Matheus escreveu: ↑Qui Mai 26, 2022 10:08 am
gabriel219 escreveu: ↑Qui Mai 26, 2022 9:40 am
Como exatamente serve a ideia de ter artilharia, aviação e drones para ocupar terreno? Tropas espaçadas, dando a possibilidade do inimigo derrotar em detalhe? Como fica a questão de contraofensivas em terra com pouco material humano?
Vou pontuar minhas observações, caso não tenham ficado claras:
1 - não adianta encher de equipamentos simples, como manpads e ATGM, no meio de um conflito em que já se está em franca desvantagem (ainda mais por ser um conflito fronteiriço com um dos países mais armados do mundo);
2 - sem uma força aérea funcional, contra a Rússia, serão apenas buchas de canhão;
3 - qualquer strike grupo dificilmente desembarcaria no Brasil e vários pontos com muitos soldados, então parece-me mais efetivo ter equipamentos navais que neguem o acesso às praias e que mantenha mísseis de cruzeiro o mais longe possível que ter 50 mil marinheiros em terra.
4 - os equipamentos destacados se dão pelo fato de serem vitais nesse conflito e que temos relegado para o segundo plano (ou último) em detrimento de quantidade de tropa, salários/pensões, estrutura de unidades, etc.
Claramente não entendeu absolutamente nada do que estava no meu post!
Não só falava sobre as manobras dos Ucranianos como também a dos Russos. Quantidade é tão importante quanto qualidade, por um motivo muito simples: não se pode, em hipótese alguma, manter na defensiva e esperar ataques, necessita fazer contra-ataques. Para isso, precisa ter, no mínimo, um fator de 3:1 na parte ofensiva, com tropas em dois níveis atrás das linhas de contato, sendo uma na retaguarda para rápida reposição em caso de perdas ou mesmo para explorar um outro ponto e a mais atrás das linhas, para realizar uma ação retrógrada, ambas em fator de 1:1, ou seja, precisa ter, mesmo na defensiva, superioridade de 5:1, considerando que o inimigo já irá tentar criar uma superioridade numérica no mesmo nível. Qualquer assalto anfíbio, aerotransportado e aeromóvel tem por objetivo criar uma cabeça-de-ponte e praia para desembarque
Como que, num país com 8 milhões de km quadrados, conseguiríamos mover uma quantidade de tropas o suficiente para sufocar um assalto desse tipo?
"qualquer strike grupo dificilmente desembarcaria no Brasil e vários pontos com muitos soldados, então parece-me mais efetivo ter equipamentos navais que neguem o acesso às praias e que mantenha mísseis de cruzeiro o mais longe possível que ter 50 mil marinheiros em terra". Em que fase de um desembarque seria isso? Aliás, isso é chute ou é com base em material doutrinário, exercícios e exemplificação de combate? Se for o segundo, poderia me apontar o documentos ou exemplos, por gentileza?
Sobre o último item de seu comentário, desde a Guerra do Golfo é sabido que mísseis de cruzeiro e aviação
não ganham guerras e nem ocupam terreno, seja defensivamente ou ofensivamente. A campanha aérea durou meses, mas o que foi decisivo foi o assalto de tropas terrestres e aqui nem a aviação foi totalmente decisiva, mas sim a massa de tropas blindadas aliadas a tecnologia superior. Sem a quantidade, o movimento de
oblique order seria impraticável por parte da coalizão, que atacou em proporções estimadas de 9:1.
Na Guerra da Ucrânia, até duas forças que basicamente apoiam-se em artilharia nas suas doutrinas, mostram de fato que o que faz diferença no terreno e o que é realmente importante é a ocupação física de terrenos, seja na parte defensiva e ofensiva. Em Kharkiv, a AFU fez uma contraofensiva e só conseguiu recuperar 3 vilarejos da Rússia com base em luta, o restante foi tomado com base na retração. Os Russos diminuíram as linhas, sofreram ataques na linha, especialmente em Slobozhanske, tiveram que recuar, mesmo com todo apoio de artilharia que a AFU tem na região. Aviação aqui é um dos fatores bem a menos, pois essa região de Kharkiv é muito arborizada e repleta de cidades, o que diminui a efetividade que o poder aéreo, por meio de CAS, teria. Logo depois, a AFU teve que se retirar de Rubizhnaya e Ternova depois da contraofensiva Russa, especialmente por falta de tropas em terra, tentaram retomar em um contra-ataque e foram expulsos.
Eu não sei como que depois de tudo quanto é exemplo, ainda existe esse pensamento que basta mísseis, poder aéreo e artilharia pra se derrotar um inimigo.