Enviado: Sex Nov 11, 2005 6:55 pm
A noticia ja é antiga mas não deixa de ser comica:
Caças portugueses lançados contra "intruso" espanhol
Incidente Falta de informação sobre helicóptero espanhol que veio ajudar no incêndios podia ter acabado em incidente grave F-16 completamente armados interceptaram a aeronave.
Um helicóptero de combate a fogos florestais proveniente de Espanha esteve em risco de ser abatido por caças F-16 da Força Aérea Portuguesa (FAP), depois de ter entrado no espaço aéreo português sem que do facto tenha sido dado conhecimentos às autoridades aeronáuticas, soube o JN. O caso ocorreu no dia 30 de Junho último e terá ao que tudo indica, resultado de uma falha no cumprimento das normas em vigor desde o 11 de Setembro, mas tem sido mantido até agora em segredo.
Fonte do Estado-Maior da FAP reconheceu ao JN a existência do incidente e adiantou que a intervenção dos caças F-16 se inseriu "dentro das medidas normais para preservação do espaço aéreo nacional e da soberania". As medidas são consideradas de rotina, mas assumiram um grau de maior prontidão e exigência depois do atentado de 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque.
A aeronave civil tinha sido chamada a participar no combate aos fogos pelo Serviço Nacional de Bombeiros e de Protecção Civil e por uma razão ainda não conhecida deixou o espaço aéreo espanhol e entrou no espaço aéreo português. A entrada foi assinalada imediatamente pelos radares de defesa aérea e detectada pouco depois.
Portugal dispõe de três radares de detecção ao encargo da FAP, em Paços de Ferreira, Montejunto e Fóia, respectivamente Norte, Centro e Sul do país, responsáveis pela vigilância do espaço aéreo português. A aeronave foi detectada pelo sistema gerido a partir do Comando Operacional da Força Aérea (COFA), em Monsanto, Lisboa, logo que o helicóptero entrou no espaço aéreo português.
O voo intrigou os operadores militares, uma vez que, do la do espanhol não tinha chegado, como seria normal e como está protocolado, qualquer comunicação relativamente ao voo. Trata-se de uma medida de rotina para garantir a segurança de voo e do próprio espaço aéreo. Os militares contactaram também as autoridades aeronáuticas civis, mas a resposta foi negativa, ou seja além dos voos autorizados não havia qualquer referência ao helicóptero vindo de Espanha.
Tendo em conta as normas de segurança, foi dada ordem a dois caças-bombardeiros F-16 da Base Aérea n.º 5, de Monte Real, para levantarem voo armados para combate, inclusive com mísseis ar-ar, no sentido de interceptarem a aeronave, agora classificada já como hostil.
O procedimento seguiu a rotina, com os F-16 primeiro a fazerem um reconhecimento visual do helicóptero intruso. A situação só não escalou para algo mais grave porque os caças conseguiram estabelecer contacto rádio com o piloto, acabando este por explicar que estava ao serviço da Protecção Civil e envolvido no combate aos fogos. O procedimento normal obrigaria, no entanto, a que se não fosse estabelecida ligação o helicóptero civil tivesse sido obrigado a aterrar ou mesmo abatido.
A aeronave, afinal, tinha como destino o quartel dos bombeiros de Pernes, perto de Leiria, onde acabou por aterrar, sempre escoltado pelos F-16. O incidente foi, entretanto, comunicado pela FAP ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), a entidade que em Portugal poderá determinar o estabelecimento de um inquérito para chegar a eventuais medidas sancionatórias, tendo em conta as infracções cometidas. Em causa está a violação do espaço aéreo português e ainda o risco de acidente. O JN solicitou ontem à tarde um comentário ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), mas foi-nos referido que o presidente do serviço - única entidade que poderia esclarecer o caso - estava incontactável.
In Jornal de Noticias