja pode colocar todas as pretensões separatistas de lado em nome da prosperidade economica, apesar de concordar com certas peculiaridades que dificultam tais manobras, principalmente de povos que não pertencem só à nação Espanhola, porém, estão estratégicamente incluídos na grande UE.

Saudações!!




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#199 Mensagem por soultrain » Seg Nov 09, 2009 9:22 pm

Olhem, o desejo de unificação é um mito. Ninguem que eu tenha alguma vez contactado, ou lido fez alguma leve referência a isso.

Geralmente, todos à volta de Madrid estão mais preocupados com a sua própria autonomia e para isso olham para nós com curiosidade e alguma "inveja".

O que existe é um grande apoio do Governo Espanhol à internacionalização, e nós somos os mais perto fisicamente, culturalmente e temos o mercado mais apetecível, já que as nossas empresas têm na generalidade uma dimensão inferior. Por isso é natural que em conjunto com o proteccionismo interno Espanhol hajam mais casos de empresas Portuguesas compradas por Espanholas. Esta politica teve um revês recentemente com a UE a proibir este tipo de "subsídios" que como é óbvio, distorcem o mercado.

Infelizmente, existe hoje um entendimento entre os nossos actuais governos, que na minha opinião nos vão prejudicar muito no futuro, sei coisas de arrepiar, em menor escala fazem-me lembrar o Conde Andeiro ou Miguel de Vasconcelos e Brito.

Mas o que está aqui em jogo, são apenas lutas comerciais e não faz sentido em pensar em alguma coisa mais, quem o faz tem a mania da perseguição, mas devemos estar atentos, o tempo tudo faz.

Tenho pena que esteja a acontecer este baque na economia dos nossos Irmãos, muito mais grave e longa que a nossa, tenho esperança que tenham aprendido a serem um pouco mais humildes.

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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#200 Mensagem por pt » Seg Nov 09, 2009 10:21 pm

Anderson TR ->
Só é possível responder, fazendo uma sumula do que ocorreu nos últimos 500 anos. A forma mais facil de sumarizar a História é recorrendo aos três ciclos imperiais.

Portugal começou por criar um primeiro império, como forma de tornar o país mais rico. Esse foi o império da India e foi o periodo de Ouro do império português (algo muitas vezes completamente ignorado pelos brasileiros).
Mas o império foi mal gerido, e começou a dar prejuizo.
Para tentar resolver o problema, as elites portuguesas após a morte de D.Sebastião aceitaram entregar a coroa de Portugal a um rei estrangeiro, para tentar que o dinheiro da coroa dele, fosse aproveitado para salvaguardar o império. Mas o rei de Castela/Espanah abriu falência apenas alguns anos depois e as coisas também começaram a correr mal.
O império da India foi sendo perdido aos bocados para os ingleses e os holandeses, ter um rei em Madrid não ajudou nada e Portugal voltou a ter um rei português no trono em Lisboa (depois de uma guerra de 28 anos).

Ai começa o segundo império, o Brasil. Portugal estava completamente arruinado e miserável, depois de ter sido o mais rico país do mundo. O ouro do Brasil e o Açucar, nunca conseguiram dar a Portugal a inimaginável riqueza que o país tinha conseguido, mas recuperou muito e por volta de 1750, tinha recuperado um lugar de alguma importância. Já não tinha a mais poderosa frota de navios de guerra do mundo, mas tinha um poder considerável, que manteve até às invasões napoleónicas.
Com as invasões francesas, a capital mudou-se para o Rio de Janeiro, a devastação das invasões foi terrível. O país ficou completamente destruido. A juntar à destruição maciça, o país acabou por perder o Brasil apenas meia duzia de anos após a derrota de Napoleão. Mais uma vez o país ficou na miséria, e ainda por cima assolado por uma guerra civil.

Depois começou o terceiro império. Mais uma vez, os portugueses agarraram-se ao que ainda tinham, os direitos históricos resultado de terem sido os primeiros a chegar a quase todos os territórios africanos a sul do tropico de Capricórnio.
Não resultou e apenas dois territórios significativos ficaram na posse de Portugal. Angola e Moçambique, se os portugueses mostrassem que conseguiam controlar aqueles territórios. Portugal jogou com o apoio de umas potências contra as outras e com um enorme esforço pacificou os territórios, enfrentando os ingleses em Moçambique.

Em 1961 começou uma guerra que tinha como objectivo retirar a Portugal a última parcela do país. Angola e Moçambique, junto com os restantes territórios eram considerados por muitos parte integrante do país. Para muitos não houve em Portugal uma guerra nas colónias, mas sim uma guerra para defender o país e evitar que se tornasse irrelevante.

Portugal ganhou a guerra, mas uma revolução - que teve há que dize-lo os seus méritos - entregou sem honra e sem vergonha os territórios a movimentos que nem do ponto de vista histórico lhes tinham direito.

Mas sem outras opções, não restava a Portugal absolutamente mais nada que não fosse a integração na União Europeia.
A ideia não era má mas partia do principio de que Portugal poderia ter gerações para se adaptar a ser um país europeu. Tudo passava por atrair investimentos para Portugal, com a vantagem dos menores salários, onde os portugueses teriam vantagem por muitos anos, à medida que iam melhorando e aproximando os índices portugueses dos índices europeus.

Mas depois, apenas meia dúzia de anos depois de Portugal ter entrado na União Europeia, caiu o muro de Berlim. Entraram na União Europeia os países comunistas, com níveis culturais superiores aos portugueses e salários muito mais baixos. Esse, juntamente com o movimento conhecido como Globalização tornou as empresas portuguesas pouco competitivas. Todo o esforço de industrialização português foi deitado fora por não ser competitivo. A economia portuguesa é extremamente aberta, ou seja, toda a gente pode vender tudo e não há nenhum tipo de restrição às importações.

Perante os problemas, sempre existiram em Portugal movimentos de pessoas que acharam que a forma mais simples de resolver os problemas passava pela Espanha. Isso acontece hoje como aconteceu no passado.

E há aqueles que olham para a História e concluem que não há mais império para Portugal «explorar» e que por isso não tem oura hipótese que não seja a de se render a uma integração numa realidade politica qualquer.

Existem pessoas que pensam assim, e acham que essa é a melhor solução. Muitas dessas pessoas estão no governo e no parlamento.

Muitas outras sentem-se insultadas só de considerar a possibilidade. Aqui há pouco tempo, um antigo presidente afirmou que se o país não estivesse na União Europeia, já tinha havido um Golpe de Estado.

A incompetência governativa, levou os governos a politicas despesistas que endividaram o país de forma anacrónica. Vários analistas afirmam que existe o perigo de dentro de alguns anos deixar de haver crédito e nessa altura, o estado deixar de ter capacidade para pagar salários.
Se isso acontecer, voltaremos a 1926, altura em para evitar ainda mais degradação da situação os militares deram um golpe e meteram no poder Oliveira Salazar.

Por isso, os mesmos sectores preferem que as forças armadas estejam tão pouco armadas quanto possível. Quando começar o colapso, serão os espanhóis que serão convidados por Bruxelas a intervir, embora eu duvide que mesmo assim o façam.

Este é o verdadeiro problema. A Espanha entra nesta equação por via colateral. É apenas o suporte e o apoio de algumas das elites, nada mais que isso.
Mas perante um país com uma economia em colapso, até os espanhóis são melhor que a bancarrota.




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#201 Mensagem por soultrain » Seg Nov 09, 2009 11:16 pm

Epá, isso já é um bocado teoria da conspiração, não há movimentos políticos, há é movimentos económicos.

Os Espanhóis (estou a generalizar) são uns pobres coitados como nós, só que pensam que são ricos, cultos e importantes e não percebem que os "outros" apenas os toleram.

Como é aquele ditado dos Argentinos? Se compra-se pelo real valor e vende-se pelo que pensam que valem...

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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#202 Mensagem por Anderson TR » Seg Nov 09, 2009 11:19 pm

pt escreveu:Anderson TR ->
Só é possível responder, fazendo uma sumula do que ocorreu nos últimos 500 anos. A forma mais facil de sumarizar a História é recorrendo aos três ciclos imperiais.

Portugal começou por criar um primeiro império, como forma de tornar o país mais rico. Esse foi o império da India e foi o periodo de Ouro do império português (algo muitas vezes completamente ignorado pelos brasileiros).
Mas o império foi mal gerido, e começou a dar prejuizo.
Para tentar resolver o problema, as elites portuguesas após a morte de D.Sebastião aceitaram entregar a coroa de Portugal a um rei estrangeiro, para tentar que o dinheiro da coroa dele, fosse aproveitado para salvaguardar o império. Mas o rei de Castela/Espanah abriu falência apenas alguns anos depois e as coisas também começaram a correr mal.
O império da India foi sendo perdido aos bocados para os ingleses e os holandeses, ter um rei em Madrid não ajudou nada e Portugal voltou a ter um rei português no trono em Lisboa (depois de uma guerra de 28 anos).

Ai começa o segundo império, o Brasil. Portugal estava completamente arruinado e miserável, depois de ter sido o mais rico país do mundo. O ouro do Brasil e o Açucar, nunca conseguiram dar a Portugal a inimaginável riqueza que o país tinha conseguido, mas recuperou muito e por volta de 1750, tinha recuperado um lugar de alguma importância. Já não tinha a mais poderosa frota de navios de guerra do mundo, mas tinha um poder considerável, que manteve até às invasões napoleónicas.
Com as invasões francesas, a capital mudou-se para o Rio de Janeiro, a devastação das invasões foi terrível. O país ficou completamente destruido. A juntar à destruição maciça, o país acabou por perder o Brasil apenas meia duzia de anos após a derrota de Napoleão. Mais uma vez o país ficou na miséria, e ainda por cima assolado por uma guerra civil.

Depois começou o terceiro império. Mais uma vez, os portugueses agarraram-se ao que ainda tinham, os direitos históricos resultado de terem sido os primeiros a chegar a quase todos os territórios africanos a sul do tropico de Capricórnio.
Não resultou e apenas dois territórios significativos ficaram na posse de Portugal. Angola e Moçambique, se os portugueses mostrassem que conseguiam controlar aqueles territórios. Portugal jogou com o apoio de umas potências contra as outras e com um enorme esforço pacificou os territórios, enfrentando os ingleses em Moçambique.

Em 1961 começou uma guerra que tinha como objectivo retirar a Portugal a última parcela do país. Angola e Moçambique, junto com os restantes territórios eram considerados por muitos parte integrante do país. Para muitos não houve em Portugal uma guerra nas colónias, mas sim uma guerra para defender o país e evitar que se tornasse irrelevante.

Portugal ganhou a guerra, mas uma revolução - que teve há que dize-lo os seus méritos - entregou sem honra e sem vergonha os territórios a movimentos que nem do ponto de vista histórico lhes tinham direito.

Mas sem outras opções, não restava a Portugal absolutamente mais nada que não fosse a integração na União Europeia.
A ideia não era má mas partia do principio de que Portugal poderia ter gerações para se adaptar a ser um país europeu. Tudo passava por atrair investimentos para Portugal, com a vantagem dos menores salários, onde os portugueses teriam vantagem por muitos anos, à medida que iam melhorando e aproximando os índices portugueses dos índices europeus.

Mas depois, apenas meia dúzia de anos depois de Portugal ter entrado na União Europeia, caiu o muro de Berlim. Entraram na União Europeia os países comunistas, com níveis culturais superiores aos portugueses e salários muito mais baixos. Esse, juntamente com o movimento conhecido como Globalização tornou as empresas portuguesas pouco competitivas. Todo o esforço de industrialização português foi deitado fora por não ser competitivo. A economia portuguesa é extremamente aberta, ou seja, toda a gente pode vender tudo e não há nenhum tipo de restrição às importações.

Perante os problemas, sempre existiram em Portugal movimentos de pessoas que acharam que a forma mais simples de resolver os problemas passava pela Espanha. Isso acontece hoje como aconteceu no passado.

E há aqueles que olham para a História e concluem que não há mais império para Portugal «explorar» e que por isso não tem oura hipótese que não seja a de se render a uma integração numa realidade politica qualquer.

Existem pessoas que pensam assim, e acham que essa é a melhor solução. Muitas dessas pessoas estão no governo e no parlamento.

Muitas outras sentem-se insultadas só de considerar a possibilidade. Aqui há pouco tempo, um antigo presidente afirmou que se o país não estivesse na União Europeia, já tinha havido um Golpe de Estado.

A incompetência governativa, levou os governos a politicas despesistas que endividaram o país de forma anacrónica. Vários analistas afirmam que existe o perigo de dentro de alguns anos deixar de haver crédito e nessa altura, o estado deixar de ter capacidade para pagar salários.
Se isso acontecer, voltaremos a 1926, altura em para evitar ainda mais degradação da situação os militares deram um golpe e meteram no poder Oliveira Salazar.

Por isso, os mesmos sectores preferem que as forças armadas estejam tão pouco armadas quanto possível. Quando começar o colapso, serão os espanhóis que serão convidados por Bruxelas a intervir, embora eu duvide que mesmo assim o façam.

Este é o verdadeiro problema. A Espanha entra nesta equação por via colateral. É apenas o suporte e o apoio de algumas das elites, nada mais que isso.
Mas perante um país com uma economia em colapso, até os espanhóis são melhor que a bancarrota.
Bem compreendido pt!!Muito obrigado por seus esclarecimentos!!Aprendí muito com essa sua bem elaborada sintese. Alguns questionamentos não me saem à cabeça,pois, será mesmo que a Espanha possui maior potencial que o Brasil para essas elites se fiarem nela e não se voltarem de vez para o Brasil e para a CPLP??Estamos investindo muito na Àfrica, principalmente em Angola e Moçambique, nossos investimentos em Portugal tem aumentado consideravelmente (principalmente com a Embraer) e outras parcerias....O nosso banco de fomento BNDES é um dos que mais investem na América Latina e tem projetos para fomento em outras partes do mundo, é só reparar como os grandes Players mundiais estão se aproximando de nós e de como estamos nos firmando globalmente.
Você falou com propriedade sobre a menor importancia dada por parte de algumas elites portuguesas as forças armadas, me passou até um flash pelas bandas de cá, porém, estamos amadurecendo outras formas de ver a importancia dessas instituições principalmente à Luz de novas perspectivas de blocos de cooperação e de defesa dos interesses comuns. Espero que isso avance também por aí, pois, aqui nas Universidades brasileiras o tema da CPLP é visto com grande perspectiva e simpatia!!




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#203 Mensagem por soultrain » Seg Nov 09, 2009 11:21 pm

Isso é teoria da conspiração, não há movimento politico nenhum, não se investe mais em defesa porque não há dinheiro para mais.





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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#204 Mensagem por Anderson TR » Seg Nov 09, 2009 11:24 pm

soultrain escreveu:Epá, isso já é um bocado teoria da conspiração, não há movimentos políticos, há é movimentos económicos.

Os Espanhóis (estou a generalizar) são uns pobres coitados como nós, só que pensam que são ricos, cultos e importantes e não percebem que os "outros" apenas os toleram.

Como é aquele ditado dos Argentinos? Se compra-se pelo real valor e vende-se pelo que pensam que valem...

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Bem Soultrain!!!Falando em Argentinos e em Real, perguntem à eles se a solução de cooperação para uma antiga colonia Castelhana passa por Espanha ou por Brasil.....eles irão te responder pela própria boca!!!..... :mrgreen:




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#205 Mensagem por Anderson TR » Seg Nov 09, 2009 11:33 pm

soultrain escreveu:Isso é teoria da conspiração, não há movimento politico nenhum, não se investe mais em defesa porque não há dinheiro para mais.
Penso como vc Soultrain, ainda que o pt tenha colocado com propriedade sua visão histórica sobre esse tema, ainda acho que o paradigma dominante nessas circunstancias é realmente o economico, porém, o estigma contra as forças armadas, resultado de algumas malfadadas ditaduras militares ainda pairavam pelas bandas de cá, principalmente na visão de algumas elites intelectuais ressentidas com um passado reacionário obscuro e triste.Isso ficou como uma marca tão profunda que engessou algumas concepções sobre direitos e deveres e sobre a aplicabilidade da lei e da ampla defesa e do contraditório, empurrando o país para um processo doloroso e sinistro de impunidade e corrupção....Estamos começando a acordar por conta de alguns fatores externos e de ajustes em nossa economia.




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#206 Mensagem por soultrain » Seg Nov 09, 2009 11:52 pm

Anderson,

Compare o valor investido em Portugal pelo Brasil, o valor investido por Portugal no Brasil e o valor investido por Espanha no Brasil. Vai ter surpresas.

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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#207 Mensagem por Enlil » Ter Nov 10, 2009 2:05 am

[029]...




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#208 Mensagem por manuel.liste » Ter Nov 10, 2009 8:17 am

Yo ya leí hace décadas que hubo un plan de invasión de Portugal en el caso de guerra con los británicos durante la IIGM, vaya novedad :roll:

Como otros muchos supuestos, quedó archivado y olvidado. Lo que jamás queda en el olvido es el odio anti-español de algunos portugueses

Respecto a la crisis económica, decir que puede que España se recupere antes de lo que algunos desean. Querer males para los vecinos es propio de mediocres [003]

España es buen socio comercial de Brasil, buen socio y aliado de Portugal. Eso es lo que jode a algunos en verdad




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#209 Mensagem por manuel.liste » Ter Nov 10, 2009 9:24 am

Anderson TR escreveu:
soultrain escreveu:Epá, isso já é um bocado teoria da conspiração, não há movimentos políticos, há é movimentos económicos.

Os Espanhóis (estou a generalizar) são uns pobres coitados como nós, só que pensam que são ricos, cultos e importantes e não percebem que os "outros" apenas os toleram.

Como é aquele ditado dos Argentinos? Se compra-se pelo real valor e vende-se pelo que pensam que valem...

[[]]'s
[082] [082] [082] [094] [094] [094]

Bem Soultrain!!!Falando em Argentinos e em Real, perguntem à eles se a solução de cooperação para uma antiga colonia Castelhana passa por Espanha ou por Brasil.....eles irão te responder pela própria boca!!!..... :mrgreen:

http://www.lacapital.com.ar/ed_impresa/ ... _5020.html
España mantiene el liderazgo como principal inversor en la Argentina
pela própria boca!!!..... [003]




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#210 Mensagem por P44 » Ter Nov 10, 2009 9:29 am

Economia espanhola
Espanha gera quase metade do défice comercial português


Margarida Peixoto
13/10/09 00:05

Dos 1.431 milhões de euros que Portugal importa a mais, 45,3% são produtos espanhóis.

Quase metade do défice comercial português (45,3%) é explicada pelas relações com Espanha. Apesar de a crise económica estar a contribuir para uma redução dos desequilíbrios entre as exportações e as importações portuguesas, os dados divulgados sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o défice com Espanha voltou a crescer em Agosto.

Os pratos da balança comercial portuguesa continuam desequilibrados, mas, em termos gerais, a crise até tem tido um efeito benéfico nesta matéria. Como, por um lado, as importações estão a cair mais do que as exportações e, por outro, pesam mais, o efeito da recessão nas contas acaba por ser positivo. Em Julho, o défice comercial caiu 522 milhões, para 1.431 milhões de euros.

http://economico.sapo.pt/noticias/espan ... 71856.html




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