Mangabeira reúne-se com oficiais das três Forças PDF Imprimir E-mail
Brasília, 20-08-08 - O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, reúne-se, na sexta-feira, 22/8, em Porto Alegre, com oficiais-generais das três Forças para discutir a Estratégia Nacional de Defesa. O evento acontece na sede do Comando Militar do Sul, a partir das 14h30.
Mangabeira coordena o Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa, presidido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. O grupo, responsável por elaborar o plano de defesa, vai apresentá-lo ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 7 de setembro.
Segundo o ministro de Assuntos Estratégicos, o plano está focado em três grandes vertentes. A primeira delas é a reorganização e o redirecionamento das Forças Armadas em torno de uma vanguarda tecnológica e operacional, baseada em capacitações nacionais. “A metodologia que estamos usando é questionar as responsabilidades das Forças Armadas, em circunstâncias de paz e de guerra. Precisamos das respostas sobre como reorganizar e aparelhar as Forças para cumprir suas responsabilidades”, afirmou o ministro.
Reorganizar a indústria brasileira de defesa, tanto no componente privado quanto no estatal, é a segunda vertente do trabalho. “As empresas privadas de defesa no Brasil são tratadas como empresas quaisquer. Elas precisam ter um regime regulatório e tributário especial, que assegure continuidade nas contas públicas e resguarde as empresas contra o curtoprazismo mercantil”, explicou Mangabeira.
De acordo com ele, o Estado brasileiro poderia, dessa forma, adquirir um poder estratégico muito amplo sobre as empresas privadas de Defesa, a ser exercido por meios como o golden share. “Já no componente estatal, é preciso fazer uma inversão completa. Em vez de produzir o rudimentar, precisamos produzir na vanguarda aquilo que as empresas privadas não consigam em curto-prazo de forma rentável”.
O futuro do serviço militar obrigatório é o terceiro ponto discutido pelo comitê. Para o ministro de Assuntos Estratégicos, é preciso preservá-lo porque “ele funciona como um nivelador republicano, onde a Nação encontra-se acima das classes”. O que precisa ser feito, segundo Mangabeira, é oferecer formação científica e educativa aos novos recrutas, que seriam selecionados com base no vigor físico, na capacidade intelectual e na representatividade de classes e regiões do país.
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