Crisaman escreveu: ↑Dom Abr 21, 2019 11:33 am
Caro Túlio
Concordo e aprecio suas considerações. Mas só algumas observações:
Eu acredito de todo coração que o exército esta mirando numa nova família de VBTP-SL e enquanto isso vai se virar com o M-113 e Leopard 1A5 seja como for.
Um projeto de uma família VBTP-SL leva de 10 a 15 anos isso depois de lançado um RFI, RFP e assinar um contrato e nada disso ainda foi feito. Enquanto isso?
O Brasil um pais continental deveria ter um orçamento militar de pelo menos 2% do PIB mas não tem. Nem mesmo com o novo governo que eu achei que ia ser mais favorável ao assunto de defesa mas parece que não é o caso. Então as forças armadas vão viver o eterno "se vira nos 30".
Quando eu escrevo "Lembra do Caxias" quero dizer que você e eu não só olhamos para o futuro do EB mas para o passado também e de como o exército esticou a vida do M-41 até o ponto do ridículo e não duvido que faça novamente com o Leopard 1A5.
A conversa não foi comigo mas deixa eu dar um pitaco.
O EB sabe que os M-113 tem uma vida limitada pela frente e que eles por mais que sejam modernizados não são mais adequados ao que se supõe sejam os conflitos que teremos de enfrentar no futuro, sejam convencionais ou irregulares.
Neste sentido, como os Leo 1A5 também estão muito limitados em sua perspectiva de vida útil, a ideia talvez seja lançar agora no curto prazo os estudos para a nova VBTP-SL tendo em vista dois pontos: um, o custo, e dois, a quantidade/logística.
É muito mais barato custear uma VBTP-SL do que um CC novo. Seja no caso de um projeto tirado do zero, seja no sentido de aproveitar algo já existente no mercado. E existem muitas opções neste último. Algumas mais novas, outras já estabelecidas há tempos, mas provadas e atuais.
Com relação a quantidade, como já foi dito aqui, nossa demanda está na casa do milhar em relação a essa pretensa família, tal como o Guarani. A possibilidade de diluição de custos em relação ao que pode ser encomendado diminui, em termos, os riscos financeiros, e oportuniza espaço de gestão contratual junto aos fornecedores, nacionais ou não. A logística que pode e deve ser montada aqui para a sua manutenção e operação disporia a BID e a industria nacional os elementos necessários a futuras modernizações e evoluções do bldo, e quiçá, também, penso eu, ajudaria a fomentar a capacidade que não temos hoje de projetar e produzir um CC, seja nacional ou importado.
Enfim, a ideia seria mais ou menos a que fundamentou a família Guarani que visava além de um substituto para os EE-9/EE-11, capacitar a industria nacional para a sua manutenção e operação, e porque não dizer, fomentar a capacidade de P&D a partir dele no que se refere as suas inúmeras necessidades e desdobramentos dentro das ffaa's.
Posso estar equivocado, mas tendo a crer que começar agora, para ver se os resultados são os esperados até a metade da próxima década é uma medida cautelar e cuidadosa do EB em relação a este projeto. E gostemos ou não, talvez se esteja de alguma forma sendo intrépido no sentido de aproveitar a janela política de um militar na presidência, que acredite-se ou não, fará o possível no sentido de favorecer os projetos da defesa.
Se vai dar certo ou não, o tempo nos dirá.
De minha parte, faço votos de que isso dê certo. Precisamos começar a casa pelo óbvio, e o óbvio da modernização dos bldos SL no exército é a nova VBTTP-SL.
É arriscado fazer isso agora? Sim, é. Mas se não agora, quando? Pode não haver um depois. E neste caso, a podemos ter de engolir novamente soluções do tipo "já que só tem tu, então vai tu mesmo."
Vale a pena arriscar? Eu quero crer que sim.
abs.