Petrobras confirma descoberta de novo campo perto de Tupi
A Petrobras confirmou ontem que já informou a Agência Nacional de Petróleo (ANP) sobre a descoberta de um nova reserva na Bacia de Santos. Em nota divulgada no início da tarde, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que não podia falar sobre o assunto antes de o tema passar pela agência reguladora. A Petrobras esclarece que o executivo referia-se ao fato de a empresa não ter fornecido detalhes sobre a nova descoberta, mas a ANP já foi notificada.
A descoberta foi no bloco BM-S-8, ao sul das reservas gigantes de Tupi. Esse é o nono poço bem-sucedido na região, que vem sendo encarada como
a principal província petrolífera mundial encontrada nos últimos anos. Em apenas quatro poços foram feitos testes de produção.
Ontem, também, esquecendo da luta dos brasileiros para que a Petrobras continuasse estatal, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, fez um discurso "
agradecendo a Deus" pelo fato de a estatal petrolífera Petrobras não ter sido privatizada no passado. "S
e isso tivesse acontecido, se a empresa não estivesse nas mãos do povo brasileiro, este investimento poderia não estar sendo feito hoje", falou o ministro.
A declarção de Lobão foi feita para mais de 700 pessoas que se aglomeraram embaixo de uma lona na zona rural de Itaboraí (RJ) para o lançamento das obras de terraplenagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que receberá investimentos de US$ 8,4 bilhões. "
O impacto desse empreendimento é algo nunca visto nessa região".
Emprego
De acordo com o ministro de Minas e Energia, dentro de alguns anos "
não haverá um brasileiro desempregado nesta região", disse o ministro que celebrou também em seu discurso a "
retomada da petroquímica brasileira", com a construção do Comperj. Segundo ele, o complexo petroquímico vai trazer a auto-suficiência do Brasil neste setor. "
Economizaremos US$ 2 bilhões em produtos que não mais precisaremos importar", disse no evento.
Plataforma P-54 será clonada
A Petrobras vai mesmo clonar a plataforma P-54 para a construção da unidade P-62, que será destinada ao módulo 4 de Roncador. Segundo fonte da empresa, a clonagem foi aprovada pela diretoria da empresa. A possibilidade da clonagem elimina a necessidade de licitação e faz parte da estratégia da empresa para acelerar os seus processos de instalação de equipamentos na área de Exploração e Produção, visando cumprir as metas estabelecidas para os próximos anos.
Antes da P-54, a Petrobras também já havia anunciado a contratação da P-56 a partir de uma cópia da P-51. Estas últimas também são destinadas ao campo de Roncador, na Bacia de Campos. A clonagem da P-54 virou alvo de polêmica dentro e fora da estatal, porque alguns técnicos defendiam a licitação internacional da plataforma.
O Sindicato dos Metalúrgicos foi contrário a essa decisão porque se isso ocorresse, cerca de três mil funcionários do estaleiro Mauá, em Niterói, ficariam desempregados, com o término das obras da P-54. O Sindicato reivindicou a manutenção do emprego desses metalúrgicos a partir da clonagem da plataforma, que terá que ser construída no local.
Segundo a fonte da estatal, nas próximas semanas serão discutidos preço e prazo das obras com o estaleiro. A P-54 foi construída por US$ 1,2 bilhão.
Estatal confirma interesse pela Esso
O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi evasivo ao responder ontem perguntas sobre a negociação para a compra da área de distribuição da Esso no Brasil. "
Só posso dizer que houve uma proposta. Mas o tempo é do vendedor. Não tem prazo para a divulgação do resultado.
Caberá a decisão ao vendedor", disse, em entrevista coletiva à imprensa, após a cerimônia de inauguração das obras de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Diante da insistência dos repórteres em saber se a Petrobras havia feito a proposta sozinha ou em parceria, e ainda se estava interessada em toda a rede de distribuição na América do Sul ou apenas fora do Brasil, ele respondeu por pelo menos três vezes com a mesma frase:
"
A Petrobras fez proposta". Os rumores do mercado indicam que a estatal estaria em parceria com a distribuidora AleSat para a aquisição da Esso. Segundo fontes do mercado, a Petrobras ficaria com os postos da Esso fora do Brasil e a distribuidora teria o mercado interno.
Ainda de acordo com as mesmas fontes, o Grupo Ultra, que estaria interessado em participar dessa parceria, foi excluído do negócio e apresentou proposta sozinho. Os negócios da Esso na América do Sul estão avaliados, segundo o mercado, em torno de US$ 800 milhões.
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/not ... economia02