Isso não é mantra liberal. Isso é uma situação reconhecida por todas as correntes econômicas. A única difererença é existem várias correntes que ACEITAM isso como um pressuposto para chegar ao Pleno Emprego.marcelo bahia escreveu:Roberto,
Você está repetindo um mantra neoliberalista que é pura furada, velho!!
Se o BC tivesse realmente compromisso com quem produz no Brasil, ele atacaria os excessos inflacionários pelo lado da oferta, como eu já disse aqui antes, e pelo lado dos depósitos compulsórios.
Agora me explique, por favor, como foi que a politica monetária yank levou o mundo à crise! Você está colocando a culpa pelo excesso de liquidez simplesmente na taxa de juros baixíssima quando na verdade o vilão da bolha imobiliária foi a falta de regulação do mercado financeiro do Tio Sam: inexistência de um teto para o alavancamento dos bancos, fundos abutres, etc. Não foram o juros baixos para a população que fuderam tudo, foi a ganância desmetida de alguns, que não se deram por satisfeitos em nos extorquir aqui no 3º mundo com juros altíssimos e resolveram transformar o sistema financeiro em algo mais arriscado do que os cassinos de Las Vegas!! O FED já não tem como usar os juros básicos como instrumento de desvalorização da moeda estadounidense, o compulsório também já foi pro beleleu, o que restou das receitas neoliberais para combater a crise?? Nada! Agora eles decidiram partir pra emissão de papel como política monetária, ou seja, "dedo no olho" como instrumento de política monetária!!
O governo brasileiro está dormindo no ponto, e quem te fala é um petista de carteirinha!!
Sds.
Porém o que vou explicar resumidamente aqui é praticamente um consenso entre os economistas. Ao reduzir artificialmente as taxas básicas de juros nos EUA, o Fed fez com que negócios que antes não eram viáveis se tornarem viáveis. Isso é álgebra elementar. Se o Retorno de um Investimento é MENOR do que a Taxa de Juro, é mais rentável aplicar em Títulos Públicos ou outros Ativos Financeiros do que abrir um negócio. Portanto, ao reduzir as Taxas de Juro, o Fed permitiu que muitos empreendimentos se tornássem viáveis. Porém, no bojo desta política, se criou uma bolha imobiliária porque os preços crescentes dos imóveis (em um período de cinco ou seis anos, os imóveis nos Estados Unidos tiveram apreciação de 100% ou 200%...) incentivaram mais e mais pessoas à investirem em imóveis. Leia-se, pequenos investidores, portanto desmistifica a idéia de que a crise foi criada por conta apenas de mega-especuladores. E estes pequenos investidores tomaram empréstimos realmente arriscados das instituições financeiras tendo como garantia os imóveis então apreciados. Claro, meu imóvel valia US$ 300 Mil, hoje vale US$ 900 mil, portanto isso aumentou significativamente os limites tomados pelos proprietários destes imóveis para investir em outros imóveis. A bolha estoura quando os preços dos imóveis caem, juntamente com a explosão da inadimplência. Só que agora os Bancos somente têm créditos podres lastreados em imóveis desvalorizados.
Não foi uma Crise de Liquidez, mas sim de Solvência. E a raiz desta crise foi a absurda irresponsabilidade do Fed.
É importante destacar, porém, que as Economias Desenvolvidas já viviam há mais de uma década de acefalia econômica, pois existiu um vazio estratégico para suas economias. A Europa preencheu este vazio com o que considero uma fracassada união monetária. E os EUA preencheram este vazio com uma arriscada política expansionista.
Agora, os EUA estão emitindo dóllares. Mas não uns poucos dóllares, mas sim US$ 600 BILHÕES de dóllares, encharcando um mercado mundial já encharcado de liquidez, na esperança de que isso seja a solução para sua combalida, porém dinâmica, economia.
Alerto mais uma vez: nenhum economista sabe onde este caminho vai dar. Agora resta sentar e esperar.