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Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Qui Fev 04, 2010 5:46 pm
por Francoorp
marcelo l. escreveu:Lieberman é um sujeito curioso, mas já não é a primeira vez que ele é polêmico, o Sarkozy já pediu a cabeça dele para o Netanyahu*, é persona non grata em muitos países europeus...e mesmo quando esteve em São Paulo a imprensa não pode entrevista-lo (foi selecionado os entrevistadores e veículos).

* Logo depois disso a VEJA que antes via o Sarko como um líder mudou de opinião.

Tò começando achar que ele é mais perigoso que curioso!!

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Qui Fev 04, 2010 5:57 pm
por Bolovo
Esse Lieberman tá doido, cara. Israel não pode aparecer com um discurso desses. São coisas assim que dão chance para alguém aparecer com aquelas idéias de varrer o Estado Judeu do mapa. Israel sendo talvez o país mais poderoso e única democracia da região (tá certo que não é bem assim, mas continua sendo uma democracia, sendo assim, mais bem visto pelo mundo) deveria ter um discurso mais ameno e não tentando levar guerra para todo canto. Para mim, dizer aos quatro cantos do mundo que vai trucidar o Exército Sírio e derrubar o governo de Bashar (que é um FDP da porra) está no mesmo e elevadíssimo nível do nosso querido Almadinejah, que diz que sonha em expulsar Israel do Oriente Médio. Um acusa o outro toda hora. Quero ver aonde isso vai dar...

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Qui Fev 04, 2010 6:48 pm
por FOXTROT
terra.com.br

Shannon diz que Brasil e EUA têm "intenso diálogo sobre o Irã"
04 de fevereiro de 2010

O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, assegurou nesta quinta-feira que os dois países mantêm um "intenso diálogo" sobre o programa nuclear do Irã e sobre a situação dessa nação em geral, que considerou "complicada".

Shannon, que entregou hoje suas credenciais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, explicou em entrevista coletiva que os EUA consideram que o fato de o Governo brasileiro "poder se comunicar com o Irã é uma coisa muito boa" - no final de 2009, Lula recebeu o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em Brasília.

O diplomata americano também disse que o Brasil não precisa da "permissão" dos EUA para se relacionar com o Irã ou com outros países.

"O Brasil é um Estado soberano e, obviamente, não precisa de nenhuma permissão", afirmou.

Além disso, Shannon falou que o Brasil teve "um papel importante em comunicar ao Irã as preocupações da comunidade internacional sobre seu programa nuclear", principalmente no relativo a sua "falta de transparência".

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Qui Fev 04, 2010 6:52 pm
por FOXTROT
terra.com.br

Lieberman: Assad perderá o poder em caso de ataque a Israel
04 de fevereiro de 2010

O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, advertiu nesta quarta-feira que o presidente sírio Bashar al Assad perderá a guerra e o poder se decidir pro hostilidades militares contra o Estado hebreu.

"Nossa mensagem para Assad deve ser clara, não perderá apenas a próxima guerra, mas também perderá o poder, você e sua família", afirmou Lieberman, durante uma entrevista à rádio pública israelense.

"Assad não se interessa pelas vidas humanas, pelos valores humanistas, apenas pelo poder", completou o chefe da diplomacia israelense.

"Infelizmente não aconteceu até agora uma correlação entre uma derrota militar e uma perda de poder. Gamal Naser (ex-presidente egépcio) perdeu a guerra (em 1967), mas continuou no poder, assim como (Hafez) Assad (pai do atual presidente sírio) perdeu a guerra (em 1973) e continuou no poder", completou Lieberman.

Mais cedo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou em um comunicado que estaria disposto a aceitar uma mediação com a Síria que permita uma retomada das negociações entre os dois países, congeladas há mais de um ano.

No entanto, a nota também destaca que a Síria "impõe obstáculos e impede as negociações sobre acordos para a paz, segurança e desenvolvimento econômico de todas as partes".

Na quarta-feira, o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem, advertiu Israel contra qualquer projeto de guerra contra a Síria e afirmou que um conflito do tipo se tornaria uma "guerra generalizada".

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 11:56 am
por FOXTROT
mwglobal.org

EUA-IRÃ:
Da diplomacia aos mísseis
Mohammed A. Salih

Washington, 4/2/2010, (IPS) - A estratégia dos Estados Unidos em relação ao Irã, ainda marcada pela incerteza, parece tomar um rumo de choque, com a expansão do sistema norte-americano antimísseis no Golfo Pérsico ou Arábico, após advertir Teerã sobre as possíveis “consequências” por continuar produzindo combustível nuclear.

O general David Patraeus, comandante das forças militares norte-americanas no Oriente Médio e Ásia Meridional, disse, esta semana, que seu país reforçou os sistemas balísticos de terra e mar no Golfo e no Mediterrâneo em reação ao que Washington considera como a crescente ameaça do Irã.

As duras declarações do presidente Barack Obama contra o Irã, em um discurso pronunciado no Congresso norte-americano no dia 27 de janeiro, e o fortalecimento dos sistemas antimísseis no Oriente Médio, foram conhecidos após o fracasso das negociações para que o Irã ceda em sua política nuclear. Esta situação seguramente aumentará a tensão entre o Irã e seus vizinhos, por um lado, e entre Teerã e Washington, por outro.

Os Estados Unidos instalaram modernos sistemas Patriot, capazes de derrubar mísseis de médio alcance, em quatro países do Golfo: Kuwait, Emirados Árabes Unidos (EAU), Catar e Bahrein. O Irã criticou duramente a medida e acusou o Ocidente de buscar a “divisão e a insegurança” da região. A medida gerou dúvidas sobre os motivos de Washington para ampliar e renovar seus sistemas antimísseis na região.

“É difícil dizer se é um passo de preparação para a ação militar ou essencialmente parte da política dos Estados Unidos para isolar ainda mais o Irã dos Estados regionais e, de fato, vender mais armas a estas nações”, disse à IPS Nader Entessar, especialista em Irã e presidente do Departamento de Ciência Política da Universidade de Alabama. “Mas, cada vez que a aposta sobe como agora, as consequências são imprevisíveis, mesmo se a intenção não é necessariamente chegar a um confronto militar”, disse Entessar.

Embora muitos na região e no Ocidente qualifiquem o Irã de “ameaça”, Teerã tem um dos gastos militares mais baixos em comparação com outros países do Golfo, como Arábia Saudita e EAU, que nos últimos dois anos gastaram US$ 25 bilhões em armas. Apesar disso, o Irã realizou vários testes com mísseis no passado, e possui armas desse tipo que podem chegar até Israel ou Europa oriental. Contudo, quando se fala da “ameaça iraniana”, a pergunta é que tipo de ameaça, de fato, representa o Irã para os países da região?

“Não creio que os países do Golfo considerem, no geral, Teerã como uma ameaça militar convencional”, disse Chas Freeman, ex-embaixador de Washington na Arábia Saudita e ex-subsecretário de Defesa para assuntos de segurança internacional. “A preocupação em torno do Irã tem a ver com o prestígio político de Teerã”, acrescentou. O general Patraeus declarou que, atualmente, os EAU, com 4,5 milhões de habitantes, tem a capacidade militar de anular a força aérea do Irã, que conta com 70 milhões de habitantes.

O prestígio político do Irã surge de seus extensos vínculos com Estados e atores não estatais da região, em particular Líbano, Iraque e territórios palestinos. Mais de 30 anos depois da Revolução Islâmica (1979), que levou muçulmanos xiitas ao poder, Teerã mantém sólidas relações com o Oriente Médio, principalmente com grupos xiitas, mas, também com sunitas, como os palestinos Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e a Jihad Islâmica. Isso preocupa profundamente as potências árabes sunitas da região, com Arábia Saudita, Jordânia e Egito, mas também Estados Unidos e Israel. Agora, as potências tradicionais do mundo árabe acrescentaram à sua longa lista de queixas contra o Irã o que afirmam ser o apoio iraniano aos combatentes xiitas huthi do Iêmen.

Irã e Estados Unidos compartilham uma história de relações turbulentas, especialmente a partir da Revolução Islâmica que tirou do poder o xá Mohammed Reza Pahlavi, forte aliado de Washington na região. A ocupação da embaixada dos Estados Unidos em Teerã por estudantes revolucionários e a ajuda de Washington a Sadam Hussein na guerra entre Iraque e Irã (1980-1988) só agravaram a tensão entre os dois países. As autoridades iranianas negam sistematicamente representar uma ameaça para a região e costumam acusar Estados Unidos e Israel de vilipendiarem o Irã diante de seus países vizinhos e do resto do mundo.

Apesar do pronunciamento público de preocupação com relação às atitudes e políticas do Irã na região, a República Islâmica não tem antecedentes de agressão contra seus vizinhos. A única guerra que travou após a revolução, com o Iraque, foi iniciada por Saddam Hussein, que recebeu apoio do Ocidente. “O Irã não tem problemas com seus vizinhos e nunca teve a intenção de agredir país algum”, disse na terça-feira o presidente do parlamento iraniano, Ali Larijani, em uma reunião com o príncipe herdeiro do Catar, xeque Tamin bin Hamad Al Thani.

“A teoria de política externa do imã Ruolá Khomeini se baseava na união islâmica, fortalecendo a unidade e a cooperação entre as nações muçulmanas, e essa é a estratégia da República Islâmica do Irã no mundo islâmico”, assegurou Larijani, referindo-se ao líder da revolução de 1979. Apesar disso, os acontecimentos nacionais no Irã parecem ter limitado seriamente a capacidade do governo de Mahmoud Ahmadinejad para realizar iniciativas reais. Após as eleições presidenciais de 12 de junho, o país sofreu manifestações gigantescas contra suposta fraude eleitoral.

Enquanto Washington diz que não descarta nenhuma opção, alguns analistas afirmam que um ataque militar seria extremamente caro e, portanto, improvável em um futuro imediato. “Embora os Estados Unidos se mostrem desafiadores, a ameaça de que a economia possa cair em nova recessão deixa algo claro. No tocante ao Irã, nem todas as opções estão disponíveis”, escreveram Henry Barkey e Uyri Dadush na publicação de política externa The National Interest. Toda ofensiva contra Teerã dispararia os preços do petróleo, possivelmente até US$ 150 o barril, causando outra recessão na economia internacional, afirmam estes dois pesquisadores do Fundo Carnegie para a Paz Internacional, com sede em Washington. O Irã reagiria fomentando o ataque de seus aliados libaneses e palestinos, Hezbola (Partido de Deus) e Hamas, contra Israel, acrescentam.

Por último, um ataque contra o Irã daria ao “assediado regime de Teerã a oportunidade de unir” seu povo descontente contra a agressão externa. Enquanto Irã e as potências ocidentais não chegarem a um acordo sobre o controverso programa nuclear iraniano, a incerteza sobre como lidar com Teerã continuará imperando. Washington pressiona com energia para que a comunidade internacional aplique sanções econômicas ao Irã, mas enfrenta a dura resistência da China, que mantém lucrativos negócios com Teerã, especialmente no setor de petróleo e gás.

A negativa do Irã em aceitar as condições propostas pelos ocidentais, dizendo que não são justas, fez com que um decepcionado Estados Unidos adotasse um tom cada vez mais agressivo e um rumo de ação que, para alguns, recorda a presidência de linha dura de George W. Bush (2001-2009). “Retornamos ao que tentava fazer o governo Bush, uma vez mais à ideia de conseguir a mudança de regime” no Irã, disse o especialista Entessar. “De volta à supremacia dos neoconservadores no governo e fora dele, que pressionam Obama. E isso não faz prever nada bom, a meu ver, para um tipo de avanço decisivo no futuro”, ressaltou. IPS/Envolverde

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 1:40 pm
por LeandroGCard
Não gosto do atual governo do Irã (não gosto de radicalismos em geral e o atual governo daquele país tem tendência a certo radicalismo), mas não consigo deixar de perceber que a política ocidental com relação àquele país é muito míope.

Embora não seja o que se chamaria no ocidente de uma democracia perfeita, o Irã é um dos países que mais perto disso chega no oriente médio. Outros países que são aliados do ocidente não chegam nem perto de ter sequer eleições como tem aquele país. É verdade que os candidatos tem que ser aprovados por um clero que por sua vez não é eleito, mas os critérios são muito mais relativos a questões religiosas (ou seja, do que eles consideram moral e bons costumes) do que propriamente políticos. Ou seja, dentro de certos limites a população do Irã pode sim influenciar os atos do seu governo, e os governantes sentem-se obrigados a prestar pelo menos algum nível de satisfação ao povo. É muito mais do que se pode dizer sobre a Arábia Saudita, o Kuwait ou mesmo sobre o Egito.

Outro ponto que se discute muito é a condição dos cidadãos na própria sociedade iraniana, que seria inaceitável pelos padrões ocidentais devido à falta de liberdades básicas da população. Mas novamente, a sociedade iraniana, embora de fato não se enquadre nos padrões ocidentais, também é muito mais aberta que as de praticamente todos os demais países árabes amigos do ocidente. Esta é inclusive uma das razões pelas quais estes países temem a influência do Irã na região.

O outro ponto é relativo às próprias questões de segurança internacional. O ocidente insiste que um Irã de posse de armas nucleares é inaceitável, devido ao risco que poderia acarretar para o resto do mundo. Mas e quanto aos riscos que o restante do mundo acarreta para o Irã? Quem pode garantir que em nenhuma situação Israel, por exemplo, não iria lançar suas bombas nucleares contra o Irã se estivesse perdendo uma guerra contra países ou organizações árabes apoiadas pela nação Persa, mesmo que esta não estivesse diretamente envolvida no confronto? Dizer que neste caso o Irã mereceria receber um ataque nuclear seria o mesmo que aceitar que os EUA, os países europeus ou mesmo o Brasil mereceriam sofrer eventuais ataques nucleares se o Irã dispusesse de armas atômicas à época da guerra Irã x Iraque, afinal todos estes países forneceram armas e apoio a Sadam Husseim naquela guerra.

É muito comum também ver argumentos de que o Irã é uma nação terrorista por apoiar grupos como o Hamas e o Hizbolah, mas não são aqueles mesmos já citados grupos que cometem atentados contra o Irã causando diversas mortes por ano patrocinados pelos EUA? Nunca ouvi ofertas dos EUA no sentido de reprimirem estes grupos se o Irã parar de apoiar palestinos e libaneses. Além do que a caracterização dos grupos combatentes palestinos e libaneses como terroristas é muito discutível, dadas as ações de Israel nas últimas décadas. Não seriam os EUA também um estado terrorista por apoiar incondicionalmente os israelenses mesmo quando estes colonizam territórios que não lhes pertencem e escalam os ataques às populações civis dos territórios circunvizinhos à menor provocação?

E Israel nem é a principal preocupação militar do Irã, seu maior problema vem do outro lado. Quem garante que um governo radical (por exemplo da etnia Pashtun), que pode assumir o poder no altamente instável Paquistão a qualquer momento, não iria utilizar suas armas nucleares contra o Irã? O ocidente pode realmente garantir ao Irã que isto jamais irá acontecer? Ou que algumas destas armas paquistanesas não vai de repente aparecer nas mãos dos grupos separatistas que cometem constantemente atentados contra o Irã? A Índia (que tem problemas similares com o Paquistão) garante isso por ter suas próprias bombas nucleares, o que lhe dá a capacidade de retaliar, mas o Irã não tem este mesmo direito? O ocidente afirma que armas nucleares no Irã são inaceitáveis, mas parece não ter nenhum problema com as armas nucleares do muito mais problemático Paquistão. Na minha opinião fica difícil aparentar seriedade assim.

Por tudo isso fica muito difícil para mim imaginar o que o ocidente realmente espera que o Irã faça. Que pare de “influenciar negativamente” as sociedades dos países vizinhos proibindo suas mulheres de estudar, trabalhar ou mesmo de sair de casa sozinhas e sem o véu? Que coloque um novo Xá no poder, para não dar mal exemplo aos países vizinhos governados por soberanos absolutistas ou ditadores vitalícios? Ou que coloque sua segurança nas promessas do ocidente de que ele não precisa de defesa contra países até mais agressivos e menos estáveis do que ele, só para parecer bonzinho aos olhos ocidentais?

Até agora as únicas promessas que vi o ocidente fazer ao Irã caso ele abandone seu programa nuclear foi de suspender a sanções impostas a ele. Ou seja, faça o que eu mando e eu paro de apertar o seu pescoço, que estou apertando por achar que você é mau independentemente do que quer que você já tenha feito. Mas suas necessidades de segurança em meio a esta vizinhança tresloucada em que você se encontra não são problema meu.

Isto parece uma oferta boa? Na condição do Irã, o quê acharíamos disso?


Leandro G. Card

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 1:47 pm
por WalterGaudério
L :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: eandro a melhor parte do teu post foi..."certo radicalismo"....

Sds Gaudérias

Walter

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 2:12 pm
por rodrigo
O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, advertiu nesta quarta-feira que o presidente sírio Bashar al Assad perderá a guerra e o poder se decidir pro hostilidades militares contra o Estado hebreu.

"Nossa mensagem para Assad deve ser clara, não perderá apenas a próxima guerra, mas também perderá o poder, você e sua família", afirmou Lieberman, durante uma entrevista à rádio pública israelense.

"Assad não se interessa pelas vidas humanas, pelos valores humanistas, apenas pelo poder", completou o chefe da diplomacia israelense.

"Infelizmente não aconteceu até agora uma correlação entre uma derrota militar e uma perda de poder. Gamal Naser (ex-presidente egépcio) perdeu a guerra (em 1967), mas continuou no poder, assim como (Hafez) Assad (pai do atual presidente sírio) perdeu a guerra (em 1973) e continuou no poder", completou Lieberman.
Nesses termos, concordo com o chanceler israelense. Pensei que ele tinha dito que ia invadir a Síria.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 2:46 pm
por FOXTROT
Avigdor Lieberman já está com a validade vencida e ainda vai colocar israel em apuros...

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 2:57 pm
por Anton
FOXTROT escreveu:Avigdor Lieberman já está com a validade vencida e ainda vai colocar israel em apuros...
No sobrenome deveria acrescentar Krieg, ficaria mais adequado ao jeitão dele.
Krieglieberman = Amante da Guerra.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 3:13 pm
por LeandroGCard
WalterGaudério escreveu:L :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: eandro a melhor parte do teu post foi..."certo radicalismo"....

Sds Gaudérias

Walter
Do nosso ponto de vista (ou pelo menos do meu pessoalmente) são mesmo radicais, mas se comparados com os países do entorno muito mais amigos do ocidente o Irã é extremamente liberal e progressista. Por isso este "um certo..."

Um grande abraço,


Leandro G. Card

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 3:18 pm
por LeandroGCard
rodrigo escreveu:
O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, advertiu nesta quarta-feira que o presidente sírio Bashar al Assad perderá a guerra e o poder se decidir pro hostilidades militares contra o Estado hebreu.

"Nossa mensagem para Assad deve ser clara, não perderá apenas a próxima guerra, mas também perderá o poder, você e sua família", afirmou Lieberman, durante uma entrevista à rádio pública israelense.

"Assad não se interessa pelas vidas humanas, pelos valores humanistas, apenas pelo poder", completou o chefe da diplomacia israelense.

"Infelizmente não aconteceu até agora uma correlação entre uma derrota militar e uma perda de poder. Gamal Naser (ex-presidente egépcio) perdeu a guerra (em 1967), mas continuou no poder, assim como (Hafez) Assad (pai do atual presidente sírio) perdeu a guerra (em 1973) e continuou no poder", completou Lieberman.
Nesses termos, concordo com o chanceler israelense. Pensei que ele tinha dito que ia invadir a Síria.
Pois é, eu também estava achando que as declarações do Lieberman não eram nada tão fora de propósito assim. Dizer que SE formos atacados o governante do país agressor estará ferrado não é nada demais.

Talvez o problema tenha sido ele levantar este assunto. Esta declaração dele foi em resposta a alguma declaração anterior da Síria ou foi gratuíta? Se for este último caso aí sim, ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado.

Leandro G. Card

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 3:30 pm
por suntsé
LeandroGCard escreveu:
rodrigo escreveu: Nesses termos, concordo com o chanceler israelense. Pensei que ele tinha dito que ia invadir a Síria.
Pois é, eu também estava achando que as declarações do Lieberman não eram nada tão fora de propósito assim. Dizer que SE formos atacados o governante do país agressor estará ferrado não é nada demais.

Talvez o problema tenha sido ele levantar este assunto. Esta declaração dele foi em resposta a alguma declaração anterior da Síria ou foi gratuíta? Se for este último caso aí sim, ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado.

Leandro G. Card
PElo que eu entendi, foram gratuitas.

Depois de varias surras os sirios perderam a coragem de provocar Israel.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 3:39 pm
por FOXTROT
A Síria que não conta com o apoio incondicional do ocidente certamente não provocará uma guerra sem que tenha um trunfo na mão (que não é o caso), vai se reservar ao direito de se defender.

As declarações do Sr. Avigdor Lieberman têm um único propósito na minha humilde opinião, impedir qualquer possibilidade de diálogo, permanecendo o estado de beligerância, permanece o apoio ($$$) do ocidente, porque falar em derrubar o regime sírio é fácil, colocar em pratica é bem mais complicado, ou ele (Avigdor Lieberman) pensa que as cidades Israelenses não arderiam? Parece claro que em uma guerra aberta os danos em Israel seriam bem mais significativos que os impostos pelo Hesbolá.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Sex Fev 05, 2010 3:42 pm
por Enlil
LeandroGCard escreveu:Não gosto do atual governo do Irã (não gosto de radicalismos em geral e o atual governo daquele país tem tendência a certo radicalismo), mas não consigo deixar de perceber que a política ocidental com relação àquele país é muito míope.

Embora não seja o que se chamaria no ocidente de uma democracia perfeita, o Irã é um dos países que mais perto disso chega no oriente médio. Outros países que são aliados do ocidente não chegam nem perto de ter sequer eleições como tem aquele país. É verdade que os candidatos tem que ser aprovados por um clero que por sua vez não é eleito, mas os critérios são muito mais relativos a questões religiosas (ou seja, do que eles consideram moral e bons costumes) do que propriamente políticos. Ou seja, dentro de certos limites a população do Irã pode sim influenciar os atos do seu governo, e os governantes sentem-se obrigados a prestar pelo menos algum nível de satisfação ao povo. É muito mais do que se pode dizer sobre a Arábia Saudita, o Kuwait ou mesmo sobre o Egito.

Outro ponto que se discute muito é a condição dos cidadãos na própria sociedade iraniana, que seria inaceitável pelos padrões ocidentais devido à falta de liberdades básicas da população. Mas novamente, a sociedade iraniana, embora de fato não se enquadre nos padrões ocidentais, também é muito mais aberta que as de praticamente todos os demais países árabes amigos do ocidente. Esta é inclusive uma das razões pelas quais estes países temem a influência do Irã na região.

O outro ponto é relativo às próprias questões de segurança internacional. O ocidente insiste que um Irã de posse de armas nucleares é inaceitável, devido ao risco que poderia acarretar para o resto do mundo. Mas e quanto aos riscos que o restante do mundo acarreta para o Irã? Quem pode garantir que em nenhuma situação Israel, por exemplo, não iria lançar suas bombas nucleares contra o Irã se estivesse perdendo uma guerra contra países ou organizações árabes apoiadas pela nação Persa, mesmo que esta não estivesse diretamente envolvida no confronto? Dizer que neste caso o Irã mereceria receber um ataque nuclear seria o mesmo que aceitar que os EUA, os países europeus ou mesmo o Brasil mereceriam sofrer eventuais ataques nucleares se o Irã dispusesse de armas atômicas à época da guerra Irã x Iraque, afinal todos estes países forneceram armas e apoio a Sadam Husseim naquela guerra.

É muito comum também ver argumentos de que o Irã é uma nação terrorista por apoiar grupos como o Hamas e o Hizbolah, mas não são aqueles mesmos já citados grupos que cometem atentados contra o Irã causando diversas mortes por ano patrocinados pelos EUA? Nunca ouvi ofertas dos EUA no sentido de reprimirem estes grupos se o Irã parar de apoiar palestinos e libaneses. Além do que a caracterização dos grupos combatentes palestinos e libaneses como terroristas é muito discutível, dadas as ações de Israel nas últimas décadas. Não seriam os EUA também um estado terrorista por apoiar incondicionalmente os israelenses mesmo quando estes colonizam territórios que não lhes pertencem e escalam os ataques às populações civis dos territórios circunvizinhos à menor provocação?

E Israel nem é a principal preocupação militar do Irã, seu maior problema vem do outro lado. Quem garante que um governo radical (por exemplo da etnia Pashtun), que pode assumir o poder no altamente instável Paquistão a qualquer momento, não iria utilizar suas armas nucleares contra o Irã? O ocidente pode realmente garantir ao Irã que isto jamais irá acontecer? Ou que algumas destas armas paquistanesas não vai de repente aparecer nas mãos dos grupos separatistas que cometem constantemente atentados contra o Irã? A Índia (que tem problemas similares com o Paquistão) garante isso por ter suas próprias bombas nucleares, o que lhe dá a capacidade de retaliar, mas o Irã não tem este mesmo direito? O ocidente afirma que armas nucleares no Irã são inaceitáveis, mas parece não ter nenhum problema com as armas nucleares do muito mais problemático Paquistão. Na minha opinião fica difícil aparentar seriedade assim.

Por tudo isso fica muito difícil para mim imaginar o que o ocidente realmente espera que o Irã faça. Que pare de “influenciar negativamente” as sociedades dos países vizinhos proibindo suas mulheres de estudar, trabalhar ou mesmo de sair de casa sozinhas e sem o véu? Que coloque um novo Xá no poder, para não dar mal exemplo aos países vizinhos governados por soberanos absolutistas ou ditadores vitalícios? Ou que coloque sua segurança nas promessas do ocidente de que ele não precisa de defesa contra países até mais agressivos e menos estáveis do que ele, só para parecer bonzinho aos olhos ocidentais?

Até agora as únicas promessas que vi o ocidente fazer ao Irã caso ele abandone seu programa nuclear foi de suspender a sanções impostas a ele. Ou seja, faça o que eu mando e eu paro de apertar o seu pescoço, que estou apertando por achar que você é mau independentemente do que quer que você já tenha feito. Mas suas necessidades de segurança em meio a esta vizinhança tresloucada em que você se encontra não são problema meu.

Isto parece uma oferta boa? Na condição do Irã, o quê acharíamos disso?


Leandro G. Card
Excelente síntese. O Irã também tem seus radicais. No entanto, sem falar q o discurso de inimigos externos sempre é um subterfúgio para legitimar regimes não muito democráticos (ou nem um pouco), de fato os país está sob embargo e é cercado por inimigos poderosamente armados q não escondem de ninguém q usarão a força se for conveniente. Mas creio q o fator preponderante q habita a memória da sociedade do país em relação a ameaças externas é a guerra com o Iraque; o país foi invadido, parte da infraestrutura de seu território foi destruída, tiveram centenas de milhares de mortos, tudo com velado apoio do ocidente e de seus vizinhos... Enfim, os q mais existe no Oriente Médio e em seus aliados ocidentais é esqueletos no armário...