ITAIPU

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joao fernando
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Re: ITAIPU

#166 Mensagem por joao fernando » Dom Abr 27, 2008 7:10 pm

Querem saber? Sou totalmente a favor de aumento no valor das tarifas de Itaipu. Desde que aumente tambem para o Paraguai, claro. Se a nossa aumenta, aumenta tambem o preço dos 5% deles, e o aumento vai todo para o pagamento da divida da usina, e não para o Paraguai. Daqui a uns 20 anos, sem receber nada em troca e ainda pagando pela usina, talves as coisas mudem.




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talharim
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Re: ITAIPU

#167 Mensagem por talharim » Dom Abr 27, 2008 9:01 pm

Tá passanso neste exato momento o programa Globo News Painel sobre a atuação da política externa brasileira.

Bom todos os convidados todos especialistas em relações exteriores alguns de esquerda outros neoliberais estão sendo unÂnimes em meter o pau no verme canalha do Celso Amorim.....estão chamando ele de ingênuo incompetente de outras coisas piores.............

Bom a Mirian Leitão já está descendo a lenha nesse canalha a muito tempo..........espero que todos os setores da indústria e políticos da oposição façam pressão para que esse escroto humano seja exonerado do cargo...........


E depois disso a inteligência do EB faça alguma coisa útil e execute esse lixo no meio da rua com um tiro na nuca............para que sirva de exemplo para os seus amigos vermes entreguistas que ainda estão no Itamaraty.....aliás estão destruindo o Itamaraty e a imagem do Brasil organização outrora defensora dos interesses nacionais isenta de ideologias e partidarismos políticos.

Vcs acham que estou pegando pesado ? Mas é assim que tem que ser...estamos falando de traição.........estamos falando de pátria.........e vermes desse tipo tem que pagar com a vida.

Um lixo desses numa posição chave de governo principal responsável pela defesa dos interesses nacionais no exterior não pode vomitar opiniões pessoais e atuar de quinta coluna descarado como está atuando..........

Se esse merda do Celso Amorim quer virar algum tipo de ativista de direitos humanos ideológico............que entre por exemplo para a porra do Greenpeace e vá para o Mar do Japão com um FlexBoat se jogar na frente de um baleeiro japonÊs............

------------------------------------------------------------------

EDITADO


A minha crítica não é contra o governo simplesmente pq é inconcebível impensável que o governo tenha uma atitude tão entreguista como essa.Inclusive opiniões de outros importantes ministros seguem outra linha inclusive todas elas numa tonalidade semelhante.

O que me leva a ter certeza que este sr está querendo aparecer e está pondo suas opiniões ideológicas acima de suas obrigações pátrias ainda mais com o cargo importantíssimo que ocupa.

Demissão já ! E depois disso vai pagar na rua meu amigo pode ter certeza essa traição não vai ficar assim.




"I would rather have a German division in front of me than a French

one behind me."

General George S. Patton.
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midnight
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Re: ITAIPU

#168 Mensagem por midnight » Dom Abr 27, 2008 10:45 pm

Tupi escreveu:
joao fernando escreveu:Quanto mais miseravel o povo, mais manipulavel é. Uma economia capenga, um povo pobre ao extremo. Vão querer o que do Paraguai? Qualquer politico vai usar esse papo de Itaipu para ganhar a eleição. Agora, se vai ter coragem de fazer é o problema.
Não tem problema nehum para o sr Lugo.
Se der certo ele foi o redentor do Paraguay.
Se der errado. Ele tentou mais não conseguiu nada porque os brasileiros são malvados, imperialistas, comedores de criancinha.... e por ai vai.[045]
Aqui os populistas de plantão fazem a mesmissima coisa. :roll:
Olha pessoal estou morando atualmente aqui no paraguai, e posso lhes dizer que quanto à Itaipu o Fernando Lugo vai tentar fazer uma negociação.
Bom pessoal as duas maiores propostas do presidente Lugo são: Aumentar as tarifas de Itaipu e promover uma reforma agrária profunda. Quanto à Itaipu ele vai tentar negociar com o governo brasileiro por melhores preços, mas quanto a promessa de ir à um tribunal internacional, acho isso muito difícil pois certamente perderia, pois isso é um acordo que os dois governos assinaram.
E quanto à segunda proposta, muitos brasileiros que vivem aqui e possuem terras aqui estão com muito medo de perderem as terras, mas digo que a tal reforma que os paraguaios acham que será uma limpa dos brasileiros do paraguai será muito difícil de isso ocorrer. Hoje muitos brasileiros que vivem aqui possuem filhos que são paraguaios e sendo assim não é ético e moral para um governo expulsar a família de um cidadão de seu próprio país. Então acho as propostas desse político infundadas e comparo-as com as de um ilustre político brasileiro que até hoje só soube falar e roubar, o excelentíssimo Luis Inácio Lula da Silva.




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Re: ITAIPU

#169 Mensagem por WalterGaudério » Dom Abr 27, 2008 11:43 pm

midnight escreveu:Quanto mais miseravel o povo, mais manipulavel é. Uma economia capenga, um povo pobre ao extremo. Vão querer o que do Paraguai? Qualquer politico vai usar esse papo de Itaipu para ganhar a eleição. Agora, se vai ter coragem de fazer é o problema.

Não tem problema nehum para o sr Lugo.
Se der certo ele foi o redentor do Paraguay.
Se der errado. Ele tentou mais não conseguiu nada porque os brasileiros são malvados, imperialistas, comedores de criancinha.... e por ai vai.[045]
Aqui os populistas de plantão fazem a mesmissima coisa. :roll:

Olha pessoal estou morando atualmente aqui no paraguai, e posso lhes dizer que quanto à Itaipu o Fernando Lugo vai tentar fazer uma negociação.
Bom pessoal as duas maiores propostas do presidente Lugo são: Aumentar as tarifas de Itaipu e promover uma reforma agrária profunda. Quanto à Itaipu ele vai tentar negociar com o governo brasileiro por melhores preços, mas quanto a promessa de ir à um tribunal internacional, acho isso muito difícil pois certamente perderia, pois isso é um acordo que os dois governos assinaram.
E quanto à segunda proposta, muitos brasileiros que vivem aqui e possuem terras aqui estão com muito medo de perderem as terras, mas digo que a tal reforma que os paraguaios acham que será uma limpa dos brasileiros do paraguai será muito difícil de isso ocorrer. Hoje muitos brasileiros que vivem aqui possuem filhos que são paraguaios e sendo assim não é ético e moral para um governo expulsar a família de um cidadão de seu próprio país. Então acho as propostas desse político infundadas e comparo-as com as de um ilustre político brasileiro que até hoje só soube falar e roubar, o excelentíssimo Luis Inácio Lula da Silva.
Midnight boa nite. Tb conheço o Paraguai(nunca morei, mas vou praticamente todo ano desde o início da década de 80, e este ano não será diferente) e comundo de tua opnião sem reservas, inclusive sobre o arbitramento internacional, que não vai dar em nada seguramente.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
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Os Idiotas PLANTAM e os
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Re: ITAIPU

#170 Mensagem por Tigershark » Seg Abr 28, 2008 9:13 am

Veja

Assunto: Internacional
Título: 1 Vitória do hidropopulismo
Data: 28/04/2008
Crédito: Duda Teixeira

Internacional
A promessa de renegociar o contrato de Itaipu com o Brasil ajuda bispo a vencer a Presidência paraguaia e põe o Itamaraty à prova
Duda Teixeira, de Assunção
O resultado das eleições presidenciais no Paraguai, na semana passada, representa uma bênção e um risco. Uma bênção porque interrompe uma hegemonia de 61 anos de um único partido no poder, o Colorado, que reina sobre uma máquina estatal corrupta e morosa. Um risco porque o eleito foi Fernando Lugo, um bispo católico que construiu seu capital político defendendo invasões de fazendas por agricultores sem-terra e passou boa parte da campanha tentando provar que não será um governante populista ao estilo do venezuelano Hugo Chávez ou do boliviano Evo Morales. Se Chávez inventou o petropopulismo, Lugo triunfou nas urnas com uma variante, o hidropopulismo. Em comum, a retórica de ambos apresenta a riqueza natural (petróleo, rios, terra cultivável) como a solução para as mazelas do país, desde que deixe de ser indevidamente explorada por estrangeiros. No caso do Paraguai, os estrangeiros "exploradores" são os brasileiros: a principal promessa de campanha de Lugo é exigir que o Brasil pague mais pela energia que compra da cota paraguaia na usina de Itaipu. Pelo contrato em vigor, cada país tem direito a metade da produção da hidrelétrica binacional – e, se houver excedente, ele tem de ser vendido ao parceiro.

Com seu plano de aumentar em mais de cinco vezes o preço a ser pago pela energia, Lugo toca fundo em um mito absurdo, mas enraizado entre os paraguaios – o de que o Rio Paraná, na fronteira com o Brasil, lhes pertence. "Se a água do rio é nossa, não há razão para a eletricidade ser do Brasil", diz Jorge Galeano, cabo eleitoral de Lugo, dirigente do Movimento Agrário Popular (os sem-terra paraguaios) e membro do grupo Tekojoja, especializado em fazer passeatas contra o "imperialismo brasileiro". Detalhe: a construção de Itaipu foi integralmente paga pelo Brasil. A mistura de nacionalismo, crença nas riquezas naturais como solução para a pobreza e sentimento antibrasileiro já rendeu problemas na Bolívia, onde Morales expropriou refinarias da Petrobras, em 2006. As nacionalizações tiveram como efeitos a queda nos investimentos estrangeiros no país e a incapacidade da Bolívia de cumprir com o contrato de fornecimento de gás ao Brasil. No episódio boliviano, o governo brasileiro foi pego de surpresa pelas expropriações. Agora, com Lugo, o Itamaraty enfrenta um novo teste na defesa dos interesses brasileiros. "O governo precisa afinar melhor o seu discurso em relação à questão da usina", diz Rubens Barbosa, ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos. No início da semana passada, o presidente Lula disse que o Brasil não vai rever o Tratado de Itaipu. No mesmo dia, o chanceler Celso Amorim não descartou a possibilidade de um eventual reajuste dos preços da energia pagos ao Paraguai. A declaração do ministro agradou aos paraguaios. Na sexta-feira, o Itamaraty confirmou que a posição oficial do governo brasileiro é que não haverá renegociação do preço.

Há pelo menos dois indícios de que será mais fácil para a política externa brasileira lidar com Lugo do que com Morales ou Chávez. O primeiro é que o bispo foi eleito com a ajuda não apenas de grupos de esquerda e militantes sem-terra mas também de partidos de centro-direita, como o Liberal, que havia décadas buscavam uma oportunidade para quebrar o domínio colorado no país. Ou seja, há moderados na base de apoio de Lugo, que vai precisar de seus votos no Congresso para poder governar. "O programa de Lugo não é estatizante nem pretende criar tensões com investidores externos", diz o senador Juan Carlos Ramírez, do Partido Liberal. "Estamos muito longe de seguir os passos de Hugo Chávez." O segundo sinal de que Lugo pode incomodar menos que outros colegas populistas da América Latina é o fato de que não há muito que ele possa fazer na questão de Itaipu. Ao contrário do ocorrido com as refinarias na Bolívia, Lugo não poderá nacionalizar a hidrelétrica nem ocupá-la com soldados. Na semana passada, comentando a recusa de Lula em negociar o preço da energia, Lugo disse que poderia utilizar outras vias para conseguir seu objetivo – entenda-se recorrer à arbitragem internacional.

Os brasileiros com mais probabilidade de se incomodar com Lugo são os fazendeiros. Nos últimos anos, eles transformaram o Paraguai no quarto maior exportador de soja do mundo. Lugo quer assentar mais de 300.000 famílias sem-terra em fazendas sem títulos de propriedade, o que afetaria muitos produtores brasileiros. Como diz o ditado paraguaio, "um manco só se revela quando anda". Da mesma forma, Lugo vai mostrar sua verdadeira faceta apenas quando começar a governar. Por enquanto, ele é mais uma inusitada figura política do tipo que a América Latina é pródiga em criar: o primeiro bispo católico no mundo a ser eleito presidente de um país. Ao se candidatar, ele desobedeceu às regras do Vaticano e foi suspenso temporariamente de suas funções sacerdotais. Celibatário, Lugo já avisou que sua irmã, Mercedes, assumirá as tarefas de primeira-dama.




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Re: ITAIPU

#171 Mensagem por Tupi » Seg Abr 28, 2008 12:49 pm

O populismo é uma praga que se abate sobre as sociedades desinformadas e ou desesperadas.
Não é por acaso que ele vem se alastrando como praga na AL. Pois aqui a negligência com a coisa publica e com o direito dos cidadãos beira a piada de mau gosto.

As ilustres figuras de:
H. Chaves, Luiz Inácio, Correa, Lugo, Kichiner, Evo Morales...
São apenas músicos componentes de uma mesma orquestra. Ainda que cada um tenha um papel diferente ao longo da partitura, todos corroboram para a conclusão de uma mesma musica.
Nos resta agora é descobrir se sairemos desta opera através do voto ou do troar dos fuzis. :?:





Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
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Re: ITAIPU

#172 Mensagem por joao fernando » Seg Abr 28, 2008 1:22 pm

Tupi, acho que nem um nem outro. As FA´s andam dando pitacos (vide o caso de Roraima e do Heleno, o homem do saco preto) e alguns do governo andam ouvindo (pelo menos dá a entender isso).




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Re: ITAIPU

#173 Mensagem por PQD » Ter Abr 29, 2008 8:58 am

Paraguai estuda reavivar disputa territorial

Governo eleito no país vizinho pode utilizar pendência com Brasil por área na fronteira para forçar revisão do Tratado de Itaipu

A contragosto do Itamaraty, direção da hidrelétrica afirma que área equivalente a 1.300 campos de futebol é "território em litígio"

CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA

DA REPORTAGEM LOCAL



O governo eleito do Paraguai estuda ressuscitar uma antiga disputa territorial para pressionar o Itamaraty a rever as cláusulas financeiras do Tratado de Itaipu. O alvo do bispo Fernando Lugo, que assume em 15 de agosto, é um trecho de 1.356 hectares -cerca de 1.300 campos de futebol- na fronteira entre Brasil e Paraguai.

A área, entre os municípios de Mundo Novo e Salto del Guairá, é o que sobrou de 20 km de fronteira que acabaram inundados pelo reservatório de Itaipu, em 1982. As águas cobriram praticamente todo o território em disputa, inclusive as cataratas das Sete Quedas.

O Itamaraty nunca admitiu oficialmente a existência do litígio e trata o assunto como encerrado. Um assessor de Lugo disse à Folha que não considera a iniciativa oportunismo, mas sim tentativa de reparar uma demanda histórica.

A favor de sua tese, está a própria direção de Itaipu, que considera aquela área como "território em litígio". No site institucional, a empresa dá a sua versão da história, reiterando a posição paraguaia. Chega-se a afirmar que a Guerra do Paraguai (1864-70) alimentou "o impasse" bilateral.

No capítulo "Itaipu encobre área em litígio", a direção da hidrelétrica reitera que "a solução proposta, que previa o alagamento de grande parte da área em litígio, encerrou a disputa por terras na fronteira". Acrescenta que "somente uma pequena parcela da área em litígio não foi inundada".

Na década de 80, a direção da usina comprou o terreno e o batizou de "Refúgio Biológico de Maracaju", uma reserva ecológica binacional.



Apoio

No Itamaraty, o chanceler Celso Amorim determinou a assessores que peçam à direção da binacional para retirar as informações da internet. Para um graduado diplomata, as frases que apareciam na página da hidrelétrica poderiam ser usadas por Lugo e abrir um precedente para outras queixas. Ele censurou a posição de Itaipu, uma empresa estatal cuja direção é nomeada pelos dois governos.

Em Brasília, o embaixador paraguaio Luis Gonzáles Arias, confirmou que levará o tema à Comissão Nacional Demarcadora de Limites, responsável por questões de fronteira. "É um tema difícil. Mas o fato é que a demarcação nunca terminou", revelou. A assessoria do Ministério das Relações Exteriores informou que "o governo brasileiro não reconhece qualquer litígio fronteiriço".



Ocupação

Para o historiador Mauro Silveira, o litígio fronteiriço segue vigente. "O Tratado de Limites de 1872 carece de legitimidade. Foi assinado durante a ocupação das tropas brasileiras", disse. Silveira acha que a questão do litígio "é mais um forte argumento a favor do Paraguai para revisão do preço da energia".

O Brasil paga ao Paraguai US$ 45,31 o MWh pela energia de Itaipu que não é utilizada pelo vizinho -que só consome 5%. Desse valor, US$ 42,50 ficam retidos para pagar a dívida contraída na construção.

O historiador Francisco Doratioto, lamentou a dependência. "A usina poderia ter sido erguida mais acima. Seria só nossa", disse. Efraín Enríquez Gamón, assessor econômico de Lugo, aposta na revisão das bases financeiras do acordo. "Em breve vamos apresentar uma lista com as demandas."





saiba mais

Usina foi concebida em molde binacional para conter queixas

DA REPORTAGEM LOCAL



Um litígio territorial motivou a criação de Itaipu nos moldes de uma usina binacional. Relatório diplomático inédito, obtido pela Folha, detalha os bastidores da luta travada entre o governo de Brasil e Paraguai, e como se chegou à idéia da criação da hidrelétrica para evitar que a disputa fosse para arbítrio internacional.

A campanha paraguaia começou no final da década de 1950 e terminou 15 anos depois, com a assinatura do Tratado de Itaipu. Todo o embate diplomático foi catalogado pelo embaixador José Jobim em relatório de maio de 1964. Jobim foi encarregado de buscar solução para fazer Assunção desistir da queixa territorial, abrindo caminho para o projeto hidrelétrico do Brasil.

"Não podemos eludir o problema da reivindicação territorial do Paraguai. Teremos a lucrar se conseguirmos resolvê-lo o mais rapidamente possível", escreveu. Para ilustrar, Jobim lembrou a disputa dos Estados Unidos pelo Canal do Panamá.



Bate-boca

A primeira nota sobre o assunto foi enviada ao Itamaraty, em 20 de maio de 1958. Nela, o chanceler paraguaio Sapena Pastor rejeitava qualquer "projeto unilateral" de aproveitamento do rio Paraná.

Um novo protesto ocorreu em 12 de março de 1962. O governo brasileiro respondeu em 19 de setembro, defendendo a posse do salto das Sete Quedas. Em 14 de junho, a tréplica paraguaia. "O salto do Guairá não somente não está situado integralmente em território do Brasil, como o Paraguai tem direitos de soberania", disse Sapena Pastor.



Sete quedas

Na argumentação paraguaia, a linha de fronteira deveria seguir por um sub-ramal da Serra de Maracaju e terminar em frente ao Salto del Guairá (Salto Grande). Para os brasileiros, toda a Sete Quedas era do Brasil, cabendo aos paraguaios toda a parte seca. Levantamentos topográficos feitos pelas autoridades de Assunção indicavam um outro divisor fronteiriço. "Tivesse sido utilizado pelos demarcadores de 1872/74, faria com a que a linha divisória caísse em frente à extremidade sul da grande ilha existente no lago, o que daria incontestavelmente o condomínio ao Paraguai", ponderou Jobim.

O embaixador chegou a conclusão de que o país vizinho tinha direito sobre o "o potencial energético das águas comuns do rio Paraná". E sugeriu a solução. "O aproveitamento conjunto e em igualdade de condições, por parte do Brasil e do Paraguai, do potencial energético das águas comuns aos dois países, no trecho entre a foz do Iguaçu e o salto grande das Sete Quedas, farão desaparecer as cataratas, contribuindo para a solução do problema de limites." A idéia foi apropriada pelo ex-chanceler Mario Gibson Barbosa, que assinou o Tratado de Itaipu em 26 de abril de 1973. (CDS)




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Re: ITAIPU

#174 Mensagem por Marino » Sex Mai 02, 2008 12:44 pm

Só um equívoco do Sarney: foi o Itamaraty, pois a ESG estuda, não tem poder executivo.
=================================================================

Opinião - Itaipu: solução ou problema

José Sarney



Torci pela vitória do bispo Lugo. A alternância de poder é um aprofundamento da democracia. Seus exageros de campanha são arroubos de luta. O governo lida com realidades, na famosa concepção de Bismarck. Lugo está certo quando cobra de Itaipu maior transparência e resultados para o seu país, mas está errado em atribuir a falta deles ao Brasil, quando são uma postura política do Paraguai, cujo governo até hoje mantém um inaceitável segredo para o seu povo de quanto e como é empregado o que recebe e como funciona a binacional de Itaipu.

Estava no Senado quando o Tratado de Itaipu foi aprovado, em 1973. Antes, uma grande discussão, técnica e política se estabeleceu no país sobre o aproveitamento energético do Rio Paraná. Se devia ser numa usina toda em território nacional ou num projeto conjunto com o Paraguai.

Desde a década de 50 que o Brasil começou a estudar o potencial energético daquelas águas. O engenheiro Marcondes Ferraz, construtor de Paulo Afonso, foi chamado por Gabriel Passos, nacionalista e grande defensor da soberania brasileira, então Ministro de Minas e Energia, para que expusesse ao presidente Jango sua solução para o problema. Ele apresentou um projeto que, localizado a 50 quilômetros de Sete Quedas, seria totalmente em território brasileiro, com capacidade de 10 mil megawatts e preservando as cachoeiras. Foi um crime inundá-las. Jango mandou que ele tocasse o projeto "a caneladas".

O presidente caiu e o assunto parou. A Escola Superior de Guerra estudava o assunto sob o aspecto estratégico e optou, para unir mais o Paraguai e Brasil, por uma obra binacional, que teria a vantagem de sepultar uma questão de fronteira – demarcada em 1874 e nunca contestada – inventada pelo chanceler pastor.

O Brasil abdicou do protejo Marcondes Ferraz para ajudar o Paraguai, país ao qual dávamos um tratamento diferenciado desde a "maldita guerra" na expressão de Doratioto e no desejo de Nabuco de Araújo, Pimenta Bueno, Saraiva e outros.

A construção de Itaipu foi toda bancada pelo Brasil. O Paraguai não entrou com um tostão e tem um patrimônio de US$ 30 bilhões, metade do que vale a usina. Compramos a energia a US$ 37 MW/h, enquanto eles pagam US$ 24. O Paraguai já recebeu de Itaipu US$ 4,5 bilhões líquidos. Receberá até 2023 mais US$ 7,5 bilhões.

Assim, o bispo Lugo está certo quando defende o seu país e deseja melhor aproveitamento de Itaipu por sua pátria. Mas está errado quando nos chama de imperialistas e espoliadores. Itaipu não pode ser uma dor de cabeça. Ela é um exemplo de solidariedade continental.




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Re: ITAIPU

#175 Mensagem por Immortal Horgh » Sex Mai 02, 2008 1:25 pm

Mas como é o Lula, o bispo Lugo vai bater o pé como Evo Morales e o nosso querido e amado presidente colocará o rabo no meio das pernas e aceitar :evil: :evil: :evil:



[ ]s




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Re: ITAIPU

#176 Mensagem por gral » Sex Mai 02, 2008 7:45 pm

Para o historiador Mauro Silveira, o litígio fronteiriço segue vigente. "O Tratado de Limites de 1872 carece de legitimidade. Foi assinado durante a ocupação das tropas brasileiras", disse.
Então fala pros poloneses que a Silésia, a Prússia Oriental e a cidade de Stettin/Szeczin têm de ser devolvidas à Alemanha, verme. Afinal, estes territórios foram cedidos à Polônia em 1945, quando a Alemanha estava sob ocupação...




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Re: ITAIPU

#177 Mensagem por PQD » Seg Mai 12, 2008 9:53 am

Notas e informações

Não se mexe no Tratado



O governo brasileiro não atenderá à principal reivindicação do presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, de revisão do Tratado de Itaipu, para permitir a venda livre da energia que lhe cabe da usina binacional. Também não multiplicará por 5,5 o valor pago pela energia elétrica que compra do país vizinho, embora admita estudar novas tarifas.

Mas Brasília pretende ter um relacionamento construtivo com o novo governo e já está em preparo um conjunto de ações para estimular a economia paraguaia. É a atitude correta. Preserva-se, como é necessário, a integridade do Tratado de Itaipu e definem-se programas para impulsionar o desenvolvimento do Paraguai, um parceiro importante do Brasil.

Em sua campanha, Lugo prometeu aos eleitores a revisão do Tratado de Itaipu, que estabeleceu as bases da cooperação entre os dois países para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, assegurou que cada parte teria direito à metade da energia gerada e definiu as regras para a comercialização da energia não utilizada pelo Paraguai. Também com a renda da venda do excedente de energia, o Paraguai amortiza a sua parte nos empréstimos tomados pelo Brasil para a construção da usina binacional.

No início do ano passado, o Brasil concordou em rever o cálculo do preço da energia excedente que compra do Paraguai - as regras para o cálculo da tarifa estão no anexo C do Tratado de Itaipu - e, desde então, vem pagando ao Paraguai US$ 275 milhões por ano. Lugo prometeu elevar esse valor para US$ 1,5 bilhão por ano, ou encontrar outros compradores para o excedente de Itaipu, o que implicaria revisão do Tratado, com o que, acertadamente, o Brasil não concorda.

O governo brasileiro já dá indicações de que aceita renegociar, mais uma vez, as regras de cálculo da tarifa, mas o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, garante: “A essência do Tratado não pode ser negociada.” Na interpretação de alguns funcionários do Itamaraty, o próprio Lugo, encerrada a campanha eleitoral, deu-se conta de que não há condições de alterar o Tratado.

A posse de Lugo será em agosto e, por essa época, ele virá ao Brasil para negociar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades brasileiras novas formas de cooperação entre os dois países. É nessa ocasião que, como informou o Estado na edição de quarta-feira, o governo brasileiro lhe apresentará um conjunto de pelo menos 14 acordos de cooperação, um programa de obras de infra-estrutura para estimular o agronegócio no Paraguai e a promessa de investimentos de empresas brasileiras que usam energia elétrica de maneira intensiva - abrindo novas perspectivas para a economia do país.

Da oferta brasileira ao Paraguai deverão fazer parte três grandes obras que atendem ao interesse do futuro governo de impulsionar o agronegócio e estimular a industrialização do país. O primeiro é a construção de uma linha de transmissão de energia da Usina de Itaipu até Assunção, com investimentos de US$ 350 milhões. Essa obra deverá ser coordenada pela Eletrobrás, executada por empresas brasileiras e financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Outra obra é o trecho ferroviário entre Cascavel e Foz do Iguaçu, que já está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esse trecho é parte de uma linha muito mais extensa, que, no futuro, permitirá a ligação ferroviária entre os Portos de Paranaguá, no Paraná, e Antofagasta, no norte do Chile, passando por Encarnación, no Paraguai, e Posadas, na Argentina. Em Concepción, o governo brasileiro programou a construção de um entreposto franco do Brasil, que permitirá o escoamento, pela hidrovia do Rio Uruguai, de parte da soja produzida em Mato Grosso do Sul e em fazendas paraguaias.

É um conjunto de obras de grande importância para a economia paraguaia. Algumas delas já deveriam ter sido executadas há muito tempo, o que teria reduzido as assimetrias do Paraguai, em termos de desenvolvimento econômico, em relação a seus sócios maiores no Mercosul - Brasil e Argentina.

Mesmo resistindo, como deve resistir, às pressões de Fernando Lugo para rever o Tratado de Itaipu, o governo brasileiro pode obter dividendos políticos no plano regional, se souber negociar com competência e altaneria esse conjunto de ações, cujos efeitos acabarão por beneficiar também o Paraguai.




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Re: ITAIPU

#178 Mensagem por Tigershark » Seg Mai 12, 2008 10:23 am

É isso,não se mexe no Tratado,mas se cria um "Plano Marshall" disfarçado para ajudar ao Paraguai.Com todo o respeito aos paraguaios não vejo motivo para ajudarmos unilateralmente,como se assumissemos uma confissão por uma culpa que não sei de onde vem(será da guerra do paraguai?).Se vamos estabelecer ajuda que seja através do mercosul,OEA e outros instrumentos conjuntos da América do Sul.




Lucasleck
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Re: ITAIPU

#179 Mensagem por Lucasleck » Seg Mai 12, 2008 10:25 am

Tigershark escreveu:É isso,não se mexe no Tratado,mas se cria um "Plano Marshall" disfarçado para ajudar ao Paraguai.Com todo o respeito aos paraguaios não vejo motivo para ajudarmos unilateralmente,como se assumissemos uma confissão por uma culpa que não sei de onde vem(será da guerra do paraguai?).Se vamos estabelecer ajuda que seja através do mercosul,OEA e outros instrumentos conjuntos da América do Sul.
o que voce entende por "disfarçado" ?




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Re: ITAIPU

#180 Mensagem por Tigershark » Seg Mai 12, 2008 10:26 am

Disfarçado porque não é explícito,Lucas.Não vão dar um nome de plano de assistência,mas é exatamente o que ele é.




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