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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Mai 12, 2010 5:38 am
por manuel.liste
El gobierno español anuncia un plan de ajuste para subir ingresos tributarios y reducir gasto público en 2010 y 2011

http://www.expansion.com/2010/05/12/eco ... 51007.html
- Reducción de las retribuciones del personal del sector público en un 5% de media en 2010 y congelarlas en 2011. La rebaja será proporcional a los ingresos.

- Reducción en un 15% del sueldo de los miembros del Gobierno.

- Se suspende para 2011 la revalorización de las pensiones, excluyendo las no contributivas y las mínimas.

- Eliminación del régimen transitorio para la jubilación parcial previsto en la ley 40/2007.

- Eliminación del 'cheque-bebé' de 2.500 euros a partir del 1 de enero de 2011.

- Adecuación del número de unidades de los envases de medicamentos para ajustarlo a la duración estandarizada de los tratamientos. Se podrán dispensar unidosis mediante el fraccionamiento de los envases.

- La ayuda oficial al desarrollo se reducirá entre 2010 y 2011 en 600 millones de euros.

- Se prevé una reducción de 6.045 millones de euros entre 2010 y 2011 en la inversión pública estatal.

-Previsión de un ahorro adicional de 1.200 millones de euros por parte de las Comunidades Autónomas y entidades locales.

-Las solicitudes para dependencia tendrán que resolverse en seis meses y se eliminará la retroactividad.

Todas estas medidas serán aprobadas el próximo viernes por el Consejo de ministros para su entrada en vigor inmediata.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Mai 12, 2010 6:01 am
por P44
Reducción en un 15% del sueldo de los miembros del Gobierno.
fico á espera de o mesmo acontecer em Portugal.... :roll: :roll:

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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Mai 13, 2010 6:58 am
por soultrain
Regressar ao Google Notícias
Portugal regista o maior crescimento em cadeia da União Europeia

De Irina Melo (LUSA) – há 1 minuto

Lisboa, 12 mai (Lusa) - Portugal registou o maior crescimento em cadeia da União Europeia no primeiro trimestre de 2010, ao registar um aumento de 1 por cento quando comparado com o último trimestre de 2009, de acordo com os dados disponibilizados pelo Eurostat.

Em termos homólogos, Portugal surge também entre os países com mais crescimento, de 1,7 por cento, apenas ultrapassado pela Eslováquia que no primeiro trimestre de 2010 conseguiu um crescimento de 4,6 por cento face aos primeiro três meses de 2009.

O gabinete de estatísticas europeu ressalva, no entanto, que no caso da Eslováquia os dados foram calculados numa base temporal não ajustada.

© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Mai 13, 2010 11:32 am
por Bourne
Vão culpar a irresponsabilidade fiscal pelo crescimento. Lá vem pancada e ajuste fiscal. :x

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Mai 13, 2010 11:34 am
por tflash
No corte dos vencimentos do governo, o estado português, como é mais modesto, aplicou só uma redução de 5%. :twisted:

Continuo a propor dois ordenados mínimos mais subsidio de função indexado ao crescimento económico para a classe dirigente.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Mai 13, 2010 6:10 pm
por soultrain
Relações entre bancos e agências de rating sob investigação

O Procurador de Nova Iorque está a investigar a relação entre bancos e agências de 'rating', abrindo nova frente entre a Justiça e o sector financeiro norte-americano, noticia hoje o New York Times.

Também hoje, o Wall Street Journal noticia que estão em curso investigações preliminares, que envolvem o gabinete da procuradoria federal em Manhattan e a entidade reguladora do mercado de valores mobiliários (SEC), ao papel de mais quatro bancos em negócios com produtos financeiros hipotecários.

Esta investigação visa a JP Morgan Chase, Citigroup, Deutsche Bank e UBS, que já foram intimadas pela SEC. Dois outros colossos de Wall Street, a Goldman Sachs e a Morgan Stanley, estavam já sob semelhante escrutínio, que pode vir a resultar em novos processos judiciais.

A Goldman Sachs foi já processada por fraude pela SEC pela comercialização de um produto financeiro complexo – 'Abacus 2007-AC1', uma obrigação de dívida colateralizada (CDO, em inglês) – alegadamente vendido sonegando aos investidores “informação vital”, relativa à forma como foram escolhidos os títulos.

Alguns investidores de Wall Street, como John Paulson, terão tido um papel decisivo na criação destes títulos, estruturados em hipotecas de alto risco, enquanto estavam a constituir apostas de queda no imobiliário, tal como fizeram vários bancos, colhendo dividendos aquando da crise de 2008.

Segundo o Times de hoje, a investigação abrange oito bancos e admite que estes tenham, no processo de avaliação de produtos financeiros, prestando informação errada às três principais agências – Standard & Poor´s, Fitch Ratings e Moody´s – para obter melhores classificações.

Os bancos em causa são a Goldman Sachs, Morgan Stanley, UBS, Citigroup, Credit Suisse, Deutsche Bank, Crédit Agrícole e Merrill Lynch, hoje integrada no Bank of America.

Enquanto outras investigações que se têm focado nas relações entre bancos e os seus clientes, esta é a primeira que envolve também as agências de 'rating'.

O jornal adianta que parte da investigação debruça-se sobre a contratação de empregados das agências de 'rating' pelos bancos, onde tinham como incumbência assegurar que os produtos obtinham notações atraentes aos olhos dos investidores.

O 'Abacus' da Goldman Sachs foi em parte gizado por um ex-funcionário da Fitch Ratings, Shin Yukawa.

Mesmo antes da crise, as agências chegaram a estar na mira da procuradoria de Nova Iorque, já então dirigida por Andrew Cuomo, mas acabou por ser alcançado um acordo em que se comprometeram a exigir aos bancos mais informação sobre títulos estruturados no mercado hipotecário.

As agências de 'rating' foram processadas pelos procuradores dos Estados do Ohio e Connecticut. Enfrentam ainda mais de duas dezenas de processos de investidores privados, que se consideram defraudados por terem por terem perdido dinheiro com títulos que as agências consideravam de risco mínimo.

Na semana passada, um juiz da Califórnia admitiu que o fundo de pensões do Estado, Calpers, processe a Moody´s por danos avaliados em mil milhões de dólares.

Pela primeira vez na segunda feira, a entidade reguladora do mercado de valores mobiliários, SEC, abriu a porta a processos formais: uma intimação contra a Moody´s por declarações “falsas e enganosas”.

As novas iniciativas judiciais surgem numa altura em que se discute em Washington a nova legislação sistema financeiro.

Diário Digital / Lusa

Copyright Diário Digital 1999/2007
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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Mai 15, 2010 11:42 am
por Edu Lopes
A Europa continua em perigo

Por mais um ano - na melhor hipótese - a economia mundial terá de avançar com seu segundo maior motor quase parado. A produção europeia não crescerá mais que 1% em 2010, depois de uma contração de 4,1% no ano passado, segundo as novas projeções do FMI. Os mesmos números valem para a zona do euro, mas a projeção de crescimento parece otimista quando se examinam os dados preliminares do primeiro trimestre, divulgados pela agência Eurostat. Além disso, permanece a insegurança, nos mercados, quanto à eficácia dos pacotes de ajuda à Grécia e a outras economias em situação de risco. Na sexta-feira, nova onda de pessimismo dominou as bolsas, produzindo um cenário parecido com o de uma semana antes.

Mesmo sem esse novo susto o quadro já seria muito preocupante. Entre janeiro e março o produto bruto dos 16 países da zona do euro foi apenas 0,2% maior que o dos três meses finais de 2009 e 0,5% superior ao de 2008. O melhor desempenho, 1%, foi o de Portugal, mas o país terá de enfrentar um duríssimo ajuste das contas públicas. A maior economia europeia, a alemã, produziu apenas 0,2% mais que no trimestre anterior, de acordo com o governo da Alemanha.

O desempenho geral só não foi pior porque os governos gastaram muito em programas de estímulo e também no socorro a bancos. As contas públicas de muitos países estão em más condições e com dívidas crescentes.

Apesar disso, "tentar estabilizar a dívida pública no curto prazo não é exequível nem desejável, diante do risco de uma recaída na recessão e do tamanho do aperto fiscal necessário", segundo análise do FMI. Mas isso não vale para todos os países: para aqueles "com baixa credibilidade fiscal, uma consolidação mais pronta é indispensável".

O caso da Grécia é apenas o mais notório. Os governos da zona do euro e o FMI montaram um programa de 110 bilhões para salvar o país da insolvência. Um calote grego, hipótese não descartada por vários analistas, poderia desestabilizar o sistema financeiro e alguns dos governos mais endividados. O governo da Grécia já acertou com o FMI um duro programa de ajustes e de reformas. Sua economia deverá encolher 4% neste ano, 2,6% no próximo e em 2012 poderá crescer 1,1%, segundo as novas projeções. O desemprego, de 9,4% em 2009, subirá para 11,8% neste ano, 14,6% em 2011 e 14,8% em 2012. Será o custo da redução do déficit fiscal de 13,6% do PIB em 2009 para 6,5% em 2012.

Mas o governo tentará aplicar o programa em condições políticas muito desfavoráveis. As maiores centrais sindicais convocaram greve geral para o dia 20, contra o corte de gastos, a reforma da Previdência e outros ajustes. Se o governo for incapaz de aplicar pelo menos parte substancial do programa, provavelmente será forçado à moratória.

O calote poderá ser desastroso para outros países. Mas alguns dos governos mais endividados já anunciaram políticas de correção. O espanhol prometeu cortar 5% dos salários do setor público, eliminar o "cheque bebê" de 2.500 concedido às famílias pelo nascimento de cada criança, congelar os benefícios previdenciários e cortar 6 bilhões dos investimentos. O objetivo é reduzir o déficit público de 11,2% em 2009 para 9,3% em 2010 e 6,5% do PIB em 2011. O governo português, também atolado em déficit (9,4% do PIB em 2009 e previsão de 8,8% para 2010), já se comprometeu a arrumar as contas.

Fora da zona do euro, um dos casos mais graves é o do Reino Unido, com déficit fiscal de 11,4% projetado para este ano. A situação desastrosa das contas públicas foi um dos temas centrais da recente campanha eleitoral terminada com a vitória dos conservadores.

Os governos europeus podem tentar, a curto prazo, atenuar os efeitos da crise fiscal. De toda forma 2010 será mais um ano ruim. Mas é possível criar mecanismos contra crises futuras. A Comissão Europeia propôs nessa quarta-feira um esquema de coordenação das políticas orçamentárias. Isso implicará uma intervenção muito maior nos assuntos de cada país. Em contrapartida, haveria também um sistema de apoio financeiro a países com dificuldades. Poderá haver resistência, mas a proposta faz sentido para uma organização como a União Europeia.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 2043,0.php

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Dom Mai 16, 2010 3:01 pm
por P44
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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Dom Mai 16, 2010 9:12 pm
por Bourne
Rapidez impressionante. Imagina se fosse uma emergência. :o

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Dom Mai 16, 2010 9:42 pm
por marcelo l.
Mais crítica para Bourne.

Segundo estágio da crise era previsível/Análise


Nouriel Roubini, especial para o Project Syndicate

ANÁLISE
Uma interpretação para as crises financeiras é a de que representam, na expressão de Nassim Taleb, eventos "cisne negro" -ocorrências não planejadas e imprevisíveis que alteram o rumo da história.
Mas, em "Crisis Economics", meu novo livro sobre crises financeiras -que cobre não apenas o mais recente episódio mas dezenas de eventos ao longo da história, tanto em economias avançadas quanto em economias emergentes-, demonstro que elas são eventos "cisne branco", ou seja, que são previsíveis.
O que está acontecendo agora -o segundo estágio da crise financeira mundial- era igualmente previsível.
Crises são o resultado inevitável de um acúmulo de riscos e vulnerabilidades financeiros, macroeconômicos e de política econômica: bolhas de ativos, aceitação de riscos e endividamento excessivos, booms de crédito, política monetária frouxa, falta de fiscalização e regulamentação adequadas do sistema financeiro, cobiça e investimentos arriscados.
A história também sugere que crises financeiras tendem a se transformar com o passar do tempo. Crises como aquela pela qual passamos recentemente são propelidas por dívidas e alavancagem excessiva entre os agentes do setor privado.
Isso resulta em endividamento do setor público e causa perigosa alta nos deficit orçamentários e na dívida pública em circulação.

Desequilíbrios fiscais
Embora medidas de estímulo fiscal e resgate possam ter sido necessárias para impedir que a Grande Recessão se convertesse em uma segunda Grande Depressão, acumular dívida pública por sobre a dívida privada acarreta um alto custo.
Chegará o momento em que esses deficit e dívidas vultuosos terão de ser reduzidos por meio de impostos mais altos e cortes de gastos, e essas medidas de austeridade -necessárias para evitar uma crise fiscal- tendem a desacelerar a recuperação econômica, a curto prazo. Caso os desequilíbrios fiscais não sejam corrigidos por meio de cortes de gastos e aumento na arrecadação, restam apenas duas opções.
Uma é a inflação, para os países que realizam captação em sua própria moeda e podem monetizar sua dívida; outra, a moratória, para os países que tomam empréstimos em moeda estrangeira ou estão impedidos de imprimir dinheiro.
Assim, os recentes acontecimentos na Grécia, em Portugal, na Irlanda, na Itália e na Espanha representam simplesmente o segundo estágio da recente crise financeira mundial.
A socialização de prejuízos privados e o relaxamento fiscal necessários para estimular as economias em crise resultaram em um perigoso acúmulo de deficit orçamentários governamentais e dívida pública. Assim, a recente crise financeira mundial não se encerrou; na verdade, atingiu um estágio novo e mais perigoso.
Uma definição prática de crítica financeira, de fato, é a de um evento que força as autoridades econômicas a passar todo um final de semana tentando desesperadamente anunciar um novo pacote de resgate.

Remédio
A escala dessas operações está se expandindo. Durante a crise financeira asiática, em 1997/1998, a Coreia do Sul recebeu um pacote de resgate do FMI considerado bastante vultoso -US$ 10 bilhões.
Tivemos depois os resgates ao Bear Stearns (US$ 40 bilhões), à Fannie Mae e à Freddie Mac (US$ 200 bilhões) e à AIG (até US$ 250 bilhões) e o auxílio aos bancos norte-americanos (US$ 700 bilhões).
Temos agora o mais imenso dos resgates: US$ 1 trilhão para os membros abalados da zona do euro, com verbas da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Os governos que resgataram empresas privadas agora precisam de resgates. Quem, então, poderá resgatar os governos que resgataram bancos e instituições financeiras privados? A mecânica mundial de nossas dívidas começa a parecer um perigoso esquema de pirâmide.
Embora o remédio correto para evitar o descarrilamento do trem fiscal seja conhecido, a principal restrição à consolidação e disciplina fiscal é que os governos são fracos em todo o mundo e carecem da vontade e do poder político necessários a implementar a austeridade.
NOURIEL ROUBINI é professor de economia na Escola Stern de Administração de Empresas (Universidade de Nova York) e presidente da Roubini Global Economics ( www.roubini.com ).
Tradução de PAULO MIGLIACCI

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Seg Mai 17, 2010 7:07 pm
por marcelo l.
Por sinal, como eu tinha escrito, a crise na Espanha iria levar a venda de ativos aqui...

Estatal chinesa compra sete elétricas no Brasil por R$ 3 bi

da Reuters
da Reportagem Local

A empresa estatal chinesa SGID (State Grid International Development) anunciou um acordo para a compra de sete concessionárias elétricas brasileiras, pertencentes a grupos espanhóis. O valor da transação é de R$ 3,1 bilhões –o maior investimento chinês no Brasil da história.

A SGID, uma gigante do setor elétrico mundial, é especializada em investir em eletricidade fora da China. Segundo ranking da “Fortune”, é a 15ª maior empresa do mundo em receita. A compra ainda precisa ser aprovada pela Aneel.

Com o negócio, a estatal assume parte das empresas Expansión Transmissão e Expansión Transmissão Itumbiara Marimbondo e a íntegra das concessionárias Ribeirão Preto, Serra Paracatu Transmissora de Energia, Poços de Caldas Transmissora, Itumbiara Transmissora e Serra da Mesa.

Uma parte das empresas a chinesa comprou da espanhola Elecnor, que lhe vendeu participações em sete empresas brasileiras de transmissão elétrica por R$ 934,4 milhões (US$ 520 milhões). A espanhola também informou que comprou outra empresa de transmissão brasileira. a LT Triângulo, por R$ 352,4 milhões.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Mai 18, 2010 7:07 am
por P44
e mais uma vez a sra merkel a deitar gasolina na fogueira :roll: :roll:



Ministro das Finanças quer que as garantias a países mais frágeis sejam aprovadas pelo parlamento
Alemanha reabre discussão sobre fundo de protecção do euro


18.05.2010 - 08:08 Por Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas



A Alemanha lançou ontem a confusão entre os países da zona euro ao reabrir a discussão sobre o mega pacote de 750 mil milhões de euros aprovado na semana passada para ajudar os países em dificuldades financeiras e evitar a propagação da crise da dívida grega ao resto da eurolândia.


A discussão foi relançada durante uma reunião dos ministros das finanças da zona euro que tinha entre os pontos em agenda um primeiro debate sobre as medidas de austeridade anunciadas por Portugal e Espanha para reduzir os respectivos défices orçamentais e dívidas públicas.

Até à hora do fecho desta edição, às primeiras horas de hoje, Teixeira dos Santos e Elena Salgado, ministros das Finanças de Portugal e Espanha, ainda não tinham tido a oportunidade de apresentar as medidas que lhes foram pedidas há dez dias pelos parceiros europeus para reforçar a credibilidade da zona euro perante os mercados financeiros, que continuam a especular sobre o risco de falência dos países mais vulneráveis.

Os dois ministros voltarão hoje a ter a oportunidade de explicar as opções assumidas em termos de austeridade durante uma outra reunião com os seus pares da União Europeia (UE) (ver texto nestas páginas). De acordo com um diplomata europeu, no entanto, a ministra espanhola recusa adiantar muitos detalhes, lembrando que os Vinte e Sete só terão o direito de se pronunciar formalmente sobre as medidas em Junho (ver texto nestas páginas).

De acordo com diplomatas europeus, os 16 ministros do euro dedicaram o essencial da reunião de ontem (que arrancou às 16 horas de Lisboa), a tentar ultrapassar a dificuldade de última hora levantada pela Alemanha sobre o fundo de protecção do euro.

Este mecanismo foi aprovado a muito custo durante uma cimeira de lideres da zona euro, complementada por uma longa maratona dos ministros das Finanças da UE em duas reuniões convocadas de emergência e em ambiente de quase pânico face aos riscos de implosão da zona euro. A ideia subjacente passa pela sua utilização em garantias sobre empréstimos contraídos no mercado financeiro e disponibilizados aos países que enfrentem problemas de liquidez enquanto consolidam as finanças públicas. Em troca, os países eventualmente beneficiários terão de apresentar rigorosos planos de austeridade destinados a credibilizar as respectivas estratégias orçamentais. O montante de 750 mil milhões de euros será repartido em 500 mil milhões a cargo da zona euro e FMI (250 mil milhões).

O factor Schäuble

A Alemanha, que aceitou contrafeita a criação deste fundo voltou ontem à carga para endurecer as condições da sua utilização: Wolfgang Schäuble, o seu ministro das finanças, exigiu que o mecanismo fosse construído de forma a permitir que o parlamento alemão se pudesse pronunciar sobre cada decisão de activação das garantias. "A Alemanha é o único país com esta exigência", afirmou um diplomata europeu.

A França, que, pelo contrário, defende há muito a instituição de um mecanismo de gestão de crises na zona euro, opôs-se a esta exigência, defendendo que o fundo foi criado precisamente para garantir um activação rápida, de modo a evitar os atrasos que marcaram a definição de uma ajuda semelhante (de 110 mil milhões de euros) que foi concedida há duas semanas à Grécia. De acordo com a generalidade dos analistas, incluindo do FMI e da OCDE, estes atrasos contribuíram muito para o agravamento da crise.

Christine Lagarde, ministra francesa das Finanças, reuniu-se aliás durante várias horas em sessão bilateral com Schäuble e Jean-Claude Juncker, primeiro ministro do Luxemburgo e presidente do eurogrupo, para tentar encontrar um compromisso, mas as negociações prometiam transformar-se numa nova maratona.

Angela Merkel, chanceler alemã, já tinha causado alguma consternação entre os outros países com as afirmações que fez durante o fim de semana num congresso sindical, em que deu a impressão de deitar achas para a fogueira dos especuladores contra o euro. O plano de 750 mil milhões não permitiu à zona euro fazer mais do que "ganhar tempo", e não resolver nenhum problema de fundo, afirmou. Aliás, prosseguiu, "é um facto que a especulação só tem sido possível e só é possível porque há enormes disparidades na solidez económica e no endividamento dos estados da zona euro". O que significa que é preciso resolver os problemas de "disparidades em termos de competitividade e de desvios orçamentais", defendeu.

publico.pt

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Mai 18, 2010 12:41 pm
por marcelo l.
Crise significa a morte do sonho europeu
Data: 18/05/2010
Crédito: Gideon Rachman
Gideon Rachman, Financial Times

Com a promulgação do Tratado de Lisboa, no final do ano passado, alguns líderes europeus permitiram-se sonhar com uma nova ordem mundial, na qual a União Europeia (UE) seria finalmente reconhecida como uma superpotência mundial, de status comparável ao dos Estados Unidos e da China.

Nas últimas semanas, a Europa certamente conquistou a atenção mundial, mas não da maneira que esperava. Em vez de admirar a UE por seu dinamismo e poder, o resto do mundo está assistindo com fascínio e horror à crise econômica europeia. Da perspectiva de Washington ou de Pequim, observar o esforço para salvar o euro se assemelha a assistir a um acidente de carro do outro lado da estrada. Já é suficientemente ruim ser um espectador, mas há ainda o medo de ser atingido por estilhaços.

Espectadores nos EUA e na Ásia têm boas razões para temer serem afetados pelo contágio de uma crise bancária ou da dívida soberana europeia. Até mesmo um longo período de depressão da demanda na UE - que ainda é, coletivamente, a maior economia no mundo - só poderá prejudicar a recuperação econômica mundial.

É natural que a atenção internacional esteja centrada primordialmente nos aspectos econômicos da crise na Europa. Mas há também consequências políticas mais amplas, embora menos imediatamente óbvias. É fácil zombar das pretensões das autoridades em Bruxelas. Mas o fato é que a UE representa - ou talvez representou - algo importante no cenário mundial.

O que a Europa representa não é tanto poder bruto, mas o poder de uma ideia - um sonho europeu. Para os internacionalistas em todo o mundo, para os que creem em uma cooperação mais profunda entre os países, para os que defendem o estabelecimento de uma ordem jurídica internacional, a UE é um facho de esperança.

Se a experiência europeia começar a se descosturar - após mais de 60 anos de laboriosos avanços, então as ideias que a Europa representa também serão fortemente prejudicadas. Ideias rivais - a primazia do poder sobre a lei, a supremacia duradoura do Estado-nação, o autoritarismo - podem ganhar terreno em seu lugar.

Os adeptos estrangeiros do sonho europeu não são apenas obscuros professores em faculdades americanas de humanidades, embora haja uma abundância deles. Entre os admiradores do sonho europeu estão o primeiro-ministro do Japão e o presidente dos EUA.

Pouco antes de assumir o cargo, Yukio Hatoyama, o primeiro-ministro japonês, defendeu a criação de uma moeda pan-asiática, tendo como modelo o euro, e citou os precursores da unidade europeia como fonte de inspiração pessoal.

Barack Obama, o presidente dos EUA, tem se mostrado muito menos aberto em sua admiração pelo modelo europeu. Os privilégios do poder americano e as restrições à política americana colocam fortes limites ao grau em que ele assumiria explicitamente a Europa como modelo.

Apesar disso, as políticas, tanto externa como interna, do governo Obama parecem muito mais "europeias" do que as do governo Bush. As reformas do presidente para o setor de saúde foram aplaudidas na Europa. E, se o governo Bush demonstrou abertamente, muitas vezes, desdenhar as ideias de política externa defendidas pelos "euroides" (para usar a expressão pejorativa usada por John Bolton, embaixador de Bush na ONU), o governo Obama mostra-se muito mais simpático.

O escritório de planejamento político no Departamento de Estado, que em épocas anteriores abrigou grandes pensadores, como George Kennan e Francis Fukuyama, é atualmente dirigido por Anne-Marie Slaughter, uma acadêmica e advogada internacional, defensora de que a ideia definidora da política externa do governo Obama é a crença de que os maiores problemas mundiais - como as mudanças climáticas e a proliferação nuclear - não podem mais ser resolvidos por ações isoladas dos EUA. Cooperação internacional é indispensável. Esse é o tipo de argumento que ouvimos o tempo todo em Bruxelas, mas não estava particularmente na moda na Washington de Bush.

Entretanto, a crise econômica europeia tornou a vida muito mais difícil para os americanos ou asiáticos que desejam argumentar que o resto do mundo deveria aprender com a Europa. Na semana passada, encontrei-me com um membro do establishment japonês que gargalhava diante da ideia de que seu primeiro-ministro em algum momento acreditara que a Europa poderia ser algum tipo de modelo. Nos EUA, a crise financeira europeia tem sido aproveitada por conservadores, que argumentam que a adesão de Obama ao suposto "socialismo" de estilo europeu levará os EUA à bancarrota.

Enquanto os admiradores da Europa no exterior estão na defensiva, os eurocéticos internacionais estão em ascensão. Charles Grant, diretor do Centre for European Reform, um centro de estudos pró-UE, diz ter ficado surpreso, em suas recentes viagens, com o crescente desdém pela Europa em Nova Déli, Pequim e Washington. "Somos vistos como atados a um permanente declínio econômico e demográfico, e nossas pretensões a poder bélico são tratadas com desprezo", lamenta ele.

Poucos anos atrás, Jeremy Rifkin, um autor americano, publicou um livro chamado "O Sonho Europeu", que causou grande estardalhaço em Bruxelas (onde fica a sede da UE). Rifkin, que, talvez não por coincidência, também escreveu um livro chamado "O Fim dos Empregos", argumentava que a Europa era um modelo para o futuro. "Enquanto o espírito americano está definhando, está nascendo um novo sonho europeu ", escreveu ele. "É um sonho muito mais adequado à próxima fase da jornada humana - uma viagem que promete levar a humanidade a uma consciência mundial apropriada a uma sociedade cada vez mais interconectada".

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Mai 18, 2010 3:16 pm
por marcelo l.
http://www.project-syndicate.org/commen ... 43/English

CAMBRIDGE – The $140 billion support package that the Greek government has finally received from its European Union partners and the International Monetary Fund gives it the breathing space needed to undertake the difficult job of putting its finances in order. The package may or may not prevent Spain and Portugal from becoming undone in a similar fashion, or indeed even head off an eventual Greek default. Whatever the outcome, it is clear that the Greek debacle has given the EU a black eye.

Deep down, the crisis is yet another manifestation of what I call “the political trilemma of the world economy”: economic globalization, political democracy, and the nation-state are mutually irreconcilable. We can have at most two at one time. Democracy is compatible with national sovereignty only if we restrict globalization. If we push for globalization while retaining the nation-state, we must jettison democracy. And if we want democracy along with globalization, we must shove the nation-state aside and strive for greater international governance.

The history of the world economy shows the trilemma at work. The first era of globalization, which lasted until 1914, was a success as long as economic and monetary policies remained insulated from domestic political pressures. These policies could then be entirely subjugated to the demands of the gold standard and free capital mobility. But once the political franchise was enlarged, the working class got organized, and mass politics became the norm, domestic economic objectives began to compete with (and overwhelm) external rules and constraints.

The classic case is Britain’s short-lived return to gold in the interwar period. The attempt to reconstitute the pre-World War I model of globalization collapsed in 1931, when domestic politics forced the British government to choose domestic reflation over the gold standard.

The architects of the Bretton Woods regime kept this lesson in mind when they redesigned the world’s monetary system in 1944. They understood that democratic countries would need the space to conduct independent monetary and fiscal policies. So they contemplated only a “thin” globalization, with capital flows restricted largely to long-term lending and borrowing. John Maynard Keynes, who wrote the rules along with Harry Dexter White, viewed capital controls not as a temporary expedient but as a permanent feature of the global economy.

The Bretton Woods regime collapsed in the 1970’s as a result of the inability or unwillingness – it is not entirely clear which – of leading governments to manage the growing tide of capital flows.

The third path identified by the trilemma is to do away with national sovereignty altogether. In this case, economic integration can be married with democracy through political union among states. The loss in national sovereignty is then compensated by the “internationalization” of democratic politics. Think of this as a global version of federalism.

The United States, for example, created a unified national market once its federal government wrested sufficient political control from individual states. This was far from a smooth process, as the American Civil War amply demonstrates.

The EU’s difficulties stem from the fact that the global financial crisis caught Europe midway through a similar process. European leaders always understood that economic union needs to have a political leg to stand on. Even though some, such as the British, wished to give the Union as little power as possible, the force of the argument was with those who pressed for political integration alongside economic integration. Still, the European political project fell far short of the economic one.

Greece benefited from a common currency, unified capital markets, and free trade with other EU member states. But it does not have automatic access to a European lender of last resort. Its citizens do not receive unemployment checks from Brussels the way that, say, Californians do from Washington, DC, when California experiences a recession. Nor, given linguistic and cultural barriers, can unemployed Greeks move just as easily across the border to a more prosperous European state. And Greek banks and firms lose their creditworthiness alongside their government if markets perceive the latter to be insolvent.

The German and French governments, for their part, have had little say over Greece’s budget policies. They could not stop the Greek government from borrowing (indirectly) from the European Central Bank (ECB) as long as credit rating agencies deemed Greek debt creditworthy. If Greece chooses default, they cannot enforce their banks’ claims on Greek borrowers or seize Greek assets. Nor can they prevent Greece from leaving the eurozone.

What all this means is that the financial crisis has turned out to be a lot deeper and its resolution considerably messier than necessary. The French and German governments have grudgingly come up with a major loan package, but only after considerable delay and with the IMF standing at their side. The ECB has lowered the threshold of creditworthiness that Greek government securities must meet in order to allow continued Greek borrowing.

The success of the rescue is far from assured, in view of the magnitude of belt-tightening that it calls for and the hostility that it has aroused on the part of Greek workers. When push comes to shove, domestic politics trumps foreign creditors.

The crisis has revealed how demanding globalization’s political prerequisites are. It shows how much European institutions must still evolve to underpin a healthy single market. The choice that the EU faces is the same in other parts of the world: either integrate politically, or ease up on economic unification.

Before the crisis, Europe looked like the most likely candidate to make a successful transition to the first equilibrium – greater political unification. Now its economic project lies in tatters while the leadership needed to rekindle political integration is nowhere to be seen.

The best that can be said is that Europe will no longer be able to delay making the choice that the Greek affair has laid bare. If you are an optimist, you might even conclude that Europe will therefore ultimately emerge stronger.

Copyright: Project Syndicate, 2010.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Mai 18, 2010 10:11 pm
por Vitor
Um estudo legal que mostra como a obsessão da Espanha por "empregos verdes" ajudou a fermentar a crise atual:

http://www.juandemariana.org/pdf/090327 ... ewable.pdf

Uns trechos:

The study calculates that the programs creating those jobs also resulted in the
destruction of nearly 110,500 jobs elsewhere in the economy, or 2.2 jobs
destroyed for every “green job” created.

Principally, the high cost of electricity affects costs of production and
employment levels in metallurgy, non-metallic mining and food processing,
Each “green” megawatt installed destroys 5.28 jobs on average elsewhere in the
economy: 8.99 by photovoltaics, 4.27 by wind energy, 5.05 by mini-hydro.

The price of a comprehensive electricity rate (paid by the end consumer) in
Spain would have to be increased 31% to being able to repay the historic debt
generated by this rate deficit mainly produced by the subsidies to renewables,
according to Spain’s energy regulator.
Spanish citizens must therefore cope with either an increase of electricity rates
or increased taxes (and public deficit), as will the U.S. if it follows Spain’s model.
The high cost of electricity due to the green job policy tends to drive the
relatively most electricity-intensive companies and industries away, seeking
areas where costs are lower. The example of Acerinox is just such a case.