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Re: NOTICIAS

Enviado: Sex Jul 25, 2008 8:05 am
por Edu Lopes
Líder da revolta da Chibata recebe anistia 39 anos após morte

Imagem
João Cândido Felisberto, o 'Almirante Negro'

Levante de 1910 queria fim do uso da chibata no castigo a marinheiros; outros membros também foram anistiados

BRASÍLIA - O governo concedeu anistia nesta quinta-feira, 24, ao principal líder da Revolta da Chibata, João Cândido Felisberto, o "Almirante Negro", 39 anos após sua morte. Além dele, outros 600 marinheiros do levante de 1910 receberam anistia. A Revolta da Chibata foi um levante de marinheiros no Rio que reivindicava o fim do uso da chibata como castigo para os oficiais da Marinha brasileira. O levante durou apenas seis dias e foi duramente reprimido.

A lei teve um artigo vetado: o que tornava automática a concessão de reparação aos descendentes dos militares da Marinha por parte do governo. O argumento foi financeiro: de acordo com a equipe econômica, o custo total das indenizações poderia passar de R$ 1 bilhão. Menos do que os R$ 2,4 bilhões que foram pagos em ressarcimentos por causa da ditadura militar, mas um gasto que a administração federal não estava disposta a assumir nesse momento.

O veto, no entanto, não impede os descendentes de entrarem na Justiça para pedir as compensações. Apenas retira a obrigação imediata, o que pode tornar o processo mais lento - e até mesmo impossível, em alguns casos, uma vez que os descendentes teriam de provar o parentesco com alguém que morreu há quase cem anos. O próprio Cândido tinha uma filha, que morreu recentemente. Estão vivos, no entanto, alguns netos.

A anistia constava de um decreto da época, mas nunca havia sido concedida. "É concedida anistia aos insurretos [rebeldes] de posse dos navios da Armada Nacional se os mesmos, dentro do prazo que lhes for marcado pelo governo, se submeterem às autoridades constituídas", diz o texto do Decreto Legislativo n.º 2.280, em 25 de novembro de 1910 - publicado três dias após o início da revolta. De acordo com a norma, a finalidade é "restaurar o que lhes foi assegurado pelo decreto".

Ao todo, 2 mil marinheiros participaram do levante na baía de Guanabara e ameaçaram bombardear a cidade, que era capital do Brasil, caso os castigos físicos não cessassem. No desfecho da revolta, o governo brasileiro se comprometeu a acabar com as punições físicas, mas, mesmo assim, os marinheiros foram detidos. No decorrer das tensões, seis deles foram mortos.

O líder político João Cândido morreu de câncer em 1969, aos 89 anos, no Hospital Getúlio Vargas, Rio de Janeiro. A idéia de conceder a anistia pós morte ao líder e aos demais revoltosos partiu do Senado e foi aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 13 de maio.

Texto ampliado às 20h15

(Com Lisandra Paraguassú, de O Estado de S. Paulo)


Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac211420,0.htm

Re: NOTICIAS

Enviado: Sex Jul 25, 2008 8:38 am
por Oziris
brisa escreveu:Pows, entao US$ 600 bi é troco :wink:
Não é bem assim. Só pra se ter uma idéia, os europeus já estudam um Plano Marshall invertido.
A coisa tá feia e vai ficar pior.

[]'s

Re: NOTICIAS

Enviado: Sex Jul 25, 2008 8:44 am
por Oziris
Wolfgang escreveu:
Túlio escreveu:Não adianta, Oziris, o pior cego é o que se recusa terminantente a ver o que lhe está diante do nariz. A bomba vai estourar a qualquer momento e vai ser BEM feio o negócio, o mundo inteiro vai feder a josta...

Entretanto, podemos postar miles de notícias e artigos a respeito, vai ser tudo no mesmo sentido, mesmo os mais conservadores admitem que a vaca está indo pro brejo...

Só que quem não quiser acreditar, que espere e veja. VAI VER!!!

Túlio, ainda que seja verdade (não excluo a possibilidade), o Brasil pagará bem caro por isso. Bastante mesmo. Mais criança narua, desempregados aos milhões, roubos, pobreza, etc...
Torcer para os EUA virar o jogo.
Torce, e torce muito.
Os EUA são á locomotiva econômica mundial, só temos a perder.

[]'s

Re: NOTICIAS

Enviado: Sex Jul 25, 2008 9:27 am
por P44
Oziris escreveu:
brisa escreveu:Pows, entao US$ 600 bi é troco :wink:
Não é bem assim. Só pra se ter uma idéia, os europeus já estudam um Plano Marshall invertido.
A coisa tá feia e vai ficar pior.

[]'s

Fuentes :?:

Re: NOTICIAS

Enviado: Sex Jul 25, 2008 12:36 pm
por Sniper
Oziris escreveu:
brisa escreveu:Pows, entao US$ 600 bi é troco :wink:
Não é bem assim. Só pra se ter uma idéia, os europeus já estudam um Plano Marshall invertido.
A coisa tá feia e vai ficar pior.

[]'s
Eu me divirto um bocado por aqui viu... HUAhauUHUAhua! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: [003] [003] [003]

Re: NOTICIAS

Enviado: Sex Jul 25, 2008 12:45 pm
por Túlio
Pois Sniper véio, meu cupincha, creio que vou me adevertir muito mais com esse assunto, logo, logo...

Re: NOTICIAS

Enviado: Dom Jul 27, 2008 12:58 pm
por Corsário01
Edu Lopes escreveu:Líder da revolta da Chibata recebe anistia 39 anos após morte

Imagem
João Cândido Felisberto, o 'Almirante Negro'

Levante de 1910 queria fim do uso da chibata no castigo a marinheiros; outros membros também foram anistiados

BRASÍLIA - O governo concedeu anistia nesta quinta-feira, 24, ao principal líder da Revolta da Chibata, João Cândido Felisberto, o "Almirante Negro", 39 anos após sua morte. Além dele, outros 600 marinheiros do levante de 1910 receberam anistia. A Revolta da Chibata foi um levante de marinheiros no Rio que reivindicava o fim do uso da chibata como castigo para os oficiais da Marinha brasileira. O levante durou apenas seis dias e foi duramente reprimido.

A lei teve um artigo vetado: o que tornava automática a concessão de reparação aos descendentes dos militares da Marinha por parte do governo. O argumento foi financeiro: de acordo com a equipe econômica, o custo total das indenizações poderia passar de R$ 1 bilhão. Menos do que os R$ 2,4 bilhões que foram pagos em ressarcimentos por causa da ditadura militar, mas um gasto que a administração federal não estava disposta a assumir nesse momento.

O veto, no entanto, não impede os descendentes de entrarem na Justiça para pedir as compensações. Apenas retira a obrigação imediata, o que pode tornar o processo mais lento - e até mesmo impossível, em alguns casos, uma vez que os descendentes teriam de provar o parentesco com alguém que morreu há quase cem anos. O próprio Cândido tinha uma filha, que morreu recentemente. Estão vivos, no entanto, alguns netos.

A anistia constava de um decreto da época, mas nunca havia sido concedida. "É concedida anistia aos insurretos [rebeldes] de posse dos navios da Armada Nacional se os mesmos, dentro do prazo que lhes for marcado pelo governo, se submeterem às autoridades constituídas", diz o texto do Decreto Legislativo n.º 2.280, em 25 de novembro de 1910 - publicado três dias após o início da revolta. De acordo com a norma, a finalidade é "restaurar o que lhes foi assegurado pelo decreto".

Ao todo, 2 mil marinheiros participaram do levante na baía de Guanabara e ameaçaram bombardear a cidade, que era capital do Brasil, caso os castigos físicos não cessassem. No desfecho da revolta, o governo brasileiro se comprometeu a acabar com as punições físicas, mas, mesmo assim, os marinheiros foram detidos. No decorrer das tensões, seis deles foram mortos.

O líder político João Cândido morreu de câncer em 1969, aos 89 anos, no Hospital Getúlio Vargas, Rio de Janeiro. A idéia de conceder a anistia pós morte ao líder e aos demais revoltosos partiu do Senado e foi aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 13 de maio.

Texto ampliado às 20h15

(Com Lisandra Paraguassú, de O Estado de S. Paulo)


Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac211420,0.htm

Parece que existe o outro lado desta história. E agora?

Vice-almirante dá sua versão sobre a Revolta da Chibata
Diretor de Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha contesta artigo sobre João Cândido

Armando de Senna Bittencourt*

A Revista de História da Biblioteca Nacional publicou, em seu número de maio de 2008 (ano 3, nº. 32), um artigo, “Salve o Almirante Negro!”, com o subtítulo: “Marinha libera documentação sobre João Cândido, só falta anistiá-lo”. Devo esclarecer que durante os quatro anos e cinco meses em que exerço o cargo de Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha, nunca impedi o acesso aos documentos disponíveis no Arquivo da Marinha. Simplesmente não houve consulta sobre o assunto, em certos tipos de documentos, por pessoa devidamente autorizada pela família, como determina a lei, para preservar a privacidade.

Esse artigo também inclui diversas conclusões que, em minha opinião, não se basearam em uma análise isenta dos fatos. O motim dos marinheiros de 1910, que é mais conhecido como a “Revolta da Chibata”, foi, para a Marinha e para o País, um acontecimento deplorável. Foi um motim planejado e premeditado, que causou mortes e sofrimento a pessoas que não eram criminosas, principalmente no Encouraçado Minas Gerais – onde o líder era o Marinheiro João Candido –, que foi o único dos navios em que o líder escolhido pelos revoltosos perdeu completamente o controle da situação a bordo.

No Minas Gerais, no momento da eclosão do motim, o futuro Almirante Álvaro Alberto – que mais tarde tanto fez como cientista para o Brasil, principalmente na área de energia nuclear –, então tenente e o oficial de serviço desse navio, foi atacado por um marinheiro armado, covardemente pelas costas, e bastante ferido. O Comandante do navio foi massacrado e seu corpo, em seguida, desrespeitado, inclusive tendo um dos marinheiros urinado sobre o cadáver. Os revoltosos mataram, também, alguns de seus companheiros, marinheiros e sargento; fato em geral omitido por muitos. Alguns deles apenas queriam fugir da barbárie que se instalara a bordo do Minas Gerais, em uma embarcação.

Nos relatos favoráveis à Revolta ocorrem, em geral, graves distorções dos fatos, ofensivas às vítimas e suas famílias, como a de dar a impressão de que se tratou de uma reação imediata, justa e apaixonada. No caso, à aplicação da pena de chibata a um marinheiro que havia ferido com navalhadas um companheiro que, anteriormente, quando estava de serviço, o havia apanhado trazendo bebida alcoólica para bordo do Minas Gerais. A Marinha, lamentavelmente, havia se acomodado a esse tipo ultrapassado de punição, quando deveria ter processado, por crime militar, e possivelmente expulsado esse marinheiro. A revolta foi premeditada e aguardava uma oportunidade favorável para eclodir.

O âmago do problema foi o não acompanhamento do progresso tecnológico e social das décadas finais do século XIX e inicial do século XX, pela Marinha. As pessoas, em sua maioria, não estavam preparadas para as mudanças que ocorreram nesse período. De navios mistos com propulsão a vela e a vapor, em que se navegava principalmente ao sabor do vento, passara-se para navios de guerra semelhantes aos do início da Segunda Guerra Mundial, os encouraçados do tipo “Dreadnought”. Esses navios precisavam de muitos técnicos a bordo: telegrafistas, eletricistas, mecânicos, entre outros. O perfil desses novos marinheiros deveria ser muito diferente do das pessoas que o processo de recrutamento de então obtinha, que era bom para navios veleiros, em que bastava ser forte e corajoso para enfrentar as agruras da vida no mar e das manobras com as velas, no alto dos mastros, algumas vezes durante tempestades. A brutalidade do ambiente a bordo dos grandes veleiros não era adequada para esses técnicos. A chibata que era mantida, de forma equivocada, como tradição do passado, para manter a ordem nesse ambiente de brutos e até tolerada por muitos deles, que às vezes se tratavam com igual rigor, era inaceitável para os técnicos. Muitos oficiais eram contra a chibata, mas tinham seus argumentos vencidos pelos que não viam outra forma de manter a disciplina, diante do que ocorria a bordo dos navios. A Marinha custou a perceber que não podia mais aceitar recrutas com o perfil que era adequado para os tempos que haviam ficado para trás. Havia, inclusive, o habito de receber malfeitores enviados pela polícia e algumas famílias até alistavam na Marinha os filhos que julgavam incorrigíveis.

Foram os técnicos que sentiram a necessidade de rejeitar a chibata, mas, como eram novos, foram buscar líderes para o motim na “velha guarda”. A revolta foi planejada, principalmente, em reuniões que fizeram fora dos navios. Tudo indica que o principal líder foi o Marinheiro Francisco Dias Martins, do Cruzador Bahia. Foi o Bahia que içou primeiro o sinal da revolta, na noite de 22 de novembro de 1910, dando início a ela. Foi, provavelmente, dele a autoria da carta anônima assinada como “Mão Negra”, anterior aos acontecimentos de novembro de 1910, e é possível que a carta anônima de 1949 também seja dele. Nesta carta, seu nome é exaltado como o líder e é evidente a inveja do autor com relação à fama que João Cândido obtivera da imprensa.

A importância de João Cândido na revolta se limitou aos poucos dias em que lhe coube negociar a anistia. Nesse período, a imprensa lhe imputou a liderança global da revolta. Não foi dele o sinal que deu início ao motim; ele não manteve o controle da situação a bordo durante a barbárie da noite de 22 de novembro; e, depois do regresso dos oficiais para o navio, perdeu a liderança para alguns radicais que foram chamados de “faixas preta”. Ele passou a cooperar com os oficiais, pediu para que desembarcassem “faixas preta” e solicitou permissão para atirar no quartel da Ilha das Cobras quando ele se revoltou, na segunda revolta, de dezembro. Esse segundo motim parece que nada teve a ver com o primeiro e, até hoje, desconhece-se sua motivação, além de pura desordem. Sem motivos evidentes, no entanto, as autoridades aproveitaram a segunda revolta para prender os envolvidos na primeira, apesar de anistiados, e imputar-lhes novas acusações referentes ao período posterior à anistia. O Conselho de Guerra, instalado em de 25 de junho de 1912, porém, os absolveu.

Os inquéritos abertos após a revolta de dezembro, a segunda, permitem que os historiadores tenham mais documentação disponível para suas pesquisas. Na de novembro, a primeira, devido à rápida anistia que foi concedida aos revoltosos, não houve inquéritos, o que exige pesquisar em Livros de Quarto e relatos.

O episódio da morte dos presos na prisão da Ilha das Cobras é horrível. A cela é suficientemente grande – existe ainda hoje –, mas era pessimamente ventilada. A limpeza com cal virgem, que era costume na época, provavelmente não tinha a intenção de matar os prisioneiros. João Candido foi um dos dois sobreviventes.

Não consta dos arquivos da Marinha que ele foi condenado por algum crime. Foi excluído do Serviço da Armada, “por ser inconveniente à disciplina, de acordo com o Decreto nº. 8.400 de 23 de novembro de 1910”. A perseguição que sofreu posteriormente, não obtendo permissão para exercer tarefas para as quais estava habilitado, foi, no entanto, desnecessária. Existe, no entanto, uma diferença entre reconhecer um erro e aceitar um heroísmo infundado.

* Armando de Senna Bittencourt é Vice-Almirante (EM-RM1), diretor da Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha.

Re: NOTICIAS

Enviado: Dom Jul 27, 2008 4:06 pm
por elraffis
P44 escreveu:quem, o velho senil? :mrgreen:

aqui vos deixo o prognostico do futuro próximo, o General Túlio e suas tropas erguem as bandeiras vitoriosas...
Imagem

Cara essa foto me deu um acesso de riso, olha tche fazia tempo que eu não ria tanto assim
na frente do computador, a minha mãe disse que pensou que eu tinha enlouquecido.

Re: NOTICIAS

Enviado: Dom Jul 27, 2008 4:44 pm
por brisa
Afinal os senhores acham que a MB vai ter um navio batizado com o nome do Joao Candido ou nao?

Re: NOTICIAS

Enviado: Dom Jul 27, 2008 10:23 pm
por Paisano
Não :!: :!: :!:

Re: NOTICIAS

Enviado: Dom Jul 27, 2008 10:30 pm
por Corsário01
tb acho que não rolará!

Re: NOTICIAS

Enviado: Dom Jul 27, 2008 10:42 pm
por WalterGaudério
brisa escreveu:Afinal os senhores acham que a MB vai ter um navio batizado com o nome do Joao Candido ou nao?
João Cândido liderou um motim no qual houve assassinatos frios, jutiçamentos e outros atos inomináveis de barbárie. Isso tenha certeza será levado ao conhecimento de qq autoridade que tentar fazer tal loucura.

OBS: O Ulisses Guimarães tentou fazer isso com um rebocador apreendido pela marinha em 1989 traficando drogas. Mas foi dissuadido.

Re: NOTICIAS

Enviado: Seg Jul 28, 2008 12:04 am
por brisa
Calma gente.... foi apenas uma pergunnnnnntaaaaa :mrgreen:

Acho um belo nome :mrgreen: JOAO....agora o Candido..deixo com vcs navais.....

Re: NOTICIAS

Enviado: Seg Jul 28, 2008 12:08 am
por brisa
SNA JOAO......... chiquísimo........ bem brasileiro.
Sugestao....Antonio, pedro, paulo, jose..... [000]

Re: NOTICIAS

Enviado: Seg Jul 28, 2008 8:44 am
por cvn73
Edu Lopes escreveu:Líder da revolta da Chibata recebe anistia 39 anos após morte

Imagem
João Cândido Felisberto, o 'Almirante Negro'

Levante de 1910 queria fim do uso da chibata no castigo a marinheiros; outros membros também foram anistiados

BRASÍLIA - O governo concedeu anistia nesta quinta-feira, 24, ao principal líder da Revolta da Chibata, João Cândido Felisberto, o "Almirante Negro", 39 anos após sua morte. Além dele, outros 600 marinheiros do levante de 1910 receberam anistia. A Revolta da Chibata foi um levante de marinheiros no Rio que reivindicava o fim do uso da chibata como castigo para os oficiais da Marinha brasileira. O levante durou apenas seis dias e foi duramente reprimido.

A lei teve um artigo vetado: o que tornava automática a concessão de reparação aos descendentes dos militares da Marinha por parte do governo. O argumento foi financeiro: de acordo com a equipe econômica, o custo total das indenizações poderia passar de R$ 1 bilhão. Menos do que os R$ 2,4 bilhões que foram pagos em ressarcimentos por causa da ditadura militar, mas um gasto que a administração federal não estava disposta a assumir nesse momento.

O veto, no entanto, não impede os descendentes de entrarem na Justiça para pedir as compensações. Apenas retira a obrigação imediata, o que pode tornar o processo mais lento - e até mesmo impossível, em alguns casos, uma vez que os descendentes teriam de provar o parentesco com alguém que morreu há quase cem anos. O próprio Cândido tinha uma filha, que morreu recentemente. Estão vivos, no entanto, alguns netos.

A anistia constava de um decreto da época, mas nunca havia sido concedida. "É concedida anistia aos insurretos [rebeldes] de posse dos navios da Armada Nacional se os mesmos, dentro do prazo que lhes for marcado pelo governo, se submeterem às autoridades constituídas", diz o texto do Decreto Legislativo n.º 2.280, em 25 de novembro de 1910 - publicado três dias após o início da revolta. De acordo com a norma, a finalidade é "restaurar o que lhes foi assegurado pelo decreto".

Ao todo, 2 mil marinheiros participaram do levante na baía de Guanabara e ameaçaram bombardear a cidade, que era capital do Brasil, caso os castigos físicos não cessassem. No desfecho da revolta, o governo brasileiro se comprometeu a acabar com as punições físicas, mas, mesmo assim, os marinheiros foram detidos. No decorrer das tensões, seis deles foram mortos.

O líder político João Cândido morreu de câncer em 1969, aos 89 anos, no Hospital Getúlio Vargas, Rio de Janeiro. A idéia de conceder a anistia pós morte ao líder e aos demais revoltosos partiu do Senado e foi aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 13 de maio.

Texto ampliado às 20h15

(Com Lisandra Paraguassú, de O Estado de S. Paulo)


Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac211420,0.htm

Isso é bem Brasil, glorificar revoltosos.

Que pena!!