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Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Sex Fev 26, 2016 8:08 am
por EDSON
Os segredos por trás dos avanços sírios
Publicado em 26 de fevereiro de 2016 por César A. Ferreira
Imagem: Iran News.
Por: César A. Ferreira
Não se pode atribuir apenas ao poder aeroespacial russo as recentes vitórias das armas sírias, pois a vitória depende, sempre, da infantaria, necessária para ocupar o terreno.
Pode-se perguntar e seria justo fazê-lo, do motivo que levou uma força em retraimento, que cedia terreno frente à pressão inimiga, passar de uma hora, para outra, em uma força em progressão, vitoriosa, cujo moral se eleva a cada metro conquistado. Pois, isto se deu com o Exército Árabe Sírio, cuja desagregação era prevista por alguns “especialistas” para as calendas de outubro de 2015, mas que, no entanto, exibe-se hoje robustecido e aguerrido. Os motivos para isso são muitos, complexos, mas compreensíveis e uma análise rápida permitirá ao leitor formar um panorama capaz de desvendar os segredos por trás desta nova dinâmica combativa do EAS.
Antes do suporte russo
O Exército Árabe Sírio começou a guerra como toda força preparada para combates contra equivalentes regulares em campo aberto. Isto é interessante observar, pois o Exército Árabe Sírio contou em sua história com a utilização do ambiente urbano como um elemento vital para o sucesso do combate travado contra as forças invasores da IDF no Vale do Bekaa em 1982. Todavia, nesta presente “guerra civil”, que então se iniciava, o EAS viu-se surpreendido, e respondeu com erros clássicos, tal como o uso isolado de Carros de Combate em vielas estreitas, com edificações altas, portanto, propícias à emboscadas, que ocorriam com certa frequência dado que a experiência dos combatentes insurgentes neste tipo de combate era muita, pois não pouco deles serem oriundos da Chechênia, ou seja, veteranos dos confrontos contra o Exército da Federação Russa.
A presença de instrutores iranianos da Guarda Revolucionária Islâmica ajudou aos sírios a recompor suas formações, reciclar e rever a formação de comandantes de campo, focando no aprimoramento dos oficiais de patente mediana, tenentes e capitães, além da adoção de conceitos que premiavam as decisões advindas do aprendizado provindo do combate, algo que diferia, em muito, da verticalidade típica do comando de estilo soviético, ainda muito presente e apreciado nas armas sírias.
Apesar dos esforços dos instrutores da Força Quds, o problema do treinamento entre os infantes sírios persistia. Pouco além dos elementos da Guarda Republicana, Forças Especiais ou das Divisões Blindadas mais tradicionais eram capazes de exibir coordenação tática com a Força Aérea e a artilharia de campo. As ocorrências de deserções se avolumavam, bem como as reclamações constantes sobre soldo e material, reveladoras de uma moral declinante. Ainda assim, o regime conseguiu manter a linha costeira, Holms e Damasco, mesmo que subsistisse um foco ao sul da capital, bem como a perda da fronteira no sul, junto ao Golan, cedido para Frente Nusra devido ao providencial auxílio da artilharia da IDF.
O quadro desolador, todavia, detinha alguns fatores que permitiam observar o desenrolar dos eventos futuros com alguma esperança: a entrada no conflito de combatentes experientes do Hezzbollah, primeiramente na franja da fronteira libanesa, o comportamento da Força Aérea Síria, de extrema fidelidade, e da decisão curda (YPG/YPJ) de vir a dar combate a toda e qualquer facção extremista islâmica na Síria.
O suporte russo
Como é bem sabido foi a partir de um comunicado do General Soleimani aos seus equivalentes russos, informando que as estradas para a costa estavam agora abertas, a partir da queda de Salma, bem como pela perda das elevações ao norte da província de Latakia para os rebeldes turcomanos, que se deu a decisão russa de enviar uma força expedicionária (grupo aéreo). Os turcomanos, é importante dizer, são uma minoria que até então se mantivera fiel, ou neutra no conflito, mas que fora armada pelos serviços secretos turcos e tomara posição contra o regime. Informado, Putin ordenou a intervenção russa, composta pelo efetivo aéreo, bastante limitado, e um grupo de fuzileiros navais, estes responsáveis pela defesa da base.
A presença russa na base de Hmeimeem é a parte visível deste apoio, mas não menos vital, porém não noticiado é o suporte logístico fornecido não só ao grupo militar presente, mas à Republica Árabe da Síria, como nação, representado na recuperação de estruturas de manutenção e reparo de blindados, então inoperantes, do envio de peças para manutenção e aumento da disponibilidade em rampa dos vetores da Força Aérea Síria, de armas como obuses e suas respectivas munições, em grande quantidade, o mesmo para bombas aéreas, cuja carência forçava a adoção de improvisações extremas, como a confecção de “bombas barril”. Soma-se ao suporte logístico o envio de derivados de petróleo, combustíveis e lubrificantes, vitais para um exercito em campanha, e acima de tudo, de equipamento para infantes, de coletes e capacetes balísticos a armas leves e munições. Forças Spetnaz, como elementos de ligação e designação em solo de alvos, também foram vistos, além da instalação de um centro de coordenação na Base Aérea de Hmeimeem. Os russos fizeram-se acompanhar por instrutores, visto que a desagregação do EAS, relatada por Soleimani não era de todo desconhecida pela vasta representação diplomática russa mantida na Síria, mas, a opinião deste diferia um tanto, pois pautados pela própria experiência na Chechênia, concluíram os russos que o problema do EAS era, sobretudo, moral, e que isto poderia ser resolvido se adotadas as medidas urgentes para fortalecer a arma necessária em uma campanha onde o combate urbano se faz presente: a infantaria.
A infantaria síria foi premiada com novos equipamentos individuais, como citado, formação mais acurada e severa, preparação psicológica, inclusive, para aceitação de baixas em combate, inevitáveis no confronto urbano, restabelecimento e aumento na capacidade de atendimento aos feridos, com ampliação das alas médicas/hospitalares e da regularização dos insumos médicos (remédios, bandagens e outros equipamentos), preparação específica dos médicos militares e civis, para focar além dos traumas, observando, também os atendimentos de ordem psicológica, respiratória e do trato gastrointestinal, males recorrentes em combates em ambientes urbanos.
Em relação à tropa em si, o reforço na qualificação do comando de pequenas frações, fraqueza já observada pelos iranianos, foi abordada como prioridade, bem como a elevação geral da capacidade do combatente sírio com reforço na disciplina e incentivo ao julgamento individual (iniciativa). Os melhores recrutas sempre são destinados às formações de elite do EAS, as quais frequentemente estão na linha de frente, ademais, atenção especial é focalizada na formação de elementos de ligação e designação de alvos, comunicação e sinalização, visto que suporte aéreo aproximado é tido como necessário, quando não fundamental. Outra constatação é a mimetização da flexibilidade das formações insurgentes pelo EAS, de tal maneira que a utilização de motocicletas, hoje, é tida como mais eficiente entre os combatentes governamentais do que entre os insurgentes. O uso de caminhonetes com canhões ZU/2 (23mm) montados na carroceria é comum, isto, sem abandonar a ação cirúrgica dos canhões de 30mm dos veículos blindados, apoiados pelas peças de 125mm dos Carros de Combate (T-72, T-90), que fazem uso de munição HE de maneira recorrente. Outra arma muito vista, é o uso das veneráveis “Shilkas” (ZSU-23/4), desprovidas de sensores e utilizadas como apoio a infantaria. Costumam ser mortais contra snipers, devido a precisão da plataforma e a mira secundária, óptica, mantida nos veículos.
TOS-1 Buratino em lançamento. Imagem: Sputnik News.
Refletindo a experiência russa na Chechênia, passaram os sírios, quando de fronte a um ponto forte no perímetro urbano, que por ventura não pode ser contornado, a varrer com canhões de tiro rápido os andares intermediários das construções, isto, quando tal edificação não é de maneira prévia um alvo visitado pelos bombardeiros russos, ou sírios. O uso do míssil Kornet contra fortificações é comum, devido ao fato desta arma conter uma versão com cabeça de guerra termobárica específica para este uso/alvo. A coordenação com o efetivo aéreo é enfatizada, o que reflete, mês a mês, na melhoria do suporte aéreo aproximado (Close Air Suport –CAS, ing), em geral proporcionado por helicópteros de ataque Mi-24P/Mi-35M, ou por aeronaves Su-25. O reforço da Rainha das Batalhas, ou seja, a artilharia, nas formações sírias também se impôs como uma das chaves do sucesso. Veículos Lança – Foguetes BR-21 Grad e TOS-1 Buratino (terríveis contra forças dispersas e sem abrigo no campo, visto que realizam fogo de saturação de área) são visto com constância nos combates, o mesmo para obuses, devido a presença dos MSTA-B (2A65, 152mm, rebocado), o que elevou sobremaneira a capacidade dos grupos de artilharia de campanha do Exército Árabe Sírio.
Há muito que fazer. No tocante a infantaria faz-se necessário a elevação da qualidade combatente de uma maneira geral, dentro das formações, para se evitar a dependência constante do socorro fornecido pelas unidades de elite, estas de comprovada qualidade e experiência de combate, caso, por exemplo, da 103ª Brigada de Infantaria da Guarda Republicana, 4ª Divisão Mecanizada ou da Força Tigre. Um número maior de Carros de Combate T-90 seria desejável, bem como do reforço dos esquadrões de helicópteros de ataque. Entretanto, compreende-se, que o tesouro russo não é infinito, e que a guerra síria deverá ser ganha pelo seu povo, na forma do Exército Árabe Sírio, com o devido valor pago em sangue. Isto, aliás, explica o real motivo do exército turco em não entrar profundamente no território sírio: o terreno entrecortado, com a presença de vales e elevações favorece a um defensor determinado, caso do Exército Árabe Sírio, que agora se encontra bem dotado de armas ATGW… Ou seja, a possibilidade de imobilização e destruição de colunas blindadas é real, e isto seria uma humilhação desnecessária para aquele que é em números o maior exército da OTAN.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Sex Fev 26, 2016 12:12 pm
por FCarvalho
Fiquei curioso com duas coisas.
Em relação as fraquezas do EAS apresentada no texto, parece-me que são as mesmas aqui enfrentadas, na teoria, pelo EB, em grande parte formado por recrutas e por material e logística tão sôfregas e estigmatizadas quanto a sua existência.
E no que compete a efetividade operacional e combativa do EAS, também me parece que as mesmas medidas propostas teriam de ser tomadas para o EB, visto toda espécie de limitação a que é exposto.
Aliás, é patente notar as (já grandes) diferenças de pensamento do pessoal do EB que tem/teve experiência a serviço da ONU em missões de paz, em relação a tudo, desde doutrina a formação dos soldados, passando por equipamento e operacionalidade, dos que por aqui ficaram a granjear não mais que uma estrela, uma mesa e uns trocados a mais no bolso.
Eu cada dia me convenço mais que para termos ffaa's realmente eficazes e eficientes, teremos de passar (de novo) pelo pior dos males já criados pelo ser humano. E desta vez, não na casa dos outros, mas em nosso próprio quintal. Provavelmente as leniências apresentadas pelo EAS poderão ser vistas e revistas em um EB mais vocacionado para exercito da salvação do que para o de Caxias e Mascarenhas de Moraes.
abs.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Dom Abr 10, 2016 2:17 am
por Ckrauslo
Não sabia onde postar, pois não achei um tópico mais adequado sobre o assunto, pensei sobre meses após uma analise, em comentar como seria a forma mais ideal de treinamento para militares brasileiros "Principalmente o exercito, que para os conscritos tem um treinamento muito ruim".
O Treinamento deveria ser dividido em 4 fases.
Primeira fase:
Adaptação a vida militar, e faze da preparação física.
Faze onde o militar se adéqua e aprende aos poucos como é a vida de um militar, seguida de um treinamento físico moderado para preparar o militar aos treinamentos mais intensos.
Conversando com professores de educação física, a melhor forma de preparar uma pessoa para ter um melhor condicionamento é correndo todo dia, começando de uma forma leve, um circuito em que 1 volta possui 600 metros é perfeito para isso.
Como funcionaria isso, o candidato na primeira faze correria de manha e de tarde "Final da tarde", de manha ele correria meia volta "300" metros, e de tarde ele iria correr 600, no dia seguinte de manha, correria 600 metros e de tarde 900, sempre em incremento de 300 metros ou meia volta.
Seria feito dessa forma para conseguir adequar qualquer pessoa com variados níveis de condicionamento, correr em um momento uma distancia, e no outro momento "Ou seja a tarde do mesmo dia" correr um incremento de 300 metros, é adequado para pessoas conseguirem se acostumar melhor ao que é exigido, e por repetir o mesmo feito na tarde anterior durante a próxima manha, isso garantiria que o corpo estivesse preparado para o aumento de nível que se seguiria.
Assim uma pessoa que nunca correu e não tem condicionamento, consegue sem muita dificuldade em 2 semanas "correndo Segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado" correr 4200 metros,para flexões e abdominais pode se começar de um número arbitrário de 10 flexões e 20 abdominais, seguindo o mesmo regime que a corrida só que em incremento de 5.
E ao mesmo tempo fazendo exercícios de fortalecimento muscular "Qual a necessidade disso? Com exercícios de fortalecimento muscular, sendo feitos de forma adequada e sem forçar, você tem os seguintes benefícios: Evita que o candidato desenvolva problemas nas articulações, principalmente dos joelhos, que é normal quando a pessoa corre longas distancias sem um regime de fortalecimento bem feito acabara desenvolvendo algum problema, seja de inflamações musculares "Mais comum, quando a inserção muscular inserida na cabeça do joelho (Na parte do femur-coxa)
Inflama por que a carga é grande e o músculo não tem capacidade o suficiente para ajudar no trabalho, e manter o joelho no lugar, se não for cuidado isso pode passar a um deslocamento "Entorse" ou rompimento de ligamentos, lembrando que é normal sentir sensação de peso nos joelhos e pernas "no caso de pessoas que correm" Por que são areas que recebem constante impacto.
A ideia foi tirada após analisar os treinamentos de pré cursos de operações especiais, e em vista que isso é algo que pode beneficiar a muitos, sendo que muitos acabam saindo dos CFSD devido a problemas musculares e ou rompimento de ligamentos seja de ombros ou joelhos "E com a demanda que ocorre na vida militar, isso pode ocorrer até com pessoas saudáveis, que não possuem nenhum problema previamente observado".
2 Fase:
Aprimoramento físico, e inicio da instrução militar.
Nesse período começaria de fato o inicio da instrução militar, em que o treinamento físico seria mais intenso aumentando em evoluções, tanto melhorar a condição física do militar quanto para chegar acostumalo ao que ira vir, assim como começaria a instrução de manuseio de armamento, e o treinamento básico de tiro.
O básico de tiro consistiria em:
Treinamento de pontaria com fuzil a 50 metros, isso é suficiente para ensinar o básico de visada, alinhamento,pegada apropriada e pontaria.
Treinamento de pontaria com pistola a 10 metros, isso é o suficiente para ensinar a pegada apropriada, visada, alinhamento e pontaria.
Nessa fase o militar começaria a se adaptar a marchas com equipagem de diversos tipos de missão: Missões de patrulha curta, uma patrulha básica de até 12km em que o militar fica próximo a um ponto de observação e pode ser reabastecido em caso de confronto, não levaria mais do que o essencial, e não pretendera passar mais do que 12 horas.
Missões de 1 a 2 dias, missões de patrulhas médias de reconhecimento de até 25km, em que o militar deve levar o essencial para poder sobreviver longe do ponto de observação, com menor disponibilidade de reabastecimento.
Missões de 2 a 6 dias, conhecidas no inglês como LRRP, em que o militar deve levar o essencial para sobreviver entre 2 a 6 dias, viajando as vezes até 70km atrás das linhas inimigas para reconhecimento de possíveis alvos de alto valor, fora do alcance do ponto de observação "Base avançada - FOB" sem a disponibilidade de ressuprimento.
Nesse ponto ele apenas treinaria fazer marchas com o equipamento, mas não estaria vendo na prática as táticas que lhe seriam ensinadas em sala de aula.
Matérias a serem estudadas pelo recruta/aluno.
Básico de balística, pois todo militar deve saber ao menos o básico sobre como funciona o tiro e sobre como corrigir para algumas condições externas, afinal confronto regular de infantaria vai desde os 50 até uns 400 metros.
Comunicação, o militar deve aprender os códigos do alfabeto militar, assim como métodos de comunicação em mais diversas condições e ambientes.
Estudo básico de estrategia em campo de batalha, o militar deve saber se orientar e perceber quais são os alvos de maior necessidade no campo de batalha.
Camuflagem, militar deve ser capaz de reconhecer mais diversas formas de camuflagem e seu uso apropriado.
Tipos de cenários, militar deve ser capaz de utilizar o ambiente a seu favor, e reconhecer que existem métodos diferentes para operar em diversos tipos de terrenos diferentes.
Conduta de patrulha, militar deve saber quais são as condutas corretas para desempenhar durante uma ação militar.
Infiltração, militar deve saber conceitos de infiltração para permitir que cumpra seus objetivos "Os fuzileiros aprendem a utilização de blindados em desembarque litorâneo, unidades de selva aprendem a utilizar a mata para pegar o inimigo de surpresa e assim vai."
Controle de área, militar deve saber que existem formas e estrategias para controle de zonas.
Conduta de unidade, militares devem saber agir de forma coesa para cumprimento das ordens e dever.
Sobrevivência, militar deve saber a teoria de como sobreviver em diversos ambientes
Tudo sera botado em prática na terceira fase.
Terceira Fase:
A terceira fase consiste em mostrar na prática aos militares as mais diversas formas de completar cada um dos estudos feito em oficina, é também onde aprenderam o conceito de atirador ativo, onde começaram o treino para atingir alvos em distancias variadas, técnicas de movimento e disparo, e disparo em movimento, disparo contra alvos em locomoção, movimentação, sobrevivência, sistema amigo "Como agir com companheiros durante patrulhas de maior risco, e como se comunicar durante o (Stack up)".
Aqui também se ensina os militares a perseverar sobre diversas situações como: spray de pimenta, gás lacrimogênio"Similar a camara de gás que os militares americanos passam, onde os instrutores jogam gás lacrimogenio e eles tem que aprender a por corretamente a mascara com filtro' ferimentos etc...
Também nessa fase aprenderam na prática como efetuar o tratamento médico pré hospitalar, como uso correto de torniquetes, gaze de compresão,uso de coagulantes, sutura básica,dosagem correta dos antibioticos e morfina e marcação de comunicação de ferimentos para os médicos no hospital de campanha já estarem situados com a chegada do militar.
Exemplo: Devera ser marcado na parte mais visivel do militar "Normalmente a testa" O código de gravidade do ferimento, juntamente com horario que ele recebeu o APH, e no caso do uso de torniquete isso também devera estar comunicado.
A intensidade do treinamento físico durante esse período diminui para que os militares tenham a energia e o foco para começar a aprender na pratica como funciona muita coisa.
Uso do airsoft e paintball:
Aqui algo que muitos irão discordar dizendo que não se pode usar essas coisas para o treinamento, por que não possui o recuo de uma arma de verdade ou algo do tipo.
Mas aqui vai uma verdade sobre uso disso como ferramentas.
Não adianta de nada aprender a se locomover, atirar, como funciona a visada, como é a pegada correta, táticas etc, se o soldado não faz essas coisas sabendo como é confrontar uma outra pessoa, em alvos de papel é muito fácil, você tem todo tempo do mundo para mirar, você não tem alguém disparando de volta.
E por mais que seja uma bolinha de plastico voando em sua direção, "Não vou usar aquele argumento de que a bolinha doí"
O militar ira perceber que: É muita mais difícil mirar quando alguém atira de volta"Ser suprimido", e que você terá muitas vezes apenas segundos para espiar fora do abrigo "Cover" para efetuar disparos, e que das duas uma, ou esses disparos deveram manter o agressor suprimido para que uma outra unidade o pegue efetivamente pelos flancos, ou você terá questão de segundos para sair do abrigo, e mirar rápida e precisamente em seu alvo, antes que ele efetue o disparo contra você.
No Caso do CQB, em que muitas vezes o militar tem de fazer uma entrada rápida e agressiva em um comodo, com agressores dentro, e disparar enquanto se locomove de forma rápida para tentar evitar ser atingido, disparando contra alvos que estão muitas vezes disparando ou na tentativa de disparar de volta, tentando manter um minimo de precisão para garantir pegar o agressor antes de ser avariado.
Percebera também que tem de ser muito mais atento durante progressões, em espaços confinados ou urbanos, pois um agressor pode aparecer de um abrigo "Cover" e ele ter apenas segundos para se decidir, continuo a locomoção e disparo de volta buscando ou o disparo preciso e rápido para eliminar a ameaça, ou busco disparos rápidos e que buscam apenas a supressão, para ganhar apenas tempo suficiente para me locomover o mais rápido possível até o próximo abrigo.
E são noções que o militar terá, percebendo que as coisas são bem diferentes de apenas treinar com alvos de papel, e abrira os olhos do militar, para ver que na realidade sera muito pior, por que enquanto no treino ele apenas terá que aguentar a dor e o roxo na pele por ser atingido por balinhas de plastico, pensando que na realidade ele terá de contemplar quão finita sua vida é, caso ele cometa algum erro ou esqueça de algo que aprendeu.
Isso são ferramentas dinâmicas e que também cortam custos, aliada a um treino constante com armas reais o militar, ira apenas melhorar e não ira ficar desacostumado com recuo.
Ultima fase:
Nessa fase o militar ira apenas rever todos os conceitos vistos na segunda fase, e repetir os treinamentos práticos feitos na terceira, porém isso sera feita de forma mais intensa, em um nível maior, e mais acelerado, buscando causar o estresse mental e físico, para procurar replicar o que sera visto em combate, para garantir que o homem das cavernas que vive dentro de nós "Inconsciente" possa estar treinado, pois não adianta de nada treinar apenas o lado cientista "Consciente", pois em situações de muito estresse físico "Cansaço, ou panico"
Quem irá assumir é o inconsciente, que ira se utilizar de instintos para sobreviver, ou seja se você não mostrar ao seu lado inconsciente como fazer em determinada situação, quando ele assumir ele ira pegar o primeiro instinto para tentar sair, seja ele adequado ou não, e ai você perdera algum tempo para tentar recobrar controle da situação, e trazer para o lado consciente.
Como dizem alguns militares, o inconsciente toma controle, durante o choque do primeiro contato com seu agressor, e que o instinto treinado toma controle e faz o militar fazer o que ele aprendeu, depois de alguns instantes o militar consegue utilizar mais o lado consciente para traçar planos, e pensar melhor nas táticas e atitudes voltando a um tipo de normalidade.
Porém sofrendo ainda de efeitos da adrenalina.
Que são: Pensamentos mais rápidos.
Maior fluxo de sangue para cérebro e membros para garantir boa coordenação entre pensamento e ação.
campo de visão ligeiramente mais limitado, ocorre por que nossos olhos assumem outra forma para conseguir focar melhor a ameaça diretamente a nossa frente.
Olfato e audição ficam mais aguçadas como forma de identificar ameaças que não estão diretamente no campo de visão "Uma contra medida, já que limita o campo de visão para melhorar o foco no que esta diretamente a frente. Melhora até a percepção de detalhes, se tiver um problema ligeiro de vista a exemplo 0,25 de Miopia" você ira perceber que vera melhor a distancia, por que seu olho muda, reduzindo o campo e permitindo que a luz entre de forma mais concentrada para melhorar a visão em um campo reduzido."
Em casos de excesso de liberação do hormônio na corrente sanguínea, a pessoa pode experimentar um ligeiro choque "Tremedeira, dificuldade para respirar (hiperventilação), cansaço.
E em cima disso tudo, que o militar devera conseguir operar, então um bom treinamento é mais do que necessário, e infelizmente em diversos pontos o Brasil esta atrasadíssimo.
Não compactuo com a ideia atual das forças armadas e auxiliares, de treinarem o militar apenas com, alvos de papel e raramente utilizarem o sistema mile e depois jogarem os caras no meio do confronto sem uma noção mais pura do que irão ver.
O texto foi editado para corrigir erros do português assim como erros de concordância que não puderam ser observados enquanto escrevia pela primeira vez no meu celular.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Seg Abr 11, 2016 12:47 pm
por FCarvalho
Gostei muito da sua sugestão Ckrauslo.
Só falta avisar o EB que SMO também deveria fazer isso, e não apenas ser a parte de camuflagem dos projetos de assistencialismo social do governo.
Ser mão amiga é bom, todo mundo gosta de sair na foto e é a coisa mais politicamente correto num Brasil que adora esse tipo de coisa.
Mas um braçozinho forte de vez em quando é sempre bom de ter e treinar. Se não ele mucha. Aí...
abs.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Seg Abr 11, 2016 1:44 pm
por Clermont
Sem acabar com o SMO não acredito em nenhuma melhoria de métodos de treinamento. Se o Exército trabalhasse apenas com soldados voluntários não seria preciso muito esforço, bastaria ver a forma como a Marinha adestra seus fuzileiros navais profissionais.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Seg Abr 11, 2016 2:17 pm
por FCarvalho
Acho que o sistema do CFN para seleção e recrutamento seria o mais indicado para o EB em uma eventual extinção do SMO. Em todo caso, apenas alongaria em um ano o contrato, que ao invés de 3, seriam 4, prorrogáveis por mais 4, até dar baixa. Quem quisesse ficar, teria os cursos para cabo, e a escola de formação de sgtos e oficiais.
Enfim, oportunidades é que não faltariam para prosseguir na carreira. E isto seria até bom, porque o próprio EB poderia dispor em seus quadros do material humano, desde a base, melhor qualificado e formado por ele mesmo. E experiência militar poderia ser contado como algo a anotar no currículo em um processo seletivo para as escolas militares.
Mas, creio que nem o EB e nem o GF gostariam muito dessa idéia, visto que tanto por um, quanto pelo outro, o SMO ainda é visto como uma tremenda peça de marketing oficial que dificilmente poderia ser substituída.
abs.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Seg Abr 11, 2016 3:45 pm
por Clermont
FCarvalho escreveu:Acho que o sistema do CFN para seleção e recrutamento seria o mais indicado para o EB em uma eventual extinção do SMO. Em todo caso, apenas alongaria em um ano o contrato, que ao invés de 3, seriam 4, prorrogáveis por mais 4, até dar baixa.
Eu li em algum lugar que, hoje em dia, após ser formado como fuzileiro naval, o contrato é de dois anos. No segundo ano, o fuzileiro, se for de sua vontade, submete-se a um processo de renovação de compromisso, se for aprovado poderá permanecer por até mais três anos. Ou seja, um praça fuzileiro naval pode permanecer na corporação por até cinco anos, caso não consiga ascender às próximas graduações.
Enfim, oportunidades é que não faltariam para prosseguir na carreira. E isto seria até bom, porque o próprio EB poderia dispor em seus quadros do material humano, desde a base, melhor qualificado e formado por ele mesmo. E experiência militar poderia ser contado como algo a anotar no currículo em um processo seletivo para as escolas militares.
Uma coisa que me provoca as maiores desconfianças é esse sistema de CPOR/NPOR. Muitos sargentos desprezam profundamente os oficiais formados por esses centros. Outro dia, eu li como os japoneses, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, formavam oficiais da reserva. Depois de alguns meses de treinamento, os soldados com certo nível de educação podiam prestar um exame. Aqueles aprovados depois de mais alguns meses prestavam um segundo exame. Os que conseguiam índices maiores eram enviados para escolas de formação de oficiais da reserva; os outros para escolas de formação de sargentos. A maioria dos oficiais combatentes de infantaria eram da reserva. Ou seja, dentro de um pelotão de fuzileiros japonês, o tenente podia muito bem ter começado a carreira junto com os sargentos de GC, todos tendo entrado no Exército como soldados. E os sargentos provavelmente teria grande respeito pelo tenente, pois teriam testemunhado que ele chegara ao comando do pelotão por puro mérito próprio.
Mas, creio que nem o EB e nem o GF gostariam muito dessa idéia, visto que tanto por um, quanto pelo outro, o SMO ainda é visto como uma tremenda peça de marketing oficial que dificilmente poderia ser substituída.
O Brasil convive com Serviço Militar Obrigatório e com Voto Obrigatório. Uns cento e vinte anos atrás, convivia com Trabalho Obrigatório, até a princesa Isabel assinar a Lei Áurea. Vamos ter de esperar mais outra princesa Isabel que acabe com o SMO e o Voto Obrigatório.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Seg Abr 11, 2016 4:21 pm
por Ckrauslo
FCarvalho escreveu:Gostei muito da sua sugestão Ckrauslo.
Só falta avisar o EB que SMO também deveria fazer isso, e não apenas ser a parte de camuflagem dos projetos de assistencialismo social do governo.
Ser mão amiga é bom, todo mundo gosta de sair na foto e é a coisa mais politicamente correto num Brasil que adora esse tipo de coisa.
Mas um braçozinho forte de vez em quando é sempre bom de ter e treinar. Se não ele mucha. Aí...
abs.
A intenção é que isso se tornasse o curso padrão para as FFAA.
Tem coisas que podem ser aprimoradas em todas as forças no Brasil.
Grato abraço
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Ter Abr 12, 2016 5:32 pm
por jauro
De onde você tirou isso CK? Seria interessante você ler um manual do EB denominado PPB 1 e PPB 2 onde toda a IM do EB é programada. Existem também manuais pedagógicos do detalhamento da Instrução Militar (IM) durante o ano e para os anos seguintes, para os militares que engajam no EB. A título de exemplo cito os manuais do:
- Programa Padrão de Instrução Individual Básico, PPIIB. Apesar de ser básico existe um manual específico para os paraquedistas, para os infantes de selva e para os comandos. Esta primeira fase do IIB dura as 09 semanas iniciais do quartel.
- O Programa Padrão De Instrução Individual de Qualificação PPIIQ ( um para cada arma ou serviço, Inf Cav, Art, Eng, Com, MB, Int e Sau), onde o Sd em 12 semanas aprende uma arma (Mrt 81mm, por exemplo) da sua Unidade. Neste tempo, paralelamente já está funcionando o CFC que tem seu PP específico para cabos das diversas armas e serviços.
- Em meados de agosto começa a instrução de Adestramento (PAB- Período de Adestramento Básico e Avançado) dividida em duas fases Adestramento Básico GC, Pel e o Adestramento Avançado Cia e Btl e há espaço para Exercícios de Bda. O adestramento é o período em que o Sd aplica seus conhecimentos básicos e os de sua qualificação em prol da comunidade a que pertence: Pel, Cia e Btl.
Um link de PP que está na Net:
Outro
A formatação e a apresentação do manual não estão de uma forma muito didática, mas para quem tiver saco de ler vai ver que é muito interessante.
- Para cada Curso, Estágio ou atividade de Instrução que se imagine existe um PP (Programa Padrão) regulando. Por isso lhes afianço: qualquer coisa neste sentido, que não passe pelo COTER, é reinventar a roda.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Ter Abr 12, 2016 5:36 pm
por Ckrauslo
jauro escreveu:De onde você tirou isso CK? Seria interessante você ler um manual do EB denominado PPB 1 e PPB 2 onde toda a IM do EB é programada. Existem também manuais pedagógicos do detalhamento da Instrução Militar (IM) durante o ano e para os anos seguintes, para os militares que engajam no EB. A título de exemplo cito os manuais do:
- Programa Padrão de Instrução Individual Básico, PPIIB. Apesar de ser básico existe um manual específico para os paraquedistas, para os infantes de selva e para os comandos. Esta primeira fase do IIB dura as 09 semanas iniciais do quartel.
- O Programa Padrão De Instrução Individual de Qualificação PPIIQ ( um para cada arma ou serviço, Inf Cav, Art, Eng, Com, MB, Int e Sau), onde o Sd em 12 semanas aprende uma arma (Mrt 81mm, por exemplo) da sua Unidade. Neste tempo, paralelamente já está funcionando o CFC que tem seu PP específico para cabos das diversas armas e serviços.
- Em meados de agosto começa a instrução de Adestramento (PAB- Período de Adestramento Básico e Avançado) dividida em duas fases Adestramento Básico GC, Pel e o Adestramento Avançado Cia e Btl e há espaço para Exercícios de Bda. O adestramento é o período em que o Sd aplica seus conhecimentos básicos e os de sua qualificação em prol da comunidade a que pertence: Pel, Cia e Btl.
Um link de PP que está na Net:
Outro
A formatação e a apresentação do manual não estão de uma forma muito didática, mas para quem tiver saco de ler vai ver que é muito interessante.
- Para cada Curso, Estágio ou atividade de Instrução que se imagine existe um PP (Programa Padrão) regulando. Por isso lhes afianço: qualquer coisa neste sentido, que não passe pelo COTER, é reinventar a roda.
Tirei de muita coisa que vi nos Batalhões do meu estado, aqui no Acre as coisas vão até bem diferentes dos manuais, e do material didatico, tenho conhecimento que em batalhões maiores com maior verba etc as coisas funcionam melhor, mas comparado com como é lá fora Coronel, as coisas podem melhorar
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Ter Abr 12, 2016 5:46 pm
por Ckrauslo
Mas uma coisa preciso esclarecer Coronel, não estou dizendo que pessoas que não conseguem correr deveriam entrar, mas que esse metodo utilizado por professores e preparadores físicos é extremamente eficiente.
Agora quanto a falta de reforço muscular, aqui tem muito.
Os militares não fazem exercícios adequados para manter a integridade óssea do corpo, e o que mais tem aqui é candidato saindo com ligamento do joelho estourado, ou dos ombros, teve um caso de um sargento aqui que ferrou a coluna de um candidato.
Ou um Sargento que durante a instrução de lançamento de granadas explodiu a própria mão por que nem ele sabia mexer em uma granada direito.
Só dizendo se o senhor estivesse aqui iria se assustar.
Aqui no rancho os militares aprendem a atirar de forma completamente bisonha, centro de gravidade para trás, cotovelos fora do corpo.
Atirando apenas a 25 metros do alvo.
Aqui no estado a instrução melhorzinha era do PELOPES/SUOPES mas ainda assim abaixo do BCT do exercito americano
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Ter Abr 12, 2016 5:57 pm
por jauro
O 4º BIS e o 61º BIS, tanto um quanto o outro, são BI bem estruturados e possuem todo aparato necessário para que a Instrução seja de 1ª Linha. Principalmente por que o pessoal que vai prestar o serviço militar na Amazônia, quase todos são Guerreiros de Selva, e além do mais o soldado acreano é um excelente militar.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Ter Abr 12, 2016 6:00 pm
por jauro
É parece que temos aí um problema conjuntural, do qual nem a rainha da inglaterra escapa.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Ter Abr 12, 2016 6:01 pm
por Ckrauslo
jauro escreveu:O 4º BIS e o 61º BIS, tanto um quanto o outro, são BI bem estruturados e possuem todo aparato necessário para que a Instrução seja de 1ª Linha. Principalmente por que o pessoal que vai prestar o serviço militar na Amazônia, quase todos são Guerreiros de Selva, e além do mais o soldado acreano é um excelente militar.
Coronel, não é bem assim não é uma realidade que eu testemunho todo dia.
Maioria aqui tem problema em segurar fuzil.
Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.
Enviado: Ter Abr 12, 2016 6:07 pm
por Ckrauslo
Para o senhor ter uma ideia, os soldados conscritos aqui, acreditam que o FAL pode atingir um alvo a 600 metros por simplesmente mirar no alvo e disparar, dispensando qualquer correção balística externa. A 600 metros você tem que mirar 60 polegadas ou mais "Entre 60 a 90" acima do alvo.
Sem contar a correção pelo vento e pela umidade.
Porém os soldados aqui acreditam piamente que o fuzil zerado a 100 metros consegue sem nenhum ajuste atingir o alvo a 600 sem problemas