Enviado: Qui Jul 19, 2007 12:55 am
Imaginem se Congonhas estivesse num lugar proprio para um aéroporto, com largos descampados de terra ao redor, essa tragedia toda não passaria de mais um caso de "derrapagem na pista"...
A cascata sobre o aval do IPT. E o homem da Propaganda
Duas notas do Painel de hoje, da Folha desta quinta:
Miragem - Citado extra-oficialmente pelo governo federal como prova de que Congonhas estaria em plenas condições de funcionamento, o laudo do IPT sobre a pista principal do aeroporto não existe. O instituto, ligado à USP, emitiu dois laudos sobre a pista auxiliar -o terceiro está previsto para hoje. Os relativos à pista principal, onde ocorreu o acidente com o Airbus da TAM, devem sair nos dias 27 deste mês, 7 e 17 de agosto.Nenhum desses documentos trata ou tratará dos chamados "groovings" -ranhuras cuja ausência facilita derrapagens- nem têm caráter "deliberativo". Em texto redigido ontem para desfazer a confusão, o IPT explica que seu contrato com a Infraero prevê a auditagem de itens como a composição do asfalto, e não "emitir uma liberação formal da pista".
Digitais. O Palácio dos Bandeirantes enxerga o ministro Franklin Martins (Comunicação) na origem da história segundo a qual um laudo do IPT teria "liberado" a pista principal de Congonhas. "Estão tentando empurrar o problema para São Paulo", afirma o vice Alberto Goldman.
"Incompetência, desídia, leviandade, ganância e corrupção"
Editorial do Estadão desta quinta-feira:
Desastres de aviação, dizem os especialistas, sempre têm mais de uma causa. Com a tragédia do Airbus da TAM não é diferente. As causas são a incompetência, desídia, leviandade, ganância e corrupção presentes no sistema de transporte aéreo brasileiro. Perto desses fatores estruturais, eventuais falhas técnicas, ou do piloto, na origem da catástrofe de anteontem em Congonhas são dados acessórios. Essencial é o descalabro que permite o funcionamento a plena carga do maior aeroporto brasileiro numa área já abarcada pelo centro ampliado de São Paulo; a recusa das companhias aéreas em reduzir as suas operações ali, ou ao menos desconcentrá-las dos horários de pico; a submissão cúmplice da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aos interesses das empresas que dominam o setor; a calamidade administrativa, a politicagem e a fraude endêmica na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
Tudo isso sob os olhos - e a responsabilidade objetiva - de um governo cujo presidente só quer ouvir o som da própria voz e continua a repetir hoje o que, horas antes do terrível acidente, admitiu fazer no passado - “a quantidade de coisas que eu falei e falava porque era moda falar, mas que não tinha substância para sustentar na hora em que você pega no concreto”. E que traça ele próprio o retrato acabado de sua gestão ao confessar que “em determinados cargos (...) a gente faz quando pode e, se não pode, deixa como está para ver como é que fica”. No dia 29 de setembro do ano passado, 154 pessoas morreram no que foi, até às 18 horas e 45 minutos de anteontem, o maior desastre aéreo da história brasileira. Desde os 154 mortos da tragédia da Gol até as duas centenas de mortes desta terça-feira, descontado o palavrório entorpecedor de todos quantos têm parte com os problemas da aviação comercial no País - e com as possíveis soluções para eles -, continuou-se na estaca zero em matéria de “pegar no concreto” para melhorar os padrões de segurança de vôo no território. Para todos os efeitos práticos, “deixou-se como está para ver como é que fica”.
Nesse quadro de falência dos poderes públicos e de voracidade de interesses privados, Congonhas - sem as chamas, os corpos e os destroços - é a síntese das incompetências e irresponsabilidades que marcam a administração pública brasileira. Em abril de 2005, um brigadeiro, Edilberto Teles Sirotheau Corrêa, denunciou a “obsessiva prioridade” dada pela Infraero “às obras que proporcionam ‘visibilidade’, em detrimento das necessidades operacionais”. De fato, gastaram-se R$ 350 milhões para modernizar esse shopping center no qual se transformou o terminal do aeroporto que, já em 2005, registrava 228 mil pousos e decolagens, 33 mil a mais do que o desejável pelos critérios internacionais. Em janeiro último, o Ministério Público Federal pediu à Justiça a interdição da pista principal de Congonhas. No mês seguinte, um juiz federal proibiu aviões de grande porte, como Boeings e Airbuses, de operar no aeroporto enquanto os problemas da pista não fossem sanados. Uma instância superior invalidou a decisão, considerando-a drástica demais e fonte de impactos econômicos negativos.
Enfim, ao custo de R$ 19,9 milhões, a Infraero contratou o conserto da pista - e a liberou escandalosamente antes de nela serem acrescentadas as ranhuras transversais que asseguram o escoamento da água das chuvas e aumentam a aderência dos pneus dos aviões ao solo, facilitando a freada e reduzindo o risco de derrapadas como a que, na segunda-feira, arrastou por 150 metros, até o gramado próximo, um turboélice com uma vintena de pessoas a bordo, muito mais manejável do que um Airbus capaz de levar cerca de 180 pessoas. (Outro episódio, negado pela TAM, foi a arremetida, também na segunda-feira, de um aparelho da companhia, cujo comandante desistiu do pouso no último momento devido ao alagamento da pista.) As obras do grooving só poderiam começar na próxima quarta-feira. Pode ser que tenha contribuído para a tragédia do vôo 3054 um erro na manobra de pouso ou uma pane no sistema de freios do Airbus. Mas é certo que o desfecho seria outro se a pista tivesse plenas condições de segurança. Não as tinha e ainda assim era usada, em última análise, por incompetência, desídia, leviandade, ganância e corrupção.
Patton escreveu:Onde esta o P44 para dizer que tudo isso e' a culpa de George W. Bush e a guerra no Iraq? - So' uma brincadeira para melhorar a atomesfera de tristeza.
Excesso
Avião, com 174 lugares, levava 180 e a tripulação
18 de Julho de 2007 | 12:11
O avião da companhia aérea TAM de prefixo PT-MBK, que caiu ontem em São Paulo, levava a bordo entre três e seis pessoas além do total que pode ser considerado como capacidade normal do aparelho, conforme o critério que se adote para analisar a configuração do aparelho. Segundo os dados disponíveis sobre o arranjo interno do A-320 acidentado em Congonhas, sua capacidade regular era de 174 passageiros e 6 tripulantes. No site da TAM, há a informação de que os A-320 têm no máximo 168 lugares, além das posições ocupadas pela tripulação, mas não é incomum que empresas aéreas reconfigurem suas aeronaves, para ter maior receita comercial, sem informar isso claramente aos clientes. No caso do vôo JJ 3054, que tinha a tripulação normal de dois pilotos e quatro comissários, estavam a bordo mais 18 funcionários da TAM e 162 passageiros. Total: 186 pessoas.
Essa soma indica que, a princípio, seis pessoas não tinham lugares para ocupar. Mas a TAM informou que havia uma criança de colo a bordo, o que reduz o possível excesso de ocupantes do avião a cinco pessoas. VEJA apurou que é uma prática comum da empresa o embarque de "extras" – funcionários que precisam deslocar-se entre uma praça e outra – e que em alguns casos eles ocupam assentos especiais. Há duas vagas adicionais desse tipo dentro da cabine, atrás dos pilotos. Conforme a descrição de um empregado da TAM, também é possível pôr no avião pequenas cadeiras adicionais, parecidas com as dos tripulantes, até o limite de quatro por aeronave. Nessa hipótese, então, o vôo comandado pelos pilotos Henrique Di Sacco e Kleyber Lima, estaria com um total de três assentos extras ocupados por funcionários da companhia aérea.
Esse total de pessoas a bordo não configura excesso de peso. Como esclareceu na tarde desta quarta-feira o presidente da empresa, Marco Antonio Bologna, o Airbus decolou de Porto Alegre com 96,6% de sua capacidade total de carga.
A questão colocada por esse nível de ocupação da capacidade do avião é saber como ela se combinou com as condições da pista de Congonhas na tarde de ontem. Na imensa maioria dos incidentes aéreos, há uma combinação de elementos para explicar o desfecho. Raramente um único fator pode ser apontado como responsável exclusivo pelo acidente. A pista principal de Congonhas, com 1.900 metros, é sabidamente curta, ainda que suficiente para pousos e decolagens na maioria das situações. Com chuva, porém, ela tende a se tornar um pouco menos eficiente. Em São Paulo, houve chuvas desde domingo. Para piorar o quadro, reparos que fariam parte da reforma da pista iniciada há dois meses – para aumentar seu coeficiente de aderência – ainda não foram executados. Ou seja, diversos fatores relacionados à segurança aeronáutica – peso do avião, condições climáticas e estado da pista – estavam próximos do ponto crítico no momento do acidente. Em tese, quando um deles passou do limite, não havia folga nos outros elementos da equação para que o acidente fosse eventualmente evitado. As perícias dos próximos dias deverão apontar qual foi o fator que desencadeou a tragédia.
cicloneprojekt escreveu:Pessoal, eu recomendo a vcs ter muito mais serenidade no "julgamento" que está sendo feito do governo pela IMPRENSA.
Passado o momento inicial de impacto e comoção rogo prudência, e um caráter mais cartesiano na abordagem da questão.
Parei de dar ouvidos a imprensa não especializada. Esta está procurando apenas um pescoço para enrrolar a corda.
Digo a vcs que: a pista dificilmente teve contribuição significativa para o acidente. Isso já é onião de especialistas.(o que tem visivelmente irritado a imprensa , especificamente a imprensa paulista/paulistana)
As manchetes do JN-Jornal Nacional estão sendo bizarras, eles estão querendo se basear em evidências frágeis de "por assim dizer" do que tomar uma atitude correta de aguardar o seguimento das investigações.
E digo mais. parece ter algum interesse da Rede Globo na cruxificação de alguém. Isso fica claro que a linha editorial do JN ontem à noite foi inacreditavelmente ignorar todos os esclarecimentos TÉCNICOS dados de maneira honesta pelas autoridades do CENIPA/MIn da DEFESA/ANAC/SRPV-SP/INFRAERO-CONGONHAS/PF, quem assistiu viu o grau de profissionalismo de todos ali.
E é de se ficar perplexo o porque os esclarecimentos prestados ali não tenham sido veiculados nos telejornais seguintes.
Não entrem na batida da imprensa brasileira. Hoje de manhã em transmissão ao vcivo de Congonhas o Ãncora Chico Pinheiro flagrou uma arremetida de um fokker 100(TAM) da cabeceira 17 (auxiliar)de Congonhas, e na hora sem o menor constrangimento falou se tratar de um Aibus (...) só se corringindo depois. A grande imprensa não se preucupou nem de tentar identificar o modelo de aeronave que arremetia, que o fez devido ao fato do teto estar baixo, o que impossibilitou uma aproximação em altitude correta para aquela cabeceira.
sds
Walter
WOOBOHEHEHE escreveu:cicloneprojekt escreveu:Pessoal, eu recomendo a vcs ter muito mais serenidade no "julgamento" que está sendo feito do governo pela IMPRENSA.
Passado o momento inicial de impacto e comoção rogo prudência, e um caráter mais cartesiano na abordagem da questão.
Parei de dar ouvidos a imprensa não especializada. Esta está procurando apenas um pescoço para enrrolar a corda.
Digo a vcs que: a pista dificilmente teve contribuição significativa para o acidente. Isso já é onião de especialistas.(o que tem visivelmente irritado a imprensa , especificamente a imprensa paulista/paulistana)
As manchetes do JN-Jornal Nacional estão sendo bizarras, eles estão querendo se basear em evidências frágeis de "por assim dizer" do que tomar uma atitude correta de aguardar o seguimento das investigações.
E digo mais. parece ter algum interesse da Rede Globo na cruxificação de alguém. Isso fica claro que a linha editorial do JN ontem à noite foi inacreditavelmente ignorar todos os esclarecimentos TÉCNICOS dados de maneira honesta pelas autoridades do CENIPA/MIn da DEFESA/ANAC/SRPV-SP/INFRAERO-CONGONHAS/PF, quem assistiu viu o grau de profissionalismo de todos ali.
E é de se ficar perplexo o porque os esclarecimentos prestados ali não tenham sido veiculados nos telejornais seguintes.
Não entrem na batida da imprensa brasileira. Hoje de manhã em transmissão ao vcivo de Congonhas o Ãncora Chico Pinheiro flagrou uma arremetida de um fokker 100(TAM) da cabeceira 17 (auxiliar)de Congonhas, e na hora sem o menor constrangimento falou se tratar de um Aibus (...) só se corringindo depois. A grande imprensa não se preucupou nem de tentar identificar o modelo de aeronave que arremetia, que o fez devido ao fato do teto estar baixo, o que impossibilitou uma aproximação em altitude correta para aquela cabeceira.
sds
Walter
Infelizmente a maior parte da imprensa brasileira vive de escândalos e sensacionalizmo, preocupação com a verdade?! eles não sabem o que é isto, eles só vivem de tragédias, é só o que eles mostram. Eu praticamente não assisto mais a tele jornais, só tem coisa ruim.
Com essa tragédia que eu lamento muito que tenha acontecido, deu para ver como a imprensa brasileira é palpiteira, eles nem são especialistas e ficam imaginando hipóteses, e o povo leigo acredita neles.
Isso me deixa revoltao, olha o tamanho da trágédia e a imprensa ainda brinca com isto. É ridículo!
Abraços
cicloneprojekt escreveu:Pessoal, eu recomendo a vcs ter muito mais serenidade no "julgamento" que está sendo feito do governo pela IMPRENSA.
Passado o momento inicial de impacto e comoção rogo prudência, e um caráter mais cartesiano na abordagem da questão.
Parei de dar ouvidos a imprensa não especializada. Esta está procurando apenas um pescoço para enrrolar a corda.
Digo a vcs que: a pista dificilmente teve contribuição significativa para o acidente. Isso já é onião de especialistas.(o que tem visivelmente irritado a imprensa , especificamente a imprensa paulista/paulistana)
As manchetes do JN-Jornal Nacional estão sendo bizarras, eles estão querendo se basear em evidências frágeis de "por assim dizer" do que tomar uma atitude correta de aguardar o seguimento das investigações.
E digo mais. parece ter algum interesse da Rede Globo na cruxificação de alguém. Isso fica claro que a linha editorial do JN ontem à noite foi inacreditavelmente ignorar todos os esclarecimentos TÉCNICOS dados de maneira honesta pelas autoridades do CENIPA/MIn da DEFESA/ANAC/SRPV-SP/INFRAERO-CONGONHAS/PF, quem assistiu viu o grau de profissionalismo de todos ali.
E é de se ficar perplexo o porque os esclarecimentos prestados ali não tenham sido veiculados nos telejornais seguintes.
Não entrem na batida da imprensa brasileira. Hoje de manhã em transmissão ao vcivo de Congonhas o Ãncora Chico Pinheiro flagrou uma arremetida de um fokker 100(TAM) da cabeceira 17 (auxiliar)de Congonhas, e na hora sem o menor constrangimento falou se tratar de um Aibus (...) só se corringindo depois. A grande imprensa não se preucupou nem de tentar identificar o modelo de aeronave que arremetia, que o fez devido ao fato do teto estar baixo, o que impossibilitou uma aproximação em altitude correta para aquela cabeceira.
sds
Walter
rodrigo escreveu:O acidente apenas desencadeou a revolta acumulada com os problemas na operação desse aeroporto. Outra coisa preocupante será o prazo e a credibilidade da perícia. Alguém tem notícia das conclusões do acidente do 737 da GOL?