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Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Sex Mai 28, 2010 1:23 pm
por kurgan
28/05/2010 - 12h33 / Atualizada 28/05/2010 - 12h34
Rússia pede punição de responsável por afundamento de navio sul-coreano

Moscou, 28 mai (EFE).- A Chancelaria russa disse hoje que o culpado pelo afundamento da corveta sul-coreana "Cheonan", incidente que causou uma escalada de tensões entre as duas Coreias, deve ser condenado e punido pela comunidade internacional.

"Se existe informação fundada sobre a participação de alguém no ocorrido, ele deve ser condenado e, contra ele, devem ser adotadas as medidas que a comunidade internacional considerar necessárias", afirmou um porta-voz da Chancelaria à agência "Interfax".

A fonte acrescentou que os especialistas russos "estudam agora as conclusões da comissão internacional que reconheceu como fato o envolvimento da Coreia do Norte no afundamento".

A Chancelaria russa assegurou que Moscou não apoiará que o incidente seja abordado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas até que seja 100% confirmada a participação norte-coreana no afundamento da embarcação.

A Rússia "quer tirar suas próprias conclusões sobre o incidente", disse o porta-voz.

O presidente "Dmitri Medvedev considera uma questão de princípio estabelecer o verdadeiro motivo do afundamento da embarcação e dirimir com toda clareza quem assumirá a responsabilidade pelo ocorrido", informou o Kremlin.

Rússia, que compartilha uma fronteira de apenas 20 quilômetros com a Coreia do Norte, aumentou nos últimos anos sua cooperação política e econômica com o regime comunista.

Segundo uma investigação internacional, a corveta sul-coreana "Cheonan" afundou no dia 26 de março, no Mar Amarelo, depois de ser atingida por um torpedo norte-coreano, acusações que são negadas por Pyongyang.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... reano.jhtm

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Sáb Mai 29, 2010 1:17 pm
por FOXTROT
terra.com.br

Coreia do Sul e Japão reforçam união contra Coreia do Norte
29 de maio de 2010

A Coreia do Sul e o Japão prometerem neste sábado permanecerem unidos contra a Coreia do Norte antes de um encontro de líderes regionais que deverá pressionar a China sobre sua relutância em relação a Pyongyang pelo afundamento de um navio sul-coreano.

Líderes das três maiores potências do nordeste asiático estão reunidos em Seogwipo, um resort na ilha sul-coreana de Jeju, com a intenção original de intensificar os planos para uma cooperação regional maior e integração econômica.

Mas a disputa entre as Coreias roubou os holofotes. Os dois lados da fortemente armada península estão divididos em um impasse após um navio de guerra sul-coreano ter afundado no final de março, matando 46 tripulantes. Seul concluiu que a Coreia do Norte foi a responsável pelo ataque.

Em negociações nos próximos dois dias, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, o primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, e o premiê chinês, Wen Jiabao, devem debater o assunto, que causou um impasse entre China e seus vizinhos, que apoiam ações internacionais firmes contra Pyongyang.

Hatoyama sugeriu, e os três líderes fizeram um minuto de silêncio, antes das negociações, pela morte dos marinheiros. "As ações provocativas da Coreia do Norte são imperdoáveis", afirmou Hatoyama a Lee Myung-bak antes do encontro, segundo uma autoridade do governo japonês. "O Japão, assim como a comunidade internacional, está condenando tais ações e apoia fortemente a Coreia do Sul."

O crescente antagonismo entre as Coreias prejudicou os mercados, com investidores preocupados de que o confronto possa se tornar um conflito armado na região que engloba a segunda e a terceira maiores economias do mundo, o Japão e a China.

Analistas dizem que nenhum dos lados está pronto para ir à guerra. A China considera a vizinha Coreia do Norte uma amiga e um fator de equilíbrio em relação aos outros países próximos, que são apoiados pelos Estados Unidos. Os chineses não condenaram Pyongyang, dizendo que precisam analisar as evidências e pedindo comedimento para ambos os lados.

Wen permaneceu com essa posição durante um encontro com Lee na sexta-feira, mas também afirmou que Pequim não protegerá o culpado pelo afundamento. Em suas considerações iniciais na reunião, o premiê chinês não citou o navio Cheonan e usou um tom otimista.

"Quero trabalhar com o presidente Lee e o primeiro-ministro Hatoyama para alcançar sólidos resultados e enviar uma mensagem ao mundo de confiança e esperança na paz, estabilidade e desenvolvimento (na região)", disse Wen.

Seul precisa do apoio ou da abstenção da China para votar uma resolução ou declaração da ONU criticando a Coreia do Norte pelo afundamento. Como membro permanente do Conselho de Segurança, a China tem poder de veto em tais ações.

Os líderes da Coreia do Sul e do Japão deram um sinal de unidade sobre o assunto neste sábado. "Hatoyama disse que tomará um papel de liderança na cooperação internacional (contra a Coreia do Norte) e expressou firmemente que vai apoiar a posição da Coreia do Sul no Conselho de Segurança da ONU", disse o assessor presidencial sul-coreano Lee Dong-kwan após o encontro do mandatário de seu país com o colega japonês.

A imprensa estatal norte-coreana disse neste sábado que os Estados Unidos culparam o país pelo afundamento do navio para "colocar a China em uma posição desconfortável e manter Japão e a Coreia do Sul como seus servos".


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Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Dom Mai 30, 2010 12:31 am
por FOXTROT
terra.com.br

Wen Jiabao pede diminuição da tensão na península coreana
29 de maio de 2010

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse neste sábado em entrevista coletiva ao término da cúpula trilateral com Coreia do Sul e Japão que se deve diminuir a tensão na península coreana para evitar choques.

Wen disse que a China trabalhará a favor da paz e da estabilidade na região para acabar com a tensão criada pelo afundamento do navio sul-coreano "Cheonan", que causou em março 46 mortes, que a Coreia do Sul atribuiu à Coreia do Norte.

A cúpula de dois dias entre Coreia do Sul, Japão e China terminou hoje na ilha sul-coreana de Jeju.

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Dom Mai 30, 2010 2:11 pm
por Enlil
Nacionalismo no sangue
Infiltração cultural não minará ideologia norte-coreana, calcula americano. ‘Apoio ao regime tem sido incondicional’

29 de maio de 2010 | 7h 53

Imagem

Propaganda oficial. Em um belo cartaz, ditador Kim Il-sung (1912-1994) acena aos norte-coreanos

Nessa semana passaram a bater com mais frequência à porta de Brian Reynolds Myers, professor de estudos internacionais de Universidade Dongseo, em Busan, bela cidade da costa da Coreia do Sul. Quem ficar intrigado com o nome ocidental do mestre deve saber que não há nada convencional no passado desse ex-funcionário da Mercedes-Benz chinesa, filho de um capelão da base militar de Fort Dix, em New Jersey, que fala africâner, coreano, mandarim, russo e alemão.

No seu currículo multifacetado destaca-se The Cleanest Race: How North Koreans See Themselves - And Why it Matters (A Raça mais Limpa: Como os Norte-Coreanos se Veem - e Por Que isso Tem Importância), livro que Myers lançou em fevereiro e certamente motivou a maior procura por suas ideias nos últimos dias. Ali ele explica não só a longevidade do regime etnonacionalista fundado por Kim Il-sung, morto em 1994, como a iminente crise de legitimidade que deve levar seu filho Kim Jong-il a recorrer a novas provocações militares diante de seu catastrófico fracasso em recuperar a economia. Em dois meses, a previsão de Myers se realizou na forma do torpedo que afundou a corveta Cheonan, provocando a morte de 46 sul-coreanos e o anúncio de rompimento de pactos de segurança entre Norte e Sul já tão pouco amistosos.

Myers é colaborador da revista Atlantic Monthly e também autor de A Reader's Manifesto (2002) (Um Manifesto do Leitor), controvertido protesto contra o que considera a ofuscação da literatura contemporânea. Sua atenção à linguagem virou um dos trunfos de The Cleanest Race. O livro é rico em análises do que Myers chama de O Texto, a narrativa da propaganda oficial norte-coreana. A tese do autor é a de que a visão de mundo da Coreia do Norte, longe de caber no molde do stalinismo confucionista, pode ser definida com simplicidade: "O povo é uma criança pura, que não pode passar sem o líder. E o líder é uma mãe, com seu seio indispensável".

Como está a atmosfera na Coreia do Sul depois que o presidente Lee Myung-bak culpou a Coreia do Norte por afundar o navio Cheonan com um torpedo?

É um clima que deve surpreender o público brasileiro ou americano. Sabe que há pouca indignação pública provocada pelo ataque ao Cheonan? Para isso é preciso entender que o nacionalismo sul-coreano é um nacionalismo de sangue, e não de Estado. O orgulho nacional não depende de uma ligação com a República da Coreia. Mas, se o ataque vem de fora da península, aí é outra coisa. Há oito anos, quando dois soldados da base americana atropelaram duas meninas de 14 anos, milhares de pessoas saíram às ruas espontaneamente para protestar. Os coreanos do Sul não atribuem intenções diabólicas aos coreanos do Norte. O afundamento do navio é, para eles, um incidente lamentável no contexto da igualmente lamentável tensão entre os dois países. Os protestos da quinta-feira, por exemplo, foram insignificantes se comparados, por exemplo, às manifestações passionais contra a importação de carne, em 2008, por causa do temor da doença da vaca louca. É verdade que a esquerda sul-coreana culpa o presidente Lee por cancelar a "sunshine policy", de aproximação com o Norte, que durou de 1998 a 2008. A direita fica agitada porque a moeda despenca e a bolsa sofre. Ser conservador, na Coreia do Sul, é ser pró-business. Mas 20% dos sul-coreanos nem acreditam que o navio foi afundado pelo Norte porque os governos da ditadura aqui, entre 1961 e 1988, culpavam o Norte por tudo, de modo que os mais velhos desconfiam.

Em seu livro você diz que o sentimento anti-americano na Coreia do Sul convive com o temor de que as tropas americanas se retirem do país.

Sim, mas eu diria que o sentimento anti-americano tem retrocedido, mais ainda num momento como este, com o incidente do torpedo. Veja bem, a presença dos EUA aqui não é para proteger o capitalismo do comunismo. É para proteger os nacionalistas moderados do Sul dos nacionalistas radicais do Norte. No momento em que cresce a pressão americana contra a Coreia do Norte, cresce o nacionalismo no Sul. Seria sensato o governo americano deixar o governo de Seul tomar a liderança nesta crise e expressar apoio ao presidente Lee.

Você também afirma que há o hábito de culpar cada governo americano que acaba de sair pelas dificuldades com Pyongyang. Como vê o comportamento de Obama e Hillary depois do "eixo do mal" da retórica de George W. Bush?

Barack Obama chegou convencido de que os problemas com a Coreia do Norte haviam sido agravados por Bush. Ele e Clinton esperavam uma distensão. Pois o governo de Kim Jong-il nem esperou Washington entabular um começo de diálogo e fez o teste nuclear subterrâneo em maio do ano passado. O teste provocou enorme desilusão em Washington.

Até onde iriam os EUA para evitar um conflito armado entre o Norte e o Sul?

Os EUA fariam tudo, dentro do possível, para evitar uma guerra. Mas, se começar um combate entre as Coreias próximo à Linha de Limite do Norte, por exemplo, os americanos não podem impedir o confronto.

E como se comporta a China agora?

A China é a chave da solução do problema. A opinião pública chinesa parece avalizar a Coreia do Sul nesta crise, o que me surpreendeu. Não se pode pressionar ou subornar Pyongyang para cometer suicídio político. E é ingênuo esperar que a China de repente comece a exercer esse tipo de pressão. Vale lembrar que, na Guerra da Coreia, quando o Norte dependia muito mais da China, nem assim os chineses conseguiram exercer influência sobre os norte-coreanos. É claro que a China não quer uma explosão de caos na sua fronteira. O que defendo é os EUA e a Coreia do Sul manterem pressão constante sobre o gigante asiático para fechar a torneira da ajuda ao Norte. Pyongyang vai continuar com a provocação porque o militarismo é o cerne da sobrevivência do regime, é o que alimenta atualmente o nacionalismo. Não há nenhum regime comparável no mundo. Até os iranianos, hoje na berlinda, têm uma política social doméstica e o Islã unificador. A Coreia do Norte tirou a palavra comunismo de sua Constituição no ano passado e o regime não assume responsabilidade pelo desastre econômico. Se seu inimigo reside apenas fora do país, é preciso continuar cutucando o inimigo.

E se a China ceder e retirar a ajuda econômica?

A Coreia do Norte está no meio de uma campanha de propaganda interna segundo a qual o país vai adquirir o status de "força e prosperidade" até 2012. Os ditadores, de maneira geral, não são bobos o bastante para colocar uma data fixa na prosperidade. Promessa datada faz crescer a pressão interna num país com a mais fracassada economia do mundo, uma ruína irrecuperável. Mesmo se a China não fizesse nada, só o contexto atual me sugere que a Coreia do Norte poderia recorrer a uma manobra agressiva para distrair a população. Veja que terminei o livro fazendo essa previsão antes do ataque ao Cheonan. Temos, infelizmente para a Coreia do Sul, uma situação de "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Seul não pode ficar de braços cruzados enquanto seus navios são torpedeados. Ao reagir, como fez o presidente Lee, dá um golpe no prestígio de Pyongyang. A maior ameaça à Coreia do Norte é a afluência da Coreia do Sul. A narrativa oficial é a de que o Sul, transformado em fantoche dos ianques, sonha com a reunificação e morre de medo do Norte. O grande problema é quando os norte-coreanos compreenderem que, numa reunificação, eles não teriam a menor chance - iam limpar o banheiro dos ricos do Sul. Homens de 1.50 m de altura, por causa da subnutrição, não conseguiriam nem casar com as sul-coreanas, e a mistura com outras raças está fora de questão.

Qual seria, no curto prazo, essa manobra mais agressiva?

Um regime cuja fonte de apoio popular é a força militar não tem escolha senão tentar punir o presidente Lee por desafiar o Norte. Quero lembrar um fato que não foi bem noticiado pela imprensa ocidental. Não é coincidência o fato de que um dos últimos incidentes de agressão ocorreu em junho de 2002, durante a Copa do Mundo. A Coreia do Norte matou seis marinheiros sul-coreanos, numa batalha no mar, perto de Yeonpyeong. A Copa se tornou um problema para a Coreia do Norte porque é um dos raros momentos em que os sul-coreanos explodem em grandes demonstrações de orgulho pela sua república, fazendo a ligação do seu nacionalismo com o Estado. Lembre que a partida eliminatória para a próxima Copa entre as duas Coreias foi transferida para Xangai, em março de 2008, porque o Norte não deixaria os sul-coreanos desfraldarem sua bandeira e cantarem o hino nacional em Pyongyang. No mês que vem será a primeira vez que as duas Coreias participam de uma Copa. Suponho que os militares sul-coreanos vão ficar especialmente alertas durante os jogos, pelo menos na primeira rodada, quando ambos os times estiverem na competição.

Você considera ingenuidade a impressão no Ocidente de que os norte-coreanos, por passarem tanta privação material, gostariam de ser liberados e, expostos à cultura estrangeira, começariam a resistir ao regime?

O engano começa quando se compara a Coreia do Norte a um antigo país comunista do tempo da Guerra Fria. A comparação mais apropriada é com a Alemanha nazista. É claro que não estou nem de longe pensando nas atrocidades cometidas pelos alemães. A ideologia na Coreia do Norte não inclui domínio de outros povos. Os norte-coreanos usam sua pobreza como medalha de honra, que representa a derrota do inimigo ianque. A comparação com os últimos dias do Terceiro Reich cabe na tenacidade com que o povo apoia o regime, a despeito da adversidade. O nacionalismo é mais sedutor. Ele dá a qualquer pessoa no país, seja o motorista de ônibus ou o burocrata, um papel na missão racial sagrada de reunir as Coreias. E isso ajuda a explicar a longevidade do regime. As estatísticas não são precisas, mas calcula-se que 50% dos norte-coreanos que saem voltam. Quando retornam, eles são punidos sem rigor, há colônias penais sem cercas. Mas os profissionais mais graduados e os religiosos, esses são severamente punidos. Eu cresci na África do Sul do apartheid e lembro que alguns dos mais virulentos racistas da minha turma na escola secundária ouviam discos do Bob Marley e do Michael Jackson. É uma ilusão também esperar que a infiltração cultural possa minar o regime norte-coreano.

http://www.estadao.com.br/noticias/supl ... 8557,0.htm

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Dom Mai 30, 2010 5:21 pm
por brunnobr
Um excelente artigo descrevendo sobre a situação tensa das correias.

domingo, 30 de maio de 2010

28 de Maio de 2010 - 19h45

Falsas provas pretendem desencadear conflito entre Coreias

O líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong-il, ordenou que as Forças Armadas de seu país, com um milhão de homens, estejam prontas para entrar em combate, de acordo com fontes militares da república norte-coreana. Na última segunda-feira (24), a Coreia do Sul anunciou a suspensão de todas as relações comerciais com o Norte, em retaliação ao torpedeamento da corveta Cheonan, no qual pereceram 46 marinheiros.

Por Kim Myong-chol, para o Asia Times

O Sul também proibiu todos os navios norte-coreanos de navegar em suas águas territoriais e prometeu retomar a propaganda psicológica em toda a Zona Desmilitarizada, suspensa em 2004.

"Nós não estamos nos preparando para a guerra, mas se a Coreia do Sul, apoiada pelos Estados Unidos e Japão, quiser nos atacar, o presidente Kim Jong-il deu ordens para que prossigamos a tarefa de unificar o país, paralisada desde 1953", relatou o comando das Forças Armadas.

A equipe de investigação multinacional liderada pela Coreia do Sul, que analisou o afundamento da corveta Cheonan na noite de 26 março, fez uma coletiva de imprensa em Seul na quinta-feira (20) para revelar o seu relatório forense, com falsas evidências, apontavam os dedos para a Coreia do Norte.

O relatório tem todas as características da pressa em invocar o familiar bicho-papão norte-coreano, numa tentativa de encobrir o papel dos EUA em um incidente de fogo amigo.

O relatório de 20 de maio é a única parte visível do iceberg que surge como "prova" de que o povo sul-coreano e o público do resto do mundo foram enganados.

É seguro afirmar que a apresentação de 20 de maio é mais uma mentira do século 21, como a que foi proferida em 5 de fevereiro de 2003, pelo então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, nas Nações Unidas.

Com o discurso de Powell, foi aberto o caminho para a invasão do Iraque pela "Coalizão dos Voluntários", liderada pelos EUA. O relatório de 20 de maio traz fortes riscos de uma troca de acusações se tornar uma escalada militar entre duas potências nucleares, a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e os Estados Unidos.

A americana CBS News noticiou em 19 de maio que os pesquisadores da força multinacional de investigação estavam divididos: "Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália, que auxiliou nas investigações, preparam-se para fazer um resumo de suas conclusões. Apenas a Suécia, que também enviou pesquisadores, ainda reluta em culpar os norte-coreanos".

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália eram membros da "Coalizão dos Voluntários", o nome pomposo das forças que destruíram o Iraque, enquanto a Suécia se opôs energicamente à invasão do país árabe. O país nórdico, grande produtor de submarinos do tipo AIP, tem vasta experiência em guerra submarina em águas rasas.

Em 19 de maio, o britânico Financial Times informou a reação cética do povo sul-coreano: "No entanto, apesar do que parece ser o pior ataque da Coreia do Norte por mais de duas décadas, não houve transbordamento de ira popular contra Pyongyang. A perda do navio de guerra também expôs a 'desconfiança' dos sul-coreanos a tudo o que diz o governo e expôs também um sentido histórico de fraternidade com o Norte, sentimentos que podem suplantar o perigo".

"O governo parece estar escondendo algo. Se não, por que demorou tanto tempo para anunciar a conclusão? - disse Sung Hoon Bae, um auxiliar de escritório de 37 anos de idade. Muitos sul-coreanos dizem que seu governo está apenas procurando um bode expiatório conveniente para o que foi um erro por parte da marinha do Sul, ou o que pode ter sido incidente de 'fogo amigo' envolvendo os militares dos EUA", arriscou o jornal

Um periódico sul-coreano siamês do Washington Times, o Segye Ilbo, citou em 29 de março uma fonte militar: "O radar do tipo CIC, instalado na corveta Cheonan, é capaz de detectar facilmente qualquer torpedo dentro de um raio de 20 a 30 quilômetros, mas naquele dia fatídico ele não detectou sinal de ataque de torpedo ou de qualquer ameaça da Marinha da Coreia do Norte".

O diário conservador de grande circulação no Japão, Yomiuri Shimbun, citou em 21 de março que especialistas em segurança da Coreia do Sul afirmaram não haver "provas materiais que explicitem o ato de que um torpedo foi disparado. Não existe a demonstração clara da presença de um submarino norte-coreano na área, nem de lançamento de um torpedo. A Coreia do Norte provavelmente vai argumentar que os sul-coreanos adquiriram um torpedo norte-coreano de terceiros para lançá-lo contra a corveta".

Muito desajeitado para ser um caso convincente

A descoberta da arma de um suspeito na cena do crime não é determinante de sua culpa, pois poderia ter sido deliberadamente colocada lá pelo verdadeiro culpado, para imputar responsabilidade ao suspeito.

Para estabelecer a culpabilidade de um suspeito é essencial satisfazer pelo menos três requisitos. O primeiro é a demonstração de sua presença no momento do crime. O segundo é a comprovação do uso da arma mortal em causa, cometendo o crime. O terceiro é a determinação de como e porque o suspeito conseguiu fugir.

Como os três fatos marcantes indicam, os resultados finais e pedaços das provas que o acompanham são tão grosseiramente elaborados que não estabelecem o lugar da Coreia do Norte na cena da tragédia, nem estabelecem a culpa da Coreia do Norte. A razão é óbvia: os americanos e os sul-coreanos não estudaram Perry Mason e Sherlock Holmes.

Em primeiro lugar, a investigação multinacional fez quatro coisas:

a.. Identificou que a causa do naufrágio do navio sul-coreano era um torpedo.
b.. Revelou que alguns pequenos submarinos norte-coreanos deixaram seu porto um par de dias antes e depois do incidente com a Cheonan.
c.. Mostraram fragmentos de um suposto torpedo, com marcações em escrita coreana, recuperados do fundo do mar.
d.. Especula-se que o torpedo teria sido disparado por um submarino norte-coreano.

A equipe de investigação não deu provas da presença de um submarino norte-coreano na cena do naufrágio, ocupada no momento por um dos maiores exercícios militares do mundo, como ilustram as falsas provas:

a.. Ela falha em identificar o nome do submarino suspeito, de pequeno porte, peça primitiva de museu da Coreia do Norte e de quem tripulava a embarcação. Encontrar um veículo da Toyota abandonado no local de um ataque terrorista não significa que o Japão ou a Toyota Motor Corporation foram os responsáveis pela ação.

a.. Ela não discute a maneira pela qual o suspeito - e lento - submarino norte-coreano conseguiu penetrar nas águas da Coreia do Sul, operando em águas rasas (profundidade inferior a 30 metros) sem ser detectado por radares e sonares de última geração montados em navios americanos e sul-coreanos, e fugir impune depois da corveta explodir e afundar, elevando uma coluna de água (cerca de 100 metros), tão alta e de explosão tão sonora que foi testemunhada por um sentinela na costa da Ilha de Baekryon.

a.. Não faz menção a um dos maiores jogos de guerra que estava acontecendo no local. Como disse a agência Yonhap, em 26 de março, a partir de Pyongtaek, na costa oeste da Coreia do Sul: "Os exercícios conjuntos Foal/Eagle, entre Coreia do Sul e Estados Unidos, atualmente em curso no Mar Ocidental, recebem agora os navios Aegis dos Estados Unidos, que chegam em 25 de maio à Base Naval de Pyongtaek, onde a Segunda Frota está sediada".

a.. Não coloca em questão a presença nos exercícios militares de quatro navios Aegis, o USS Shiloh (CG-67), um cruzador da classe Ticonderoga de 9.600 toneladas; o destróier USS Curtis Wilbur (DDG-54), com mísseis guiados, de 6.800 toneladas da classe Arleigh Burke; o destróier USS Lassen de mísseis guiados da classe Arleigh Burke, de 9.200 toneladas e o Sejong, o Grande, um destróier de 8.500 toneladas sul-coreano com mísseis guiados, provavelmente apoiados por submarinos nucleares americanos e sul-coreanos do Tipo 209 e 212 submarinos AIP na fatídica noite de 26 de março.

a.. Não faz menção aos explosivos alemães encontrados nos destroços da corveta, apesar de um anúncio inicial. O jornal Korea Times, de 7 de maio, diz que "A equipe de investigação multinacional também está considerando a possibilidade de que um submarino norte-coreano tenha disparado um torpedo alemão, utilizado tanto pela marinha sul-coreana como americana, em uma tentativa de disfarçar sua responsabilidade."
A Casa Azul (casa presidencial sul-coreana) ficou consternada com o anúncio de que os investigadores internacionais tinham detectado RDX alemã em meio aos destroços e pressionou o Ministério da Defesa para não aceitar os resultados, como denunciou a agência Yonhap, dois dias depois, em 9 de maio.

a.. A equipe não deu explicações do fracasso em encontrar e recuperar dois mísseis anti-navio Harpoon e um tubo de torpedo perdido quando a corveta afundou, enquanto conseguiu recuperar o motor e a hélice do torpedo disparado.

A equipe de investigação produziu o que chamou de "prova conclusiva", uma notável marca escrita à mão em coreano: "Ilbon" ou "número 1", encontrada na seção de propulsão do suposto torpedo recuperado do fundo do mar.

Esta evidência torna-se a mais contra-produtiva, colocando em causa a credibilidade da investigação. O uso do "ilbon" na escrita coreana — e não em chinês — é diferente nas duas Coreias.

Na Coreia do Norte as pessoas normalmente usam "ilho" para o "número 1". "Ilbon" é como os sul-coreanos escrevem e na RPDC as pessoas usem "ilho" para "número 1". Os endereços na Coreia do Norte, por exemplo, usam muito mais vezes os números "ilho".

Uma teoria provável para este erro é o sentimento por parte dos investigadores de que havia uma ausência de provas concretas para impressionar os céticos sul-coreanos e o público mundial.

Desastre muda objetivos chave da política dos EUA

Um dos objetivos fundamentais da política do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, é trazer a Coreia do Norte de volta às negociações multilaterais, para persuadi-la a desistir de seu arsenal nuclear e evitar a exportação de armas.

Eles deveriam estar mais bem informados, porque o relatório do grupo de investigação de 20 de maio produziu quatro riscos sérios a esses objetivos, ao se precipitar em suas conclusões.

Risco n º 1: O relatório foi a propaganda gratuita mais eficaz e de alto perfil das armas baratas produzidas na Coreia do Norte.

Em 21 de março, o Yomiuri Shimbun comentou que: "especialistas em armas observam que os torpedos norte-coreanos não são menos confiáveis do que aqueles desenvolvidos pelos países ocidentais". Para a Coreia do Norte, que ganha dinheiro com a exportação de armas, "o naufrágio da corveta é uma boa oportunidade para demonstrar o desempenho dos seus torpedos, aumentando o seu valor como um item de exportação".

Segundo o Anuário 2005 do SIPRI (Stockholm International Peace Research Institute), a Coreia do Norte exportou 3.250 mísseis antitanque e 1.250 mísseis terra-ar (SAM) para a Rússia entre 1992 e 2005. Exportou também 45 mísseis Scud-C (alcance de 500 km) para o Iêmen entre 2001 e 2002.

Risco n º 2: Prova de forma embaraçosa que o equipamento militar americano, tão propalado, caro e sofisticado, é um elefante branco e que a oferta de garantia de segurança feita pelos EUA para a Coreia do Sul não tem sentido algum.

O mundo sabe que a supremacia aérea e marítima e a presença de armas de alta tecnologia são inúteis contra os pequenos e esfarrapados guerrilheiros do Iraque e do Afeganistão. Seus explosivos improvisados de um dólar mandam para o inferno veículos de combate blindados de oito rodas, veículos Multiuso de Alta Mobilidade (os Humvees) e os veículos de Emboscada Resistente e Protegido contra Minas (MRAP).

O resultado disso será uma redução na demanda internacional de armas americanas.

Risco nº 3: Acabou-se, de uma vez por todas, a pequena oportunidade de a Coreia do Norte concordar em voltar à mesa de negociações e renunciar ao seu arsenal nuclear.

Risco n º 4: O agravamento das tensões na Península Coreana criou uma situação explosiva, na qual um confronto armado pode tornar-se uma guerra total a qualquer momento. Os EUA estão lutando em duas guerras, no Iraque e Afeganistão. A administração Obama parece optar por abrir uma nova frente.

O Exército Popular da Coreia foi colocado em prontidão para o combate. O supremo comandante Kim Jong-il está a um clique do mouse de transformar Seul, Tóquio e Nova York em um mar de chamas, disparando a sua frota de mísseis balísticos intercontinentais novinhos que possui.

Por que os dois presidentes colocaram em segundo plano seus compartilhados objetivos políticos? Que consideração foi tomada para que isto acontecesse?

A resposta é a necessidade urgente de manter em segredo do público que o trágico naufrágio da corveta foi o resultado de "fogo amigo" involuntário, por um vaso de guerra americano como um submarino nuclear ou um navio Aegis ou qualquer outro vaso da Marinha.

A revelação de que o afundamento teria sido "fogo amigo" iria gerar uma reação popular de revolta contra os Estados Unidos e manifestações e protestos contra as bases desse país na Coreia do Sul, no Japão e no resto da Ásia. Obama e Lee estariam em apuros. Principalmente para o último, que veria seu partido, no poder, ser sonoramente derrotado nas eleições governamentais e municipais de junho próximo.

Não há outra explicação plausível.

Kim Myong-chol é cientista político, japonês de origem coreana, é autor de vários livros e artigos em coreano, japonês e inglês, autor do livro "Kim Jong-il e a Estratégia para a Reunificação. Ele é PhD pela Academia de Ciências Sociais da RPDC e é muitas vezes chamado de "porta-voz" não oficial de Kim Jong-il e da Coreia do Norte.

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Dom Mai 30, 2010 5:55 pm
por tflash
O supremo comandante Kim Jong-il está a um clique do mouse de transformar Seul, Tóquio e Nova York em um mar de chamas, disparando a sua frota de mísseis balísticos intercontinentais novinhos que possui.
:shock: :shock: :shock:

E qual é o jogo de computador que o supremo comandante estará a jogar? Porque misseis balísticos intercontinentais que acertem em Nova Iorque (Los Angeles, ainda fica no pacifico.) é um contentor frigorífico, cheio de maionese!

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Dom Mai 30, 2010 6:10 pm
por prp
tflash escreveu:
O supremo comandante Kim Jong-il está a um clique do mouse de transformar Seul, Tóquio e Nova York em um mar de chamas, disparando a sua frota de mísseis balísticos intercontinentais novinhos que possui.
:shock: :shock: :shock:

E qual é o jogo de computador que o supremo comandante estará a jogar? Porque misseis balísticos intercontinentais que acertem em Nova Iorque (Los Angeles, ainda fica no pacifico.) é um contentor frigorífico, cheio de maionese!
Ele está jogando Red Alert 5 :lol: :lol:

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Dom Mai 30, 2010 7:13 pm
por varj
Se porventura ficar comprovada a tese de "fogo amigo"a administração Obama sofrerá um revés que de obviamente fortalecerá a diplomacia Brasileira no caso Irã.Vejam se ficar claro mesmo sem as ditas provas definitivas de que isto realmente aconteceu o mundo como um todo deveria fazer no mínimo um moCão de desagravo aos políticos Americanos ou Sul Coreanos que participaram desta possível fraude.Pois se for verdade no mínimo é uma irresponsabilidade vergonhosa.Fato que deveria excluir o país da cadeira do Conselho de Segurança da ONU e da gestão da Agência Nuclear por uns bons anos.
Acredito que as pecas estão se encaixando.Novas provas vão surgindo: desaparecimento dos Harppons e tubos,explosivos alemães, não funcionamento de modernos sonares da Corveta e claro a descoberta de destroços com super e ágeis cracas ditos Norte Coreanos mas com inscrições na língua do Sul.
Fico com pena dos povos a que são submetidos a governantes inescrupulosos, onipotentes, perigosos e por fim inconsequentes. Pois com certeza são povos dignos, trabalhadores e honrados na sua maioria.Mas infelizmente manipulados como tantos outros.

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Seg Mai 31, 2010 12:19 pm
por rodrigo
O supremo comandante Kim Jong-il está a um clique do mouse de transformar Seul, Tóquio e Nova York em um mar de chamas, disparando a sua frota de mísseis balísticos intercontinentais novinhos que possui.
Contrataram o mesmo cara que escreve os discursos do Ahmadinejah!

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Seg Mai 31, 2010 3:34 pm
por saullo
rodrigo escreveu:
O supremo comandante Kim Jong-il está a um clique do mouse de transformar Seul, Tóquio e Nova York em um mar de chamas, disparando a sua frota de mísseis balísticos intercontinentais novinhos que possui.
Contrataram o mesmo cara que escreve os discursos do Ahmadinejah!
Quanta merda junta...o sujeito deve ter comido maconha até pelas orelhas antes de escrever isto ou é doido de nascença.

Abraços

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Seg Mai 31, 2010 6:15 pm
por Carlos Mathias
Aquilo escrito com canetinha foi ridículo.

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Seg Mai 31, 2010 7:49 pm
por varj
Lendo mais sobre o assunto, trago alguns pontos a serem discutidos:
-nenhum oficial morreu;
- nenhum dos marinheiros mortes teve queimaduras, contusões ou ossos quebrados;
-traços de explosivos alemães;
-forma de fabricação do torpedo é diferente da utilizada pela CN;
-movimentação Russa sobre o caso.
Como venho postando acredito haver ainda muita novidade pela frente.O ditador de cabelo em pé pode ser louco mas esta longe de ser burro.

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Seg Mai 31, 2010 7:50 pm
por Túlio
Sei lá, dá o que pensar...

O que ganharia a Coréia do Norte afundando uma corveta do sul? Por que diabos não se sabia que haviam manobras na região, se é que haviam mesmo? Sodas, os ianques são useiros e vezeiros de arranjar pretexto para dar porretada nos outros, não esqueçam as ADMs do Iraque... 8-]

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Seg Mai 31, 2010 8:04 pm
por MAZ543
Relembrando o que eu disse anteriormente: "Parece o 007 Tomorrow never dies"

Re: CONFLITO: CORÉIA DO NORTE x CORÉIA DO SUL

Enviado: Seg Mai 31, 2010 8:06 pm
por Skyway
Eu particularmente acho muito difícil não ter sido um ataque Norte Coreano. Não vejo nenhum indício de que não foram eles e muito menos indício de falsificação, incluindo a "canetinha hidrocor". :wink:

Eles sempre se atacaram, e agora que o Norte fez um ataque muito bem sucedido, os defensores dos pobres e excluídos correm logo pra frente dos NC defendendo eles com um caminhão de teorias.

É o que penso.

Um abraço.