Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Enviado: Dom Set 13, 2009 3:10 pm
Ponto a ponto Sten Tolgfors
Ministro da Defesa sueco defende o caça Gripen NG, que seu país tenta vender ao Brasil, e diz apoiar um processo de licitação “transparente”
Guilherme Queiroz
Mais modesto e discreto participante do FX-2 — programa da Força Aérea Brasileira (FAB) para renovação da frota de caças com modelos de última geração —, a Suécia aposta as fichas no que alardeia ser o mais amplo pacote de parceria industrial e transferência de tecnologia entre as nações concorrentes. Para superar o favoritismo francês e o poderio americano, o país escandinavo ofereceu ao Brasil o Saab Gripen, um avião a ser desenvolvido em parceria com a indústria aeronáutica nacional. “A Suécia não está procurando um cliente, e sim um parceiro de longo prazo”, costuma dizer o ministro da Defesa, Sten Tolgfors, que concedeu entrevista exclusiva ao Correio.
Diplomático, Tolgfors minimiza o anúncio feito no último Sete de Setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tornou pública a intenção de “abrir negociações” com a França e revelou favoritismo pelo caça Rafale, da empresa Dassault. Apesar das vantagens de última hora oferecidas pelos franceses e pelos americanos, que disputam com o Boeing F-18/A Super Hornet, o ministro avalia que a relação custo-benefício do Gripen é difícil de ser superada, além da perspectiva de transferência para a Embraer da linha de produção do caça.
Fica, no entanto, a pergunta: com um projeto ainda sobre a prancheta, os suecos conseguiriam tirar o Gripen NG da linha de montagem a tempo de entregar o primeiro lote de 12 unidades em 2014? “Não tenho preocupações quanto a atendermos os prazos do FX-2. Sabemos precisamente o que custará para desenvolvê-lo, para operá-lo e para mantê-lo”, garante o ministro. O concorrente americano F-18/A Super Hornet tem uma longa lista de serviços prestados nos céus de batalha. O francês Dassault Rafale está em produção, mas seu único cliente é a própria França.
A Suécia terá de superar alguns desafios na montagem do Gripen NG. Franceses e americanos impuseram restrições ao uso de componentes fabricados em suas indústrias. O contratempo é contornável, segundo Tolgfors. “Há alguns fornecedores no mercado que podemos escolher”, rebate. Ele ressalta como ponto forte de seu produto o fato de que ele será desenvolvido de acordo com as necessidades do comprador. E acrescenta: “Não oferecemos restrições na transferência de tecnologia e atenderemos às exigências do governo brasileiro de dar condições de desenvolver e construir futuros modelos de caças”.
Ainda na disputa
Polêmica
“O ministro Nelson Jobim (da Defesa) afirmou num comunicado à imprensa, em 8 de setembro (um dia depois de o presidente Lula anunciar intenção de ‘abrir negociações’ com a França), que o programa FX-2 não está encerrado e que as negociações continuarão com os três países concorrentes. A Suécia apoia um processo independente e transparente.”
Parceria
“Estamos convencidos de que temos a proposta mais atraente, seja no quesito preço, seja na transferência de tecnologia e cooperação de longo prazo. A Suécia e a Saab vão desenvolver com os brasileiros o avião para o mercado mundial e garanto que o governo sueco apoia integralmente essa parceria. Na minha opinião, oferecemos uma oportunidade única no programa de desenvolvimento que nossos concorrentes não podem ofertar.”
Abertura
“Não utilizamos caixas-pretas no que diz respeito à transferência de tecnologia. Estamos acostumados a cooperar com nossos parceiros no desenvolvimento do avião. Uma de suas vantagens é adaptá-lo às necessidades de cada cliente.”
Prazo
“Temos um histórico de pontualidade na entrega dos caças da plataforma Gripen. Não tenho preocupações quanto a atendermos os prazos do FX-2. Sabemos precisamente o que custará para desenvolvê-lo, para operá-lo e para mantê-lo. Se levarmos em conta o preço e o custo, (o Gripen NG) é o melhor, em comparação com os concorrentes.”
Vendas
“Nós também usaremos o NG. O nosso governo está dando respaldo total a essa oferta e nós mesmos estamos interessados nesse produto. Neste momento, estamos atualizando nossa frota com modelos C/D do Gripen, em substituição aos A/B, da geração anterior. Nós precisaremos deste novo modelo assim como os outros países poderão ter acesso às novas versões que serão desenvolvidas. Agora, temos cerca de 130 Gripen em operação na Força Aérea. Com um aumento na nossa capacidade operacional, decidimos que vamos substituir 100 destas aeronaves com modelos C/D, para depois incorporarmos o NG.”
Evolução
“O caça será competitivo e apresenta a melhor relação custo-benefício. Ele terá mais alcance que os atuais Gripen C/D, mais capacidade de carga, um melhor sistema de radar. Estamos muito acostumados a cumprir os acordos de transferência de tecnologia, porque os Gripen não são os únicos caças que já exportamos.”
Embraer
“(A parceria) depende, na verdade, da indústria (Embraer). Ela é parte da oferta da Gripen para o Brasil. As empresas têm a permissão de seus governos para concretizarem o negócio (está previsto no projeto FX-2 a instalação na Embraer da linha de montagem do caça vencedor da concorrência). Basta observar a história das parcerias da Suécia com outros países. O que oferecemos é muito viável. O Gripen leva a reputação de entregar o que promete. Pergunte aos outros países, sobre preço, produto e transferência de tecnologia. Mais importante que isso é o conteúdo da parceria, a aquisição de novos conhecimentos para o desenvolvimento de um caça. É um investimento no futuro.”
Alinhamento
“A Suécia desponta como uma alternativa independente, sendo um país sem alinhamento militar. E temos tecnologia de ponta com abertura para cooperação mútua. Mas nós oferecemos a possibilidade de o Brasil ter uma indústria própria, o que outros países não oferecem. Não dissimulamos, entregamos o acordado.”
Restrições
“Um caça é um conjunto de sistemas, e temos enorme conhecimento na integração dos sistemas da aeronave. Isso mostra possibilidades de diferentes fornecedores oferecerem os sistemas que integrarão o avião. Nossos parceiros podem escolher que componentes farão parte de seu Gripen de acordo com suas necessidades. O radar é um bom exemplo disso: há alguns fornecedores no mercado que podemos escolher. Não tivemos até agora nenhum problema com isso.”
Mercados
“Estou convencido que os Gripen, de atuais e futuros modelos, serão muito atraentes para estes mercados (forças aéreas de médio porte). Os custos são muitos altos para a renovação de uma frota de caças e ainda maiores para o desenvolvimento de um modelo. Sabemos exatamente quanto isso custa e oferecemos a melhor relação custo-benefício. Isso é sempre avaliado por governos que buscam novas opções de aviação militar. Em longo prazo, será muito rentável para o Brasil por conta da cooperação industrial que estamos oferecendo.”
Encontros
“Estamos analisando a possibilidade de enviar meu secretário ao Brasil para promover alguns seminários sobre o Gripen no futuro próximo. Recebemos delegações de deputados e senadores brasileiros. Tentamos manter contato frequente com as autoridades brasileiras. Também fizemos um convite ao senhor Jobim (Nelson Jobim, ministro da Defesa), para que ele venha à Suécia. Esperamos que a viagem ocorra antes de encerrada a concorrência.”
Ministro da Defesa sueco defende o caça Gripen NG, que seu país tenta vender ao Brasil, e diz apoiar um processo de licitação “transparente”
Guilherme Queiroz
Mais modesto e discreto participante do FX-2 — programa da Força Aérea Brasileira (FAB) para renovação da frota de caças com modelos de última geração —, a Suécia aposta as fichas no que alardeia ser o mais amplo pacote de parceria industrial e transferência de tecnologia entre as nações concorrentes. Para superar o favoritismo francês e o poderio americano, o país escandinavo ofereceu ao Brasil o Saab Gripen, um avião a ser desenvolvido em parceria com a indústria aeronáutica nacional. “A Suécia não está procurando um cliente, e sim um parceiro de longo prazo”, costuma dizer o ministro da Defesa, Sten Tolgfors, que concedeu entrevista exclusiva ao Correio.
Diplomático, Tolgfors minimiza o anúncio feito no último Sete de Setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tornou pública a intenção de “abrir negociações” com a França e revelou favoritismo pelo caça Rafale, da empresa Dassault. Apesar das vantagens de última hora oferecidas pelos franceses e pelos americanos, que disputam com o Boeing F-18/A Super Hornet, o ministro avalia que a relação custo-benefício do Gripen é difícil de ser superada, além da perspectiva de transferência para a Embraer da linha de produção do caça.
Fica, no entanto, a pergunta: com um projeto ainda sobre a prancheta, os suecos conseguiriam tirar o Gripen NG da linha de montagem a tempo de entregar o primeiro lote de 12 unidades em 2014? “Não tenho preocupações quanto a atendermos os prazos do FX-2. Sabemos precisamente o que custará para desenvolvê-lo, para operá-lo e para mantê-lo”, garante o ministro. O concorrente americano F-18/A Super Hornet tem uma longa lista de serviços prestados nos céus de batalha. O francês Dassault Rafale está em produção, mas seu único cliente é a própria França.
A Suécia terá de superar alguns desafios na montagem do Gripen NG. Franceses e americanos impuseram restrições ao uso de componentes fabricados em suas indústrias. O contratempo é contornável, segundo Tolgfors. “Há alguns fornecedores no mercado que podemos escolher”, rebate. Ele ressalta como ponto forte de seu produto o fato de que ele será desenvolvido de acordo com as necessidades do comprador. E acrescenta: “Não oferecemos restrições na transferência de tecnologia e atenderemos às exigências do governo brasileiro de dar condições de desenvolver e construir futuros modelos de caças”.
Ainda na disputa
Polêmica
“O ministro Nelson Jobim (da Defesa) afirmou num comunicado à imprensa, em 8 de setembro (um dia depois de o presidente Lula anunciar intenção de ‘abrir negociações’ com a França), que o programa FX-2 não está encerrado e que as negociações continuarão com os três países concorrentes. A Suécia apoia um processo independente e transparente.”
Parceria
“Estamos convencidos de que temos a proposta mais atraente, seja no quesito preço, seja na transferência de tecnologia e cooperação de longo prazo. A Suécia e a Saab vão desenvolver com os brasileiros o avião para o mercado mundial e garanto que o governo sueco apoia integralmente essa parceria. Na minha opinião, oferecemos uma oportunidade única no programa de desenvolvimento que nossos concorrentes não podem ofertar.”
Abertura
“Não utilizamos caixas-pretas no que diz respeito à transferência de tecnologia. Estamos acostumados a cooperar com nossos parceiros no desenvolvimento do avião. Uma de suas vantagens é adaptá-lo às necessidades de cada cliente.”
Prazo
“Temos um histórico de pontualidade na entrega dos caças da plataforma Gripen. Não tenho preocupações quanto a atendermos os prazos do FX-2. Sabemos precisamente o que custará para desenvolvê-lo, para operá-lo e para mantê-lo. Se levarmos em conta o preço e o custo, (o Gripen NG) é o melhor, em comparação com os concorrentes.”
Vendas
“Nós também usaremos o NG. O nosso governo está dando respaldo total a essa oferta e nós mesmos estamos interessados nesse produto. Neste momento, estamos atualizando nossa frota com modelos C/D do Gripen, em substituição aos A/B, da geração anterior. Nós precisaremos deste novo modelo assim como os outros países poderão ter acesso às novas versões que serão desenvolvidas. Agora, temos cerca de 130 Gripen em operação na Força Aérea. Com um aumento na nossa capacidade operacional, decidimos que vamos substituir 100 destas aeronaves com modelos C/D, para depois incorporarmos o NG.”
Evolução
“O caça será competitivo e apresenta a melhor relação custo-benefício. Ele terá mais alcance que os atuais Gripen C/D, mais capacidade de carga, um melhor sistema de radar. Estamos muito acostumados a cumprir os acordos de transferência de tecnologia, porque os Gripen não são os únicos caças que já exportamos.”
Embraer
“(A parceria) depende, na verdade, da indústria (Embraer). Ela é parte da oferta da Gripen para o Brasil. As empresas têm a permissão de seus governos para concretizarem o negócio (está previsto no projeto FX-2 a instalação na Embraer da linha de montagem do caça vencedor da concorrência). Basta observar a história das parcerias da Suécia com outros países. O que oferecemos é muito viável. O Gripen leva a reputação de entregar o que promete. Pergunte aos outros países, sobre preço, produto e transferência de tecnologia. Mais importante que isso é o conteúdo da parceria, a aquisição de novos conhecimentos para o desenvolvimento de um caça. É um investimento no futuro.”
Alinhamento
“A Suécia desponta como uma alternativa independente, sendo um país sem alinhamento militar. E temos tecnologia de ponta com abertura para cooperação mútua. Mas nós oferecemos a possibilidade de o Brasil ter uma indústria própria, o que outros países não oferecem. Não dissimulamos, entregamos o acordado.”
Restrições
“Um caça é um conjunto de sistemas, e temos enorme conhecimento na integração dos sistemas da aeronave. Isso mostra possibilidades de diferentes fornecedores oferecerem os sistemas que integrarão o avião. Nossos parceiros podem escolher que componentes farão parte de seu Gripen de acordo com suas necessidades. O radar é um bom exemplo disso: há alguns fornecedores no mercado que podemos escolher. Não tivemos até agora nenhum problema com isso.”
Mercados
“Estou convencido que os Gripen, de atuais e futuros modelos, serão muito atraentes para estes mercados (forças aéreas de médio porte). Os custos são muitos altos para a renovação de uma frota de caças e ainda maiores para o desenvolvimento de um modelo. Sabemos exatamente quanto isso custa e oferecemos a melhor relação custo-benefício. Isso é sempre avaliado por governos que buscam novas opções de aviação militar. Em longo prazo, será muito rentável para o Brasil por conta da cooperação industrial que estamos oferecendo.”
Encontros
“Estamos analisando a possibilidade de enviar meu secretário ao Brasil para promover alguns seminários sobre o Gripen no futuro próximo. Recebemos delegações de deputados e senadores brasileiros. Tentamos manter contato frequente com as autoridades brasileiras. Também fizemos um convite ao senhor Jobim (Nelson Jobim, ministro da Defesa), para que ele venha à Suécia. Esperamos que a viagem ocorra antes de encerrada a concorrência.”