GEOPOLÍTICA
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- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Quatro atores sem enredo
Falta um bom enredo para os quatro atores que se apresentarão amanhã em Brasília, na reunião de cúpula Bric ? Brasil, Rússia, Índia e China. Só o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, parece acreditar numa importante convergência de interesses dos quatro grandes emergentes, a ponto de poderem atuar em conjunto na cena internacional. Mas essa crença não foi confirmada até agora. Na área comercial o fato mais notável, nos últimos tempos, foi a aproximação da China com os países latino-americanos, onde os produtos chineses têm tomado o lugar não só dos norte-americanos, mas também dos manufaturados brasileiros.
A conferência de amanhã será o segundo encontro de chefes de governo dos quatro países. O primeiro ocorreu em junho do ano passado, na Rússia, e nada produziu de notável. "Com a Índia temos pelo menos alguma cooperação na esfera técnico-militar, mas é difícil imaginar o que podemos querer do Brasil", escreveu na ocasião o analista político Mikhail Vinogradov.
Passado um ano, o Bric continua longe de formar um bloco ou uma frente diplomática, apesar da intensificação dos contatos entre representantes governamentais. Em 2009, os ministros de Finanças dos quatro países combinaram contribuir para o reforço financeiro do Fundo Monetário Internacional, juntando-se ao movimento iniciado pelos governos do mundo rico. O ministro brasileiro Guido Mantega funcionou como porta-voz do grupo, trombeteando condições para o empréstimo. Nenhum outro ministro apareceu em público para repetir as bravatas do colega brasileiro.
A pauta definida para Brasília inclui os itens mais previsíveis: o quadro econômico mundial, a regulação do sistema financeiro, a reforma do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial e, provavelmente, a polêmica sobre o programa nuclear do Irã.
China, Rússia e Índia têm muito mais peso que o Brasil nas questões de segurança global. As duas primeiras têm arsenais nucleares e são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A terceira também tem armas atômicas e um papel importante no jogo estratégico regional. O Brasil não tem nenhum desses atributos, mas seu governo é o mais barulhento no debate sobre o programa nuclear do Irã. Se Brasília tem interesse estratégico nesse caso, certamente não coincide com os objetivos dos outros três.
Rússia, Índia e China têm ambições bem definidas de ocupar espaços crescentes na economia e na política internacionais. Essas ambições são projetos nacionais e não se subordinam a nenhuma fantasia terceiro-mundista. Nenhum de seus governantes atribui prioridade a relações comerciais do tipo Sul-Sul nem se dispõe a participar de movimentos para reformar a ordem global. Podem até usar essa linguagem, de acordo com a ocasião, mas cada qual age de fato em vista de objetivos nacionais. Nenhum deles tomou a iniciativa de converter em bloco a sigla Bric, inventada em 2001 por um economista do banco de investimentos Goldman Sachs.
O projeto chinês inclui a conquista de mercados na África e na América Latina. Inclui também a realização de acordos e de investimentos para garantir o suprimento de matérias-primas e bens intermediários produzidos nessas áreas. Isso não tem a mínima correspondência com qualquer aliança estratégica imaginada e alardeada pelo governo brasileiro. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), até 2014 a China tomará da União Europeia o posto de segundo mercado de destino das exportações latino-americanas, ficando pouco abaixo dos Estados Unidos. Mas será também a segunda maior fonte de produtos importados pela região. Nos dois casos, tomará espaço dos Estados Unidos, mas também deslocará o Brasil.
Esse deslocamento já ocorre até no interior do Mercosul onde produtores chineses tomaram espaço de brasileiros, competindo, em muitos casos, de forma bem pouco transparente. O governo brasileiro teria, se quisesse, motivos excelentes para rediscutir a relação com a China. E por que não com a Rússia, onde as carnes brasileiras têm sido discriminadas em favor das europeias e americanas? Mas para isso não seria preciso fantasiar sobre o Bric nem promover tertúlias de cúpula quase sem agenda.
Falta um bom enredo para os quatro atores que se apresentarão amanhã em Brasília, na reunião de cúpula Bric ? Brasil, Rússia, Índia e China. Só o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, parece acreditar numa importante convergência de interesses dos quatro grandes emergentes, a ponto de poderem atuar em conjunto na cena internacional. Mas essa crença não foi confirmada até agora. Na área comercial o fato mais notável, nos últimos tempos, foi a aproximação da China com os países latino-americanos, onde os produtos chineses têm tomado o lugar não só dos norte-americanos, mas também dos manufaturados brasileiros.
A conferência de amanhã será o segundo encontro de chefes de governo dos quatro países. O primeiro ocorreu em junho do ano passado, na Rússia, e nada produziu de notável. "Com a Índia temos pelo menos alguma cooperação na esfera técnico-militar, mas é difícil imaginar o que podemos querer do Brasil", escreveu na ocasião o analista político Mikhail Vinogradov.
Passado um ano, o Bric continua longe de formar um bloco ou uma frente diplomática, apesar da intensificação dos contatos entre representantes governamentais. Em 2009, os ministros de Finanças dos quatro países combinaram contribuir para o reforço financeiro do Fundo Monetário Internacional, juntando-se ao movimento iniciado pelos governos do mundo rico. O ministro brasileiro Guido Mantega funcionou como porta-voz do grupo, trombeteando condições para o empréstimo. Nenhum outro ministro apareceu em público para repetir as bravatas do colega brasileiro.
A pauta definida para Brasília inclui os itens mais previsíveis: o quadro econômico mundial, a regulação do sistema financeiro, a reforma do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial e, provavelmente, a polêmica sobre o programa nuclear do Irã.
China, Rússia e Índia têm muito mais peso que o Brasil nas questões de segurança global. As duas primeiras têm arsenais nucleares e são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A terceira também tem armas atômicas e um papel importante no jogo estratégico regional. O Brasil não tem nenhum desses atributos, mas seu governo é o mais barulhento no debate sobre o programa nuclear do Irã. Se Brasília tem interesse estratégico nesse caso, certamente não coincide com os objetivos dos outros três.
Rússia, Índia e China têm ambições bem definidas de ocupar espaços crescentes na economia e na política internacionais. Essas ambições são projetos nacionais e não se subordinam a nenhuma fantasia terceiro-mundista. Nenhum de seus governantes atribui prioridade a relações comerciais do tipo Sul-Sul nem se dispõe a participar de movimentos para reformar a ordem global. Podem até usar essa linguagem, de acordo com a ocasião, mas cada qual age de fato em vista de objetivos nacionais. Nenhum deles tomou a iniciativa de converter em bloco a sigla Bric, inventada em 2001 por um economista do banco de investimentos Goldman Sachs.
O projeto chinês inclui a conquista de mercados na África e na América Latina. Inclui também a realização de acordos e de investimentos para garantir o suprimento de matérias-primas e bens intermediários produzidos nessas áreas. Isso não tem a mínima correspondência com qualquer aliança estratégica imaginada e alardeada pelo governo brasileiro. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), até 2014 a China tomará da União Europeia o posto de segundo mercado de destino das exportações latino-americanas, ficando pouco abaixo dos Estados Unidos. Mas será também a segunda maior fonte de produtos importados pela região. Nos dois casos, tomará espaço dos Estados Unidos, mas também deslocará o Brasil.
Esse deslocamento já ocorre até no interior do Mercosul onde produtores chineses tomaram espaço de brasileiros, competindo, em muitos casos, de forma bem pouco transparente. O governo brasileiro teria, se quisesse, motivos excelentes para rediscutir a relação com a China. E por que não com a Rússia, onde as carnes brasileiras têm sido discriminadas em favor das europeias e americanas? Mas para isso não seria preciso fantasiar sobre o Bric nem promover tertúlias de cúpula quase sem agenda.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
ARMAMENTISMO REGIONAL
Países da região podem comprar até US$ 35 bilhões em armas
Marcelo Rech
Em junho, a Organização dos Estados Americanos (OEA), reúne seus integrantes em Lima para
discutir a própria reestruturação, mas o tema principal será mesmo o armamentismo regional.
A região deve gastar nos próximos anos, cerca de US$ 35 bilhões com a compra de armas.
Pese os mais de 180 milhões de pobres, 35 milhões de indigentes e a morte de 160 mil crianças
a cada ano por falta de atenção primária de saúde.
Os Estados Unidos que concorrem na licitação da Força Aérea Brasileira (FAB), para a venda do
caça bombardeiro F-18, é um dos países que mais armamento vende para a região.
Além do F-18, também o F-16, ambos sofisticadíssimos, são comercializados com os latinoamericanos.
Holanda, França, Itália, Espanha e Rússia, também possuem contratos milionários com os
governos da região.
O Brasil comprou helicópteros de guerra da Rússia que planeja instalar uma fábrica de material
bélico no país para aumentar as vendas na vizinhança.
Da França, comprou submarinos convencionais e nuclear, helicópteros e talvez compre 36 caças
Rafale.
Para a Venezuela, os russos já venderam US$ 5 bilhões em armamentos.
Bolívia, Chile, Colômbia e Peru, também têm projetos em andamento para a aquisição de
equipamentos bélicos.
Apesar da força que aparenta ter – são 800 empregados, US$ 180 milhões de orçamento e
escritórios em 34 países das Américas – a OEA está longe de influir nessa questão.
Cabe ressaltar que o artigo 2 da Carta fundacional da organização, obriga todos os países a
limitar seus gastos em defesa para aplicá-los em programas de desenvolvimento econômico e social.
Conselho Sul-Americano de Defesa
Por outro lado, o recém criado Conselho Sul-Americano de Defesa, se reúne nos dias 6 e 7, em
Quito, para discutir os procedimentos que serão adotados quanto às medidas de Fomento de Confiança
e Segurança.
Na semana passada, representantes dos países que integram a Unasul se reuniram na capital
equatoriana para desenhar o documento que será aprovado pelos ministros.
O principal objetivo é descaracterizar a existência de uma corrida armamentista na região.
Para tanto, será criado um banco de dados sobre a aquisição de armas convencionais e
equipamentos militares.
Exercícios conjuntos dentro da Unasul ou fora dela, serão realizados de acordo com as normas
aprovadas pelo Conselho Sul-Americano de Defesa.
O tripé considerado fundamental para evitar tensões na região, prevê a proscrição do uso da
força, a criação de uma zona livre de áreas nucleares, e a garantia de soberania e de não intervenção.
A Unasul aguarda ainda uma resposta dos Estados Unidos sobre um eventual diálogo sobre
segurança e defesa.
Países da região podem comprar até US$ 35 bilhões em armas
Marcelo Rech
Em junho, a Organização dos Estados Americanos (OEA), reúne seus integrantes em Lima para
discutir a própria reestruturação, mas o tema principal será mesmo o armamentismo regional.
A região deve gastar nos próximos anos, cerca de US$ 35 bilhões com a compra de armas.
Pese os mais de 180 milhões de pobres, 35 milhões de indigentes e a morte de 160 mil crianças
a cada ano por falta de atenção primária de saúde.
Os Estados Unidos que concorrem na licitação da Força Aérea Brasileira (FAB), para a venda do
caça bombardeiro F-18, é um dos países que mais armamento vende para a região.
Além do F-18, também o F-16, ambos sofisticadíssimos, são comercializados com os latinoamericanos.
Holanda, França, Itália, Espanha e Rússia, também possuem contratos milionários com os
governos da região.
O Brasil comprou helicópteros de guerra da Rússia que planeja instalar uma fábrica de material
bélico no país para aumentar as vendas na vizinhança.
Da França, comprou submarinos convencionais e nuclear, helicópteros e talvez compre 36 caças
Rafale.
Para a Venezuela, os russos já venderam US$ 5 bilhões em armamentos.
Bolívia, Chile, Colômbia e Peru, também têm projetos em andamento para a aquisição de
equipamentos bélicos.
Apesar da força que aparenta ter – são 800 empregados, US$ 180 milhões de orçamento e
escritórios em 34 países das Américas – a OEA está longe de influir nessa questão.
Cabe ressaltar que o artigo 2 da Carta fundacional da organização, obriga todos os países a
limitar seus gastos em defesa para aplicá-los em programas de desenvolvimento econômico e social.
Conselho Sul-Americano de Defesa
Por outro lado, o recém criado Conselho Sul-Americano de Defesa, se reúne nos dias 6 e 7, em
Quito, para discutir os procedimentos que serão adotados quanto às medidas de Fomento de Confiança
e Segurança.
Na semana passada, representantes dos países que integram a Unasul se reuniram na capital
equatoriana para desenhar o documento que será aprovado pelos ministros.
O principal objetivo é descaracterizar a existência de uma corrida armamentista na região.
Para tanto, será criado um banco de dados sobre a aquisição de armas convencionais e
equipamentos militares.
Exercícios conjuntos dentro da Unasul ou fora dela, serão realizados de acordo com as normas
aprovadas pelo Conselho Sul-Americano de Defesa.
O tripé considerado fundamental para evitar tensões na região, prevê a proscrição do uso da
força, a criação de uma zona livre de áreas nucleares, e a garantia de soberania e de não intervenção.
A Unasul aguarda ainda uma resposta dos Estados Unidos sobre um eventual diálogo sobre
segurança e defesa.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Brasil – EUA: a cooperação incomoda
Marcelo Rech
A cada 15 dias pelo menos, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirma em algum evento que vai
entregar “na próxima semana” o relatório final sobre a escolha do caça que vai integrar a frota da Força
Aérea Brasileira (FAB).
E que o presidente da República reunirá o Conselho de Defesa Nacional para bater o martelo.
Uma celeuma que parece não ter fim.
Às vezes o governo dá a entender que o negócio com a França está fechado. Outras, que os
concorrentes têm chances.
Há momentos em que sinaliza com o encerramento da licitação sem definição alguma, copiando
o governo tucano.
Na prática, esse negócio de uns US$ 4 bilhões tem sido costurado sem transparência alguma,
sugerindo que interesses outros sejam determinantes para que o anúncio seja feito de uma vez por
todas.
Ou não.
Depois de se distanciar dos Estados Unidos, de reclamar de sua presença militar na América do
Sul e de confrontá-lo com um apoio incondicional ao Irã e a Cuba, o governo assina um pacto estratégico
justamente neste campo.
Os Estados Unidos não terão bases à sua disposição, seus militares não gozaram de imunidades
e eles não estarão permanentemente por aqui.
Ainda assim, trata-se de uma aliança que irrita a vizinhança, principalmente aqueles que não
viram nada demais a Colômbia ampliar seus entendimentos com o Pentágono.
Aceitaram endossar as queixas de Brasília e agora se sentem enganados.
Isso sem contar Bolívia, Equador e Venezuela, que sustentavam seus discursos anti-Império
tendo a postura brasileira como pano de fundo.
Se a Colômbia não podia o que faz pensar o ministério da Defesa que o Brasil pode?
Essa é uma das perguntas que Nelson Jobim terá de responder no dia 6 em Quito quando seus
homólogos se sentarem na mesma mesa para discutir o assunto.
A exemplo da licitação dos caças, o tema foi muito mal conduzido.
Cheira a oportunismo, coisa de quem se acha melhor que os outros.
Enquanto diziam uma coisa em público, faziam outra em privado.
O acordo assinado em Washington constitui um poderoso instrumento jurídico que permitirá aos
dois países detalhar como, quando e em que condições, a cooperação avançará.
Pesquisa e desenvolvimento, intercâmbio de informação militar, projetos e programas
tecnológicos e comércio, na área de defesa não é o mesmo que em turismo ou esportes.
Para os Estados Unidos, esse documento é fundamental. Atende aos seus interesses
estratégicos na região, mesmo que o Brasil insista em diminuir sua importância.
Se não tem relevância, por que assiná-lo?
O ministro da Defesa foi taxativo ao reconhecer que agora o Brasil está no jogo para vencer (a
licitação da Força Aérea norte-americana) um negócio que pode chegar a 200 aeronaves Super Tucano.
Resta saber se o F-18 Super Hornet, fabricado pela norte-americana Boeing, também ressurge
das cinzas no arrastado FX2.
Não fosse o lobby instalado no Congresso Nacional pelas empresas na disputa, seria um bom
tema a ser investigado.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais,
Estratégias e Políticas de Defesa e Terrorismo e contra-insurgência. Correio eletrônico:
inforel@inforel.org
Marcelo Rech
A cada 15 dias pelo menos, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirma em algum evento que vai
entregar “na próxima semana” o relatório final sobre a escolha do caça que vai integrar a frota da Força
Aérea Brasileira (FAB).
E que o presidente da República reunirá o Conselho de Defesa Nacional para bater o martelo.
Uma celeuma que parece não ter fim.
Às vezes o governo dá a entender que o negócio com a França está fechado. Outras, que os
concorrentes têm chances.
Há momentos em que sinaliza com o encerramento da licitação sem definição alguma, copiando
o governo tucano.
Na prática, esse negócio de uns US$ 4 bilhões tem sido costurado sem transparência alguma,
sugerindo que interesses outros sejam determinantes para que o anúncio seja feito de uma vez por
todas.
Ou não.
Depois de se distanciar dos Estados Unidos, de reclamar de sua presença militar na América do
Sul e de confrontá-lo com um apoio incondicional ao Irã e a Cuba, o governo assina um pacto estratégico
justamente neste campo.
Os Estados Unidos não terão bases à sua disposição, seus militares não gozaram de imunidades
e eles não estarão permanentemente por aqui.
Ainda assim, trata-se de uma aliança que irrita a vizinhança, principalmente aqueles que não
viram nada demais a Colômbia ampliar seus entendimentos com o Pentágono.
Aceitaram endossar as queixas de Brasília e agora se sentem enganados.
Isso sem contar Bolívia, Equador e Venezuela, que sustentavam seus discursos anti-Império
tendo a postura brasileira como pano de fundo.
Se a Colômbia não podia o que faz pensar o ministério da Defesa que o Brasil pode?
Essa é uma das perguntas que Nelson Jobim terá de responder no dia 6 em Quito quando seus
homólogos se sentarem na mesma mesa para discutir o assunto.
A exemplo da licitação dos caças, o tema foi muito mal conduzido.
Cheira a oportunismo, coisa de quem se acha melhor que os outros.
Enquanto diziam uma coisa em público, faziam outra em privado.
O acordo assinado em Washington constitui um poderoso instrumento jurídico que permitirá aos
dois países detalhar como, quando e em que condições, a cooperação avançará.
Pesquisa e desenvolvimento, intercâmbio de informação militar, projetos e programas
tecnológicos e comércio, na área de defesa não é o mesmo que em turismo ou esportes.
Para os Estados Unidos, esse documento é fundamental. Atende aos seus interesses
estratégicos na região, mesmo que o Brasil insista em diminuir sua importância.
Se não tem relevância, por que assiná-lo?
O ministro da Defesa foi taxativo ao reconhecer que agora o Brasil está no jogo para vencer (a
licitação da Força Aérea norte-americana) um negócio que pode chegar a 200 aeronaves Super Tucano.
Resta saber se o F-18 Super Hornet, fabricado pela norte-americana Boeing, também ressurge
das cinzas no arrastado FX2.
Não fosse o lobby instalado no Congresso Nacional pelas empresas na disputa, seria um bom
tema a ser investigado.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais,
Estratégias e Políticas de Defesa e Terrorismo e contra-insurgência. Correio eletrônico:
inforel@inforel.org
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
China Beats Brazil in Own Backyard as BRIC Summit Seeks Unity
More From Businessweek
* Brazil ‘Ready’ to Profit From Chinese Blockade of Argentine Soy
By Andre Soliani and Joshua Goodman April 15 (Bloomberg) -- When
Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva hosts his Chinese
counterpart today, he will welcome a leader whose economy is growing
faster than his own -- and whose exporters are outstripping Brazil in
its own backyard.
Chinese President Hu Jintao, 67, arrived last night to Brasilia to
attend the second heads-of-state summit of the largest emerging
economies, or so-called BRIC nations, along with the leaders of Russia
and India.
China boosted exports to Argentina, Uruguay and Paraguay, members of
the Brazil-led Mercosur trade bloc, by 7.3 percent to $4.8 billion in
the first eight months of 2009 from two years earlier, while Brazilian
sales to its neighbors fell 18 percent to $9.6 billion during the same
period. Chinese-made products such as tires and stereo speakers are
the target of 26 Brazilian anti-dumping measures, more than any other
country and nearly half of all 68 in place, according to Brazil’s
Trade Ministry.
“We’re sleeping with the enemy,” said Christian Lohbauer, a trade
specialist and head of Sao Paulo-based Orange Juice Exporters
Association. “How can you call it a strategic alliance if we can’t
export value added products?”
China’s global hunt for raw materials and markets to sell
manufacturing goods has allowed it to make inroads across the region.
Exports to Latin America and the Caribbean jumped 26 percent since
2005, more than with any other region and double the average pace of
growth with the rest of the world, according to an April 13 report by
the United Nations.
That’s made it harder for Lula, 64, to reach his goal of transforming
Brazil into a global supplier of airplanes, software and oil platforms
-- beginning in Latin America, where its $1.6 trillion economy is the
biggest. Since 2003, foreign investment by Brazilian companies has
surged to over $20 billion a year from $2.5 billion, the bulk in the
region, according to the UN.
‘Biggest Threat’
“China is Brazil’s main competitor and the biggest threat to its
industrial expansion strategy” because the two produce similar goods,
said Mauricio Mesquita Moreira, the Inter- American Development Bank’s
top trade economist.
The four-day state visit to Brazil is Hu’s second to the country. On
April 17 he travels to Venezuela followed by a visit to Chile, one of
three Latin American countries with whom China has a free-trade
agreement. Peru and Costa Rica are the others.
“We have problems to solve” including exchange rate distortions,”
Welber Barral, Brazil’s trade secretary, said in an interview. “The
increase in trade and investments may help us overcome these hurdles.”
China’s policy of pegging the yuan to the dollar, lower wages than
those paid in Brazil and subsidies to manufacturers have allowed the
country to gain market share in the region, said Moreira.
China’s Commerce Ministry didn’t immediately respond to a phone call
and fax requesting comment.
Surpassing the U.S.
While China surpassed the U.S. as the biggest buyer of Brazil’s
exports last year, after the global recession reduced sales to the
U.S. by 43 percent to $15.6 billion, most of its purchases are raw
materials. Soy and iron ore accounted for 66 percent of $20 billion in
Brazilian sales to China last year.
“This is the same pattern of trade Brazil had in the 17th and 18th
century,” Moreira said in a phone interview from Washington.
Exports to Venezuela from China surpassed those from Brazil in 2008,
according to the state-run, Caracas-based export bank known as
Bancoex. While Brazilian sales to Mexico, Latin America’s second
biggest economy, increased three-fold since 1998, those from China
surged 20 times to $32.5 billion last year, according to Mexico’s
Economy Ministry.
China’s push into Latin America also is helping Brazil as investments
in industries from energy to metals production creates jobs and
improves infrastructure.
Chinese Investments
Wuhan Iron & Steel Group, China’s third-largest steelmaker, paid $400
million in November for almost 22 percent of Rio de Janeiro-based MMX
Mineracao e Metalicos SA, an iron-ore company belonging to billionaire
Eike Batista. The companies said they may jointly build a $5-billion
steel mill at his LLX Logistica SA’s port project, Porto Acu, in
northern Rio de Janeiro state.
In the first two months of the year, China’s direct investment in
Brazil surged to $354 million, more than four times the $83 million it
invested all of last year.
‘Natural Symbiosis’
“The world is China’s backyard and Brazilians shouldn’t be so hyped up
about it,” Jim O’Neill, London-based chief global economist for
Goldman Sachs Group Inc, said in an interview. “There’s a natural
symbiosis in trade between the two countries despite Brazil’s
legitimate desire to be a manufacturing powerhouse.”
O’Neill coined the term BRIC in 2001 to describe the four nations that
he estimates will collectively equal the U.S. in economic size by
2020.
At their first summit in the Ural Mountains city of Yekaterinburg,
Russia last June, the BRIC heads of state called for emerging
economies to have a greater voice in international financial
institutions and for a more diversified global monetary system.
That agenda will be joined in Brasilia by a discussion of ways to
deepen trade in local currencies.
Hu told President Barack Obama in Washington April 13 that China won’t
bow to pressure after the U.S. leader urged the Asian country to adopt
a “more market-oriented exchange rate.”
Twelve-month non-deliverable yuan forwards rose 0.02 percent to 6.6178
per dollar yesterday, according to Bloomberg data, reflecting bets the
currency will strengthen 3 percent from the current peg of about 6.83
against the dollar.
Brazil’s real has gained 34 percent against the dollar since China
last revalued its currency by 2.1 percent in July 2005, more than any
major currency tracked by Bloomberg.
Russia Favored
O’Neill said Russia’s Micex Index, which has jumped 11.4 percent this
year, is poised to be the best-performing among the BRIC equity
markets this year because of stronger oil prices. The Shanghai
Composite Index lost 3.5 percent this year while Indian stocks have
gained 2 percent. Brazilian equities are up 3.6 percent.
Brazil’s Central Bank President Henrique Meirelles said in an
interview that Brazil faces fewer problems than other countries from
an undervalued Chinese currency.
“Brazilian companies are strong,” Meirelles, 64, said when asked
whether he expects China step up acquisitions in the country. The
Chinese “are looking at some opportunities, but I don’t see that as a
large scale move or something extremely relevant.”
More From Businessweek
* Brazil ‘Ready’ to Profit From Chinese Blockade of Argentine Soy
By Andre Soliani and Joshua Goodman April 15 (Bloomberg) -- When
Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva hosts his Chinese
counterpart today, he will welcome a leader whose economy is growing
faster than his own -- and whose exporters are outstripping Brazil in
its own backyard.
Chinese President Hu Jintao, 67, arrived last night to Brasilia to
attend the second heads-of-state summit of the largest emerging
economies, or so-called BRIC nations, along with the leaders of Russia
and India.
China boosted exports to Argentina, Uruguay and Paraguay, members of
the Brazil-led Mercosur trade bloc, by 7.3 percent to $4.8 billion in
the first eight months of 2009 from two years earlier, while Brazilian
sales to its neighbors fell 18 percent to $9.6 billion during the same
period. Chinese-made products such as tires and stereo speakers are
the target of 26 Brazilian anti-dumping measures, more than any other
country and nearly half of all 68 in place, according to Brazil’s
Trade Ministry.
“We’re sleeping with the enemy,” said Christian Lohbauer, a trade
specialist and head of Sao Paulo-based Orange Juice Exporters
Association. “How can you call it a strategic alliance if we can’t
export value added products?”
China’s global hunt for raw materials and markets to sell
manufacturing goods has allowed it to make inroads across the region.
Exports to Latin America and the Caribbean jumped 26 percent since
2005, more than with any other region and double the average pace of
growth with the rest of the world, according to an April 13 report by
the United Nations.
That’s made it harder for Lula, 64, to reach his goal of transforming
Brazil into a global supplier of airplanes, software and oil platforms
-- beginning in Latin America, where its $1.6 trillion economy is the
biggest. Since 2003, foreign investment by Brazilian companies has
surged to over $20 billion a year from $2.5 billion, the bulk in the
region, according to the UN.
‘Biggest Threat’
“China is Brazil’s main competitor and the biggest threat to its
industrial expansion strategy” because the two produce similar goods,
said Mauricio Mesquita Moreira, the Inter- American Development Bank’s
top trade economist.
The four-day state visit to Brazil is Hu’s second to the country. On
April 17 he travels to Venezuela followed by a visit to Chile, one of
three Latin American countries with whom China has a free-trade
agreement. Peru and Costa Rica are the others.
“We have problems to solve” including exchange rate distortions,”
Welber Barral, Brazil’s trade secretary, said in an interview. “The
increase in trade and investments may help us overcome these hurdles.”
China’s policy of pegging the yuan to the dollar, lower wages than
those paid in Brazil and subsidies to manufacturers have allowed the
country to gain market share in the region, said Moreira.
China’s Commerce Ministry didn’t immediately respond to a phone call
and fax requesting comment.
Surpassing the U.S.
While China surpassed the U.S. as the biggest buyer of Brazil’s
exports last year, after the global recession reduced sales to the
U.S. by 43 percent to $15.6 billion, most of its purchases are raw
materials. Soy and iron ore accounted for 66 percent of $20 billion in
Brazilian sales to China last year.
“This is the same pattern of trade Brazil had in the 17th and 18th
century,” Moreira said in a phone interview from Washington.
Exports to Venezuela from China surpassed those from Brazil in 2008,
according to the state-run, Caracas-based export bank known as
Bancoex. While Brazilian sales to Mexico, Latin America’s second
biggest economy, increased three-fold since 1998, those from China
surged 20 times to $32.5 billion last year, according to Mexico’s
Economy Ministry.
China’s push into Latin America also is helping Brazil as investments
in industries from energy to metals production creates jobs and
improves infrastructure.
Chinese Investments
Wuhan Iron & Steel Group, China’s third-largest steelmaker, paid $400
million in November for almost 22 percent of Rio de Janeiro-based MMX
Mineracao e Metalicos SA, an iron-ore company belonging to billionaire
Eike Batista. The companies said they may jointly build a $5-billion
steel mill at his LLX Logistica SA’s port project, Porto Acu, in
northern Rio de Janeiro state.
In the first two months of the year, China’s direct investment in
Brazil surged to $354 million, more than four times the $83 million it
invested all of last year.
‘Natural Symbiosis’
“The world is China’s backyard and Brazilians shouldn’t be so hyped up
about it,” Jim O’Neill, London-based chief global economist for
Goldman Sachs Group Inc, said in an interview. “There’s a natural
symbiosis in trade between the two countries despite Brazil’s
legitimate desire to be a manufacturing powerhouse.”
O’Neill coined the term BRIC in 2001 to describe the four nations that
he estimates will collectively equal the U.S. in economic size by
2020.
At their first summit in the Ural Mountains city of Yekaterinburg,
Russia last June, the BRIC heads of state called for emerging
economies to have a greater voice in international financial
institutions and for a more diversified global monetary system.
That agenda will be joined in Brasilia by a discussion of ways to
deepen trade in local currencies.
Hu told President Barack Obama in Washington April 13 that China won’t
bow to pressure after the U.S. leader urged the Asian country to adopt
a “more market-oriented exchange rate.”
Twelve-month non-deliverable yuan forwards rose 0.02 percent to 6.6178
per dollar yesterday, according to Bloomberg data, reflecting bets the
currency will strengthen 3 percent from the current peg of about 6.83
against the dollar.
Brazil’s real has gained 34 percent against the dollar since China
last revalued its currency by 2.1 percent in July 2005, more than any
major currency tracked by Bloomberg.
Russia Favored
O’Neill said Russia’s Micex Index, which has jumped 11.4 percent this
year, is poised to be the best-performing among the BRIC equity
markets this year because of stronger oil prices. The Shanghai
Composite Index lost 3.5 percent this year while Indian stocks have
gained 2 percent. Brazilian equities are up 3.6 percent.
Brazil’s Central Bank President Henrique Meirelles said in an
interview that Brazil faces fewer problems than other countries from
an undervalued Chinese currency.
“Brazilian companies are strong,” Meirelles, 64, said when asked
whether he expects China step up acquisitions in the country. The
Chinese “are looking at some opportunities, but I don’t see that as a
large scale move or something extremely relevant.”
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
O risco da bomba do terror
Só não se pode dizer que a questão das sanções ao Irã roubou a cena da Cúpula de Segurança Nuclear, que na segunda e terça-feira reuniu em Washington dirigentes e outros representantes de 47 países, porque o próprio promotor do evento, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se valeu dele para insistir na "rápida e agressiva" adoção, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, de uma nova bateria de penalidades contra o governo iraniano por suas recorrentes transgressões do Tratado de Não-Proliferação (TNP). Mas Obama foi mais bem-sucedido na conferência em si ? o maior encontro de líderes estrangeiros em solo americano desde aquele que criou a ONU, em 1945 ? do que nas suas exortações sobre o Irã.
O principal obstáculo às sanções, como se sabe, é a China. Um dos 5 membros do Conselho de Segurança com poder de veto, o país compra de Teerã 12% dos seus suprimentos de petróleo e gás ? e não está especialmente ansioso em pavimentar o caminho para a renovada afirmação da liderança mundial dos Estados Unidos. À margem da cúpula, Obama se reuniu com o presidente Hu Jintao, e os porta-vozes da Casa Branca se apressaram a espalhar que a China havia enfim anunciado o seu apoio ao pleito americano. Aparentemente, a versão não se sustém. A chancelaria chinesa logo fez saber que Pequim continua a preferir "o diálogo e o entendimento às sanções e pressões". É também a posição do Brasil e da Turquia, membros temporários do Conselho.
Mas, se continua incerto o desfecho da demanda americana ? cujo principal objetivo é o de confrontar o Irã com uma crescente coesão da comunidade internacional para que cumpra as suas obrigações como signatário do TNP ?, o resultado da cúpula propriamente dita representou um progresso notável. Obama fez da não-proliferação e do controle dos arsenais atômicos o carro-chefe da sua política externa. Há um ano, em Praga, numa fala que contribuiu para ser contemplado ? prematuramente ? com o Prêmio Nobel da Paz, pregou o desarmamento nuclear, embora, realista, tenha admitido que não viverá para ver essa meta alcançada.
A sua prioridade imediata, em todo caso, era neutralizar agora o risco de uma organização terrorista como a Al-Qaeda ter acesso à bomba ou aos materiais (urânio altamente enriquecido ou plutônio) que lhe permitiriam montá-la. Na abertura da cúpula, cuja realização ele havia anunciado em Praga, Obama declarou essa eventualidade "a maior ameaça singular à segurança dos Estados Unidos, no curto, médio e longo prazos". É uma hipótese improvável, porém não impossível. Existem, disseminados por meia centena de países, cerca de 1.600 toneladas de urânio fortemente enriquecido e 500 toneladas de plutônio, o suficiente para a produção de umas 100 mil bombas. Bastam 50 quilos de urânio para fazer uma réplica daquelas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Em tese, o presidente Lula tem razão quando diz que "o modo mais eficaz de reduzir os riscos de que agentes não-estatais utilizem explosivos nucleares é a eliminação total e irreversível de todos os arsenais". Na prática, equivale a dizer que a melhor solução para o contrabando de armas é a eliminação da indústria bélica. Com os pés no chão, Obama conseguiu que 47 países assumissem o compromisso voluntário de participar de um plano internacional para a salvaguarda de materiais atômicos em um prazo de 4 anos. O plano deverá desembocar numa série de medidas relacionadas com o armazenamento, uso, transporte e contabilização de substâncias radioativas, especialmente urânio e plutônio.
Não é pouca coisa quando se tem em mente, por exemplo, que o Paquistão, infestado de terroristas, se recusa a abandonar a produção de plutônio para a sua segunda geração de armas nucleares. Guardadas as proporções, a corrida armamentista entre o Paquistão e a Índia substituiu a que os EUA travavam com a antiga URSS. Washington e Moscou, por sinal, assinaram na semana passada um tratado de desarmamento que prevê a redução em 30% dos respectivos arsenais estratégicos. Significa mais, na diplomacia nuclear global, do que "jogar fora remédios vencidos", como comparou um desavisado Lula.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 8466,0.php
Só não se pode dizer que a questão das sanções ao Irã roubou a cena da Cúpula de Segurança Nuclear, que na segunda e terça-feira reuniu em Washington dirigentes e outros representantes de 47 países, porque o próprio promotor do evento, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se valeu dele para insistir na "rápida e agressiva" adoção, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, de uma nova bateria de penalidades contra o governo iraniano por suas recorrentes transgressões do Tratado de Não-Proliferação (TNP). Mas Obama foi mais bem-sucedido na conferência em si ? o maior encontro de líderes estrangeiros em solo americano desde aquele que criou a ONU, em 1945 ? do que nas suas exortações sobre o Irã.
O principal obstáculo às sanções, como se sabe, é a China. Um dos 5 membros do Conselho de Segurança com poder de veto, o país compra de Teerã 12% dos seus suprimentos de petróleo e gás ? e não está especialmente ansioso em pavimentar o caminho para a renovada afirmação da liderança mundial dos Estados Unidos. À margem da cúpula, Obama se reuniu com o presidente Hu Jintao, e os porta-vozes da Casa Branca se apressaram a espalhar que a China havia enfim anunciado o seu apoio ao pleito americano. Aparentemente, a versão não se sustém. A chancelaria chinesa logo fez saber que Pequim continua a preferir "o diálogo e o entendimento às sanções e pressões". É também a posição do Brasil e da Turquia, membros temporários do Conselho.
Mas, se continua incerto o desfecho da demanda americana ? cujo principal objetivo é o de confrontar o Irã com uma crescente coesão da comunidade internacional para que cumpra as suas obrigações como signatário do TNP ?, o resultado da cúpula propriamente dita representou um progresso notável. Obama fez da não-proliferação e do controle dos arsenais atômicos o carro-chefe da sua política externa. Há um ano, em Praga, numa fala que contribuiu para ser contemplado ? prematuramente ? com o Prêmio Nobel da Paz, pregou o desarmamento nuclear, embora, realista, tenha admitido que não viverá para ver essa meta alcançada.
A sua prioridade imediata, em todo caso, era neutralizar agora o risco de uma organização terrorista como a Al-Qaeda ter acesso à bomba ou aos materiais (urânio altamente enriquecido ou plutônio) que lhe permitiriam montá-la. Na abertura da cúpula, cuja realização ele havia anunciado em Praga, Obama declarou essa eventualidade "a maior ameaça singular à segurança dos Estados Unidos, no curto, médio e longo prazos". É uma hipótese improvável, porém não impossível. Existem, disseminados por meia centena de países, cerca de 1.600 toneladas de urânio fortemente enriquecido e 500 toneladas de plutônio, o suficiente para a produção de umas 100 mil bombas. Bastam 50 quilos de urânio para fazer uma réplica daquelas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Em tese, o presidente Lula tem razão quando diz que "o modo mais eficaz de reduzir os riscos de que agentes não-estatais utilizem explosivos nucleares é a eliminação total e irreversível de todos os arsenais". Na prática, equivale a dizer que a melhor solução para o contrabando de armas é a eliminação da indústria bélica. Com os pés no chão, Obama conseguiu que 47 países assumissem o compromisso voluntário de participar de um plano internacional para a salvaguarda de materiais atômicos em um prazo de 4 anos. O plano deverá desembocar numa série de medidas relacionadas com o armazenamento, uso, transporte e contabilização de substâncias radioativas, especialmente urânio e plutônio.
Não é pouca coisa quando se tem em mente, por exemplo, que o Paquistão, infestado de terroristas, se recusa a abandonar a produção de plutônio para a sua segunda geração de armas nucleares. Guardadas as proporções, a corrida armamentista entre o Paquistão e a Índia substituiu a que os EUA travavam com a antiga URSS. Washington e Moscou, por sinal, assinaram na semana passada um tratado de desarmamento que prevê a redução em 30% dos respectivos arsenais estratégicos. Significa mais, na diplomacia nuclear global, do que "jogar fora remédios vencidos", como comparou um desavisado Lula.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 8466,0.php
Re: GEOPOLÍTICA
Carambolas!
Nossos editorialistas, de nossos imaginativos jornais, são mesmo "duca"!
Falam do BRIC à lingua solta, só não transcrevem os fato das tenazes tentativas da chancelaria brasileira em tentar unir esses malucos.
Pelas declarações do russo nota-se como eles, os russos, estão perdidos em seus interesses externos desde a implosão do comunismo e seu viés ideológico. Aliás, na época eles tinham uma doutrina, agora eles estão igual a cachorro que cai de caminhão de mudanças. O cara só pode ser trissômico, como dizer que não sabe qual interesse poderia unir Rússia ao Brasil? Esta foi uma declaração pra lá de idiota. Falar isto sobre um mercado que vem sendo disputado à tapas por outras nações, e que despejou a Rússia de uma compra bilionária de caças. Por estas e outras é que transpira abertamente a falta de tato que eles tem com os ocidentais.
Em adendo, teima-se em olhar para o acordo, entre o Brasil e os EUA, com uma lupa pintada de preto. Não sei o que dá em nossos jornalistas. É pura contaminação de época de elições, só pode!
Primeiro: O acordo diz tudo e não diz nada. Dalí, só emergirá algo concreto se, e depois, de muito negocião e que seja do mútuo e real interesse às nações contratantes. Além disto, continuada a doutrina atual de nossa política externa (não se enganem, os diplomatas não deliberam tudo, os militares também são ouvidos), os americanos vão roer um osso de mamute para mascar uma ponta de filé (como nós fazemos para conseguir o mesmo com eles).
Segundo: Avoquemos a célebre frase americana ("nações não tem amigos tem interesses").
O Brasil faz o que seus interesses lhe impõem. Seguimos uma política externa mas não, necessariamente, nos ajustamos a ela como um dogma. Basta ver a Colômbia que ofereceu mais de uma vez a derriére aos EUA com medo do Chapolim e das FARCS. Com isto, mandou às favas seus vizinhos e abriu suas pernas, digo suas terras a bases americanas. A Bolívia, do presidente narco-índio-maluquete, invadiu a filial da Petrobrás, ameaçou invadir à Lua e Plutão e ninguém deu piti.
Fazemos o que manda nossos interesses. Temos o direito de celebrar acordos etc e tal. Nada há garavado, nos termos do acrodo, que insulte ou fira nossa soberania. Ao contrário, ele é simplesmente um instrumento de pacificação extraído a duras penas (levou anos) pelos EUA e que pode ser devidament útil ao Brasil. E caso transgrida nossos interesses basta denunciá-lo.
Nossos editorialistas, de nossos imaginativos jornais, são mesmo "duca"!
Falam do BRIC à lingua solta, só não transcrevem os fato das tenazes tentativas da chancelaria brasileira em tentar unir esses malucos.
Pelas declarações do russo nota-se como eles, os russos, estão perdidos em seus interesses externos desde a implosão do comunismo e seu viés ideológico. Aliás, na época eles tinham uma doutrina, agora eles estão igual a cachorro que cai de caminhão de mudanças. O cara só pode ser trissômico, como dizer que não sabe qual interesse poderia unir Rússia ao Brasil? Esta foi uma declaração pra lá de idiota. Falar isto sobre um mercado que vem sendo disputado à tapas por outras nações, e que despejou a Rússia de uma compra bilionária de caças. Por estas e outras é que transpira abertamente a falta de tato que eles tem com os ocidentais.
Em adendo, teima-se em olhar para o acordo, entre o Brasil e os EUA, com uma lupa pintada de preto. Não sei o que dá em nossos jornalistas. É pura contaminação de época de elições, só pode!
Primeiro: O acordo diz tudo e não diz nada. Dalí, só emergirá algo concreto se, e depois, de muito negocião e que seja do mútuo e real interesse às nações contratantes. Além disto, continuada a doutrina atual de nossa política externa (não se enganem, os diplomatas não deliberam tudo, os militares também são ouvidos), os americanos vão roer um osso de mamute para mascar uma ponta de filé (como nós fazemos para conseguir o mesmo com eles).
Segundo: Avoquemos a célebre frase americana ("nações não tem amigos tem interesses").
O Brasil faz o que seus interesses lhe impõem. Seguimos uma política externa mas não, necessariamente, nos ajustamos a ela como um dogma. Basta ver a Colômbia que ofereceu mais de uma vez a derriére aos EUA com medo do Chapolim e das FARCS. Com isto, mandou às favas seus vizinhos e abriu suas pernas, digo suas terras a bases americanas. A Bolívia, do presidente narco-índio-maluquete, invadiu a filial da Petrobrás, ameaçou invadir à Lua e Plutão e ninguém deu piti.
Fazemos o que manda nossos interesses. Temos o direito de celebrar acordos etc e tal. Nada há garavado, nos termos do acrodo, que insulte ou fira nossa soberania. Ao contrário, ele é simplesmente um instrumento de pacificação extraído a duras penas (levou anos) pelos EUA e que pode ser devidament útil ao Brasil. E caso transgrida nossos interesses basta denunciá-lo.
Re: GEOPOLÍTICA
15/04/2010 - 13h39
Brasil e China defendem que é preciso construir uma "nova ordem mundial"
Brasília, 15 abr (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Hu Jintao, insistiram hoje na necessidade de construir uma "nova ordem mundial" e concordaram em estabelecer uma cooperação mais próxima entre seus países a fim de fortalecer o eixo Sul-Sul.
Lula e Jintao se encontraram durante a Cúpula do Bric, que seus países integram junto com a Rússia e a Índia, realizada hoje em Brasília junto ao Fórum Ibas, formado pelo Brasil, Índia e África do Sul.
Segundo o presidente da China, foram traçadas as linhas para um plano de cooperação entre os dois países entre 2010 e 2014, que contará com projetos conjuntos de uma "maior harmonia e coordenação".
O presidente brasileiro assegurou que as cúpulas realizadas em Brasília entre as grandes potências emergentes "revelam que uma nova geografia econômica mundial nasceu".
Lula afirmou que o Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul "têm vocação universal" e compartilham tanto valores como preocupações, entre elas o medo da "uma crise mundial, cujos efeitos ainda não se dissiparam".
Além disso, avaliou os planos de cooperação com a África e com os países em desenvolvimento dentro dos grupos Ibas e Bric e ressaltou o caráter "solidário" da "nova ordem econômico" que os países emergentes promovem.
No plano bilateral, a China destacou este ano tomou a posição dos Estados Unidos como o principal parceiro comercial do Brasil e que a troca entre os dois países chegou a US$ 36 bilhões em 2009.
Lula também encorajou aos empresários asiáticos a aproveitar as "possibilidades excepcionais de participação das empresas chinesas na modernização da infraestrutura do Brasil", sobretudo frente aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Após o encontro de Lula e Jintao foram assinados 12 acordos de cooperação bilateral nas áreas de petróleo, agricultura, espacial, científica e de propriedade intelectual.
Além disso, foi firmado um convênio que permitirá a exportação de folhas de tabaco e carne bovina brasileiras à China.
Um último acordo foi assinado pelo China Development Bank para o financiamento das operações para a compra de equipes de origem chinesa que a Oi negocia.
O acordo não menciona números, mas segundo fontes diplomáticas, a linha de crédito em favor da empresa brasileira poderia ficar em torno de US$ 1 bilhão.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... ndial.jhtm
Brasil e China defendem que é preciso construir uma "nova ordem mundial"
Brasília, 15 abr (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Hu Jintao, insistiram hoje na necessidade de construir uma "nova ordem mundial" e concordaram em estabelecer uma cooperação mais próxima entre seus países a fim de fortalecer o eixo Sul-Sul.
Lula e Jintao se encontraram durante a Cúpula do Bric, que seus países integram junto com a Rússia e a Índia, realizada hoje em Brasília junto ao Fórum Ibas, formado pelo Brasil, Índia e África do Sul.
Segundo o presidente da China, foram traçadas as linhas para um plano de cooperação entre os dois países entre 2010 e 2014, que contará com projetos conjuntos de uma "maior harmonia e coordenação".
O presidente brasileiro assegurou que as cúpulas realizadas em Brasília entre as grandes potências emergentes "revelam que uma nova geografia econômica mundial nasceu".
Lula afirmou que o Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul "têm vocação universal" e compartilham tanto valores como preocupações, entre elas o medo da "uma crise mundial, cujos efeitos ainda não se dissiparam".
Além disso, avaliou os planos de cooperação com a África e com os países em desenvolvimento dentro dos grupos Ibas e Bric e ressaltou o caráter "solidário" da "nova ordem econômico" que os países emergentes promovem.
No plano bilateral, a China destacou este ano tomou a posição dos Estados Unidos como o principal parceiro comercial do Brasil e que a troca entre os dois países chegou a US$ 36 bilhões em 2009.
Lula também encorajou aos empresários asiáticos a aproveitar as "possibilidades excepcionais de participação das empresas chinesas na modernização da infraestrutura do Brasil", sobretudo frente aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Após o encontro de Lula e Jintao foram assinados 12 acordos de cooperação bilateral nas áreas de petróleo, agricultura, espacial, científica e de propriedade intelectual.
Além disso, foi firmado um convênio que permitirá a exportação de folhas de tabaco e carne bovina brasileiras à China.
Um último acordo foi assinado pelo China Development Bank para o financiamento das operações para a compra de equipes de origem chinesa que a Oi negocia.
O acordo não menciona números, mas segundo fontes diplomáticas, a linha de crédito em favor da empresa brasileira poderia ficar em torno de US$ 1 bilhão.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... ndial.jhtm
Re: GEOPOLÍTICA
Chega ser engraçado, nossos Jornalões estão perdidos, eles ainda não perceberam que agora nós temos um lado, O NOSSO LADO, não estamos mais a reboque de ninguém, mas também não vamos procurar inimigos a troco de nada. E vamos continuar a fazer acordos, tratados, embaixadas, etc.. Precisamos vender, aumentar nossas exportações e desenvolver o País, e vamos fazer acordos comerciais com quer, com quem precisa, o resto que se morda de inveja.
Chega a dar pena!
[]´s
Chega a dar pena!
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Re: GEOPOLÍTICA
vai demorar muuuiiitooo pra imprensa entender que o Brasil esta tentando ter uma diplomacia mais independente agora que o país tem mais capacidade pra isso.
Mas querer o que de uma imprensa altamente politizada. E nada se pode fazer quanto a isso pois ja se acusa de tentar vetar a liberdade de espressão e voltar a ditadura.
25 anos ainda é pouco pra esquecer aquela epoca pelo visto
Mas querer o que de uma imprensa altamente politizada. E nada se pode fazer quanto a isso pois ja se acusa de tentar vetar a liberdade de espressão e voltar a ditadura.
25 anos ainda é pouco pra esquecer aquela epoca pelo visto
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Re: GEOPOLÍTICA
Os Bric: Pensando o Futuro
Enquanto alguns dos principais países deixavam prosperar excessos especulativos, os Bric promoveram crescimento focado no trabalho e na prudência
16 de abril de 2010 | 0h 00
Luiz Inácio Lula da Silva - O Estado de S.Paulo
O grupo Bric nasceu há dez anos como uma mera sigla. Identificava um grupo de países que começava a transformar a realidade global.
Essas mudanças começam pelo fato de que, juntos, Brasil, Rússia, Índia e China já contribuem com 15% do PIB mundial. Somos países onde tudo é em grande escala. Representamos quase metade da população mundial, 20% da superfície terrestre e possuímos recursos naturais abundantes.
Somos, sobretudo, nações conscientes de nosso potencial como agentes de renovação. Por isso, os Bric já não são apenas um conjunto de letras. São uma referência incontornável na tomada das principais decisões internacionais. Estamos unindo esforços e coordenando posições para propor uma discussão mais transparente e democrática dos desafios que defrontam a humanidade como um todo.
É esta a mensagem que o Brasil levará à segunda reunião em nível presidencial dos Bric, que se realiza, no próximo dia 16 de abril, em Brasília. Apostamos numa articulação diplomática criativa e pragmática.
Já demonstramos nosso compromisso com o enfrentamento de desafios globais como os da segurança alimentar e da produção de energia no contexto das ameaças da mudança climática.
Mas o verdadeiro batismo de fogo do grupo ocorreu durante a crise global. A sólida reação dos quatro países à derrocada econômica do mundo desenvolvido abriu alternativas, por distintos caminhos, aos surrados dogmas herdados de ontem.
A recessão global não diminuiu o peso dos Bric - muito pelo contrário.
Propusemos estratégias coletivas para superar a crise e dar aos países em desenvolvimento um peso compatível na agenda internacional.
O colapso dos mercados financeiros é sintomático da falência de paradigmas antes tidos como inquestionáveis. Desabaram as verdades sobre a desregulamentação dos mercados. Ruiu o ideal do Estado mínimo.
A flexibilização dos direitos trabalhistas deixou de ser um mantra para combater o desemprego. Quando despencaram todas essas ortodoxias, foi a mão visível do Estado que protegeu o sistema econômico do colapso criado pela mão invisível do mercado.
Enquanto alguns dos principais países deixavam prosperar excessos especulativos, os Bric promoveram crescimento focado no trabalho e na prudência. No Brasil, nunca perdemos de vista o imperativo de enfrentar a desigualdade social. Como resultado, desde 2003, 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e ganharam os direitos da cidadania plena.
No G-20, propomos saídas para a crise apoiadas em políticas anticíclicas, regulação dos mercados, combate aos paraísos fiscais e renovação das instituições de Bretton Woods.
Não podemos deixar que os sinais incipientes de recuperação da economia mundial sirvam de pretexto para abandonar os compromissos de reforma dessas organizações. Os membros do Bric não injetaram quase US$ 100 bilhões no FMI para que tudo ficasse como antes.
Seguiremos defendendo a democratização do processo multilateral de tomada de decisão. Os países pobres e em desenvolvimento têm o direito de serem ouvidos. Reduzir o fosso que os separa dos países ricos não é só questão de justiça. Disso depende a estabilidade econômica, social e política mundial. É nossa melhor contribuição para a paz.
Os recursos necessários para superar a fome e a pobreza são volumosos, mas modestos, quando comparados ao custo de resgatar bancos falidos e instituições financeiras vítimas de sua ganância especulativa. Não adianta oferecer alimentos e caridade, se não ajudarmos os países a realizar seu potencial econômico e agrícola.
Mesmo esses esforços estruturantes serão insuficientes para reverter a insegurança alimentar que aflige centenas de milhões enquanto persistir a distorção do comércio agrícola mundial. Os subsídios abusivos dos países ricos desestimulam a produção local, fomentam a dependência e desviam recursos melhor aplicados em programas de desenvolvimento. Por isso, é inadiável a conclusão da Rodada Doha.
Em nenhum tema o impasse negociador é tão grave quanto na questão ambiental. Por isso, os Bric estão empenhados em ajudar a fechar o acordo que faltou em Copenhague. Reduzir os gases de efeito estufa e manter o crescimento robusto nos países em desenvolvimento requer que todos façam sua parte, como vêm demonstrando os Bric com iniciativas ambiciosas para mitigar suas emissões.
Por isso, os grandes poluidores históricos têm um encargo especial. O equilíbrio que o Protocolo de Kyoto estabelece é indispensável para podermos avançar juntos.
O cenário internacional está repleto de antigos problemas, ao mesmo tempo em que despontam novas ameaças. Nem os membros do Bric, nem qualquer outro país, tem condições de enfrentá-los isoladamente. O unilateralismo nos levou no passado a impasses, quando não a catástrofes humanas, como a do Iraque.
Dependemos cada vez mais uns dos outros. É imprescindível forjar uma governança global mais representativa e transparente, capaz de inspirar unidade de propósito e revitalizar a vontade coletiva em busca de soluções consensuais. Os Bric cumprirão com suas responsabilidades nessa caminhada.
É PRESIDENTE DA REPÚBLICA E PREPAROU ESSE ARTIGO ANTES DA ABERTURA DA REUNIÃO DE CÚPULA DOS BRIC - CUJA AGENDA ACABOU SENDO ABREVIADA PARA APENAS UM DIA, A PEDIDO DO GOVERNO CHINÊS - PARA O SERVIÇO DE NOTÍCIAS GLOBAL VIEW POINT NETWORK, QUE É PUBLICADO COM EXCLUSIVIDADE NO BRASIL PELO ESTADO.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 9012,0.php
unanimidade só existe no cemitério
Re: GEOPOLÍTICA
Só faltava o BRIC ter uma posição comum em relação a não sanções contra o Irã...
O Tio Sam ia soltar as frangas de raiva...
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Re: GEOPOLÍTICA
16/04/2010 - 12h44
Encontro do BRIC lança desafio à ordem econômica mundial
A pedido de Hu Jintao, presidente Lula antecipa o segundo encontro entre líderes do Brasil, Rússia, Índia e China. Lideranças emitiram documento em que pedem mais espaço e mais autoridade na ordem econômica mundial.
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,54 ... 87-xml-uol
Encontro do BRIC lança desafio à ordem econômica mundial
A pedido de Hu Jintao, presidente Lula antecipa o segundo encontro entre líderes do Brasil, Rússia, Índia e China. Lideranças emitiram documento em que pedem mais espaço e mais autoridade na ordem econômica mundial.
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,54 ... 87-xml-uol
- Viktor Reznov
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Re: GEOPOLÍTICA
AAEHaeheahAEHAEHaeheaHEHEHeaHEH mas eu chorei de rir com essa.A cada 15 dias pelo menos, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirma em algum evento que vai
entregar “na próxima semana” o relatório final sobre a escolha do caça que vai integrar a frota da Força
Aérea Brasileira (FAB).
I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.
Re: GEOPOLÍTICA
Isso é o conceito de estratégia que o Ministro Nelson Jobim está desenvolvendo depois de assistir o filme tropa de elite, que no grego é strateegia, em latim strategi, em francês stratégie... em inglês strategy, em italiano strategia, em espanhol estrategia...Cross escreveu:AAEHaeheahAEHAEHaeheaHEHEHeaHEH mas eu chorei de rir com essa.A cada 15 dias pelo menos, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirma em algum evento que vai
entregar “na próxima semana” o relatório final sobre a escolha do caça que vai integrar a frota da Força
Aérea Brasileira (FAB).
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Re: GEOPOLÍTICA
Sim. E depois de 7 de setembro disse:kurgan escreveu:Isso é o conceito de estratégia que o Ministro Nelson Jobim está desenvolvendo depois de assistir o filme tropa de elite, que no grego é strateegia, em latim strategi, em francês stratégie... em inglês strategy, em italiano strategia, em espanhol estrategia...Cross escreveu: AAEHaeheahAEHAEHaeheaHEHEHeaHEH mas eu chorei de rir com essa.
Vou recomeçar...que no grego é strateegia, em latim strategi, em francês stratégie... em inglês strategy, em italiano strategia, em espanhol estrategia...
Um abraço
Franz