Fórum Defesa Brasil

soultrain escreveu:Bom,

Está na altura de perguntar:

Vocês acham que o "acordo estratégico" com a França será só para hardware militar?

Olá Soultrain,

não arrisco nada neste sentido, assim como não afirmo que o Rafale já venceu o FX-2, estou muito escaldado para afirmar tal coisa, mesmo que tudo possa sugerir o contrário.

Mas pense assim, suponha por absurdo que o Rafale vença, suponha que o EB adote o modelo francês de soldado do futuro, agregue os subs, hélis e quiçá escoltas, além de outras cositas más. Veja o papel da França no cenário internacional com tal acordo estratégico, veja o papel do Brasil como "aliado" deste país, veja a projeção de poder de ambos, o tamanho do impacto. Não tem como negar que um hipotético cenário idealizado de tal forma não vá incomodar muita gente grande, que alguns "menores" não se sentirão mais diminuídos ainda, e por aí vai...

Suponho que tal acordo estratégico extrapole o hardware, estou convencido que dirão com todas as letras que não, que tudo não passou de acordos comerciais entre países com interesses comuns e com longa tradição comercial e diplomática. Só o tempo para mostrar o que vai acontecer, só o tempo para demonstrar se o exercício de abstração é de fato real ou surreal.


Grande abraço,

Orestes

soultrain escreveu:Bom,

Está na altura de perguntar:

Vocês acham que o "acordo estratégico" com a França será só para hardware militar?

Um lida no Livro Branco da política de defesa francesa deixa claro as prioridades estratégicas deles. As Guianas (lançamento de foguetes) e o Caribe (ex-colônias) representam as reduzidas prioridades francesas nas Américas. A França aumentou significativamente seu foco na OTAN e nas linhas de abastecimento de suas fontes de suprimento energético (Oriente Médio e África).

Já na aérea de negócios, as possibilidades são mais promissoras. O Brasil só deve ter cuidado pois irá aumentar significativamente o atual déficit nas relações comerciais com a França.

[]s

Santiago escreveu:

soultrain escreveu:Bom,

Está na altura de perguntar:

Vocês acham que o "acordo estratégico" com a França será só para hardware militar?

Um lida no Livro Branco da política de defesa francesa deixa claro as prioridades estratégicas deles. As Guianas (lançamento de foguetes) e o Caribe (ex-colônias) representam as reduzidas prioridades francesas nas Américas. A França aumentou significativamente seu foco na OTAN.

Já na aérea de negócios, as possibilidades são mais promissoras. O Brasil só deve ter cuidado pois irá aumentar significativamente o atual déficit nas relações comerciais com a França.

[]s

Jacques, há um escorregão tosco em sua última frase, se me permite dizer assim. Como dizer que o deficit (nosso) irá aumentar significativamente nas relações comerciais com a França se esquecendo dos off sets comerciais exigidos nas compras militares??? O papel do off set é justamente esse, impedir "deslocamento" nos pratos da balança.

Eu não estou a pensar nisso, isso é o que se vê à superficie, é preciso agitar um pouco a água, para deixar de ser espelho.

O Brasil já é hoje um dos maiores parceiros da UE (parte desse sucesso deve-se a um pequeno país à beira mar plantado), hoje existem inúmeros programas tecnológicos muito interessantes em desenvolvimento, alguns dos quais já com participação Brasileira.

Pensem em energia, motores aeronáuticos, pense em industria automóvel, ambiente, agricultura sustentável etc etc, mas pense nisto tudo com as palavra "do futuro" atrás. Em muitos campos o Brasil tem desenvolvimentos incriveis, existe uma grande complementariedade.

Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver

[[]]'s

Para o Prick: Carla Bruni de maiô:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/ ... 084599.asp

orestespf escreveu:

Santiago escreveu:
Um lida no Livro Branco da política de defesa francesa deixa claro as prioridades estratégicas deles. As Guianas (lançamento de foguetes) e o Caribe (ex-colônias) representam as reduzidas prioridades francesas nas Américas. A França aumentou significativamente seu foco na OTAN.

Já na aérea de negócios, as possibilidades são mais promissoras. O Brasil só deve ter cuidado pois irá aumentar significativamente o atual déficit nas relações comerciais com a França.

[]s

Jacques, há um escorregão tosco em sua última frase, se me permite dizer assim. Como dizer que o deficit (nosso) irá aumentar significativamente nas relações comerciais com a França se esquecendo dos off sets comerciais exigidos nas compras militares??? O papel do off set é justamente esse, impedir "deslocamento" nos pratos da balança.

Deficit nas relações comerciais!
Como serão os off sets comerciais? 100% do valor contratado?

Mas isso não é relevante. O que importa para o Brasil é o resultado global de suas contas externas.

Há muitas possibilidades de negócios se abrindo para os franceses dentro e fora da esfera militar, impulsionada pelos acordos estratégicos: estaleiros, TGV Rio São Paulo, satélites, programa soldado do futuro do EB, etc, etc, etc.

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soultrain escreveu:Eu não estou a pensar nisso, isso é o que se vê à superficie, é preciso agitar um pouco a água, para deixar de ser espelho.

O Brasil já é hoje um dos maiores parceiros da UE (parte desse sucesso deve-se a um pequeno país à beira mar plantado), hoje existem inúmeros programas tecnológicos muito interessantes em desenvolvimento, alguns dos quais já com participação Brasileira.

Pensem em energia, motores aeronáuticos, pense em industria automóvel, ambiente, agricultura sustentável etc etc, mas pense nisto tudo com as palavra "do futuro" atrás. Em muitos campos o Brasil tem desenvolvimentos incriveis, existe uma grande complementariedade.

Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver

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Concordo 100%!

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soultrain escreveu: Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver

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Aí você me deixou preocupado, pois não é esta nossa tradição.

Este tipo de mão de obra é importante em economias que pretendem possuir uma indústria com competência em inovação, e não parece ser o caso olhando daqui (e olha que eu trabalho exatamente nesta área). Muito mais fácil multiplicarmos a quantidade de advogados, sociólogos, historiadores, etc... . Não esqueça, somos o país que colocou em risco a expansão de uma base espacial privilegiada para dar terras à descendentes de escravos fugidos que vivem da agricultura de subsistência... . Este é muito mais o nosso perfil.


Leandro G. Card

soultrain escreveu:Eu não estou a pensar nisso, isso é o que se vê à superficie, é preciso agitar um pouco a água, para deixar de ser espelho.

O Brasil já é hoje um dos maiores parceiros da UE (parte desse sucesso deve-se a um pequeno país à beira mar plantado), hoje existem inúmeros programas tecnológicos muito interessantes em desenvolvimento, alguns dos quais já com participação Brasileira.

Pensem em energia, motores aeronáuticos, pense em industria automóvel, ambiente, agricultura sustentável etc etc, mas pense nisto tudo com as palavra "do futuro" atrás. Em muitos campos o Brasil tem desenvolvimentos incriveis, existe uma grande complementariedade.

Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver
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Como profissional da área de educação posso lhe afirmar que aqui e ali dentro do governo, enquanto politica de Estado a educação ainda não parece ter saido da planilhas dos discursos dos politicos do tipo "a educação é a nossa salvação"

o país sabe, a sociedade sabe, a industria, o comercio, as instituições, as ong's ... enfim todo mundo sabe que para esse país dar certo, temos que fazer nosso dever de casa no que se refere a educação.

ponto: como é que podemos fazer isso com politicas de governo para a educação superior do tipo "cotas raciais" a fim de "resgatar dividas históricas..." e o ensino fundamental fud...?

ponto dois: formar os profissionais por você citados, leva algumas gerações, investimentos continuos e em massa, e principalmente politicas de Estado para a educação superor. nós temos isso?

ponto três: se meus alunos(as) continuarem a vir para a universidade prioritariamente, mais por uma questão de sobrevivencia social ($$) e entenderem sua educação como obrigação e não como uma opção pensada, abalizada para a sua realização social, com uma percepção critica da mais valia de sua cidadania, que podemos esperar desses profissionais?

por último: que adianta universidades maravilhosas, se nossos alunos do ensino básico continuam levando ferro nos exames internacionais em disciplinas basicas do conhecimento... ?

perdoe o off topic, mas não podia deixar passar essa oportunidade.

abraços

soultrain escreveu:Eu não estou a pensar nisso, isso é o que se vê à superficie, é preciso agitar um pouco a água, para deixar de ser espelho.

O Brasil já é hoje um dos maiores parceiros da UE (parte desse sucesso deve-se a um pequeno país à beira mar plantado), hoje existem inúmeros programas tecnológicos muito interessantes em desenvolvimento, alguns dos quais já com participação Brasileira.

Pensem em energia, motores aeronáuticos, pense em industria automóvel, ambiente, agricultura sustentável etc etc, mas pense nisto tudo com as palavra "do futuro" atrás. Em muitos campos o Brasil tem desenvolvimentos incriveis, existe uma grande complementariedade.

Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver

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Compreendo-o perfeitamente, Soultrain, mas não tenho esta visão romantizada (nada pejorativo, ok?) sobre tais coisas. Por exemplo, as universidades brasileiras formam muito mais do que se imagina, o mercado específico não absorve o profissional, mas diz que faltam especialistas, porém os tais acabam se empregando em outros setores distintos de suas habilitações. A leitura é dura, mas o fato é que não faltam diplomados, faltam profissionais competentes, mas isto é outra estória...

E para as áreas que você citou, inclusive outras não citadas, claro, não é necessário um número enorme de especialistas de fato, o projeto se restringe a uma minoria, o resto é "chefe de obra", se é que me entende. Estes conhecimentos, já temos, algumas boas universidades brasileiras desenvolve tais projetos in locu, mas não interessa a quem deveria, e não se trata de projetos acadêmicos, são concretos e prontos para uso no mundo real.

A coisa está em mãos, só falta a "mobilização", palavra que poucos dizem e que muito menos a praticam.


Abração,

Orestes

Marino escreveu:Para o Prick: Carla Bruni de maiô:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/ ... 084599.asp

Temos que aproveitar logo e fechar todos os acordos enquanto o Sarkozy está vivo, a muié vai matar ele, logo, logo.

[]´s

LeandroGCard escreveu:

soultrain escreveu: Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver

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Aí você me deixou preocupado, pois não é esta nossa tradição.

Este tipo de mão de obra é importante em economias que pretendem possuir uma indústria com competência em inovação, e não parece ser o caso olhando daqui (e olha que eu trabalho exatamente nesta área). Muito mais fácil multiplicarmos a quantidade de advogados, sociólogos, historiadores, etc... . Não esqueça, somos o país que colocou em risco a expansão de uma base espacial privilegiada para dar terras à descendentes de escravos fugidos que vivem da agricultura de subsistência... . Este é muito mais o nosso perfil.


Leandro G. Card

Concordo 100%, Leandro!!!

FCarvalho escreveu:

soultrain escreveu:Eu não estou a pensar nisso, isso é o que se vê à superficie, é preciso agitar um pouco a água, para deixar de ser espelho.

O Brasil já é hoje um dos maiores parceiros da UE (parte desse sucesso deve-se a um pequeno país à beira mar plantado), hoje existem inúmeros programas tecnológicos muito interessantes em desenvolvimento, alguns dos quais já com participação Brasileira.

Pensem em energia, motores aeronáuticos, pense em industria automóvel, ambiente, agricultura sustentável etc etc, mas pense nisto tudo com as palavra "do futuro" atrás. Em muitos campos o Brasil tem desenvolvimentos incriveis, existe uma grande complementariedade.

Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver
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Como profissional da área de educação posso lhe afirmar que aqui e ali dentro do governo, enquanto politica de Estado a educação ainda não parece ter saido da planilhas dos discursos dos politicos do tipo "a educação é a nossa salvação"

o país sabe, a sociedade sabe, a industria, o comercio, as instituições, as ong's ... enfim todo mundo sabe que para esse país dar certo, temos que fazer nosso dever de casa no que se refere a educação.

ponto: como é que podemos fazer isso com politicas de governo para a educação superior do tipo "cotas raciais" a fim de "resgatar dividas históricas..." e o ensino fundamental fud...?

ponto dois: formar os profissionais por você citados, leva algumas gerações, investimentos continuos e em massa, e principalmente politicas de Estado para a educação superor. nós temos isso?

ponto três: se meus alunos(as) continuarem a vir para a universidade prioritariamente, mais por uma questão de sobrevivencia social ($$) e entenderem sua educação como obrigação e não como uma opção pensada, abalizada para a sua realização social, com uma percepção critica da mais valia de sua cidadania, que podemos esperar desses profissionais?

por último: que adianta universidades maravilhosas, se nossos alunos do ensino básico continuam levando ferro nos exames internacionais em disciplinas basicas do conhecimento... ?

perdoe o off topic, mas não podia deixar passar essa oportunidade.

abraços

FCarvalho, vou pegar carona em seu post e já me desculpando pelo off topic também (não irei adiante para não poluir mais o tópico), lhe conto que entramos (minha universidade) no programa Reuni, onde este ano entrou 500 aluno (se não me falha a memória) onde, até ano passado, entravam 225. Este número de vagas (500) irá aumentar gradativamente até chegar a 1000 (por ano!!). Mas veja bem, destes 500 alunos que entraram este ano, apenas 25% aproximadamente foram aprovados em todas as disciplinas, o restante tem no mínimo duas disciplinas reprovadas. A saída não está na expansão indiscriminada das vagas de acesso às universidades públicas, visto que os que entram não possuem a mínima condição de levar sua escolha (curso) adiante.

Tais medidas de cima pra baixo (do Governo) não passa de paliativos para melhorar os índices internacionais, mas se esquecendo que tais números deveriam estar acompanhados de qualidade, daí a "rejeição" das empresas em contratar certos profissionais e ao mesmo tempo dizer que faltam especialistas "formados". Não faltam profissionais formados em boas universidades, o que falta é um profissional com o perfil que as empresas desejam. As empresas buscam técnicos e com grande capacidade de aprender novas idéias, mas o modelo atual das universidades ainda é aquele de formar "elaboradores de perguntas inteligentes" e não "daqueles que apresentam pronta respostas à perguntas diretas e até simples", mas discutir isso aqui é dar margem para um novo tópico, lá nas Gerais.

Abração,

Orestes

soultrain escreveu:(...)
Eu julgo que o maior desafio do Brasil nos próximos anos é um em que pouca gente pensa: Desenvolver quadros, engenheiros, técnicos, operários especializados em quantidades gigantescas. As Universidades Brasileiras, centros de formação etc , já deviam estar a ferver

[[]]'s

Sim... já estamos planejando isto... vamos tacar fogo nos pés dos reitores, ministro e secretários de educação e esperar pra ver ferver os cérebros deles!!!

Mas voltando ao tópico: ainda estou torcendo pro Gripen NG. Sei que já perdeu , mas sou BRASILEIRO e não desisto nunca!

Vamos (tentar ir) em frente...

[]'s a todos.

Delta 22
Parabéns pelo novo Avatar.
A política externa brasileira me envergonha mais que nosso Senado.
Abraços,