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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 7:45 pm
por marcelo l.
Contração fiscal pode, ao menos em curto prazo, agravar mais a recessão

NOURIEL ROUBINI
ESPECIAL PARA O PROJECT SYNDICATE

A saga financeira grega é a ponta de um iceberg de problemas de sustentabilidade de dívidas públicas em muitas das economias avançadas, e não só entre os chamados Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). De fato, a OCDE agora estima que a relação entre dívida pública e PIB nas economias ricas chegue a uma média de 100% do PIB.
Nos Piigs, os problemas não são apenas os deficit públicos excessivos e a razão elevada entre dívida e PIB. Há também problemas de deficit externos, perda de competitividade e, assim, de crescimento anêmico.
Essas são economias que, mesmo uma década atrás, estavam perdendo mercado para China e Ásia, devido às suas exportações de baixo valor adicionado e que requerem uso intensivo de mão de obra. Depois de uma década na qual os salários cresceram mais rápido que a produtividade, os custos por unidade de mão de obra subiram acentuadamente. A perda de competitividade resultante se manifestou em deficit grandes e crescentes em conta corrente e em desaceleração no crescimento. O toque final para o processo foi a valorização do euro entre 2002 e 2008.
Assim, mesmo que a Grécia e os demais Piigs tivessem a firmeza política requerida para reduzir fortemente os seus grandes deficit fiscais -e isso é bastante improvável-, a contração fiscal pode, ao menos em curto prazo, agravar ainda mais a atual recessão, porque impostos mais altos e gastos públicos menores resultariam em redução da demanda agregada. Se o PIB cair, atingir determinadas metas de deficit e dívida se tornará impossível. Foi essa, de fato, a armadilha mortal de dívida em que a Argentina se viu apanhada entre 1998 e 2001.
Restaurar o crescimento sustentado requer desvalorização real da moeda. Existem só três maneiras de realizá-la. A primeira é uma deflação que reduza preços e salários em 20% a 30%. Mas a deflação está associada a uma recessão persistente (vide uma vez mais o caso da Argentina), e sociedade e sistema político de país algum podem aceitar anos de recessão e austeridade fiscal a fim de obter depreciação real. Uma moratória e o abandono do euro poderiam surgir antes disso.
O segundo caminho é seguir o modelo alemão de aceleração das reformas estruturais e reestruturação empresarial, a fim de elevar o avanço da produtividade e manter avanço moderado dos salários. Mas demorou uma década para que a Alemanha reduzisse o custo de sua unidade de mão de obra, dessa maneira; se Espanha ou Grécia começassem o processo hoje, os custos da realocação de recursos em curto prazo seriam altos, enquanto os benefícios em termos de um crescimento mais alto demorariam anos.
Por fim, o euro poderia cair acentuadamente de valor. Mas o principal beneficiário disso seria a Alemanha. E, para que o euro caia o bastante, o risco de moratória da Grécia teria de ser muito grande, e o contágio em termos dos ágios nos títulos dos Piigs, severo o bastante para que o processo resultasse em uma recessão de duplo mergulho na zona do euro, antes que a desvalorização cambial apresentasse resultados concretos.
Caso não haja um milagre, a Grécia parece próxima da insolvência. No início de sua crise, deficit orçamentário, dívida pública e deficit em conta corrente da Argentina (como proporção do PIB) eram de 3%, 50% e 2%, respectivamente. Na Grécia, os indicadores são muito piores: 12,9%, 120% e 10%. Assim, serão necessários um esforço hercúleo, sorte e apoio da União Europeia e do FMI para reduzir a chance de moratória e saída da zona do euro.
A Grécia no momento tem uma economia interconectada demais com as dos demais europeus para que se possa permitir seu colapso. Além disso, o contágio na forma de ágio nos títulos de dívida soberana dos demais Piigs seria forte, o que arremessaria várias dessas economias para a mesma situação.

Necessidade de apoio
Assim, a despeito da repulsa da Alemanha e do Banco Central Europeu quanto à ideia de um "resgate", a Grécia precisa de forte apoio financeiro oficial neste ano, com juros que não sejam insustentáveis, a fim de impedir que sua atual falta de liquidez se transforme imediatamente em insolvência. Mas o apoio oficial só empurrará a situação para o futuro. A combinação mágica de razões sustentáveis de dívida e deficit, desvalorização real e restauração do crescimento dificilmente poderá ser atingida, mesmo que haja apoio financeiro oficial.
Todos os resgates bem-sucedidos a países que enfrentavam dificuldades financeiras, como México, Coreia do Sul e Brasil, dependiam de duas condições: a disposição confiável do país em impor a austeridade fiscal e as reformas estruturais necessárias; e grandes montantes em apoio oficial imediato para evitar uma crise de rolagem de dívida pública e/ou privada com vencimento em curto prazo.
Reforma sem dinheiro na mesa não funciona, porque investidores nervosos e precipitados tirarão seu dinheiro do país caso ele não disponha das reservas cambiais necessárias para impedir o equivalente a uma corrida bancária contra seus passivos de curto prazo.
Assim, depois de um plano completamente ineficaz, que ofereceria dinheiro à Grécia tarde demais -apenas quando o país já estivesse em risco de uma crise de rolagem de dívida- e a taxas de mercado que tornariam sua dívida insustentável, a União Europeia recuperou o juízo e criou um esquema mais parecido com um pacote de apoio condicional do FMI: apoio desembolsado com base em cumprimento de metas, com desembolsos iniciais mais elevados e juros generosos.
Só o tempo dirá se esse plano vai funcionar, ou seja, se a Grécia manterá a solvência apesar da falta de liquidez, o que dependerá de austeridade fiscal e reformas estruturais confiáveis, com a ajuda de grandes montantes em apoio financeiro. Mas, como nos casos de Argentina, Rússia e Equador, a Grécia também pode cair na insolvência caso o ajuste não restaure a sustentabilidade de suas dívidas e de seu crescimento. Por enquanto, a comunidade oficial decidiu que vai tentar o plano A; caso ele fracasse, o plano B seria uma moratória para reduzir as dívidas insustentáveis, e o abandono do euro pela Grécia a fim de permitir uma desvalorização e a restauração da competitividade e do crescimento.

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NOURIEL ROUBINI é professor de Economia na Escola Stern de Administração de Empresas, Universidade de Nova York, e presidente da Roubini Global Economics (www.roubini.com), uma consultoria mundial de macroeconomia.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 8:26 pm
por Bourne
Hoje estou excitado, vou sair metendo o pau.
marcelo l. escreveu:Contração fiscal pode, ao menos em curto prazo, agravar mais a recessão

NOURIEL ROUBINI
ESPECIAL PARA O PROJECT SYNDICATE

A saga financeira grega é a ponta de um iceberg de problemas de sustentabilidade de dívidas públicas em muitas das economias avançadas, e não só entre os chamados Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). De fato, a OCDE agora estima que a relação entre dívida pública e PIB nas economias ricas chegue a uma média de 100% do PIB.
Isso é irrelevante. O que interessa são as condições de financiamento, isto é, prazos, custos e como varia em relação aos ciclos econômicos. Existe uma grande diferença entre dever 100% do PIB para pagar daqui 20 anos e para pagar ano que vem. Além do mais quando se deve na própria moeda a coisa não é tão complicada. É possível se refinanciar se buscar dinheiro no exterior ou, melhor, atrair capitais do exterior a baixo custo para por a casa em ordem.
Nos Piigs, os problemas não são apenas os deficit públicos excessivos e a razão elevada entre dívida e PIB. Há também problemas de deficit externos, perda de competitividade e, assim, de crescimento anêmico.
Essas são economias que, mesmo uma década atrás, estavam perdendo mercado para China e Ásia, devido às suas exportações de baixo valor adicionado e que requerem uso intensivo de mão de obra. Depois de uma década na qual os salários cresceram mais rápido que a produtividade, os custos por unidade de mão de obra subiram acentuadamente. A perda de competitividade resultante se manifestou em deficit grandes e crescentes em conta corrente e em desaceleração no crescimento. O toque final para o processo foi a valorização do euro entre 2002 e 2008.
Plausível, não? No fundo o cara está falando que o salário depende da produtividade e, em última instância, determina a taxa de câmbio. Então, o problema está que o salário é maior que a produtividade, gerando desequilíbrios e valorizando o câmbio. Ou seja, o europeu ganha demais. É isso que ele está pensando e defendendo.
Assim, mesmo que a Grécia e os demais Piigs tivessem a firmeza política requerida para reduzir fortemente os seus grandes deficit fiscais -e isso é bastante improvável-, a contração fiscal pode, ao menos em curto prazo, agravar ainda mais a atual recessão, porque impostos mais altos e gastos públicos menores resultariam em redução da demanda agregada. Se o PIB cair, atingir determinadas metas de deficit e dívida se tornará impossível. Foi essa, de fato, a armadilha mortal de dívida em que a Argentina se viu apanhada entre 1998 e 2001.
O ponto central é que ignora os problemas de integração da União Européia e enfatiza a receita oficial de que o problema é o déficit público e, de forma alguma, que exista a possibilidade de contágio entre os países da UE. Tudo bem, a Grécia agiu irresponsabilidade e está quebrada. Porém os outros sofreram do contágio e desequilíbrios da UE que ficaram evidentes, em que o déficit público e recessão foi consequência e não causa.

A armadilha mortal da Argentina foi acreditar que conseguiria manter o câmbio fixo em relação ao dólar em que se endividou para manter um regime insustentável. Ao mesmo tempo que destruía sua capacidade de competição da indústria nacional e a própria indústria nacional, como também, a estrutura econômica do país.

Será que o governo tem tanto poder de movimentar a economia para cima ou baixo variando gastos e impostos? Ou apenas está mexendo com as expectativas dos agentes e incentivando os agentes privados a fazerem alguma coisa?
Restaurar o crescimento sustentado requer desvalorização real da moeda. Existem só três maneiras de realizá-la. A primeira é uma deflação que reduza preços e salários em 20% a 30%. Mas a deflação está associada a uma recessão persistente (vide uma vez mais o caso da Argentina), e sociedade e sistema político de país algum podem aceitar anos de recessão e austeridade fiscal a fim de obter depreciação real. Uma moratória e o abandono do euro poderiam surgir antes disso.
Em parte correto. Por que como não tem poder sobre a moeda a única forma de desvalorizar é pela deflação, mas vai acentuar os desesquilibrios sistemáticos da UE. Porém não necessariamente está ligada a recessão, como também, o crescimento não está associados a inflação. Depende como se vê as coisas. A visão que o autor vende pressupõe que existe essa relação, mas não precisa ser assim.
O segundo caminho é seguir o modelo alemão de aceleração das reformas estruturais e reestruturação empresarial, a fim de elevar o avanço da produtividade e manter avanço moderado dos salários. Mas demorou uma década para que a Alemanha reduzisse o custo de sua unidade de mão de obra, dessa maneira; se Espanha ou Grécia começassem o processo hoje, os custos da realocação de recursos em curto prazo seriam altos, enquanto os benefícios em termos de um crescimento mais alto demorariam anos.
Resumindo, os europeus ganham demais. A produtividade não é condizente com o salário e gera desequilíbrios. É necessário reduzir custos. Dentro dessa perspectiva, no longo prazo, seria muito benéfico.
Por fim, o euro poderia cair acentuadamente de valor. Mas o principal beneficiário disso seria a Alemanha. E, para que o euro caia o bastante, o risco de moratória da Grécia teria de ser muito grande, e o contágio em termos dos ágios nos títulos dos Piigs, severo o bastante para que o processo resultasse em uma recessão de duplo mergulho na zona do euro, antes que a desvalorização cambial apresentasse resultados concretos.
Se o euro desvalorizar acentuadamente implode. Por que interessa a países fortes, moedas fortes. A moeda desvalorizada em um primeiro momento pode ser atraente, mas prejudica as ligações financeiras com o mundo ao reduzir a confiança na moeda e seu uso nos mercados mundiais.
Caso não haja um milagre, a Grécia parece próxima da insolvência. No início de sua crise, deficit orçamentário, dívida pública e deficit em conta corrente da Argentina (como proporção do PIB) eram de 3%, 50% e 2%, respectivamente. Na Grécia, os indicadores são muito piores: 12,9%, 120% e 10%. Assim, serão necessários um esforço hercúleo, sorte e apoio da União Europeia e do FMI para reduzir a chance de moratória e saída da zona do euro.
A Grécia no momento tem uma economia interconectada demais com as dos demais europeus para que se possa permitir seu colapso. Além disso, o contágio na forma de ágio nos títulos de dívida soberana dos demais Piigs seria forte, o que arremessaria várias dessas economias para a mesma situação.
A Argentina não tem nada a ver com o caso da Grécia. A Grécia é parte da UE e, portanto, deveria estar protegida dos desequilíbrios. E, como a UE não pegou pesado com a falta de juízo grega, deixou evidente a falta de integração fiscal e desequilíbrios da zona, além da fragilidade do euro.
Necessidade de apoio
Assim, a despeito da repulsa da Alemanha e do Banco Central Europeu quanto à ideia de um "resgate", a Grécia precisa de forte apoio financeiro oficial neste ano, com juros que não sejam insustentáveis, a fim de impedir que sua atual falta de liquidez se transforme imediatamente em insolvência. Mas o apoio oficial só empurrará a situação para o futuro. A combinação mágica de razões sustentáveis de dívida e deficit, desvalorização real e restauração do crescimento dificilmente poderá ser atingida, mesmo que haja apoio financeiro oficial.
Agora que estourou a bomba não tem o que fazer a não ser isso.
Todos os resgates bem-sucedidos a países que enfrentavam dificuldades financeiras, como México, Coreia do Sul e Brasil, dependiam de duas condições: a disposição confiável do país em impor a austeridade fiscal e as reformas estruturais necessárias; e grandes montantes em apoio oficial imediato para evitar uma crise de rolagem de dívida pública e/ou privada com vencimento em curto prazo.
Esses países não tem nada a ver com a situação grega. E a receita dele é sempre a mesma: austeridade fiscal e reformas estruturais.
Reforma sem dinheiro na mesa não funciona, porque investidores nervosos e precipitados tirarão seu dinheiro do país caso ele não disponha das reservas cambiais necessárias para impedir o equivalente a uma corrida bancária contra seus passivos de curto prazo.
A Grécia usa o euro. A afirmação não pode ser aplicada aos PIIGS. Nem a Grã-Bretanha que tem a libra, uma moeda de reserva.

]
Assim, depois de um plano completamente ineficaz, que ofereceria dinheiro à Grécia tarde demais -apenas quando o país já estivesse em risco de uma crise de rolagem de dívida- e a taxas de mercado que tornariam sua dívida insustentável, a União Europeia recuperou o juízo e criou um esquema mais parecido com um pacote de apoio condicional do FMI: apoio desembolsado com base em cumprimento de metas, com desembolsos iniciais mais elevados e juros generosos.
Fizeram a m#@#da e tem que tentar limpar. Porém não resolve o problema. Cuida do sintoma e esquece a doença.
Só o tempo dirá se esse plano vai funcionar, ou seja, se a Grécia manterá a solvência apesar da falta de liquidez, o que dependerá de austeridade fiscal e reformas estruturais confiáveis, com a ajuda de grandes montantes em apoio financeiro. Mas, como nos casos de Argentina, Rússia e Equador, a Grécia também pode cair na insolvência caso o ajuste não restaure a sustentabilidade de suas dívidas e de seu crescimento. Por enquanto, a comunidade oficial decidiu que vai tentar o plano A; caso ele fracasse, o plano B seria uma moratória para reduzir as dívidas insustentáveis, e o abandono do euro pela Grécia a fim de permitir uma desvalorização e a restauração da competitividade e do crescimento.
Os países citados não tem nada a ver com a Grécia. Ela é uma situação nova e totalmente diferente. Se abandonar o euro a Grécia viverá o "inferno na terra".
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NOURIEL ROUBINI é professor de Economia na Escola Stern de Administração de Empresas, Universidade de Nova York, e presidente da Roubini Global Economics (http://www.roubini.com), uma consultoria mundial de macroeconomia.
Gosto mais do Krugman e Stiglitz. Os mais famosos na grande mídia.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 10:29 pm
por marcelo l.
Bourne apesar de concordar com vc, vai as minhas discordâncias, apesar das condições de financiamento serem o que interessa, o PIB para um país que não tem multinacionais é importante indicativo, por que na crise não pode se socorrer de inversões das filiais para matriz.

Além disso a crise atual destruiu uma quantidade grande de ativos, isso leva a contração do dinheiro debilitando os país já com problemas estruturais. Querer que o "mercado" ou países apoiem outro em um momento que a economia ainda é capenga (apesar de ufanismo de plantão).

Acredito que Roudini ataca a questão de forma errada como vc, o problema não são os salários ou até a produtividade, mas sim qual é a função da Grécia dentro do sistema trocas mundial, agravada pela integração regional, como vc coloca da União Européia.

E nisso corretamente vc coloca que rele não vê o déficit público e recessão como consequência e não causa. E ainda mais correto ao ver que se o euro desvalorizar acentuadamente implode, por que interessa a países fortes, moedas fortes, como interessa para esses países a receita classica: austeridade fiscal e reformas estruturais.

E qualquer país que utiliza o euro, tem uma situação nova, no fundo acredito que a saída será maior perda da independência dos países do bloco para Bruxelas, assim como o passado as províncias sofreram para as capitais dos respectivos países.

A saída será um novo estado com estruturas economicas ligadas as partes mais dinâmicas da Europa, e os atuais países continuarão esvaziados na sua essência como estado que é regular e em algumas áreas fiscalizar.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 10:38 pm
por Bourne
Isso é o cara que fala e a posição dominante. Não é a minha. Só mostrei o que ele pensa de forma nua e crua. A minha posição é que a Grécia fez transparecer os desesquilibrios dentro da UE. Que estão lá, mas os arquitetos da UE não querem ver.
Acredito que Roudini ataca a questão de forma errada como vc, o problema não são os salários ou até a produtividade, mas sim qual é a função da Grécia dentro do sistema trocas mundial, agravada pela integração regional, como vc coloca da União Européia.
Não. Ele e a posição dominante vê o déficit como causa da crise. Eu NÃO. mas sim consequência dos desesquilibrios europeus. Talvez não na grécia, mas nos demais afetados.
E nisso corretamente vc coloca que rele não vê o déficit público e recessão como consequência e não causa. E ainda mais correto ao ver que se o euro desvalorizar acentuadamente implode, por que interessa a países fortes, moedas fortes, como interessa para esses países a receita classica: austeridade fiscal e reformas estruturais.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 10:42 pm
por WalterGaudério
Bourne escreveu:Isso é o cara que fala e a posição dominante. Não é a minha. Só mostrei o que ele pensa de forma nua e crua.
Acredito que Roudini ataca a questão de forma errada como vc, o problema não são os salários ou até a produtividade, mas sim qual é a função da Grécia dentro do sistema trocas mundial, agravada pela integração regional, como vc coloca da União Européia.
A minha posição é que a Grécia fez transparecer os desesquilibrios dentro da UE. Que estão lá, mas os arquitetos da UE não querem ver.
Bourne? em casa a esta hora da sexta-feira?

Mas qto. a Grécia, acaba de ser veiculada a notícia de que ela será salva pelos países europeus. Uma pena isso não ter sido divulgado com a BOVESPA aberta. Vamos ver o efeito na segunda meio-dia.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 10:44 pm
por marcelo l.
Bourne escreveu:Isso é o cara que fala e a posição dominante. Não é a minha. Só mostrei o que ele pensa de forma nua e crua. A minha posição é que a Grécia fez transparecer os desesquilibrios dentro da UE. Que estão lá, mas os arquitetos da UE não querem ver.
Acredito que Roudini ataca a questão de forma errada como vc, o problema não são os salários ou até a produtividade, mas sim qual é a função da Grécia dentro do sistema trocas mundial, agravada pela integração regional, como vc coloca da União Européia.
Não. Ele e a posição dominante vê o déficit como causa da crise. Eu NÃO. mas sim consequência dos desesquilibrios europeus. Talvez não na grécia, mas nos demais afetados.
E nisso corretamente vc coloca que rele não vê o déficit público e recessão como consequência e não causa. E ainda mais correto ao ver que se o euro desvalorizar acentuadamente implode, por que interessa a países fortes, moedas fortes, como interessa para esses países a receita classica: austeridade fiscal e reformas estruturais.
Concordo é a posição dominante e não a sua, e concordo (para ser redundante) com vc. Bourne...a única diferença é que a saída da Europa para mim é o fim dos estados-nação por um estado apenas...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 10:45 pm
por Bourne
WalterGaudério escreveu: Bourne? em casa a esta hora da sexta-feira?

Mas qto. a Grécia, acaba de ser veiculada a notícia de que ela será salva pelos países europeus. Uma pena isso não ter sido divulgado com a BOVESPA aberta. Vamos ver o efeito na segunda meio-dia.

Sim. Está chovendo e frio.

Isso quer dizer que a febre está sendo atacada, mas não a infecção. Portugal está a perigo. Espanha e Itália não muito atrás.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 10:48 pm
por Bourne
marcelo l. escreveu:Concordo é a posição dominante e não a sua, e concordo (para ser redundante) com vc. Bourne...a única diferença é que a saída da Europa para mim é o fim dos estados-nação por um estado apenas...
Para mim também. Se não virar um Estado único em qualquer crise vai estar a perigo por que as fragilidades aparecem e a união pode não aguentar. Quando digo Estado é unificação de verdade e virar um país. O problema é como fazer isso.

A falta de um Estado que dê suporte a uma moeda dificulta que a moeda resista a crises. Por isso que sou cético em relação uniões monetárias envolvendo vários países. Também não sou simpático a mercados comuns por que ceifa a liberdade dos membros em negociarem com quem quiserem. A não ser que os países sejam muito unidos, cedo ou tarde, redunda em conflitos que prejudicam todos os membros.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 10:53 pm
por WalterGaudério
Bourne escreveu:
WalterGaudério escreveu: Bourne? em casa a esta hora da sexta-feira?

Mas qto. a Grécia, acaba de ser veiculada a notícia de que ela será salva pelos países europeus. Uma pena isso não ter sido divulgado com a BOVESPA aberta. Vamos ver o efeito na segunda meio-dia.

Sim. Está chovendo e frio.

Isso quer dizer que a febre está sendo atacada, mas não a infecção. Portugal está a perigo. Espanha e Itália não muito atrás.
Espanha e Itália são problemas reais. devemos ajudar a Itália comprando suas FREMMs.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Abr 23, 2010 11:00 pm
por marcelo l.
Acredito que como Estado capitalista mesmo, ou seja, Bruxelas cuida da fiscalização e regulação e os antigos Estados-nação ficam como nossos estados com as medalhinhas e criando algum problema fiscal e com o tempo esvazia-se ainda mais para tornarem várias Escócias.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Abr 24, 2010 6:11 am
por P44
Bourne escreveu:
marcelo l. escreveu:Concordo é a posição dominante e não a sua, e concordo (para ser redundante) com vc. Bourne...a única diferença é que a saída da Europa para mim é o fim dos estados-nação por um estado apenas...
Para mim também. Se não virar um Estado único em qualquer crise vai estar a perigo por que as fragilidades aparecem e a união pode não aguentar. Quando digo Estado é unificação de verdade e virar um país. O problema é como fazer isso.
Isso nunca irá acontecer, á conta da vontade de "unificação " da europa já tivemos 2 guerras mundiais.

a UE (UNIÃO europeia) é uma falásia pois de união não tem nada nem nunca terá. Foi um dos maiores erros dos politicos europeus, deviam pensar lá do alto das suas torres de marfim em Bruxelas, que em meia-dúzia de anos apagavam 1000 anos de história de cada nação europeia. E nem sequer lhes passou pela cabeça perguntar aos povos desses países a sua opinião, basta ver que fugiram como o diabo da cruz dos referendos ao tratado de lisboa, a única excepção foi a Irlanda por ser obrigatorio na constituição, e deu no que deu...como da 1ª vez diseram não ao tratado, toca a fazer novo referendo para dizerem sim, e se tivessem continuado a dizer não, fazia-se um 3º, um 4º referendo e por aí fora.

a UE é um desejo de burocratas pagos a peso de ouro, NUNCA foi um desejo dos povos da europa- foi-nos IMPOSTO pela goela abaixo.

essa bandeira azul com 12 estrelinhas não diz nada á maior parte dos europeus, ninguém levantaria um dedo para lutar por esse trapo.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Abr 24, 2010 7:26 am
por P44
Partido governamental alemão exige que Grécia abandone o euro

A União Social Cristã (CSU) da Baviera, partido coligado com a União Cristão Democrata (CDU) da chanceler Angela Merkel, exigiu que a Grécia abandone a união monetária europeia devido à crise financeira que enfrenta.

"A Grécia não tem só um problema de liquidez, mas também de crescimento estrutural", defende Hans-Peter Friedrich, um dirigente do CSU, em declarações hoje divulgadas pelo semanário alemão Der Spiegel.

As autoridades de Atenas "devem estudar seriamente a possibilidade de abandonar a zona euro", afirma o responsável do CSU, defendendo que esta alternativa não pode ser "tabu".
Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=135750

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Abr 24, 2010 3:37 pm
por Bourne
P44 escreveu:Isso nunca irá acontecer, á conta da vontade de "unificação " da europa já tivemos 2 guerras mundiais.

a UE (UNIÃO europeia) é uma falásia pois de união não tem nada nem nunca terá. Foi um dos maiores erros dos politicos europeus, deviam pensar lá do alto das suas torres de marfim em Bruxelas, que em meia-dúzia de anos apagavam 1000 anos de história de cada nação europeia. E nem sequer lhes passou pela cabeça perguntar aos povos desses países a sua opinião, basta ver que fugiram como o diabo da cruz dos referendos ao tratado de lisboa, a única excepção foi a Irlanda por ser obrigatorio na constituição, e deu no que deu...como da 1ª vez diseram não ao tratado, toca a fazer novo referendo para dizerem sim, e se tivessem continuado a dizer não, fazia-se um 3º, um 4º referendo e por aí fora.

a UE é um desejo de burocratas pagos a peso de ouro, NUNCA foi um desejo dos povos da europa- foi-nos IMPOSTO pela goela abaixo.

essa bandeira azul com 12 estrelinhas não diz nada á maior parte dos europeus, ninguém levantaria um dedo para lutar por esse trapo.
Confesso que não é a primeira vez que ouço de um europeu. Entretanto, é a primeira vez que ouço isso de um representante do povo como o P44zinho.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Abr 24, 2010 5:30 pm
por PRick
P44 escreveu:
Partido governamental alemão exige que Grécia abandone o euro

A União Social Cristã (CSU) da Baviera, partido coligado com a União Cristão Democrata (CDU) da chanceler Angela Merkel, exigiu que a Grécia abandone a união monetária europeia devido à crise financeira que enfrenta.

"A Grécia não tem só um problema de liquidez, mas também de crescimento estrutural", defende Hans-Peter Friedrich, um dirigente do CSU, em declarações hoje divulgadas pelo semanário alemão Der Spiegel.

As autoridades de Atenas "devem estudar seriamente a possibilidade de abandonar a zona euro", afirma o responsável do CSU, defendendo que esta alternativa não pode ser "tabu".
Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=135750

Pois é,

A lei do mais forte continua valendo, os pequenos estados europeus são muito bons, quando ficam bonitinhos e bem comportados, abrindo seus mercados para os grandinhos se darem bem, porém, quando a coisa aperta estão sozinhos.

A saída deles do EURO será traumática nos primeiros tempos, e o problema não está na moeda, como a Inglaterra comprova.

A desvalorização do EURO vai ser boa para a Europa, porém, para os EUA será um tormento adicional, ou seja, as coisas não terão solução fácil no curto prazo.

[]´s

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Abr 24, 2010 5:39 pm
por brisa
:lol: :lol: :lol: