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Re: Geopolítica Energética

Enviado: Qua Out 27, 2010 3:40 pm
por Boss
Todo dia estão achando mais petróleo... :mrgreen: 8-]

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Qua Out 27, 2010 3:56 pm
por joao fernando
Aff, se perfurar, sai

Pra mim, vem desde a Venezuela, estamos nadando em petroleo

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Qui Out 28, 2010 10:06 am
por Marino
Petrobrás abre nova fronteira em SE
Primeiro poço em águas ultraprofundas do Estado encontra condições semelhantes às da Bacia
de Campos, maior produtora do País
Nicola Pamplona e Kelly Lima - O Estado de S.Paulo
A Petrobrás anunciou ontem a descoberta de uma nova fronteira petrolífera no País, em águas
ultraprofundas no litoral de Sergipe. Segundo a empresa, o primeiro poço perfurado encontrou volumes
de petróleo superiores a qualquer descoberta na região. A empresa, porém, diz que é cedo para falar no
potencial. No primeiro poço, encontrou "dezenas de milhões de barris".
A descoberta foi comemorada pela empresa por se tratar de uma área com características
geológicas semelhantes às da Bacia de Campos, maior produtora de petróleo do País, que tem a maior
parte de suas reservas em rocha chamada turbidito. "A Petrobrás é reconhecida como empresa de águas
profundas e fez escola nos turbiditos da Bacia de Campos", comentou o gerente executivo de exploração
da Petrobrás, Mário Carminatti.
A descoberta de petróleo anunciada ontem fica no bloco exploratório SEAL-M-426, a 58
quilômetros da costa de Sergipe. Apesar da pouca distância, a lâmina d"água (distância entre a
superfície e o fundo do mar) na área é de 2,34 mil metros, maior do que a de Tupi, na Bacia de Santos,
que gira em torno dos 2,1 mil metros. O poço ainda está sendo perfurado, em busca de objetivos mais
profundos.
Além da semelhança geológica com a Bacia de Campos, a Petrobrás se animou com a qualidade
do óleo encontrado no poço, que é do tipo leve, semelhante ao do pré-sal, com maior valor de venda no
mercado internacional. A Petrobrás é hoje importador de petróleo leve, que é misturado ao pesado óleo
nacional para maior produção de diesel em suas refinarias.
Águas rasas. Sergipe tem hoje pequena produção de petróleo no mar, na casa dos 8 mil barris
por dia, em campos em águas rasas. O único campo produtor em águas profundas na região é
Piranema, localizado numa lâmina d"água de 800 metros, a 90 quilômetros da nova descoberta. O
projeto, que também tem óleo de boa qualidade, vem sendo usado pela Petrobrás para testar um novo
tipo de plataforma, de casco cilíndrico, que resistiria melhor às oscilações das marés.
A Petrobrás tem duas concessões em águas ultraprofundas na área da descoberta e, segundo
Carminatti, planeja a perfuração de novos poços em consequência da descoberta anunciada ontem. O
compromisso inicial com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) prevê dois novos poços. "Mas não
pretendemos parar por aí. Queremos fazer outras atividades na região", afirmou Carminatti, durante
entrevista para anunciar o início da produção definitiva de Tupi.
"Abrimos uma nova frente exploratória", comemorou o executivo. A empresa inicia no ano que
vem a busca por outra fronteira petrolífera, dessa vez na chamada margem equatorial brasileira, que
compreende os Estados de Ceará, Piauí, Maranhão e Pará. A empresa conclui a avaliação de estudos
sísmicos referentes a blocos na região e inicia, já em 2011, uma campanha de perfuração de poços.
"O triênio 2011/2012/2013 será muito acelerado com relação a perfurações na margem
equatorial brasileira", comentou Carminatti. Para o Ceará, por exemplo, estão previstos pelo menos dois
poços para o ano que vem. A margem equatorial tem pouco histórico de atividade de exploração de
petróleo, por causa do foco da Petrobrás, nas últimas décadas, em ampliar a produção das províncias
petrolíferas da Região Sudeste, em busca da autossuficiência na produção de petróleo.
Atualmente, o Nordeste tem grande atividade petrolífera apenas em terra, em bacias já
exploradas desde antes da descoberta das primeiras reservas gigantes de petróleo na Bacia de Campos.
Sergipe, por exemplo, produz quatro vezes mais petróleo em terra do que no mar, segundo dados
compilados pela ANP, que incluem também a produção de companhias privadas.
Além de Sergipe e Ceará, porém, é crescente a atividade em outras bacias marítimas, como
Pará-Maranhão, onde Petrobrás e OGX têm concessões. Com base em relatório da consultoria DeGolyer
& McNaughton, a empresa de Eike Batista acredita ter reservas em torno de 447 milhões de barris de
óleo equivalente (somado ao gás) em suas cinco concessões naquela bacia.

DESCOBERTAS
Bacia do Parnaíba
A OGX anunciou, no dia 12 de agosto, a descoberta de gás natural em um bloco terrestre na
bacia, no Maranhão, com potencial. Segundo Eike Batista, a região tem potencial para produzir até 15
milhões de metros cúbicos por dia, metade do volume importado da Bolívia.
Bacia do São Francisco
No início de setembro, a Orteng anunciou sua primeira descoberta na bacia mineira, até hoje
com pouca atividade exploratória. Não há dados sobre reservas, mas a companhia demonstrou otimismo
com o sucesso da perfuração. A Petrobrás também prepara poços no local.
Bacia de Sergipe-Alagoas
A Petrobrás anunciou ontem a descoberta em águas profundas na bacia de Sergipe-Alagoas, a
primeira desse tipo na região. Para a empresa, trata-se da mais nova fronteira exploratória do País.

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Qui Out 28, 2010 12:53 pm
por Boss
Dizem que nessa parte mineira da bacia do São Francisco existem reservas gigantes de gás.

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Qui Out 28, 2010 7:17 pm
por Enlil
Atualizado em 28 de outubro, 2010 - 18:44 (Brasília) 20:44 GMT

Lula inaugura primeira plataforma comercial do pré-sal

Júlia Dias Carneiro
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta quinta-feira a primeira estrutura definitiva de produção comercial do campo de petróleo de Tupi, o maior reservatório do pré-sal, na Bacia de Santos.

Na abertura do navio-plataforma Cidade de Angra dos Reis, que permanecerá a 300 quilômetros da costa do Rio, Lula afirmou que o evento marca "o começo de uma nova era" no Brasil.

De acordo com o presidente, as realizações da Petrobras são "a prova mais contundente de que o brasileiro é capaz, de que o brasileiro é inteligente, não é de segunda classe".

"Essa é a razão maior do nosso orgulho, mais do que o carnaval, mais do que o futebol", acrescentou Lula. "A Petrobras é a certeza e a convicção de que este país será uma grande nação."

A plataforma Cidade de Angra dos Reis já está programada para produzir em escala comercial, mas o processo só começa a partir de 2011, após a declaração de comercialidade do reservatório, prevista para 31 de dezembro.

Campanha eleitoral

Prevista inicialmente para dezembro, a inauguração da plataforma a poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais despertou críticas da oposição e de setores que reclamam de uso político da Petrobras.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, lembra que a exploração do petróleo na camada do pré-sal se transformou em tema de discussão no segundo turno da campanha eleitoral.

Mas Pires avalia que, do ponto de vista operacional, a plataforma inaugurada nesta quinta-feira não é uma novidade tão significativa para o setor de petróleo e gás no Brasil.

"Tupi vai produzir de uma forma bastante significativa, espera-se, daqui a dois, três anos. Vai ser de enorme importância", diz o diretor do CBIE.

"Mas ainda há desafios a serem superados em termos de logística e questões ambientais a serem consideradas. Estamos falando de uma fronteira tecnológica", acrescenta.

Operação comercial

Com o início da operação comercial, a partir de janeiro, a produção da plataforma começará a aumentar progressivamente e deve chegar a 75 mil barris diários até o fim de 2011.

Até janeiro, no entanto, a produção deve se restringir a cerca de 15 mil barris por dia. Somada à produção da outra estrutura inaugurada em Tupi em maio de 2008, uma plataforma temporária, isso representa entre 28 e 30 mil barris por dia.

De acordo com Adriano Pires, a quantidade não significa muito para o país, quando comparada com os 2 milhões de barris já produzidos diariamente.

Um dos desafios na exploração do pré-sal é encontrar a melhor solução para o gás que é produzido junto com o petróleo.

Segundo Pires, parte do gás é reinjetado nos poços para produzir mais pressão para a retirada do óleo, mas há limites para essa reinjeção, assim como há limites para a disposição do gás. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) permite que no máximo 500 mil metros cúbicos de gás sejam queimados por dia.

É este limite que atualmente restringe a exploração em Tupi em 15 mil barris por plataforma. A exploração só pode aumentar depois que a Petrobras completar o gasoduto de 216 quilômetros que deve ligar a região ao campo de gás de Mexilhão, de onde poderá ser levado para o continente.

Unidade flutuante

A plataforma Cidade de Angra dos Reis é do tipo FPSO, uma unidade flutuante em forma de navio que produz, armazena e exporta óleo e gás.

A outra unidade existente na região é a FPSO Cidade de São Vicente que, desde 2009, vem coletando entre 14 e 15 mil barris de petróleo ao dia - totalizando 7 milhões de barris até hoje.

A plataforma Cidade de São Vicente, no entanto, não é comercial, e sim uma estrutura construída para permitir que se analise o comportamento do reservatório e da produção. É a partir dos dados coletados com essa exploração inicial que se formulará um relatório técnico a ser apresentado à ANP até o fim do ano, junto com a declaração de comercialidade.

Até então, a exploração da nova unidade também servirá para a coleta de dados sobre a exploração na camada do pré-sal. Os reservatórios são assim chamados por ficarem abaixo da camada de sal, que pode atingir até 2 mil metros de espessura, em profundidades de 5 mil metros ou mais.

O potencial dos reservatórios do pré-sal foi identificado em 2007, e a área de exploração se estende do norte de Santa Catarina até o sul do Espírito Santo.

O reservatório de Tupi é o maior encontrado até agora - estima-se que tenha entre 5 e 8 bilhões de barris.

Entretanto, o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, disse que deve confirmar na sexta-feira o total das reservas do poço de Libra, que pode se transformar no maior do pré-sal.

A consultoria Gaffney, Cline & Associates estima que o poço possa ter 16 bilhões de barris de petróleo.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... s_jc.shtml

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Qui Out 28, 2010 7:21 pm
por Francoorp
Descoberta de grande reserva de óleo na Bacia de Santos deve ser anunciada

Kelly Lima e Nicola Pamplona, da Agência Estado
RIO - A maior descoberta de óleo do Brasil na área de Libra, na Bacia de Santos, deve ser anunciada nesta sexta-feira, 29, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), conforme revelou a Agência Estado. As estimativas, que constam de relatório da consultoria Gaffney Cline & Associates (GCA) - que avaliou para a agência as reservas do pré-sal, inclusive dos blocos usados na cessão onerosa - dão conta de que Libra pode conter entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris.As ações da empresa, que foram negociadas em ligeira queda ao longo do dia, reagiram no final da tarde. A Petrobrás ON fechou em alta de 0,03% e a PN, 0,27%.

Segundo fontes do setor, a perfuração da área atingiu ontem pela manhã o seu alvo, a 6,9 mil metros de profundidade. Foram encontrados indícios líquidos que podem ser óleo. A perfuração no poço de Libra, porém, ainda não chegou ao fim, afirmou há pouco a diretora da agência Magda Chambriard.

A área pertence à União e, caso aprovado o novo marco regulatório, poderá integrar o primeiro leilão pelo novo modelo de partilha. Como operadora única do pré-sal, a Petrobrás já detém 30% das reservas de Libra, como de todas as outras áreas da região do pré-sal.

A área de Libra está localizada próxima dos blocos BS-4, operado pela Shell, e do BM-S-45, operado pela Petrobrás em parceria com a Shell. Fontes acreditam que, se confirmado o tamanho da megareserva, ela pode "vazar" para estes dois blocos.

Ontem, o gerente executivo de Exploração da Petrobrás, Mario Carminatti, confirmou que a companhia está perfurando o bloco BM-S-45, mas que só dentro de um mês poderá ter alguma notícia da área. Ontem, rumores sobre uma nova grande descoberta movimentaram o mercado financeiro e impactaram a cotação das ações da estatal, que tiveram alta de 1,32% (PN), num dia em que o Ibovespa caiu 0,24%.

Este é o segundo poço perfurado pela Petrobrás sob encomenda da ANP na área de Libra. O primeiro deles, visando a cessão onerosa de cinco bilhões de barris da União para a estatal, apresentou problemas técnicos e foi abandonado. Este segundo poço começou a ser perfurado logo em seguida, em julho, e está sendo concluído agora. Libra foi descartada da cessão onerosa quando percebeu-se que lá havia uma reserva gigantesca, disse uma fonte.

O segundo alvo escolhido pela ANP para fazer a perfuração, de acordo com estas fontes, está localizado em área que foi devolvida pela Shell e que fazia parte do bloco BS-4. As estimativas da Gaffney Cline indicaram para o prospecto de Libra um reserva de, no mínimo, 7,9 bilhões de barris de óleo recuperável. Segundo uma fonte que teve acesso ao relatório, esta estimativa considera um volume de óleo recuperável de 13% na área. Ou seja, os oito bilhões de barris citados seriam apenas 13% do total existente na potencial reserva. As estimativas da ANP consideram um porcentual de óleo recuperável entre 13% e 18%, o que permitiria elevar a projeção total para 12 bilhões de barris.

Mesmo esse porcentual é considerado conservador por especialistas, já que a média internacional é de 20%. A própria Petrobrás, ao apontar o volume recuperável estimado de Tupi entre 5 e 8 bilhões de barris, considera que este volume seja equivalente a algo entre 20% e 25% da reserva "in place" (o total de óleo contido em um reservatório, que nunca pode ser integralmente extraído).

Há dois meses, o diretor geral da ANP, Haroldo Lima, chegou a comentar que se confirmado o volume de 8 bilhões de barris de óleo na área, o bônus de assinatura num eventual leilão de partilha de Libra poderia chegar a até R$ 25 bilhões.

Divulgação

O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, afirmou há pouco que pretende divulgar nesta sexta-feira, 29, a confirmação de reservas do poço de Libra, que está sendo perfurado em parceria com a Petrobrás no pré-sal da Bacia de Santos. Lima não quis adiantar detalhes, alegando que a agência precisa ainda coletar últimas informações sobre o poço. Segundo ele, até o momento a agência trabalha com o cenário moderado estipulado pela consultoria Gaffney Cline Associates (GCA), que estima reserva de 7,9 bilhões de barris.

A própria GCA porém, em um cenário otimista que eleva o volume para 16 bilhões de barris. Ele participou da cerimônia de retirada do primeiro óleo definitivo de Tupi.

(Texto atualiado às 18h38)

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Sex Out 29, 2010 1:19 am
por Rodrigoiano
:shock: :shock: Impressionante o pré-sal e pela extensão será que podemos ter as segundas maiores reservas do globo e quiçá as primeiras (tirando áreas internacionais como Antártida e Ártico)? :shock: :shock:

Gde abraço!

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Sex Out 29, 2010 1:28 am
por Sterrius
nah, precisamos aumentar em muito nossas reservas pra chegar perto do que a arabia saudita tem.

O Pré-sal nos garante esse século bem abastecido pelo menos. O que tb deverá ser o ultimo século do petroleo. (com ele decaindo conforme vão achando substitutos economicamente viaveis para seus produtos).

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Sex Out 29, 2010 7:46 pm
por marcelo l.
Excelente texto só coloquei a primeira parte.
http://revistapiaui.estadao.com.br/edic ... e_sal.aspx
Carminatti, aqui não tem óleo, só tem água."

Era um domingo, no final de agosto de 2006. Mario Carminatti, o geólogo-chefe da Petrobras, acabara de tomar o café da manhã em sua casa, em Niterói, e ouvia, atônito e paralisado, a notícia que Gilberto Lima, o gerente-geral de operações exploratórias da companhia, lhe passava pelo telefone. Ao recobrar a fala, Carminatti, um gaúcho de 53 anos, cabelos tendendo ao grisalho, olhos azuis e sotaque carregado, respondeu: "Não é possível, tchê, não faz sentido. Vamos mais fundo nesse poço, tem que ter petróleo aí embaixo."

As horas que se seguiram foram de angústia. Se a perfuração continuasse indicando que o poço RJS-628A, na Bacia de Santos, não tinha óleo, significaria o fracasso de um projeto que começara seis anos antes, demandara milhares de horas de pesquisa e queima-ra milhões de dólares em complexas operações de engenharia.

Na segunda rodada da licitação da Agência Nacional do Petróleo, em 2000, a Petrobras arrematara quatro áreas - chamadas de "blocos" nos meios petrolíferos - na Bacia de Santos, que era quase desconhecida pelos geólogos. Para obtê-los, a empresa se associara à British Gas, à portuguesa Petrogal, à espanhola Repsol-YPF e à americana Chevron. Juntas, elas desembolsaram 285 milhões de dólares. Com uma participação de mais de 60% no negócio, a companhia brasileira entrara com a maior parte dos recursos.

Com as descobertas dos campos gigantes de Marlim e Roncador, na Bacia de Campos, na década de 90, Santos ficara abandonada. O desinteresse se justificava, ademais, pela incerteza de ali haver óleo: os estudos preliminares não haviam sido animadores. Com o fim do ciclo de descobertas na Bacia de Campos, a Petrobras tinha que recompor suas reservas de 14 bilhões de barris. Só então a Bacia de Santos surgiu como alternativa de prospecção.

Dirigida na época pelo economista Henri Philippe Reichstul, a estatal encomendou um programa de dados sísmicos em três dimensões - o maior desenvolvido até então no mundo - para mapear a área de 20 mil quilômetros quadrados dos quatro blocos. Por meio de explosões que emitiram ondas sísmicas, os aparelhos de 3D instalados em navios-plataforma produziram imagens do fundo do mar. O programa levou dois anos até gerar dados que pudessem ser interpretados pelos geólogos da companhia.

As imagens captadas revelaram a existência de grandes elevações sob uma extensa camada de sal - em teoria, elas poderiam ser reservatórios de petróleo. "As evidências eram muito boas", contou Carminatti durante uma conversa em sua sala, na sede da Petrobras, no centro do Rio. "As imagens indicaram a existência de alguns dados vitais: uma rocha geradora de petróleo, com uma rota fí-sica por onde ele pudesse passar; uma rocha-reservatório, onde o óleo pudesse se acumular; uma rocha que pudesse aprisioná-lo e, por fim, um selo fechando toda essa estrutura. E não poderia haver selo melhor do que uma camada de 2?quilômetros de sal."

Em fevereiro de 2003, a elite dos técnicos da empresa - um grupo de vinte geólogos, geocientistas e engenheiros - reuniu-se a portas fechadas para ouvir as conclusões do estudo. Carminatti informou-lhes que havia a possibilidade de existir grande quantidade de petróleo na região. Mas isso só poderia ser comprovado com a perfuração dos poços, o que gerava dois problemas descomunais. Primeiro, as áreas com potencial ficavam entre 5 e 7 mil metros de profundidade. E o máximo que a Petrobras havia atingido era uma profundidade de 1 886 metros - o que já era um recorde mundial. Em segundo lugar, tratava-se de buscar petróleo em rochas desconhecidas, que estavam ali há 120 milhões de anos, antes mesmo de serem cobertas pelo mar e de o sal ter se acumulado sobre elas.

Cabia àquele punhado de técnicos analisar, de início, se valia a pena dar continuidade ao projeto. A companhia estaria disposta a investir milhões de dólares num projeto novo e sem garantia de haver petróleo? Decidido o prosseguimento, seria necessário definir a prioridade na exploração - ou seja, dos quatro blocos adquiridos, qual seria prospectado primeiro, com base nos estudos sísmicos.

Havia, por fim, uma questão legal. Pelas regras da Agência Nacional do Petróleo, a ANP, as empresas que adquiriram blocos em leilão tinham um prazo para estudar os dados obtidos com os levantamentos sísmicos. Feito isso, deveriam optar ou não pela sua exploração, mas podiam permanecer com no máximo 50% das áreas, devolvendo o restante para a Agência. E era aquele grupo que teria que indicar as áreas a serem devolvidas. "Tudo isso gerou uma ansiedade muito grande", lembrou Carminatti. "Todo o nosso conhecimento geológico estava sendo posto em xeque. Um erro de avaliação poderia causar pesados prejuízos à Petrobras e a seus parceiros."

Àquela reunião seguiram-se inúmeras outras, cada vez mais tensas. Parte do grupo achava um delírio perfurar a mais de 5 mil metros de profundidade, numa área desconhecida. "Não era só a questão de se haveria ou não o óleo, mas se teríamos equipamentos para descer a tal profundidade e como se comportaria a camada de 2 quilômetros de sal, que nenhuma empresa no mundo jamais ousara atravessar", disse Carminatti. O grupo não chegou a um consenso. A posição majoritária, de continuar com o projeto, foi levada a Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras.

Guilherme Estrella é um geólogo de 66 anos, cujo rosto rechonchudo e a calva lhe conferem um aspecto bonachão. A imagem de sujeito pacato, avesso a celeumas, se desmancha logo que começa a falar sobre o pré-sal. No final de outubro, ele me recebeu em sua ampla sala, no 18º andar do prédio da Petrobras, de onde se tem uma bela vista para as montanhas de Santa Teresa. "Muita gente fala que tivemos sorte. Sorte uma ova", disse. "O pré-sal é resultado do estabelecimento de metas exploratórias, da exploração de petróleo na ponta da broca, sem saber
cont

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Sáb Out 30, 2010 6:14 pm
por Francoorp
30 de outubro de 2010 | N° 8975

Diário Catarinense

Megajazida pode dobrar atuais reservas do Brasil

ANP divulga que poço de Libra tem de 3,7 bilhões a 15 bilhões de barris de petróleo recuperável
A área de Libra tem o potencial de dobrar as atuais reservas brasileiras de petróleo e gás. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o local tem de 3,7 bilhões a 15 bilhões de barris de óleo equivalente e, se confirmar o teto no futuro, será a maior descoberta já feita na região até o momento.

Em nota, a agência afirmou ser “importante destacar que somente este prospecto de Libra pode vir a ter um volume de óleo recuperável superior às atuais reservas provadas brasileiras, próximas de 14 bilhões de barris de petróleo”.

O poço situa-se a 183 quilômetros da costa fluminense, em lâmina d’água (distância do nível do mar até o fundo) de 1.964 metros.

Até o momento, a profundidade atingida é de 5.410 metros, com 22 metros perfurados no pré-sal. Deve chegar a cerca de 6,5 mil metros no início de dezembro.

O relatório da certificadora Gaffney Cline, que fez o estudo a pedido da ANP, aponta que o mais provável é de que a área de Libra tenha 7,9 bilhões de barris, baseado num fator de recuperação de 25%. A área de Tupi, também no pré-sal da Bacia de Santos, tem reservas estimadas de 5 bilhões a 8 bilhões de petróleo e gás. Em comunicado, a ANP ressalta que a descoberta “valoriza enormemente o patrimônio da União”.

Mas no mercado financeiro a atitude da ANP foi criticada. O presidente da agência, Haroldo Lima, vazou a informação na tarde de quinta-feira, em pleno funcionamento da bolsa de valores, de que a área de Libra poderia ter até 16 bilhões de barris.

Como se tratava da última semana antes da eleição, analistas esperavam a qualquer momento um anúncio capaz de impulsionar as ações da Petrobras. Segundo Erick Scott, da corretora SLW, havia a especulação de que a Petrobras – e não a ANP – iria divulgar uma descoberta ainda maior do que Tupi.

Os papéis PN (sem voto) subiram 1,49% na segunda, 5,2% na terça e 1,31% na quarta. Ontem, no dia do anúncio, recuaram 1,56%.

Para Heloisa Bedicks, superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), as autoridades do setor público deveriam ter bom senso antes de fazer declarações sobre informações sigilosas.

– Assistimos neste ano a vários ruídos envolvendo estatais. Parece que as pessoas não entendem que uma determinada declaração, enquanto o mercado está aberto, pode provocar um rebuliço. Falta um pouco de profissionalismo e de bom senso.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarin ... ection=129

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Sáb Out 30, 2010 8:52 pm
por Left Hand of God
Boss escreveu:Dizem que nessa parte mineira da bacia do São Francisco existem reservas gigantes de gás.
Bah, isso é nada. Só hoje eu soltei gases o suficiente pra iluminar São Paulo por uma semana.

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Sáb Out 30, 2010 10:17 pm
por Boss
Então a Petrobras já pode instalar os canos aí... :mrgreen: :lol:

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Sáb Out 30, 2010 10:22 pm
por suntsé
Boss escreveu:Então a Petrobras já pode instalar os canos aí... :mrgreen: :lol:
esse boss sempre provocador [003] [003] [003]

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Dom Out 31, 2010 12:47 am
por Pedro Gilberto
Não sei se já postaram isso em outro tópico mas segue a notícia.
Hillary recebeu garantia da China sobre terras-raras
30 de outubro de 2010 • 10h45

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, recebeu neste sábado garantias do chefe da diplomacia chinesa, Yang Jiechi, sobre a política de exportação de terras-raras da China.

"Hillary Clinton pediu explicações sobre a política do governo chinês a respeito da exportação de terras-raras e recebeu garantias", disse uma fonte da delegação americana que pediu anonimato.

A China tem sido acusada, especialmente pelo Japão, de restringir o acesso a estes minerais, fundamentais para as indústrias modernas, em particular a eletrônica e a de automóveis. O país possui a terceira maior reserva mundial de terras-raras, mas 97% deste grupo de 17 minerais vendidos ano passado eram de origem chinesa.

http://economia.terra.com.br/noticias/n ... P_79361712
[]´s

Re: Geopolítica Energética

Enviado: Dom Out 31, 2010 5:51 pm
por Left Hand of God
Boss escreveu:Então a Petrobras já pode instalar os canos aí... :mrgreen: :lol:
No aguardo. :oops: