Re: NOTÍCIAS
Enviado: Seg Set 21, 2009 5:58 pm
Eu voto por um caça relativamente barato, muito mais poderoso que esses três aí juntos e ainda bonito prá cacilda.
Adivinhem qual seria????
Adivinhem qual seria????
Olá Vinícius,Vinicius Pimenta escreveu:Caças de graça? Foi o Presidente quem disse.orestespf escreveu:Não estenderam o prazo porque os concorrentes alegaram falta de tempo, o motivo é óbvio: não se conseguiu o que queria, não daquele que se quer. A estupidez está em pedir ao Papai Noel aquilo que sabidamente ele não vai lhe dar.
Falando sério, falei isso tem um tempão. O governo está esticando a corda ao máximo, num jogo forte de usar um concorrente para pressionar o outro. Se der bobeira, uma hora ela arrebenta.
Porém, Orestes, se o que você afirma seria o mesmo em outras palavras dizer que a Dassault não colocou no papel o que o Sarkozy pediu, que tipo de conclusões pode-se tirar disso tudo?
Não me surpreende essa notícia, afinal logo depois daquelas “promessas” de 7 setembro não houve sintonia entre as declarações da Dassault e o que teria sido prometido pelo governo francês. Afinal, promessas são promessas e o que vale é o que está no papel. Agora vão ter que engolir esse abacaxi.Juliano Lisboa escreveu:21/09/2009 - 13h56
Projeto F-X2 - Esclarecimentos
O Comando da Aeronáutica informa que, por solicitação das empresas concorrentes, a Comissão Gerencial do Projeto F-X2 resolveu estender o prazo, até o dia 2 de outubro de 2009, para os três competidores (Boeing, Dassault e SAAB) apresentarem possíveis melhorias em suas ofertas para o processo de seleção dos novos aviões de caça da Força Aérea Brasileira.
Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=3799
E lá vamos nós de novo.
Não...?Mestre pena que os caras da Dassault não frequentão o DB! Quem sabe as caras lendo seu post não cai a ficha.....
orestespf escreveu:Olá Vinícius,Vinicius Pimenta escreveu: Caças de graça? Foi o Presidente quem disse.
Falando sério, falei isso tem um tempão. O governo está esticando a corda ao máximo, num jogo forte de usar um concorrente para pressionar o outro. Se der bobeira, uma hora ela arrebenta.
Porém, Orestes, se o que você afirma seria o mesmo em outras palavras dizer que a Dassault não colocou no papel o que o Sarkozy pediu, que tipo de conclusões pode-se tirar disso tudo?
não fui muito feliz na forma que escrevi, ficou dúbia. Já falei, não sei ser sucinto.
Não me referia ao Rafale, me referia a um dos outros dois, por isso a frase seguinte (do Papai Noel). Mas uma coisa é certa, o que escrevi permite uma leitura clara em relação ao caça francês, se aplica a ele igualmente. Na verdade me referi ao Gripen, ou seja, "pedir o que não é possível de ganhar".
A situação da Dassault é uma só: ou ela cumpre o prometido pelo Sarkozy, ou dança. Está claro pra mim que o Governo não vai pagar mais do que acredita ser o razoável. Ele quer o Rafale principalmente, assim penso, por motivos simbólicos. Tenho evitado comentar este assunto aqui no fórum, mas acho que compensa comentar um pouco. Parte deste texto foi um debate reservado com um amigo. Vamos lá:
Uma coisa que poucos perceberam é que:
1) não temos nada contra os EUA;
2) quem deseja ser grande e importante internacionalmente (Brasil) é preciso ter total controle em sua vizinhança;
3) o Brasil quer porque quer ocupar o espaço dos americanos na AL toda;
4) o objetivo é maior, é termos controle sobre todo o Atlântico Sul (mas isso é pra longo prazo).
O problema são vários, cito alguns poucos:
1) dar exemplo que não precisamos da dependência deles, podemos ser donos de nossos narizes;
2) convencer a vizinhança que nosso modelo de "independência" deu certo;
3) convencer a vizinhança (e outros!) que eles poderiam adotá-lo ao invés do modelo/influência americana;
4) espalhar a "boa nova".
Um dos símbolos do poder que um país exerce sobre outro é o uso de equipamentos do mais forte, isto é um recado claro, tipo, "vejam, o maior de vocês usam, e se é bom pra eles, será pra vocês também". Assim sendo, o principal símbolo a ser cortado é o militar. Só que para isto restam duas opções: fabricar seus próprios equipamentos militares ou tentar parceria com alguém diferente e que tope (tal coisa).
É aí que entrou a Rússia e a França. Veja que, no caso dos caças, a Suécia "não serve", cerca de 50% do Gripen é americano. Com a Rússia só daria certo se ela topasse uma proposta fantástica, que na prática seria "nos passe tudo e não reclame". Absurdo? Não, ela poderia topar, mas como está quebrada... Então ela apareceu com uma proposta "normal". A diplomacia avaliou que não compensaria, que só serviria para passar ideia que estaríamos tentando comprar uma briga com os EUA, assim como o Chávez vem fazendo. O objetivo não é brigar com os americanos, nem peitá-los, o objetivo é ficarmos livres da dependência (enorme) que temos.
Quando se fala em "decisão política" favorável à França, leia como sendo "decisão política para não termos mais dependência dos EUA". É isto, não adianta boas propostas deles, será negado. Como o Gripen depende muito deles... Então até poderia-se dizer que a França foi eleita por eliminação e não por favoritismo como se pensa por aí. Deixo cada um com sua análise, mas aqui não me preocupei depreciar a França e nem este acordo.
O que está acontecendo no momento não tem ligação alguma com pré-sal, com Chávez, Colômbia, etc., não da forma que muitos falam e acreditam. Tudo isso é retórica para justificar os enormes investimentos, nada mais do que isso. Os motivos são outros, como comentei acima.
Vejo este projeto do Brasil como algo grandioso, mas planejado e bem pensado; é geopolítico acima de tudo, por isso as tais "decisões políticas" que poucos compreenderam até agora. Muito do que vemos não teria explicações simples, porém, pensemos assim: como comprar de um país (Suécia) que politicamente e geopoliticamente sempre ficou em cima do muro? Como comprar um equipamento que é quase símbolo dos equipamentos americanos? Como comprar de um país cuja representatividade em fóruns internacionais (ONU, etc.) é quase nula? Talvez esta seja a "limitação" do Gripen NG? Não é o caça, é a Suécia que oferece "pouco" (diante do que se busca).
Como comentei acima, a França não foi escolhida por seus méritos apenas, foi por eliminação (nada pejorativo). Isto não significa que seja ruim, apenas que é a menos pior. Além do mais, os posicionamentos políticos e geopolíticos da França é quase idêntico ao nosso, daí ser mais fácil conversar e negociar. Este alinhamento natural das ideias e práticas recomenda a França mais do que os outros, inclusive.
Se a Dassault vai conseguir honrar as promessas do Sarkozy, bem, não sei. Uma coisa é certa: todo o país (França) acusava o seu presidente de não se envolver nas vendas da Dassault, dizendo que a cupa era dele, agora não poderá ser mais acusado destas coisas. O Sarkozy poderá dizer pra todos: eu fiz mais do que podia, foi a empresa que não cedeu. O pré-acordo com o Sarkozy não é muito, o acertado foi que continuaríamos o processo de compra com eles se o Rafale for vendido pelo mesmo preço que eles (franceses) pagam, o mesmo para a manutenção. Então se a Dassault consegue bancar este valor para os franceses, por que não conseguiria pra nós? Só se eles não quiserem mesmo. E vou além, se a Dassault disser que não tem como, provar no papel que é impossível, não duvido nada que o governo francês banque a diferença. Sim, isto é essencial pra eles neste momento, é projeção de poder (pra eles), é influência sobre outros países e a França precisa muito disso, caso contrário, terá que conviver com o Brasil a olhando de cima pra baixo muito em breve, então é melhor ser parceiro do que concorrente.
De tempos pra cá venho dizendo que o Rafale não era o meu preferido (que era o SU-35), mas que entendo ser o melhor para o Brasil neste momento. Disse isso porque consegui compreender que a parceria com a França tem propósitos maiores, são nossos projetos de Estado, não é coisa do Lula e mais alguns, é algo que independerá de futuros governos, isto já está para ser regulamentado.
Não queremos inimizades e problemas com os EUA, só precisamos acabar com a dependência deles para conseguir maior espaço político no mundo, mas principalmente nos países do Atlântico Sul, inclusive africanos. Não comprar dos americanos significa ficar livre da dependência, mas não se faz isso com tudo, com todas as áreas, apenas nas mais "representativas", mas simbólicas, como a militar. O jogo é muito grande, o caminho é brilhante, este governo está mostrando competência e força para saber lidar com tudo isso e o próximo passo é aprovar tudo no Congresso, aí não terá outro presidente mudando o rumo das coisas. E a parceria com a França será para sempre? Lógico que não, até isso é simbólico, logo tem data para acabar. Digamos que é um casamento muito bem armado.
O Brasil cresceu mais do que se anuncia, não quer apenas uma cadeira no CS, quer muito mais. Só que não adianta ficar na cola dos EUA, todos diriam que seríamos representantes deles. A França é um dos países mais imparciais para questões internacionais no grupo dos grandes, daí a diferença. Alguns diriam que trocamos seis (EUA) por meia-dúzia (França), mas a essência está justamente neste ato simbólico: mudança! Ser capaz de mudar, mostrar vontade de mudar. E se você consegue mudar agora, mesmo que de seis para meia-dúzia, então pode-se mudar mais adiante novamente, a independência quase total, por isso o casamento ter anúncio prévio para acabar.
Sobre o valer a pena "investir" neste casamento do faz de conta, não sei dizer, é preciso muito tempo para analisar e julgar. Acho que o governo está pensando no País sim, se der errado, pelo menos cometeu erro novo, visto que nenhum outro governo fez isso pelo Brasil (sem apologias!!). É uma tentativa ousada, pode dar certo ou não, mas esta tal independência não é do dia pra noite, demorará décadas. Por isso lhe disse que os equipamentos militares são símbolo de tudo isso, representa um pensamento e uma ousadia.
Só que realmente o FX-2 não acabou, pode haver uma reviravolta sim, o próprio Governo já admite isso. O jogo político favorece a França, mas não vamos comprar só para atingir nossos objetivos pagando mais do que vale ou compensa. Se a Dassault (não o governo francês) não se enquadrar, então os caças "independentes" ficarão para mais tarde. Quem vencerá entre os concorrentes, bem, não sei.
O Governo criou o seu símbolo para toda esta mudança e que no fundo tem mais cara de criação do zero, visto nunca termos tido um sistema de defesa de fato, tudo era voltado para o nosso potencial inimigo (Argentina) que na prática nunca chegou a isso. Hoje se pensa em algo muito maior, as atenções se voltaram para a Amazônia e mais recentemente para a Amazônia Azul, as necessidades não mudaram, as atenções é que se fizeram presentes. E dentro deste simbolismos representado pela campo militar (dentro do cenário internacional que o Brasil almeja) o símbolo mais expressivo para o leigo são os caças, mas apenas para maquiar (desviar atenções) do mais importante (maior) de todos estes símbolos: o sub nuclear. Este já está blindado, visto que o calor do debate em relação aos caças produziu o desejado, desviar a atenção do comum para encobrir o sensível e exposto assunto nuclear.
A parceria com a França é muito importante, o Brasil quer, o governo francês quer e precisa, o único que pode impedir a vinda do Rafale para o Brasil é a Dassault. Neste caso, outro caça será escolhido, perde-se o objetivo maior, mas não perde o sistema de defesa do País (todos os caças são ótimos, sem exceção).
Grande abraço,
Orestes