A Questão Indigena
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Re: A Questão Indigena
Novamente, neste caso, temos uma agressão com a participação direta da igreja católica e de ONGS ligada aos indios. O encontro foi feito pelo bispo da região que convidou um representante da Eletrobras. Porém, ao mesmo tempo, levaram um bando de indios já preparado para agredir o representante da Eletrobras. Ou seja, em nenhum momento os organizadores preocuparam-se em garantir a segurança do engenheiro.
saudaçõpes
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Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
Re: A Questão Indigena
Bom, se alguma região indigina, a Raposa Terra do Sol por exemplo, se declarar independente o que acontece? Eles teriam reconhecimento internacional?
Nó tomariamos no c* ou o Brasil poderia fazer algo?
Nó tomariamos no c* ou o Brasil poderia fazer algo?
- Clermont
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Re: A Questão Indigena
Acabei de assistir na TV ao bispo Dom Erwin Kräutler, presidente do Conselho Indigenista Missionário afirmar que o "culpado" pelo "incidente" foi o próprio funcionário da Eletrobrás. Segundo o sagrado representante de Deus na Terra, a vítima devia ter interrompido a sua palestra, "à primeira vaia dos índios".
É isso aí. Se um índio te vaiar, feche o bico, se não, o facão vai comer...
Já é a terceira vez - tanto quanto eu me lembre - que assisto a um representante da Igreja Católica defender a prática de violência física. As outras duas ficaram por conta daquele Dom Tomás Balduíno, da Pastoral da Terra, quando defendeu a queima de uma propriedade agrícola pelo MST e a invasão e depredação do Congresso, algum tempo atrás.
Curioso é que não se trata de gente do baixo-clero, algum fradeco ou padreco, qualquer, mas de bispos. E, de novo, não se vê qualquer ação de nenhuma autoridade, seja secular ou religiosa para conter tais incentivos à violência.
Eu queria ver se, algum pastor da Igreja Universal tivesse, de público, defendido alguma ação violenta de fazendeiros para defender suas propriedades, sob ataque do MST ou de índios. Aposto que, de toda parte, saíriam gente da justiça, do Ministério Público e o escambau, brandindo artigos do Código Penal exigindo seu linchamento sumário, por "incentivar a violência". Mas, para o alto-clero da Igreja Católica, silêncio absoluto.
Agressões, seqüestros, invasões, ocupações de reitorias, por índios, sem-terras, universitários... Mas que belezinha de democracia estamos construíndo, né não?
É isso aí. Se um índio te vaiar, feche o bico, se não, o facão vai comer...
Já é a terceira vez - tanto quanto eu me lembre - que assisto a um representante da Igreja Católica defender a prática de violência física. As outras duas ficaram por conta daquele Dom Tomás Balduíno, da Pastoral da Terra, quando defendeu a queima de uma propriedade agrícola pelo MST e a invasão e depredação do Congresso, algum tempo atrás.
Curioso é que não se trata de gente do baixo-clero, algum fradeco ou padreco, qualquer, mas de bispos. E, de novo, não se vê qualquer ação de nenhuma autoridade, seja secular ou religiosa para conter tais incentivos à violência.
Eu queria ver se, algum pastor da Igreja Universal tivesse, de público, defendido alguma ação violenta de fazendeiros para defender suas propriedades, sob ataque do MST ou de índios. Aposto que, de toda parte, saíriam gente da justiça, do Ministério Público e o escambau, brandindo artigos do Código Penal exigindo seu linchamento sumário, por "incentivar a violência". Mas, para o alto-clero da Igreja Católica, silêncio absoluto.
Agressões, seqüestros, invasões, ocupações de reitorias, por índios, sem-terras, universitários... Mas que belezinha de democracia estamos construíndo, né não?
- Pablo Maica
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Re: A Questão Indigena
Pelo amor de deus... a pau devia ter comido naquela indiada... tah ai mais uma cobra criada... deram liberdade demias agora é assim os indios pintam e bordam pq sabem que tem a funai e a igreja pra defende-los... o episodio que foi mostrado hoje foi o cumulo!!!
PM... PF... todo mundo la e ficaram só assistindo... e a eles eu dou meu parabéns pelo papelão de idiotas que fizeram.
Eu socava a parede assintindo aquilo!!! Aquela india deveria ter tomado uns bons tapas na cara... e aquela corja tambem... mas é bom que assim todo mundo fica sabendo quem realmente são eles e suas praticas de selvageria.
Foda-se se estavam aqui quando os portugueses chegaram... isso chama-se evolução... o povo mais evoluido busca e conquista novas terras, o menos evoluido se adapta a isso... é a seleção natural.
Nasci neste pais e sou tão dono desta terra quanto qualquer indio.
Um abraço e t+
PM... PF... todo mundo la e ficaram só assistindo... e a eles eu dou meu parabéns pelo papelão de idiotas que fizeram.
Eu socava a parede assintindo aquilo!!! Aquela india deveria ter tomado uns bons tapas na cara... e aquela corja tambem... mas é bom que assim todo mundo fica sabendo quem realmente são eles e suas praticas de selvageria.
Foda-se se estavam aqui quando os portugueses chegaram... isso chama-se evolução... o povo mais evoluido busca e conquista novas terras, o menos evoluido se adapta a isso... é a seleção natural.
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- Vinicius Pimenta
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Re: A Questão Indigena
Que vergonha, que absurdo! Esses índios têm que ser presos! Lei de imbecil que eles são inimputáveis. São brasileiros e ponto. Se não quiserem ser, que vão para a Guiana!
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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- Túlio
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Re: A Questão Indigena
Tudo isso tem jeito de ser parte de um plano bem maior, que está sendo lenta e seguramente executado...
E nada de nukes...
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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- faterra
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Re: A Questão Indigena
A Consitituição Brasileira de 1988 é cheia de equívocos que devem ser revistos com urgência. Dentre esses graves equívocos está a questão indígena.
É louvável a postura do segmento maçônico em prol de uma visão mais patriótica das nossas questões nacionais. Este exemplo deveria se alastrar entre os diversos segmentos de nossas entidades, principalmente, as jornalísticas.
O que o índio precisa de fato, mais do que reserva demarcada, é de um projeto sério que lhe assegure, sem violentar seus valores religiosos e culturais, uma integração gradual e constante à civilização. Semelhante ao que aconteceu e acontece nos EUA.
Desse modo, o índio será considerado não como um selvagem, um aculturado, condenado ao perpétuo atrazo e o que é pior, na condição de um simples componente de um vasto jardim zoológico, para o deleite dos ditos "povos civilizados", e sim como um brasileiro protegido por uma Constituição realmente séria.
Não deveria existir nenhuma reserva dentro desse país que não fosse de inteira propriedade do Brasil e dos brasileiros, onde todo cidadão, quer seja índio, branco ou negro, tenha livre trânsito para ir e vir, respeitando-se apenas os direitos normais da propriedade superficiária, assegurados pela Constiruição. Demais direitos, tais como de lavra e outros continuariam sendo concedidos por liberalidade, caso a caso, dentro das normas vingentes.
O povo precisa ser mobilizado, mediante uma liderança de órgãos de classes como a Maçonaria, OAB, Federeções de Indústria e Comércio do país, entidades religiosas sérias, etc, no sentido de se posicionar e exigir medidas concretas do governo de modo a inibir ações pretenciosas de países ditos "do primeiro mundo" no sentido de internacionalizar as nossas riquezas minerais, vegetais e animais.
É necessário, portanto que haja divulgação e aderência em todos os níveis sociais do país desse sentimento cívico, contrário à essa vontade gananciosa de países "do primeiro mundo" que já esauriram todas as suas riquezas naturais e que não suportam a possibilidade que temos de nos alavancarmos e tornarmo-nos um país de fato independente, soberano e rico.
Precisamos urgentemente nos unir à voz lúcida do General Augusto Heleno e de outros patriotas competentes. Se dependermos única e somente do governo, considerando-se os três poderes, só teremos decepções colocando em risco a soberania nacional. Os ocupantes dos três poderes, anteriores e atuais, salvo poucas e honrosas exceções, sempre se encontraram totalmente alienados, agindo com irresponsabilidade e extrema lentidão em assunto de segurança nacional.
Os modernos princípos de gerência, indicam que não se pode agir unicamente com democracia em situações de incêndio, nestes casos, nenhuma. Esse fogo precisa ser apagado, imediatamente, custe o que custar.
É louvável a postura do segmento maçônico em prol de uma visão mais patriótica das nossas questões nacionais. Este exemplo deveria se alastrar entre os diversos segmentos de nossas entidades, principalmente, as jornalísticas.
O que o índio precisa de fato, mais do que reserva demarcada, é de um projeto sério que lhe assegure, sem violentar seus valores religiosos e culturais, uma integração gradual e constante à civilização. Semelhante ao que aconteceu e acontece nos EUA.
Desse modo, o índio será considerado não como um selvagem, um aculturado, condenado ao perpétuo atrazo e o que é pior, na condição de um simples componente de um vasto jardim zoológico, para o deleite dos ditos "povos civilizados", e sim como um brasileiro protegido por uma Constituição realmente séria.
Não deveria existir nenhuma reserva dentro desse país que não fosse de inteira propriedade do Brasil e dos brasileiros, onde todo cidadão, quer seja índio, branco ou negro, tenha livre trânsito para ir e vir, respeitando-se apenas os direitos normais da propriedade superficiária, assegurados pela Constiruição. Demais direitos, tais como de lavra e outros continuariam sendo concedidos por liberalidade, caso a caso, dentro das normas vingentes.
O povo precisa ser mobilizado, mediante uma liderança de órgãos de classes como a Maçonaria, OAB, Federeções de Indústria e Comércio do país, entidades religiosas sérias, etc, no sentido de se posicionar e exigir medidas concretas do governo de modo a inibir ações pretenciosas de países ditos "do primeiro mundo" no sentido de internacionalizar as nossas riquezas minerais, vegetais e animais.
É necessário, portanto que haja divulgação e aderência em todos os níveis sociais do país desse sentimento cívico, contrário à essa vontade gananciosa de países "do primeiro mundo" que já esauriram todas as suas riquezas naturais e que não suportam a possibilidade que temos de nos alavancarmos e tornarmo-nos um país de fato independente, soberano e rico.
Precisamos urgentemente nos unir à voz lúcida do General Augusto Heleno e de outros patriotas competentes. Se dependermos única e somente do governo, considerando-se os três poderes, só teremos decepções colocando em risco a soberania nacional. Os ocupantes dos três poderes, anteriores e atuais, salvo poucas e honrosas exceções, sempre se encontraram totalmente alienados, agindo com irresponsabilidade e extrema lentidão em assunto de segurança nacional.
Os modernos princípos de gerência, indicam que não se pode agir unicamente com democracia em situações de incêndio, nestes casos, nenhuma. Esse fogo precisa ser apagado, imediatamente, custe o que custar.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
- Paisano
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Re: A Questão Indigena
OAB: Lei não concede habeas corpus para índio praticar crime
Fonte: http://www.odia.com.br
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Belém (PA) - O ataque dos índios a um funcionário da Eletrobrás em Altamira, no Pará, trouxe à tona a discussão sobre a imputabilidade dos índios, prevista na Constituição brasileira. O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, falou à Rádio Jovem Pan AM, de São Paulo, sobre o assunto.
“É bom que não se aproveite do episódio para criminalizar a luta pela sobrevivência que os índios têm. Mas individualmente falando, quando um índio comete um ato de violência, ele também deve responder por esse ato. Não há imunidade de nenhum cidadão para cometer atos delituosos”, disse.
Cezar Britto afirmou que ninguém tem, no Brasil, habeas corpus preventivo para a prática de crime. Ele fez questão de ressaltar a diferença entre a luta coletiva e correta dos índios com atos isolados praticados por alguns deles. Em um caso como o que ocorreu em Altamira, é preciso observar o Estatuto do Índio.
“A legislação trata diferente as pessoas que são diferentes, mas não concede o habeas corpus para ninguém praticar crime”, finaliza.
- Plinio Jr
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Re: A Questão Indigena
O futuro é sombrio meu amigo....infelizmente não pode-se ver diferente disto....Túlio escreveu:Tudo isso tem jeito de ser parte de um plano bem maior, que está sendo lenta e seguramente executado...
E nada de nukes...
¨Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão ¨- Eça de Queiroz
- Clermont
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Re: A Questão Indigena
Alguém sabe se aquele cacique Paulinho Paiakã, condenado pelo estupro de uma brasileira, lá pelos anos 90, realmente, cumpriu pena na prisão?
- faterra
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Re: A Questão Indigena
Pode até ser que alguém sabe, tenha a paciência de garimpar nos meios noticiosos. Mas os fatos são narrados e explorados no momento do acontecido, no calor da revolta. Um dia, uma semana, um mês depois, cai no esquecimento. Quem deveria dar seqüência ao desdobramento dos fatos, cala-se, mundando o assunto. Em um país, fértil em criar notícias todos os dias e em todas as horas, fica fácil para o mais antigo cair no esquecimento. A não ser em casos como os dos Nardonis, em que a tragédia virou comoção nacional. Este, por sinal, resguardando-se a tragédia, virou um pé no saco. E só vão parar de falar após o enterro do pai e da mãe da vítima.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
- PQD
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Re: A Questão Indigena
Os índios e a ordem pública
A agressão a um engenheiro da Eletrobrás, que foi ferido a socos e golpes de facão por um grupo de caiapós ao final de uma palestra realizada em Altamira sobre a construção de uma usina hidrelétrica no Pará, é mais uma demonstração de como o problema da responsabilização jurídica dos índios por seus atos vem sendo tratado no País. No passado eles eram classificados pela legislação como inimputáveis, ao lado dos pródigos e dos loucos. Mas, graças às pressões de ONGs e entidades religiosas, com a Constituição de 88 os índios conseguiram até o direito de ingressar em juízo para defender seus interesses.
Isso criou uma zona cinzenta, do ponto de vista jurídico, a ponto de os tribunais terem de exigir perícias ou laudos antropológicos para saber se índios acusados de atos violentos estão integrados à sociedade e à chamada “comunhão nacional”, podendo ou não ser enquadrados no Código Penal. Do ponto de vista dos índios, a tendência é invocar, conforme a conveniência, a aculturação, a integração à vida social e “os benefícios da legislação comum” ou os usos, as tradições, os costumes tribais e as demais “peculiaridades inerentes à sua condição”, como prevê a Lei 6.001/73.
É à luz dessas considerações que se deve avaliar o que ocorreu em Altamira, ao término do encontro Xingu Vivo, e vem acontecendo em outras regiões do País, com a conversão de funcionários do poder público em reféns. Com a presença de autoridades do Ibama, da Funai, do setor elétrico e líderes ambientalistas, a reunião de Altamira foi organizada pela arquidiocese local e pelo Instituto Socioambiental para debater o impacto ambiental da construção da Hidrelétrica de Belo Monte. O projeto existe há 20 anos e se tornou a grande aposta do governo federal para dar continuidade à expansão do parque gerador de energia, após a licitação das usinas do Rio Madeira.
No debate, o cacique Tembetoén, da Aldeia Cachoeira Seca, foi aplaudido pelas mil pessoas presentes ao afirmar que a barragem de Belo Monte “vai trazer poluição, doença e miséria”. Em sua intervenção, o engenheiro Paulo Rezende, da Eletrobrás, refutou o cacique, criticou líderes ambientalistas, lembrou que a área a ser alagada já foi reduzida de 1.200 km² para 400 km², com o objetivo de evitar o deslocamento das reservas indígenas, e defendeu o direito da população de ter mais energia. “Em 2017, haverá cerca de 204 milhões de brasileiros. Se a energia da Região Sudeste acabar, a gente manda a energia gerada por Belo Monte para lá”, disse ele, antes de ser agredido e ferido pelos caiapós. O contingente da PM no local nada fez para protegê-lo, os técnicos da Eletrobrás registraram queixa e a empresa distribuiu nota exigindo que os responsáveis pela agressão sejam processados.
Horas antes do incidente em Altamira, a Rodovia Bauru-Marília (SP-294) foi bloqueada durante três horas e meia por 200 índios e 4 funcionários da Funai foram convertidos em reféns na Aldeia Teraguá, na Reserva Indígena de Araribá, na cidade de Avaí, em São Paulo. Segundo o cacique Anildo Lulu, os reféns somente serão libertados se a Funai voltar atrás na decisão de transferir de Bauru para Itanhaém o seu escritório regional. O cacique acusou a Funai de tentar “acabar com a cultura do povo indígena” e alegou que o confinamento dos quatro funcionários foi a forma encontrada pelos índios da região para “alertar a sociedade” e “negociar com a entidade”. Durante o bloqueio da estrada, os policiais rodoviários tiveram de obter dos índios autorização para a passagem de ambulâncias, de um carro funerário, de um veículo que transportava córneas para transplante e do caminhão que levava o almoço para a cadeia de Avaí, onde os presos ameaçavam deflagrar uma rebelião por falta de comida. “Se somos representantes de um povo, exigimos respeito”, disse o cacique.
Essa falta de limite é cada vez mais recorrente nas manifestações dos indígenas. Evidentemente, eles têm o direito de defender seus interesses, mas nada justifica a violência e o desrespeito à ordem estabelecida que vão se tornando a principal característica de seus protestos.
A agressão a um engenheiro da Eletrobrás, que foi ferido a socos e golpes de facão por um grupo de caiapós ao final de uma palestra realizada em Altamira sobre a construção de uma usina hidrelétrica no Pará, é mais uma demonstração de como o problema da responsabilização jurídica dos índios por seus atos vem sendo tratado no País. No passado eles eram classificados pela legislação como inimputáveis, ao lado dos pródigos e dos loucos. Mas, graças às pressões de ONGs e entidades religiosas, com a Constituição de 88 os índios conseguiram até o direito de ingressar em juízo para defender seus interesses.
Isso criou uma zona cinzenta, do ponto de vista jurídico, a ponto de os tribunais terem de exigir perícias ou laudos antropológicos para saber se índios acusados de atos violentos estão integrados à sociedade e à chamada “comunhão nacional”, podendo ou não ser enquadrados no Código Penal. Do ponto de vista dos índios, a tendência é invocar, conforme a conveniência, a aculturação, a integração à vida social e “os benefícios da legislação comum” ou os usos, as tradições, os costumes tribais e as demais “peculiaridades inerentes à sua condição”, como prevê a Lei 6.001/73.
É à luz dessas considerações que se deve avaliar o que ocorreu em Altamira, ao término do encontro Xingu Vivo, e vem acontecendo em outras regiões do País, com a conversão de funcionários do poder público em reféns. Com a presença de autoridades do Ibama, da Funai, do setor elétrico e líderes ambientalistas, a reunião de Altamira foi organizada pela arquidiocese local e pelo Instituto Socioambiental para debater o impacto ambiental da construção da Hidrelétrica de Belo Monte. O projeto existe há 20 anos e se tornou a grande aposta do governo federal para dar continuidade à expansão do parque gerador de energia, após a licitação das usinas do Rio Madeira.
No debate, o cacique Tembetoén, da Aldeia Cachoeira Seca, foi aplaudido pelas mil pessoas presentes ao afirmar que a barragem de Belo Monte “vai trazer poluição, doença e miséria”. Em sua intervenção, o engenheiro Paulo Rezende, da Eletrobrás, refutou o cacique, criticou líderes ambientalistas, lembrou que a área a ser alagada já foi reduzida de 1.200 km² para 400 km², com o objetivo de evitar o deslocamento das reservas indígenas, e defendeu o direito da população de ter mais energia. “Em 2017, haverá cerca de 204 milhões de brasileiros. Se a energia da Região Sudeste acabar, a gente manda a energia gerada por Belo Monte para lá”, disse ele, antes de ser agredido e ferido pelos caiapós. O contingente da PM no local nada fez para protegê-lo, os técnicos da Eletrobrás registraram queixa e a empresa distribuiu nota exigindo que os responsáveis pela agressão sejam processados.
Horas antes do incidente em Altamira, a Rodovia Bauru-Marília (SP-294) foi bloqueada durante três horas e meia por 200 índios e 4 funcionários da Funai foram convertidos em reféns na Aldeia Teraguá, na Reserva Indígena de Araribá, na cidade de Avaí, em São Paulo. Segundo o cacique Anildo Lulu, os reféns somente serão libertados se a Funai voltar atrás na decisão de transferir de Bauru para Itanhaém o seu escritório regional. O cacique acusou a Funai de tentar “acabar com a cultura do povo indígena” e alegou que o confinamento dos quatro funcionários foi a forma encontrada pelos índios da região para “alertar a sociedade” e “negociar com a entidade”. Durante o bloqueio da estrada, os policiais rodoviários tiveram de obter dos índios autorização para a passagem de ambulâncias, de um carro funerário, de um veículo que transportava córneas para transplante e do caminhão que levava o almoço para a cadeia de Avaí, onde os presos ameaçavam deflagrar uma rebelião por falta de comida. “Se somos representantes de um povo, exigimos respeito”, disse o cacique.
Essa falta de limite é cada vez mais recorrente nas manifestações dos indígenas. Evidentemente, eles têm o direito de defender seus interesses, mas nada justifica a violência e o desrespeito à ordem estabelecida que vão se tornando a principal característica de seus protestos.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
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Re: A Questão Indigena
lembra-se a todo momento do "massacre do eldorado dos carajás", mas ninguem comenta mais o massacre dos garimpeiros (((((30))))) mortos a golpes de facão, machado, borduna e outras armas pelos indios. Quem ainda lembra disso? Eu lembro como se fosse ontem...
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Re: A Questão Indigena
Só gostaria de saber se os índios que estavam nesta "palestra" armada são índios de fato. Mas, mesmo se fossem, os que praticaram tal crime não podem ficar impunes. Eles sabiam muito bem, e com que gravidade, o que estavam fazendo. As autoridades policiais presentes nesta armação deveriam ter agido, senão preventivamente, ao menos corretivamente.
O governo deveria retirar urgentemente todas as missões religiosas e/ou ONGs presentes na Amazônia junto aos índios.
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Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: A Questão Indigena
Realmente, eu tive "paciência" para garimpar no Google, antes de perguntar. Aliás, via de regra, sempre faço isso. Infelizmente, nada achei, daí a minha pergunta. Sei que o índio foi condenado, mas não lembro se foi, mesmo, enfiado à força dentro de uma cela, ou se algum brilhante causídico cavucou um desses maravilhosos instrumentos jurídicos que tanto ajudam todo tipo de criminoso no Brasil a escapar do merecido castigo.faterra escreveu:Pode até ser que alguém sabe, tenha a paciência de garimpar nos meios noticiosos.
Por falar nisso, excelente lembrança de PQD sobre o massacre dos garimpeiros. Eu mesmo já nem mais me recordava do fato. A verdade, "políticamente correta", é que se alguém ficar relembrando o massacre dos garimpeiros por índios, da forma como a mídia e as esquerdas gostam de relembrar Eldorado (sem, jamais, mencionar a atitude criminosa das lideranças do MST de terem atiçado aqueles infelizes contra a PM), essa pessoa, será massacrada como "anti-indígena", "racista" e outros termos mais.