Submetida por: 2º Grupamento Logístico de Fuzileiros Navais.
Escrito pelo cabo Matthew K. Hacker
BASE DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS DE CAMP LEJEUNE, Carolina do Norte (8 de março de 2006) – “No início foi duro, porque eles não olhavam para mim como um fuzileiro naval,” diz a cabo Christine DeCaprio, uma escrevente administrativa, sobre se encaixar dentro de um grupo de polícia totalmente masculino, no Iraque. “Mas, quando eu peguei ela [a metralhadora pesada cal .50) eles mudaram de idéia.”
Esse evento deu o tom para os próximos dez meses para DeCaprio, no deserto com a Companhia “B”, 2º Batalhão de Polícia Militar de Fuzileiros Navais, 2º Grupamento Logístico.
Ser a única mulher num pelotão totalmente masculino, se mostrou difícil nos estágios iniciais do desdobramento, mas a determinação de DeCaprio, em breve, lhe rendeu o respeito que ela merecia quando seu grupo de polícia a escolheu como líder de esquadra, na graduação de cabo-arvorado (Lance-Corporal).
Ser líder de esquadra significava que ela tinha um papel modelar. Alguém que a esquadra olhava em busca de direção. Alguém que seus fuzileiros navais precisavam para ter confiança durante as operações, quer elas fossem humanitárias, ou de combate.
Uma situação que se motrou um teste para as habilidades de DeCaprio e a obediência dos fuzileiros navais dela, foi um ataque com dispositivo explosivo improvisado contra um comboio, fora de Camp Taqaddum, Iraque.
“Eu viajava na segunda viatura de reconhecimento com um motorista e um atirador na torreta, quando, repentinamente, a viatura na nossa frente explodiu,” disse DeCaprio. “Imediatamente, disse para o meu motorista para tomar a posição deles. Uma vez que chegamos, ordenei ao meu atirador para fornecer segurança e meu motorista para monitorar o rádio, enquanto eu corria para ver se os navais estavam bem.”
Dois dos navais pareciam bem, apenas sofrendo cortes e contusões menores, mas DeCaprio notou que o outro fuzileiro naval parecia muito desorientado, de acordo com ela. Ela correu para eles e providenciou primeiros-socorros para os navais, mas logo compreendeu que o fuzileiro desorientado precisava de evacuação médica.
“Eu corri de volta para minha viatura e agarrei o rádio,” continua. “Eu chamei pelo MEDEVAC (Evacuação Médica, ou Medical Evacuation) e eles foram bem rápidos. Eu os ajudei a levar o fuzileiro à salvo para o helicóptero, enquanto os outros dois entravam em nossa viatura. Uma vez que o helo se foi, nós aceleramos através da zona de abate e lideramos o resto do comboio para fora da área de perigo.”
Suas ações durante o ataque, logo chamaram a atenção de vários membros de seu pelotão de polícia, incluindo sua oficial-comandante, capitão Lisa M. Souders.
“DeCaprio possui uma conduta tranqüila e modos incrivelmente calmos, mas ela vai atrás do que ela quer,” disse a capitão Souders. “Alguns podem confundir seu comportamento calmo com passividade, mas eles estão enganados.”
Ela também demonstrou adaptabilidade, uma prontidão para aprender e, acima de tudo, profissionalismo, de acordo com Souders. Devido ao elevado tempo operacional da unidade, eles estão sempre em constante necessidade de reforços.
“DeCaprio preencheu uma de nossas muitas lacunas e o fez muito bem,” adicionou Souders. “E embora ela estivesse conosco por alguns meses, ela era um membro integral de nossa companhia.”
Em adição ao seu voluntariado para o desdobramento, ela também levantou a mão quando indagada sobre assumir vários deveres adicionais no Iraque. Um exemplo foi quando sua companhia precisou de uma mulher para guardar e tratar uma prisioneira *.
“Eu fui para Camp Al Asad para atender essa prisioneira, porque ela não estava respondendo aos fuzileiros navais homens,” disse DeCaprio. “Eu tive de preparar uma área privativa para ela, lhe trazer comida e impedi-la de se ferir, por três ou quatro semanas. Definitivamente, foi uma experiência.”
Em setembro de 2005, DeCaprio foi condecorada com uma Medalha de Feitos do Corpo de Fuzileiros Navais e da Marinha por sua ações no Iraque. Ela também foi promovida, por mérito, para sua graduação atual.
No todo, DeCaprio exibiu dedicação física e moral para seu pelotão e sua companhia. Ela não era uma polícia militar de campanha por especialização, mas aprendeu rapidamente as exigências e tornou-se uma líder, o que fica aparente por sua promoção meritória. Ela usou suas habilidades de liderança e valores íntimos para ajudá-la a passar por várias ocasiões difíceis.
A natural de New York está planejando se realistar e permanecer no campo da polícia militar. Ela sempre desejou perseguir uma carreira em criminologia ou imposição da lei e espera, mais tarde, utilizar no setor civil, o que ela aprender na Polícia Militar dos Fuzileiros Navais.
Atualmente, ela está tentando transferência para a 26ª Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais, de modo a voltar para o Iraque, para servir e apoiar a Operação “Iraqi Freedom”, mais uma vez.


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* Aliás, não deixa de ser interessante saber por que as Forças Armadas brasileiras ainda não incluem mulheres em suas unidades de polícia. Aparentemente, é um dos locais em que elas teriam mais utilidade, devido as atuais e futuras necessidades de operações de paz. Sem contar, eventualidades de ações internas, como ocupação de favelas.