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Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Edu Lopes
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Re: NOTÍCIAS

#1771 Mensagem por Edu Lopes » Seg Out 13, 2008 8:39 am

Transferências: Contenção de verbas militares não evitará mudanças

Marco Aurélio Reis

Rio - O aperto financeiro dos quartéis — R$ 1,8 bilhão dos orçamentos das três Forças retidos no Ministério do Planejamento a título de contingenciamento — não vai mexer nos planos em andamento de transferência de unidades e de militares do litoral para áreas da fronteira nos estados do Norte e do Centro-Oeste. A informação frusta grupo de praças que torcia para que o famigerado corte de verbas adiasse e até suspendesse os planos de alterar a concentração militar nacional.

A mudança programada pelo governo está tirando o sono de praças do Exército que servem há mais de 10 anos na mesma cidade. Aos poucos, eles estão sendo avisados da transferência, que vai ocorrer sem levar em conta solicitações ou voluntariado. “Só que isso causará um enorme transtorno, pois a grande maioria já está com situação financeira e familiar bem estabilizada”, lamenta um leitor da coluna que serve na cidade do Rio.

Ele faz parte de um grupo que, tendo comprado casa no estado onde vive com a família, conta com o salário da esposa para viver bem. “Fora, em outra localidade, teremos que ficar só com nossos soldos. Não vai dar para manter o mesmo padrão de vida”, reclama um segundo praça. Diante do noticiário de aperto financeiro das Forças Armadas, esse grupo teme que a transferência, para 12 localidades diferentes, ocorra num momento baixa estima.

“Ser jogado à revelia em uma situação inesperada, com expediente reduzido e recrutas dispensados, não dá ânimo a ninguém”, reclama outro praça. “Nessas movimentações são empregados grandes volumes de recursos. Será que tem dinheiro suficiente para esses planos serem mantidos?”, questiona.


Fonte: http://odia.terra.com.br/economia/htm/t ... 205754.asp




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Ogun K-9
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Re: NOTÍCIAS

#1772 Mensagem por Ogun K-9 » Seg Out 13, 2008 10:23 am

Edu Lopes escreveu:Transferências: Contenção de verbas militares não evitará mudanças

Marco Aurélio Reis

Rio - O aperto financeiro dos quartéis — R$ 1,8 bilhão dos orçamentos das três Forças retidos no Ministério do Planejamento a título de contingenciamento — não vai mexer nos planos em andamento de transferência de unidades e de militares do litoral para áreas da fronteira nos estados do Norte e do Centro-Oeste. A informação frusta grupo de praças que torcia para que o famigerado corte de verbas adiasse e até suspendesse os planos de alterar a concentração militar nacional.

A mudança programada pelo governo está tirando o sono de praças do Exército que servem há mais de 10 anos na mesma cidade. Aos poucos, eles estão sendo avisados da transferência, que vai ocorrer sem levar em conta solicitações ou voluntariado. “Só que isso causará um enorme transtorno, pois a grande maioria já está com situação financeira e familiar bem estabilizada”, lamenta um leitor da coluna que serve na cidade do Rio.

Ele faz parte de um grupo que, tendo comprado casa no estado onde vive com a família, conta com o salário da esposa para viver bem. “Fora, em outra localidade, teremos que ficar só com nossos soldos. Não vai dar para manter o mesmo padrão de vida”, reclama um segundo praça. Diante do noticiário de aperto financeiro das Forças Armadas, esse grupo teme que a transferência, para 12 localidades diferentes, ocorra num momento baixa estima.


“Ser jogado à revelia em uma situação inesperada, com expediente reduzido e recrutas dispensados, não dá ânimo a ninguém”, reclama outro praça. “Nessas movimentações são empregados grandes volumes de recursos. Será que tem dinheiro suficiente para esses planos serem mantidos?”, questiona.


Fonte: http://odia.terra.com.br/economia/htm/t ... 205754.asp

Azar militar,faz parte da vida que escolheu agora guenta..... [033]




Nascido de alma caudilha- nem por isso menos franca -Deus te deu essa cor branca que até de noite rebrilha.Lua do herói na coxilha,por onde eu for, onde eu ande e sem que ninguém me mande eu te canto, troféu mudo que é puro neste Rio Grande!
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Guerra
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Re: NOTÍCIAS

#1773 Mensagem por Guerra » Seg Out 13, 2008 11:25 am

Ogun K-9 escreveu: Azar militar,faz parte da vida que escolheu agora guenta..... [033]
Que bom se tudo fosse tão simples como você pensa.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Guerra
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Re: NOTÍCIAS

#1774 Mensagem por Guerra » Seg Out 13, 2008 11:42 am

Edu Lopes escreveu: Transferências: Contenção de verbas militares não evitará mudanças

Marco Aurélio Reis

Rio - O aperto financeiro dos quartéis — R$ 1,8 bilhão dos orçamentos das três Forças retidos no Ministério do Planejamento a título de contingenciamento — não vai mexer nos planos em andamento de transferência de unidades e de militares do litoral para áreas da fronteira nos estados do Norte e do Centro-Oeste. A informação frusta grupo de praças que torcia para que o famigerado corte de verbas adiasse e até suspendesse os planos de alterar a concentração militar nacional.
Que bom que fosse um plano. Na verdade o que o EB quer resolver o problema de vagas, que se arrasta durante anos, da noite para o dia. E novamente procurando sarna para se coçar. No passado fizeram a mesma coisa e o resultado foi aumento da evasão, indisciplina, e, principalmente, aumento do numero de ações de praças contra a força.


A mudança programada pelo governo está tirando o sono de praças do Exército que servem há mais de 10 anos na mesma cidade. Aos poucos, eles estão sendo avisados da transferência, que vai ocorrer sem levar em conta solicitações ou voluntariado. “Só que isso causará um enorme transtorno, pois a grande maioria já está com situação financeira e familiar bem estabilizada”, lamenta um leitor da coluna que serve na cidade do Rio.
Interessante é que eu fui voluntário e já perdi as esperanças de ser transferido.


Ele faz parte de um grupo que, tendo comprado casa no estado onde vive com a família, conta com o salário da esposa para viver bem. “Fora, em outra localidade, teremos que ficar só com nossos soldos. Não vai dar para manter o mesmo padrão de vida”, reclama um segundo praça. Diante do noticiário de aperto financeiro das Forças Armadas, esse grupo teme que a transferência, para 12 localidades diferentes, ocorra num momento baixa estima.
Pois é. O praça tem que ficar 4 anos na guarnição. Em 4 anos eu cosntrui uma casa, fiz um filho e plantei uma arvore.


“Ser jogado à revelia em uma situação inesperada, com expediente reduzido e recrutas dispensados, não dá ânimo a ninguém”, reclama outro praça. “Nessas movimentações são empregados grandes volumes de recursos. Será que tem dinheiro suficiente para esses planos serem mantidos?”, questiona.
Se não tiver, com certeza o corte sera para os praças...dai, nos vemos daqui a 10 anos para discutir esse assunto novamente.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: NOTÍCIAS

#1775 Mensagem por Ogun K-9 » Seg Out 13, 2008 2:28 pm

SGT GUERRA escreveu:
Ogun K-9 escreveu: Azar militar,faz parte da vida que escolheu agora guenta..... [033]
Que bom se tudo fosse tão simples como você pensa.
Cara você não entendeu ou eu me expressei mal,eu ironizei e ainda grifei a parte que comentei,sobre a reclamação de estar a mais de 10 anos em um local com residencia fixa e ter que ir embora,não acho a coisa simples não até por que ja tive minhas transferências também e fui parar em locais em que não desejava trabalhar e o pior não vi a cor de nem um centavo até hoje e quando receber,o valor que nos é de direito é muito menor do que o outras instituições publicas pagam,cheja ser ridículo,sei o quanto é f....isso ter que se mudar de uma hora pra hj, atualmente moro em uma cidade e trabalho em outra a 80 km,to nessa a maior tempão encarando ônibus 4 vezes por semana.Mas também não posso alegar que não tinha consciência quando resolvi fazer o concurso e que este seria um dos ônus da vida que escolhi.
Então meu caro devo ter me expressado mal,apenas uma sátira com bastante humor negro que acabou sendo mal entendida.ou vai dizer que você nunca ouviu isso de um superior quando foi pedir transferência para algum lugar e te negaram,ou se te mandaram para aonde não queria como no caso da matéria.(eu pelo menos já perdi as contas de escutar coisas assim e para varias situações)




Nascido de alma caudilha- nem por isso menos franca -Deus te deu essa cor branca que até de noite rebrilha.Lua do herói na coxilha,por onde eu for, onde eu ande e sem que ninguém me mande eu te canto, troféu mudo que é puro neste Rio Grande!
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Re: NOTÍCIAS

#1776 Mensagem por Kratos » Seg Out 13, 2008 2:38 pm

glauberprestes escreveu:Se isso repercutir lá fora, quero ver qual a atitude do Lugo em relação aos Brasiguaios...
Já estão expulsando os brasiguaios, o governo Paraguaio faz vista grossa, a polícia paraguaia ainda tenta agir pra evitar confrontos. Mas nessa vamos sair perdendo, novamente, e o Lulla nada fara, como também nunca fez.




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Glauber Prestes
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Re: NOTÍCIAS

#1777 Mensagem por Glauber Prestes » Seg Out 13, 2008 4:16 pm

Comando Militar do Sul
Operação Fronteira Sul II 2008

Gen Elito:"Sim, é uma demonstração de
força, pois somos uma Força"


NOTA DEFESA@NET: Em mais esta demonstração de força, as Forças Armadas enviam outro recado aos países vizinhos. Uma semana após a publicação do decreto que permite a ação militar para defender os interesses do Brasil mesmo que seu território não tenha sido invadido, os militares brasileiros farão um exercício com tiro real em toda fronteira sul do país. Segundo informações passadas por um importante militar do Comando Militar do Sul, este exercício – o segundo neste ano – tem o objetivo de alertar o governo paraguaio de que os militares brasileiros estão atentos e preocupados com a situação dos brasiguaios. Durante a Operação Fronteira Sul II, a 5º Divisão de Exército colocará sua sede operacional em Foz do Iguaçu, de onde vai comandar todas as operações militares nos estados de Santa Catarina e Paraná.
Imagem
Mobilização dos elementos da 5ª Divisão de Exército na Operação Fronteira Sul II

Operação Fronteira Sul II
Operação Fronteira Sul II

A Operação Fronteira Sul é uma operação real com tropas do Comando Militar do Sul (CMS) na faixa de fronteira enfocando as estratégias da presença e da dissuasão. Terá início no dia 13 de outubro e se estenderá até o dia 24 de outubro. A Operação vai permitir atuar de forma combinada com a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira, além de integrar o Exército com os Órgãos Federais e Estaduais das áreas de segurança pública e de fiscalização, voltados para o combate aos ilícitos transfronteiriços que ocorrem nas áreas lindeiras entre Brasil-Uruguai, Brasil-Argentina e Brasil-Paraguai, em conformidade com a Lei Complementar Nr117, de 2 de setembro de 2004.

Neste ano, além do simples estabelecimento de Posto de Apoio à Repressão de Ilícitos na Fronteira (PARIFRON - pelotões que atuam em postos de segurança estáticos ou móveis compostos por uma guarnição de militares do Exército, estacionado em um determinado local e desdobram em seu interior um Posto Fiscalizador, integrado por policiais federais, estaduais, fiscais fazendários, ambientais, federais ou estaduais, sendo delimitado, para fins legais e jurídicos como "área militar"), o CMS intensificará a fiscalização de produtos controlados (armas, munições e explosivos), realizará exercícios de Garantia da Lei e da Ordem, tiro real com carros de combate, artilharia, armamento leve (fuzis e metralhadoras) e aviação do Exército. Helicópteros, aeronaves, embarcações e viaturas realizarão patrulhas nas áreas de fronteiras.

Paralelo à Operação, Ações Cívicos Sociais (ACISO) estarão sendo realizadas, que se constituirão de atendimentos de saúde, emissão de documentos, atividades lúdicas voltadas para as crianças, trabalhos de engenharia como recuperação de estradas e pontes, construção de cisternas, entre outros serviços que beneficiarão a comunidade.

O CMS atuará em conjunto com a Receita Federal, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as Secretarias de Segurança dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por intermédio de suas Polícias Militares e Civis, IBAMA, Agência Brasileira de Inteligência, o 5º Distrito Naval e o V Comando Aéreo Regional. As tropas serão da 3ª Divisão de Exército, 3ª Região Militar, 5ª Região Militar/5ªDivisão de Exército e da 6ª Divisão de Exército, que operarão desde Guaíra/PR até o Chuí/RS. Serão empregados mais de 10 mil militares.

O Comandante Militar do Sul e Comandante da Operação Fronteira Sul, General-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, ressalta que cerca de 2.500 km de fronteiras da Região Sul do País estãrão sendo fiscalizadas, com ações diurnas e noturnas de tropas do Exército, da Marinha e da Força Aérea.

As unidades militares que participarão da Operação são sediadas nas seguintes cidades: no Estado do Paraná – Curitiba, Ponta Grossa, Palmas, Guarapuava, Cascavel, Apucarana, Guaíra, Rio Negro, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão; no Estado de Santa Catarina – Florianópolis, Criciúma, Joinville, Blumenau e São Miguel do Oeste; no Estado do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Caxias do Sul, Cruz Alta, Cachoeira do Sul, Bento Gonçalves, Santa Rosa, São Luiz Gonzaga, São Borja, Itaqui, Uruguaiana, Quaraí, Santana do Livramento, Bagé, Pelotas, Jaguarão, Chuí, Santo Ângelo, Ijuí, Santiago, Alegrete, São Gabriel, Dom Pedrito e Rio Grande. Também serão empregadas tropas do Estado de São Paulo – Taubaté e Caçapava e do Estado de Goiás – Goiânia.

fuente: http://www.defesanet.com.br/eb1/op_fronteira_sul_ii.htm




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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eligioep
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Re: NOTÍCIAS

#1778 Mensagem por eligioep » Seg Out 13, 2008 4:40 pm

SGT GUERRA escreveu:
Edu Lopes escreveu: Transferências: Contenção de verbas militares não evitará mudanças

Marco Aurélio Reis

Rio - O aperto financeiro dos quartéis — R$ 1,8 bilhão dos orçamentos das três Forças retidos no Ministério do Planejamento a título de contingenciamento — não vai mexer nos planos em andamento de transferência de unidades e de militares do litoral para áreas da fronteira nos estados do Norte e do Centro-Oeste. A informação frusta grupo de praças que torcia para que o famigerado corte de verbas adiasse e até suspendesse os planos de alterar a concentração militar nacional.
Que bom que fosse um plano. Na verdade o que o EB quer resolver o problema de vagas, que se arrasta durante anos, da noite para o dia. E novamente procurando sarna para se coçar. No passado fizeram a mesma coisa e o resultado foi aumento da evasão, indisciplina, e, principalmente, aumento do numero de ações de praças contra a força.


A mudança programada pelo governo está tirando o sono de praças do Exército que servem há mais de 10 anos na mesma cidade. Aos poucos, eles estão sendo avisados da transferência, que vai ocorrer sem levar em conta solicitações ou voluntariado. “Só que isso causará um enorme transtorno, pois a grande maioria já está com situação financeira e familiar bem estabilizada”, lamenta um leitor da coluna que serve na cidade do Rio.
Interessante é que eu fui voluntário e já perdi as esperanças de ser transferido.


Ele faz parte de um grupo que, tendo comprado casa no estado onde vive com a família, conta com o salário da esposa para viver bem. “Fora, em outra localidade, teremos que ficar só com nossos soldos. Não vai dar para manter o mesmo padrão de vida”, reclama um segundo praça. Diante do noticiário de aperto financeiro das Forças Armadas, esse grupo teme que a transferência, para 12 localidades diferentes, ocorra num momento baixa estima.
Pois é. O praça tem que ficar 4 anos na guarnição. Em 4 anos eu cosntrui uma casa, fiz um filho e plantei uma arvore.


“Ser jogado à revelia em uma situação inesperada, com expediente reduzido e recrutas dispensados, não dá ânimo a ninguém”, reclama outro praça. “Nessas movimentações são empregados grandes volumes de recursos. Será que tem dinheiro suficiente para esses planos serem mantidos?”, questiona.
Se não tiver, com certeza o corte sera para os praças...dai, nos vemos daqui a 10 anos para discutir esse assunto novamente.
Falou tudo Guerra.....




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Re: NOTÍCIAS

#1779 Mensagem por Ogun K-9 » Seg Out 13, 2008 8:10 pm

glauberprestes escreveu:Comando Militar do Sul
Operação Fronteira Sul II 2008

Gen Elito:"Sim, é uma demonstração de
força, pois somos uma Força"


NOTA DEFESA@NET: Em mais esta demonstração de força, as Forças Armadas enviam outro recado aos países vizinhos. Uma semana após a publicação do decreto que permite a ação militar para defender os interesses do Brasil mesmo que seu território não tenha sido invadido, os militares brasileiros farão um exercício com tiro real em toda fronteira sul do país. Segundo informações passadas por um importante militar do Comando Militar do Sul, este exercício – o segundo neste ano – tem o objetivo de alertar o governo paraguaio de que os militares brasileiros estão atentos e preocupados com a situação dos brasiguaios. Durante a Operação Fronteira Sul II, a 5º Divisão de Exército colocará sua sede operacional em Foz do Iguaçu, de onde vai comandar todas as operações militares nos estados de Santa Catarina e Paraná.
Imagem
Mobilização dos elementos da 5ª Divisão de Exército na Operação Fronteira Sul II

Operação Fronteira Sul II
Operação Fronteira Sul II

A Operação Fronteira Sul é uma operação real com tropas do Comando Militar do Sul (CMS) na faixa de fronteira enfocando as estratégias da presença e da dissuasão. Terá início no dia 13 de outubro e se estenderá até o dia 24 de outubro. A Operação vai permitir atuar de forma combinada com a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira, além de integrar o Exército com os Órgãos Federais e Estaduais das áreas de segurança pública e de fiscalização, voltados para o combate aos ilícitos transfronteiriços que ocorrem nas áreas lindeiras entre Brasil-Uruguai, Brasil-Argentina e Brasil-Paraguai, em conformidade com a Lei Complementar Nr117, de 2 de setembro de 2004.

Neste ano, além do simples estabelecimento de Posto de Apoio à Repressão de Ilícitos na Fronteira (PARIFRON - pelotões que atuam em postos de segurança estáticos ou móveis compostos por uma guarnição de militares do Exército, estacionado em um determinado local e desdobram em seu interior um Posto Fiscalizador, integrado por policiais federais, estaduais, fiscais fazendários, ambientais, federais ou estaduais, sendo delimitado, para fins legais e jurídicos como "área militar"), o CMS intensificará a fiscalização de produtos controlados (armas, munições e explosivos), realizará exercícios de Garantia da Lei e da Ordem, tiro real com carros de combate, artilharia, armamento leve (fuzis e metralhadoras) e aviação do Exército. Helicópteros, aeronaves, embarcações e viaturas realizarão patrulhas nas áreas de fronteiras.

Paralelo à Operação, Ações Cívicos Sociais (ACISO) estarão sendo realizadas, que se constituirão de atendimentos de saúde, emissão de documentos, atividades lúdicas voltadas para as crianças, trabalhos de engenharia como recuperação de estradas e pontes, construção de cisternas, entre outros serviços que beneficiarão a comunidade.

O CMS atuará em conjunto com a Receita Federal, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as Secretarias de Segurança dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por intermédio de suas Polícias Militares e Civis, IBAMA, Agência Brasileira de Inteligência, o 5º Distrito Naval e o V Comando Aéreo Regional. As tropas serão da 3ª Divisão de Exército, 3ª Região Militar, 5ª Região Militar/5ªDivisão de Exército e da 6ª Divisão de Exército, que operarão desde Guaíra/PR até o Chuí/RS. Serão empregados mais de 10 mil militares.

O Comandante Militar do Sul e Comandante da Operação Fronteira Sul, General-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, ressalta que cerca de 2.500 km de fronteiras da Região Sul do País estãrão sendo fiscalizadas, com ações diurnas e noturnas de tropas do Exército, da Marinha e da Força Aérea.

As unidades militares que participarão da Operação são sediadas nas seguintes cidades: no Estado do Paraná – Curitiba, Ponta Grossa, Palmas, Guarapuava, Cascavel, Apucarana, Guaíra, Rio Negro, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão; no Estado de Santa Catarina – Florianópolis, Criciúma, Joinville, Blumenau e São Miguel do Oeste; no Estado do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Caxias do Sul, Cruz Alta, Cachoeira do Sul, Bento Gonçalves, Santa Rosa, São Luiz Gonzaga, São Borja, Itaqui, Uruguaiana, Quaraí, Santana do Livramento, Bagé, Pelotas, Jaguarão, Chuí, Santo Ângelo, Ijuí, Santiago, Alegrete, São Gabriel, Dom Pedrito e Rio Grande. Também serão empregadas tropas do Estado de São Paulo – Taubaté e Caçapava e do Estado de Goiás – Goiânia.

fuente: http://www.defesanet.com.br/eb1/op_fronteira_sul_ii.htm
Agora sim as coisas estão sendo feitas da maneira correta.Nada melhor que o velho código de hamurabi :twisted:




Nascido de alma caudilha- nem por isso menos franca -Deus te deu essa cor branca que até de noite rebrilha.Lua do herói na coxilha,por onde eu for, onde eu ande e sem que ninguém me mande eu te canto, troféu mudo que é puro neste Rio Grande!
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Re: NOTÍCIAS

#1780 Mensagem por Piffer » Seg Out 13, 2008 8:42 pm

glauberprestes escreveu:Comando Militar do Sul
Operação Fronteira Sul II 2008


Também serão empregadas tropas do Estado de São Paulo – Taubaté e Caçapava e do Estado de Goiás – Goiânia.
O clube dos mesmos vai estar lá. Como sempre. :wink:

Abraços,




Carpe noctem!
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Re: NOTÍCIAS

#1781 Mensagem por knigh7 » Seg Out 13, 2008 8:44 pm


ÉPOCA


Os pés de barro de um gigante


Um exercício teórico para defender nossas jazidas revela a penúria bélica que o país vive desde 1910

Roberto Lopes

Uma nova agenda militar

O desafio de reaparelhar as Forças Armadas para proteger nossas riquezas – como o petróleo do pré-sal – de vizinhos cada vez mais problemáticos Roberto Lopes e Maria Helena Passos



NOVO DESAFIO
Soldados patrulham trecho da Floresta Amazônica próximo da fronteira com a Colômbia. A ação visa inibir movimentos de guerrilha no local
Segunda semana de fevereiro de 2008. O italiano Pietro Borgo, tipo baixo, pálido, cabelos grisalhos, de aparência não muito simpática, entra no gabinete do comandante da Marinha, almirante Júlio Moura Neto, em Brasília. A Iveco Defense, empresa que o executivo dirige em Bolzano, norte da Itália, acabara de ganhar, em consórcio com parceiros brasileiros, um atraente contrato do Exército para fornecer os protótipos da nova família de veículos blindados leves. Sobre rodas, eles substituirão os já cansados e obsoletos Cascavéis e Urutus, fabricados em São Paulo três décadas atrás.

O Exército requer 1.970 desses veículos, e Borgo tinha a informação de que os fuzileiros navais também precisariam de, ao menos, algumas dezenas deles. Basta saber que os Urutus que os fuzileiros levaram para patrulhar as ruas de Porto Príncipe, na missão de paz patrocinada pela ONU no Haiti, exibiram tamanhas deficiências que a Marinha teve de importar, em 2007, uma dúzia de carros suíços para levar seu trabalho a bom termo.

No catálogo multicolorido exibido por Borgo a Moura Neto, saltitavam os últimos modelos de blindados anfíbios, que, levados de barco até perto da praia, navegam lépidos em meio à arrebentação das ondas. Eles já equipam tropas de fuzileiros de diferentes Marinhas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e, volta e meia, aparecem no Iraque e no Afeganistão.

Moura Neto olha curioso, mas sem interesse objetivo. Num inglês direto, diz:

– Poderemos comprar os mesmos carros que os senhores vão fabricar para o Exército.

Os olhos claros do visitante piscam rápidos, num gesto automático para se refazer da surpresa. Então não é de blindados aptos ao desembarque nas praias que a infantaria da Marinha do Brasil precisa? Como se adivinhasse a confusão instalada na cabeça do italiano, o almirante brasileiro afirma:

– Queremos esses carros para cruzar rios.

Dessa forma, o comandante da Marinha do Brasil sintetizou há oito meses a realidade estratégica que hoje orienta a defesa do país: os fuzileiros, infantaria de elite dessa força armada em qualquer país, cuja missão é lutar nas praias oceânicas durante o desembarque, terão de se deslocar, de forma protegida, a bordo de viaturas blindadas, no emaranhado de rios da Amazônia. Essa região brasileira, que por séculos viveu ao abrigo de quaisquer intervenções – locais ou estrangeiras –, é o atual centro dos acontecimentos.

Esta edição de ÉPOCA Debate trata dos desafios que essa mudança de prioridades impõe às Forças Armadas brasileiras. Espera-se, para as próximas semanas, o anúncio de um novo Plano Estratégico da Defesa Nacional, cujas linhas gerais são reveladas em primeira mão nesta edição pelo ministro Roberto Mangabeira Unger. Ao longo destas páginas, analisamos ainda a nova conjuntura a que os militares têm de responder, quão defasada está nossa estrutura em relação às necessidades e o tamanho do desafio de vigiar uma Amazônia tão vasta e despovoada. Também mostramos, num quadro histórico, como as Forças Armadas atuaram na vida dos brasileiros – com ações que vão da Proclamação da República à instauração da ditadura, do pioneiro esforço de proteção aos indígenas pelo marechal Cândido Rondon à ocupação do Rio de Janeiro para garantir a segurança das últimas eleições municipais.

O desafio de reaparelhar as Forças Armadas para proteger nossas riquezas – como o petróleo do pré-sal – de vizinhos cada vez mais problemáticos
Roberto Lopes e Maria Helena Passos





O Brasil é um dos três únicos países do planeta que fazem fronteira com dez ou mais vizinhos terrestres – os outros dois são a Rússia, com 14, e a China, com dez. Por isso, precisa ter tato diplomático para lidar com países com todo tipo de orientação político-ideológica. O arco de 15.700 quilômetros que vai da Tríplice Fronteira, na foz do Rio Iguaçu, em pleno Sudeste, até o Oiapoque, limite setentrional com a Guiana Francesa, reúne, pela primeira vez, governos irrequietos e até instáveis, cujas atitudes não podem ser para sempre tratadas com bonomia e condescendência.

Se a Amazônia subiu ao topo das prioridades para as Três Armas, a proteção a riquezas emergentes no Atlântico tende a mudar radicalmente o perfil modorrento que a Defesa assumiu em décadas recentes. Daí a preocupação do almirante Moura Neto, também, com a vigilância das águas, cuja exploração econômica é reconhecida como de direito do Brasil. São 4,4 milhões de quilômetros quadrados, ou metade do território brasileiro. “Amazônia Azul”, eis como seus colegas de farda a chamam.

Nela, figuram as jazidas submarinas que, entre os litorais do Espírito Santo e de São Paulo, prometem transformar o Brasil em exportador de petróleo. E, também, as rotas dos que atacam as tripulações de barcos mercantes, dos contrabandistas de armas e dos traficantes de tóxicos, sob vigilância dramaticamente precária. Por falta de recursos, o controle por radar do tráfego marítimo na área da bacia fluminense de Campos inexiste. Para monitorar a extensa costa do Amapá, onde é desovado o contrabando oriundo das Guianas, a Marinha dispõe apenas de um navio-patrulha de 200 toneladas. Seu canhão atira, no máximo, a 12 quilômetros.




Em 2007, cinco meses antes do diálogo entre o executivo italiano Pietro Borgo e o almirante Moura Neto, o general Enzo Peri, comandante do Exército, disse a congressistas em Brasília que, antes de pensar em instalar mais quartéis na Amazônia, é preciso “dar condições de operacionalidade às instalações que existem na fronteira”. Elas somam 71 e convivem com um terror: a inclemência do tempo, quentíssimo e de alto índice de umidade. Não faltam canhões, balas ou rádios de campanha, mas, sim, ar-condicionado ou geladeiras para que soldados nas fronteiras com a Venezuela, Colômbia e Bolívia possam guardar alimentos. E para que o comando da Aeronáutica abrigue suas modernas aeronaves, como os caça-bombardeiros AMX, verdadeiros computadores voadores.

Para uma sociedade que, há três gerações, vive ao abrigo de conflitos armados internacionais, essa conversa soa enigmática. No Brasil, há dois militares profissionais na ativa por mil habitantes. Nos Estados Unidos e na Colômbia, ambos metidos em conflitos quentes, essa proporção é cinco vezes maior. O solo brasileiro não é invadido desde 1865, quando pelo Rio Grande do Sul começou a Guerra do Paraguai, o maior conflito sul-americano da História, em que 10 milhões de brasileiros alocaram 200 mil soldados. Quando o governo fala em reativar a indústria de defesa e comprar equipamentos modernos, disposto a aplicar no setor 1% adicional do Produto Interno Bruto (PIB), é como se houvesse um pacto de solidariedade nacional para proteger a Amazônia ou as recém-descobertas jazidas submarinas de petróleo.

Por quase todo o século XX, o esforço com a defesa se justificou pela rivalidade temerosa com o maior poder econômico da Argentina. Hoje, o desafio está em outro lugar, em querelas localizadas. Algumas nada têm a ver com o Brasil – caso da insatisfação regional nas províncias limítrofes da Bolívia ou da guerrilha histórica que ocupa partes da selva colombiana e cujos protagonistas usam a porosidade da fronteira como retaguarda para abastecimento e descanso. A intuição reza que a inércia diante desse barulho pode ser inaceitável.

A difícil questão é respondida, no novo Plano Estratégico, com argumentos que defendem o interesse nacional. E superam o conflito ideológico dominante no século XX, que vigiava em nome do discutível “perigo comunista”. O Brasil chegou a conquistar, em nome dessa pendenga global, boa dose de autonomia em defesa, com programas de origem militar, como a pesquisa nuclear e espacial, a indústria aeronáutica, a de construção naval, e a aplicação militar da eletrônica e da informática que consumiram farto investimento. Mas tudo ruiu em 1982, quando o Brasil quebrou por causa de suas finanças externas. Denso e magro, um livreto escrito nos anos 1950 pelo então tenente-coronel Golbery do Couto e Silva, cérebro mais bem preparado da então nascente Escola Superior de Guerra, era o manual estratégico de defesa de que dispunha o país. Sob o título de Planejamento Estratégico, o Brasil emergia como potência média, de influência regional, protegida de confrontos “pelo guarda-chuva nuclear” dos Estados Unidos.

Para sair dessa condição subalterna, os militares articularam um projeto de autonomia tecnológica. Seus rebentos são a Embraer ou o sistema de propulsão do submarino nuclear, desenvolvido no Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo. A estabilidade da moeda, conquistada a partir de 1994, e a construção do mercado interno auto-sustentável trouxeram questões de longo prazo. O petróleo do pré-sal renderá dinheiro a partir de 2017. Até lá, o sistema de proteção terá de funcionar. Para coabitar com essa potência brasileira futura, alguns vizinhos falam cada vez mais grosso. Evo Morales, na Bolívia, e Rafael Correa, do Equador, já testam a paciência do Brasil para melhorar sua imagem no jogo político interno. No manejo dessa provocação, ninguém é mais hábil que Hugo Chávez, presidente desde 1999 da Venezuela, vizinho com que o Brasil tem sua maior fronteira terrestre.




PAZ APARENTE
O presidente Lula entre Hugo Chávez, da Venezuela; Evo Morales, da Bolívia; e Rafael Correa, do Equador. A inércia diante de tanto barulho pode ser inaceitável
Antigo oficial pára-quedista, Chávez gere US$ 60 bilhões recolhidos a cada ano com a venda do petróleo. Ele decidiu substituir seu equipamento americano, hoje carente de peças originais de reposição. Congressistas americanos afirmam que a Venezuela gastou, entre 2003 e 2007, ao menos US$ 4,4 bilhões em equipamento militar russo. Estima-se, entre os gabinetes militares do governo Bush, que o objeto do desejo de Caracas ao negociar com russos é um escudo antimísseis. Não existe – como jamais existiu – nenhum traço concreto de animosidade venezuelana. Mas a tarefa de proteger o espaço nacional começa pela manutenção do equilíbrio regional. A um sistema com esse grau de modernidade, tudo o que o Exército do Brasil tem para contrapor são alguns foguetes SS-60, para atingir alvos terrestres a uma distância máxima de 70 quilômetros, entregues aos quartéis, nos anos 90, pela empresa paulista Avibras.

Daí a fórmula dos blindados com vocação para operar nos rios que os fuzileiros pretendem comprar – desde que a fabricação e o conhecimento dos sistemas de combate estejam em mãos brasileiras. Daí também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter participado na Helibras, em Itajubá, sul de Minas Gerais, em junho, do lançamento do programa de fabricação dos helicópteros Cougar, que só deverão voar com até 30 soldados equipados a distâncias de até 500 quilômetros pela Amazônia Ocidental em 2010.

A ansiedade dos oficiais da Marinha é grande e transparente. A proteção de reservas exploradas a mais de 350 quilômetros das praias do Sudeste como Tupi, a primeira grande jazida confirmada na Bacia de Santos, requer capacidade para voar até os limites da costa da África, para navegar submerso por um trimestre, para dissuadir eventuais atacantes que venham do Leste e para vigiar o Atlântico Sul inteiro, de modo a obter uma ponte na coordenação da defesa. São meios de alta tecnologia, cujos segredos de concepção e fabricação devem ser dominados por uma sociedade que almeja manter sua independência e requerem investimentos gigantescos e continuados. A decisão de enfrentar o problema é o primeiro passo em busca da solução. O desafio é enorme – como se vê pela reportagem seguinte, que descreve as carências e a defasagem do aparato bélico brasileiro.


Nossa fronteira mais vulnerável

Como é a vida dos soldados que monitoram 11.500 quilômetros na Floresta Amazônica

Matheus Leitão, de Manaus






NA SELVA
O capitão Fornazari, o tenente Viviene e o tenente André Granjeiro fazem parte do contingente de 25 mil homens que controlam a região. Em 1950, eram apenas mil
Aru é um fenômeno natural comum da selva amazônica – e aparentemente inofensivo. Presente durante todo o ano, mais intenso na estação da cheia, ele é causado pela alta umidade e gera neblina na copa das árvores. É aquela cerração que, vista de cima, parece uma camada de algodão sobre a floresta. Em junho passado, essa fina névoa ensinou uma vez mais que, na selva, nada deve ser menosprezado. Um helicóptero Pantera, do Exército, tentou furar o Aru que se formara no fim de uma tempestade sobre um afluente do Rio Amazonas. Ele se desorientou e desabou na água. O piloto, capitão Marco Aurélio da Silva Martins, morreu na hora. Outros quatro tripulantes sobreviveram.

Não é fácil a vida de militar na Amazônia, onde eles estão cada vez mais presentes. Há profissionais de todas as regiões do país – também índios amazônicos. O capitão Daniel Rosar Fornazari, de 34 anos, curitibano, foi transferido há dois anos para Manaus. Casado com Taís, de 29, ele é pai de dois filhos, Pedro, de 6, e Beatriz, de 3. Fornazari faz parte de um movimento gradual, organizado pelas Forças Armadas, que leva para lá batalhões e serviços outrora destinados a proteger outras áreas. Eles chegam com a missão de tomar conta de um pedaço cada vez mais importante do solo brasileiro. Em 1950, havia apenas mil homens para controlar a fronteira amazônica. Hoje, são 25 mil. Ao todo, cinco brigadas já foram transferidas das regiões Sul e Sudeste, como a de Niterói (Rio de Janeiro), removida para São Gabriel da Cachoeira (Amazonas), e a de Santo Ângelo (Rio Grande do Sul), que foi para Tefé (Amazonas).

Fornazari, especialista em confecção e análise de mapas, é o militar típico da geração atual. Saiu da terra natal para se formar em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul). Ali, casou-se. Voltou ao Paraná e serviu em Castro por três anos, quando chegou o primeiro filho. Foi novamente para o Rio Grande, em Jaguarão, onde nasceu a caçula. Três anos se passaram e nova mudança: desta vez para Manaus, onde a família inteira sentiu o choque da temperatura. “Foi horrível. A adaptação ao calor foi complicada, meus filhos tiveram alergias fortes. Agora, soubemos que vamos mudar de novo”, diz Taís, o rosto coberto de suor, numa vila militar distante uns 15 quilômetros do Comando Militar da Amazônia (CMA), quartel-general central de defesa da Amazônia, em Manaus.

As casas simples, em terrenos de 700 metros quadrados, idênticas, todas brancas, dão a impressão de uma cidade cenográfica. O capitão Fornazari e a família partem, em janeiro, rumo a Brasília. “A gente se acostuma com essa vida de nômade”, afirma ele. Taís interrompe para dizer que só não se acostuma com os preços altos dos hortifrutigranjeiros em Manaus: “O que custa 50 centavos no sul, aqui é R$ 5, como a alface. Ou a caixa de morangos, de R$ 3 para R$ 10. Tudo vem de avião”.

Naquela imensidão territorial, com pelo menos 3,5 milhões de quilômetros quadrados, o trabalho de Fornazari é fundamental. Ele faz mapas, detalhados, precisos. No ano passado, dedicou-se a desenhar mapas das unidades de conservação (UCs), para que o Exército possa conhecê-las melhor e, assim, protegê-las. As UCs são locais a preservar, guardados para o futuro do país. O presente é o calor, a rotina dura e a sensação de que a feira tem preços que exorbitam.

Nesse capítulo, Taís não está sozinha na luta da calculadora pela salada de cada dia. O tenente Viviene Cristina Walz de Freitas, de 27 anos, também é oficial do Exército. Formada em Direito, entrou para a vida militar por concurso há poucos anos e também faz parte da modernização do efetivo. Aprovada no Paraná, veio para Manaus em 2006. É assessora jurídica do CMA. “Aqui, a alimentação é cara, mas todos os militares do país deveriam passar por aqui para ter a noção da importância da Amazônia”, diz ela. Fornazari ou Viviene teriam de investir R$ 1.800 se quisessem visitar os familiares no Sul – algo que raramente fazem.

A realidade material é áspera e, no caso do helicóptero Pantera que matou o capitão Marco Aurélio, resvala para a tragédia. O Pantera foi muito usado pelos americanos no Vietnã. Arma desenhada meio século atrás, lembra um mundo com muros que não existem mais. Tecnologicamente ultrapassado, faz parte de um lote comprado na metade da década de 80. Agora, com o acidente, somente 11 deles estão ativos numa faixa de fronteira terrestre de 11.500 quilômetros, mais de quatro vezes a extensão da fronteira dos Estados Unidos com o México, violada diariamente por migrantes ilegais, drogas e toda espécie de trânsito indesejado. Com seus 40 anos de uso cotidiano, são também numericamente insuficientes para o desafio. “É muito pouco. O ideal seria, pelo menos, dobrar a frota”, afirma o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia.

Heleno é um comandante popular. A tropa o seguiu no Haiti e o acompanha na Amazônia não apenas pela inescapável disciplina, mas também pelo jeito dele. Do comando em Manaus, responde pela proteção de uma das fronteiras mais complexas do planeta. Do lado brasileiro, seis Estados que correspondem a 42% do território nacional. Do lado de lá, sete países, cada um com seus “contenciosos latentes”, para usar um termo militar do próprio general.

Há velhos e novos perigos. O mais novo e preocupante: o crime. Narcotráfico, contrabando, garimpo ilegal, extração de madeira, tráfico de animais silvestres, biopirataria, tudo isso se protege na imensidão da floresta. Há também reivindicações de etnias indígenas. Há até as Farc, que, mesmo enfraquecidas, requerem atenção. O terreno é do tipo aquático, com pelo menos 22.000 quilômetros de vias navegáveis, transformadas na principal porta de entrada de drogas manejadas por competentes narcotraficantes. Enquanto isso, as tropas montam guarda com os mesmos fuzis automáticos leves desenhados por engenheiros belgas em 1964, depois fabricados no país. São os outrora badalados FAL, agora quarentões, que constituem o instrumento de trabalho nos 22 pelotões de fronteira – cada um com 60 “guerreiros”. Essa é a ponta de lança, incrustada no meio da selva, do dispositivo responsável pela defesa da Amazônia.

Os pelotões estão amparados na segunda linha por unidades com 3.500 integrantes. Os caminhões e jipes, Mercedes e Ford principalmente, têm mais de 20 anos. Lanchas, hoje essenciais para a fiscalização, se arrastam tocadas por motores de 70 cavalos, com a tarefa de perseguir voadeiras de criminosos, que nunca aceitam coisa menor que engenhocas Mercury com 200 cavalos. Alguns rádios de comunicação não funcionam. Sem internet via parabólica, os pelotões ficam isolados. A Aeronáutica tem o Plano de Apoio à Amazônia. São seus integrantes que levam comida, combustível para os geradores e trocam a guarda.




TERRENO PANTANOSO
Soldado usa búfalo para atravessar rio amazônico. Desde os anos 90, os animais, fortes e dóceis, são usados como meio de transportar suprimentos. Eles carregam 500 quilos, ou quatro metralhadoras e comida para 20 homens
Todos os pelotões de fronteira foram construídos com um pavilhão extra, para abrigar funcionários da Polícia Federal, do Ibama e da Receita Federal, que deveriam trabalhar em conjunto com o Exército. Uma idéia simples, praticada no Brasil: integrar as várias agências do Estado. O problema é que esses pavilhões destinados às agências civis ficam às moscas. O abandono impõe ao Exército outra missão para a qual não foi preparado. “Nenhum desses espaços está ocupado em toda a defesa amazônica”, afirma o general Heleno. “Nunca vi cocaína. Não sei diferenciar a droga da farinha ou do açúcar. Quem foi treinado para isso, os órgãos competentes, não tem efetivos para mandar para a selva.” A Receita poderia ajudar a controlar a fuga de guerrilheiros colombianos para o Brasil, muitas vezes com documentos falsos.

O que dá orgulho a quem serve na floresta é o soldado, que Heleno elogia sem pestanejar. Boa parte dos cabos e soldados engajados na Amazônia são índios, naturalmente adaptados para agir na selva. Desde o fim da década de 90, o búfalo é usado por eles como meio eficaz de transporte de suprimento. Fortes e dóceis, esses animais carregam 500 quilos, algo como quatro metralhadoras MAG 762 e comida para 20 homens. Percorrem até 15 quilômetros por dia, comendo o que encontram pela frente com gosto de clorofila. O soldado Anderson Correia de Almeida é um dos mais experientes e treina recrutas para lidar com o animal no Centro de Instrução de Guerra na Selva, o Cigs.

A hierarquia dos pelotões de fronteira é formada, na maioria, por oficiais e sargentos treinados no Cigs. O curso massacra. São 11 semanas sem descanso, nove delas dentro da floresta, que já formaram 4.500 militares brasileiros – além de outros 380 estrangeiros. Dez morreram durante o curso, que existe desde 1966. Na média, cada militar que entra para o Cigs e consegue fazer a carga horária completa sai oito quilos mais magro. O capitão Fornazari fez um estágio nesse curso. Por ter gente assim sob seu comando, o general Heleno garante que a prioridade do momento não é aumentar a tropa. Ele quer, em primeiro lugar, melhorar a infra-estrutura.

Há duas semanas, apresentou a dois visitantes ilustres, na sala de reuniões do Q.G., um estudo sobre o “Papel do Exército Brasileiro na Defesa da Amazônia”. Quem assistia à apresentação eram os atores Victor Fasano e Christiane Torloni, patrocinadores do site “Amazônia para sempre”. Uma das telas exibe a pergunta crucial: “Por que insistimos no reaparelhamento e modernização da Amazônia?”. E dá a resposta: “Porque é a possibilidade mais provável de emprego das Forças Armadas brasileiras no mundo de hoje”. Essa nova mentalidade militar brasileira é a essência do plano estratégico de defesa do país, que será apresentado dentro de algumas semanas. Na próxima reportagem, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, adianta qual deverá ser o novo papel das Forças Armadas.



O projeto de Mangabeira Unger

Os planos ambiciosos do ministro para implantar no Brasil uma “cultura militar vanguardista”

Ricardo Amaral


ESTADO-MAIOR
Mangabeira quer unificar a doutrina do Exército, da Marinha e da Aeronáutica

Um ano inteiro de discussão e estudo, articulados pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, resulta num projeto que poucos civis se julgariam capacitados a levar adiante: a construção de uma Estratégia Nacional de Defesa. Seu objetivo, ambicioso, é dotar o Brasil de uma “cultura militar vanguardista”, a partir da reorganização, da reorientação e do reequipamento das Forças Armadas. Os instrumentos para isso vão além da óbvia aquisição de armas e equipamentos modernos e do domínio das tecnologias de combate e de vigilância do território. No topo da hierarquia, o plano prevê a integração real do comando das forças de terra, mar e ar, algo que nunca existiu no país. Na base, Mangabeira propõe a formação de um militar de novo tipo, “um guerreiro capacitado a atuar como guerrilheiro quando necessário”.

Na tradição histórica, houve momentos em que as Forças Armadas decidiam o que seria melhor para o país. Mangabeira diz que é a primeira vez que o país discute o que é melhor para as Forças Armadas. Seu trabalho deve seguir para deliberação do Conselho Nacional de Defesa, foro que inclui os presidentes da Câmara e do Senado, em reunião prevista para 20 de outubro.

A primeira proposta é reorganizar o topo da hierarquia militar, com a criação do Estado-Maior Conjunto da Defesa. “Não pode haver três doutrinas diferentes, uma do Exército, outra da Marinha e outra da Aeronáutica”, diz Mangabeira. “A doutrina será definida no Estado-Maior Conjunto.” No Brasil, onde as três forças competem por recursos e prestígio, esse é um desafio histórico, que nem a criação do Ministério da Defesa, em 1999, superou. O plano redefine a atuação das três forças: “Elas têm de ter capacidade de atuar em rede”. Ele também estipula a unificação da compra de armamentos, para evitar superposições, desperdícios e incompatibilidades.

As novas Forças Armadas terão de garantir o monitoramento do território e desenvolver aptidões de mobilidade e presença. “O monitoramento do território hoje depende de tecnologias estrangeiras e até da compra de imagens de satélites produzidas por outros países. Isso tem de mudar”, afirma Mangabeira. Somem-se a isso os instrumentos tecnologicamente adequados para o deslocamento dos militares e uma “presença exemplar nas fronteiras terrestres e marítimas”. Embora não diga, ele está se referindo a bons jatos, helicópteros, navios e pelo menos um submarino com propulsão nuclear. “Os equipamentos não são a estratégia, eles são apenas os instrumentos para executá-la”, afirma.

Pelo novo plano, será necessário dominar os vetores estratégicos: nuclear, cibernético e espacial. “É necessário assegurar que estejam sob inteiro controle nacional”, diz. Para comprar novos equipamentos, o Brasil deverá reforçar a exigência de que a tecnologia seja transferida junto com o material. E alcançar, também, a condição de aperfeiçoar e atualizar cada equipamento. A Constituição e a adesão do Brasil ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear proíbem o uso de tecnologia nuclear para fins militares. Mas não o seu domínio. “A renúncia ao uso de armas nucleares só pode ser vista como decisão do país, não como fruto de impotência tecnológica”, afirma Mangabeira. Ele não diz, mas fica claro que o reequipamento das Forças Armadas inclui a capacitação para produzir e lançar bombas atômicas.

O novo modelo exigirá, segundo Mangabeira, a reestruturação da indústria bélica, num regime especial de relacionamento com seu maior cliente: o Estado. Os fabricantes de armas e munições devem ter estímulos fiscais e garantias, e isso deve exigir um novo capítulo na Lei de Licitações. Ao lado da indústria privada, ele pretende especializar a indústria bélica estatal naqueles projetos de alta tecnologia que não atraem investidores privados.

Para as tropas, Mangabeira persegue o modelo de um soldado com formação para integrar uma Brigada de Operações Especiais, um grupo qualificado, como aquele que está na vanguarda da missão de paz no Haiti. Ele é o militar qualificado e autônomo, capaz de atuar até como guerrilheiro, na definição de Mangabeira. “Atualmente, as forças estratégicas rápidas constituem apenas 10% do efetivo”, diz. Também será necessário redefinir o modelo de recrutamento, hoje voluntário, que praticamente atrai jovens pobres. Mangabeira prefere um modelo em que todos sejam obrigados a prestar serviço militar ou civil, e as Forças Armadas possam selecionar os mais aptos. A nova Estratégia terá um custo seguramente alto. “Mas é uma opção que temos de assumir: nada custa mais caro que a independência nacional”, diz Mangabeira.






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Re: NOTÍCIAS

#1782 Mensagem por knigh7 » Seg Out 13, 2008 8:46 pm

Pessoal,

Nesta matéria da Época, fala-se em 1.970 novas VBTP.
Será isso mesmo?




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Re: NOTÍCIAS

#1783 Mensagem por Moccelin » Seg Out 13, 2008 9:12 pm

Se além de todas as que existem e serão substituidas (Urutus transporte de tropa e Cascavéis) somarmos as que deveriam existir como as versões morteiro pesado, comando, evacuação médica, blindado leve 4x4 pra substituir os Jipes, etc chegamos a esse número fácil fácil...




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Re: NOTÍCIAS

#1784 Mensagem por Piffer » Seg Out 13, 2008 9:24 pm

knigh7 escreveu:Pessoal,

Nesta matéria da Época, fala-se em 1.970 novas VBTP.
Será isso mesmo?
Essa reportagem fala que o Pantera foi usado pelos EUA no Vietnã e mostra um engenheiro cartográfico e uma advogada como "modelos" do militar que serve na Amazônia. Não merece muito crédito.

Abraços,




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Re: NOTÍCIAS

#1785 Mensagem por Alcantara » Seg Out 13, 2008 11:57 pm

Tirando essa 'parada' do Pantera no Vietnan (tem texto muuuuito pior por aí), achei a reportagem legal. 8-]




"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
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