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Enviado: Seg Jun 18, 2007 8:21 am
por Guerra
Luís Henrique escreveu:São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

JOSÉ SARNEY

O cerco ao Brasil
O BRASIL sofre na América do Sul uma onda de hostilidade cujas motivações são absolutamente demagógicas e populistas. Nossa conduta com nossos vizinhos sempre foi exemplar. Esse quadro exige de nossa diplomacia um trabalho equilibrado e competente, que ela tem exercido bem, com o aprendizado da arte de engolir sapos.
Criou-se a visão de um Brasil movido apenas por interesses expansionistas, sem nenhum verdadeiro espírito de cooperação e com uma exacerbada gulodice. Isso contrasta com nossa posição de nunca querermos ser hegemônicos, mas, evidentemente, não importa em vestir a camisa de fraco. O futuro não nos perdoaria.
Na última eleição argentina, o grande chamariz era bater no Brasil, condenar o Mercosul -que só estava acabando com o país. Os presidentes dos dois países não deixaram que isso contaminasse nossas relações.
Na Bolívia, o Brasil está no banco dos réus com a fácil descoberta de um inimigo para desviar a discussão dos verdadeiros problemas internos. Evitar a invasão brasileira é a bandeira.
No Paraguai, a latente questão de Itaipu está no centro das discussões da sucessão. O Brasil é o vilão.
O bispo Fernando Lugo, o mais forte candidato nas pesquisas, tem na oposição ao Tratado de Itaipu a bandeira máxima. E a demagogia se encarrega de fazer prosperar essa posição, logo seguida pelos outros contendores.
No Equador, coloca-se a acusação de um Brasil invasor da Amazônia equatoriana, tomando ilegalmente seus campos de petróleo. E, em seguida, prega-se o cancelamento das concessões à Petrobras dos blocos 18 e 31 e do campo Palo Azul.
Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez tomou a decisão de fazer do país uma potência militar, com a compra de nove submarinos, oito corvetas, 24 caças Sukhoi-30, 35 helicópteros de combate, um sistema de mísseis Tor-M1, cem mil fuzis Kalashnikov e uma fábrica deles. O projeto é investir US$ 60 bilhões em armas nos próximos dez anos.
Só o carisma e o prestígio, a habilidade e a visão do presidente Lula têm evitado confrontos.
Sua política de cooperação é certa. É da tradição brasileira, e é melhor assim. O que não podemos é deixar o avanço do anti-brasileirismo como moda continental.
Nossa diplomacia tem sido competente em não aceitar luvas, mas esse cerco ao nosso país tem de ser revertido.


Esse ai (Jose Sarney) é outro que se o Brasil fosse atacado hoje, ele deveria ser responsabilizado.

Enviado: Seg Jun 18, 2007 8:24 am
por Guerra
cicloneprojekt escreveu:
Kratos escreveu:
orestespf escreveu:Estou falando a algum tempo que a Venezuela não vai parar suas compras. Disse também que tem muito mais do que o "anunciado" até agora. A pretenção de gastar 60 bi de dólares eu já havia comentado também. Agora o Sarney resolveu abrir o bico e quando isto acontece é porque tem muito mais por trás, só que não dá pra falar. E olha que ele passou um "aperto" com os argentinos quando foi presidente.

Não vou me alongar, só lembrar que enquanto a Venezuela tem pretenção de gastar cerca de 60 bi, o Brasil tem em seus planos algo em torno de 30 bi no mesmo período.

Não acredito que o Chávez consiga atingir esta marca em 10 anos, mas tenho minhas preocupações quando o as FFAA brasileiras começarem a anunciar suas primeiras aquisições.


Sds,

Orestes


O pior disso tudo é ele ter chegado perto de gastar essa cifra, mas no processo a economia da Venezuela foi pra PQP.
Aí você tem na equação um uma espécie de Hitler comunista, um país com a maioria da população miserável, um movimento estudantil numeroso que é pró-democracia (futura oposição barulhenta), uma milícia de 1 milhão de ignorantes, uma economia ferrada. Resultado, ou guerra-civil, ou guerra de conquista (pra tirar os focos dos problemas internos).
Seria um cara muito bem armado, completamente louco da cabeça e com poucas capacidades de manter uma guerra. Ou seja "A soma de todos os medos -- Versão sul-americana".


O Sgt Guerra, o Naval, o Piffer, podem falar melhor do que eu. mas otreinamentode guerra na selvavenezuelano era considerado extremamente deficiente na década de 90.

sds

Walter


Fraquissimo. Já aconteceu de militares venezuelanos se perderem na selva e eles pedirem guias brasileiros para ajudar nas buscas.

Enviado: Seg Jun 18, 2007 11:01 am
por WalterGaudério
SGT GUERRA escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Kratos escreveu:
orestespf escreveu:Estou falando a algum tempo que a Venezuela não vai parar suas compras. Orestes


OSeria um cara muito bem armado, completamente louco da cabeça e com poucas capacidades de manter uma guerra. Ou seja "A soma de todos os medos -- Versão sul-americana".


O Sgt Guerra, o Naval, o Piffer, podem falar melhor do que eu. mas otreinamentode guerra na selvavenezuelano era considerado extremamente deficiente na década de 90.

sds

Walter


Fraquissimo. Já aconteceu de militares venezuelanos se perderem na selva e eles pedirem guias brasileiros para ajudar nas buscas.



:shock: :shock: :shock: :? :wink:

Então seria a materialização da lendária patrulha perdida... :lol: :lol: :lol: :lol: :D :? :?

E esse pessoal ainda quer partir para os sopapos com as forças Colômbianas, que já tem uns 40 anos de experiência...(...)

sds

Walter

Enviado: Seg Jun 18, 2007 11:06 am
por Paisano
SGT GUERRA escreveu:
Luís Henrique escreveu:São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

JOSÉ SARNEY

O cerco ao Brasil
O BRASIL sofre na América do Sul uma onda de hostilidade cujas motivações são absolutamente demagógicas e populistas. Nossa conduta com nossos vizinhos sempre foi exemplar. Esse quadro exige de nossa diplomacia um trabalho equilibrado e competente, que ela tem exercido bem, com o aprendizado da arte de engolir sapos.
Criou-se a visão de um Brasil movido apenas por interesses expansionistas, sem nenhum verdadeiro espírito de cooperação e com uma exacerbada gulodice. Isso contrasta com nossa posição de nunca querermos ser hegemônicos, mas, evidentemente, não importa em vestir a camisa de fraco. O futuro não nos perdoaria.
Na última eleição argentina, o grande chamariz era bater no Brasil, condenar o Mercosul -que só estava acabando com o país. Os presidentes dos dois países não deixaram que isso contaminasse nossas relações.
Na Bolívia, o Brasil está no banco dos réus com a fácil descoberta de um inimigo para desviar a discussão dos verdadeiros problemas internos. Evitar a invasão brasileira é a bandeira.
No Paraguai, a latente questão de Itaipu está no centro das discussões da sucessão. O Brasil é o vilão.
O bispo Fernando Lugo, o mais forte candidato nas pesquisas, tem na oposição ao Tratado de Itaipu a bandeira máxima. E a demagogia se encarrega de fazer prosperar essa posição, logo seguida pelos outros contendores.
No Equador, coloca-se a acusação de um Brasil invasor da Amazônia equatoriana, tomando ilegalmente seus campos de petróleo. E, em seguida, prega-se o cancelamento das concessões à Petrobras dos blocos 18 e 31 e do campo Palo Azul.
Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez tomou a decisão de fazer do país uma potência militar, com a compra de nove submarinos, oito corvetas, 24 caças Sukhoi-30, 35 helicópteros de combate, um sistema de mísseis Tor-M1, cem mil fuzis Kalashnikov e uma fábrica deles. O projeto é investir US$ 60 bilhões em armas nos próximos dez anos.
Só o carisma e o prestígio, a habilidade e a visão do presidente Lula têm evitado confrontos.
Sua política de cooperação é certa. É da tradição brasileira, e é melhor assim. O que não podemos é deixar o avanço do anti-brasileirismo como moda continental.
Nossa diplomacia tem sido competente em não aceitar luvas, mas esse cerco ao nosso país tem de ser revertido.


Esse ai (Jose Sarney) é outro que se o Brasil fosse atacado hoje, ele deveria ser responsabilizado.


Apoiado 100%. :evil:

Enviado: Seg Jun 18, 2007 11:30 am
por Plinio Jr
cicloneprojekt escreveu:
SGT GUERRA escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Kratos escreveu:
orestespf escreveu:Estou falando a algum tempo que a Venezuela não vai parar suas compras. Orestes


OSeria um cara muito bem armado, completamente louco da cabeça e com poucas capacidades de manter uma guerra. Ou seja "A soma de todos os medos -- Versão sul-americana".


O Sgt Guerra, o Naval, o Piffer, podem falar melhor do que eu. mas otreinamentode guerra na selvavenezuelano era considerado extremamente deficiente na década de 90.

sds

Walter


Fraquissimo. Já aconteceu de militares venezuelanos se perderem na selva e eles pedirem guias brasileiros para ajudar nas buscas.



:shock: :shock: :shock: :? :wink:

Então seria a materialização da lendária patrulha perdida... :lol: :lol: :lol: :lol: :D :? :?

E esse pessoal ainda quer partir para os sopapos com as forças Colômbianas, que já tem uns 40 anos de experiência...(...)

sds

Walter


AFFF... :roll: :roll:

Os caras querem ir para briga já sabendo que irão apanhar...hehehehe

Enviado: Seg Jun 18, 2007 12:49 pm
por Kratos
SGT GUERRA escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Kratos escreveu:
orestespf escreveu:Estou falando a algum tempo que a Venezuela não vai parar suas compras. Disse também que tem muito mais do que o "anunciado" até agora. A pretenção de gastar 60 bi de dólares eu já havia comentado também. Agora o Sarney resolveu abrir o bico e quando isto acontece é porque tem muito mais por trás, só que não dá pra falar. E olha que ele passou um "aperto" com os argentinos quando foi presidente.

Não vou me alongar, só lembrar que enquanto a Venezuela tem pretenção de gastar cerca de 60 bi, o Brasil tem em seus planos algo em torno de 30 bi no mesmo período.

Não acredito que o Chávez consiga atingir esta marca em 10 anos, mas tenho minhas preocupações quando o as FFAA brasileiras começarem a anunciar suas primeiras aquisições.


Sds,

Orestes


O pior disso tudo é ele ter chegado perto de gastar essa cifra, mas no processo a economia da Venezuela foi pra PQP.
Aí você tem na equação um uma espécie de Hitler comunista, um país com a maioria da população miserável, um movimento estudantil numeroso que é pró-democracia (futura oposição barulhenta), uma milícia de 1 milhão de ignorantes, uma economia ferrada. Resultado, ou guerra-civil, ou guerra de conquista (pra tirar os focos dos problemas internos).
Seria um cara muito bem armado, completamente louco da cabeça e com poucas capacidades de manter uma guerra. Ou seja "A soma de todos os medos -- Versão sul-americana".


O Sgt Guerra, o Naval, o Piffer, podem falar melhor do que eu. mas otreinamentode guerra na selvavenezuelano era considerado extremamente deficiente na década de 90.

sds

Walter


Fraquissimo. Já aconteceu de militares venezuelanos se perderem na selva e eles pedirem guias brasileiros para ajudar nas buscas.


AhAHAHhahaHHAhaha :lol: :lol: Peraí, guias militares ou civis? :lol: :lol: :lol: AHHAHaHhahahaHaHhaha tô sem ar AHaHhahaHaHha

Enviado: Qua Jun 20, 2007 10:39 am
por Quiron
Vídeo imperdível do Lula sendo entrevistado por repórter da BBC e ficando de saia justa ao defender o Chavez:

http://www.youtube.com/watch?v=IuX8SWRjNfs

Enviado: Qua Jun 20, 2007 11:02 pm
por BrasileiroBR
bah!

Venezuela alia-se à Bolívia e ataca atuação do Brasil na OMC

Em sua edição desta quarta, jornal o Estado antecipou com exclusividade que o governo de Hugo Chavez preparava uma "surpresa" ao países do G-4

POTSDAM - Liderados pela Venezuela, países em desenvolvimento como Bolívia, Cuba e economias em desenvolvimento da África e Ásia assinarão nesta quinta-feira, 21, uma declaração conjunta atacando o processo negociador da Organização Mundial do Comércio (OMC) e alertam que não aceitarão um acordo que venha preparado de Potsdam pelos quatro principais atores das negociações - Brasil, Estados Unidos, Europa e Índia - conhecidos como G-4.

Na Alemanha, os ministros ordenaram um "silencio total" em relação ao que ocorria dentro das salas de reunião. Para diplomatas, a iniciativa é um ataque ao comportamento do Brasil e Índia, que se colocam como representantes dos países emergentes, mas acabam negociando em sigilo. Em sua edição desta quarta, o Estado antecipou com exclusividade que o governo de Hugo Chavez preparava uma "surpresa" ao G-4.

Nesta quinta, Caracas e outros governos darão uma conferência de imprensa na sede da OMC para declarar sua insatisfação. "Vamos pedir transparência", afirmou o embaixador da Venezuela na OMC, Oscar Carvallo.

A escolha da OMC para o evento ainda é simbólica e serve para mostrar ao G-4 que as negociações devem ocorrer em Genebra, e não nas demais cidades européias, como vem ocorrendo nos últimos meses entre Brasil, Índia, Estados Unidos e Europa. "Um acordo deve ser feito em Genebra e deve envolver a todos, e não atender aos interesses apenas de um pequeno grupo de países", afirmou Carvallo.

Ataque ao Brasil

A iniciativa é ainda um ataque em parte ao papel do Brasil que se colocou como um dos líderes dos países emergentes e tentou negociar com os americanos e europeus praticamente em nome dos demais países emergentes. Em várias oportunidades nos últimos meses, o Brasil se apresentou como líder dos países emergentes, chefiando e convocando reuniões.

Junto com os cães

A falta de informações em Genebra obrigava embaixadores de vários países a ligar várias vezes por dia aos jornalistas que se deslocaram até Potsdam para tentar obter informações. Mas o G-4 decidiu adotar uma política de silêncio total diante do vazamento de informações ocorrido no dia anterior. Peter Mandelson, comissário de Comércio da Europa, chegou a dizer ao Estado que o lugar de jornalistas era "fora" do edifício onde ocorrem as negociações, "junto com os cães".

Quem também pressiona por transparência são as organizações não-governamentais brasileiras que tentaram entregar uma carta ao chanceler Celso Amorim questionando a falta de transparência no processo de negociação.

Um dos representante da Rede Brasileira pela Integração dos Povos, Germano Batista, chegou a ir até Postdam hoje tentar falar com Amorim. Mas o chanceler afirmou que não teria tempo para atender ao diante do volume de reuniões e pediu que os diplomatas do Itamaraty lidassem com a queixa. Amorim negou que o governo não estivesse sendo transparente. Mas Batista alegou que a sociedade civil foi consultada apenas em "momentos isolados". Apesar de viajar até a Alemanha, o representante da ONG apenas conseguiu um contato telefônico com a delegação brasileira.

http://www.estadao.com.br/ultimas/econo ... 20/320.htm

Enviado: Qua Jun 20, 2007 11:37 pm
por Kratos
É hora do Brasil preparar pra passar aquela rasteira na Venezuela quando for decidir se a Venezuela vai ou não entrar no Mercosul.

Enviado: Qui Jun 21, 2007 12:41 am
por Carlos Mathias
Mas esse papo de novo Merdosul, cóf! cóf! cóf! Mercosul, já é uma deixa prá ele ficar de fora com seus amigos muquiranas. Aliás, já vão tarde!

Enviado: Qui Jun 21, 2007 10:07 am
por WalterGaudério
Kratos escreveu:É hora do Brasil preparar pra passar aquela rasteira na Venezuela quando for decidir se a Venezuela vai ou não entrar no Mercosul.


Eu acho que é isso que está se configurando...

O que é mortificante, é que tenho certeza que vai aparecer alguma besta no Itamaraty tentando colocar panos quentes na situação e tentando colocar a venezuela e a bolívia de novo dentro d acordo.

A hora chegou. O Itamaraty tem que marcar posição.

sds

Walter

Enviado: Qui Jun 21, 2007 10:32 am
por Quiron
Kratos escreveu:É hora do Brasil preparar pra passar aquela rasteira na Venezuela quando for decidir se a Venezuela vai ou não entrar no Mercosul.


Eu acho que é hora do Brasil saltar fora do Mercosul e deixar os vizinhos se matarem entre si. Façamos apenas acordos bilaterais com os que interessam.

Enviado: Qui Jun 21, 2007 10:51 am
por cabeça de martelo
Se eu fosse Presidente do vosso país começava a comportar-me como se o Brasil fosse uma ilha. Vizinhos como esses vocês não precisam nem devem querer!

Enviado: Qui Jun 21, 2007 10:59 am
por Marino
Está se tornando insuportável ler os jornais.
Da Folha

Diplomacia brasileira avalia que as declarações são para o público interno

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Parte incomodado, parte pragmático, o Itamaraty resolveu relevar as novas críticas do presidente venezuelano Hugo Chávez ao Mercosul por avaliar que o objetivo do seu discurso é reconquistar apoio doméstico. Diplomatas brasileiros entendem que Chávez teria se dado conta da erosão em sua popularidade causada pela não-renovação da concessão da RCTV.

Integrantes do Itamaraty ouvidos pela Folha reduziram a importância das críticas de Chávez porque seguiriam o mesmo tom de outros discursos, como quando ele defendeu a "refundação" do Mercosul ou sugeriu que o bloco precisava de um "viagra político".

O processo de integração da Venezuela ao Mercosul passa pela adaptação das normas comerciais daquele país ao bloco. Nos bastidores, há um embate entre setores do Brasil e da Venezuela sobre questões tarifárias envolvendo produtos elaborados na Zona Franca de Manaus, por exemplo.

Ontem, o assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, defendeu o atual ritmo de ingresso da Venezuela. "As negociações sempre são muitos complexas, e entendo inclusive que ainda não estejam encerradas em termos de negociações entre Chancelarias. Preferimos que as coisas sejam mais seguras do que apressadas", disse à agência France Presse.

Sobre a ausência de Chávez da próxima cúpula do bloco, no dia 29, Garcia comentou: "Isso é normal. Os presidentes têm uma agenda muito complicada. Não vejo nenhuma transcendência nisso. E se houvesse alguma, de natureza política, seguramente o governo do presidente Chávez nos faria saber. Digamos que o presidente Chávez não é um homem econômico em palavras, então ele diria".

Garcia não havia lido a entrevista à agência espanhola Efe, na qual Chávez disse que não quer o "velho Mercosul", quando fez seus comentários. Sua assessoria informou, horas depois da entrevista, que a avaliação dele era a mesma após ler as novas declarações.


Bolívia agora acusa Petrobras de contrabando

FABIANO MAISONNAVE

DE CARACAS

A Bolívia e a Petrobras estão enredados em mais um impasse na longa novela da transferência das duas refinarias da empresa no país. Agora, o governo Evo Morales acusa a estatal de contrabando de petróleo cru reconstituído, baseando-se numa lei contra o narcotráfico. A punição prevista chega a US$ 239 milhões, mais que o dobro do preço das plantas.

O governo Morales diz que a Petrobras Bolívia Refinación S.A. (PBR), que ainda controla as refinarias, realizou a exportação desse produto sem Licença Prévia de Exportação, como prevê a Lei do Regime da Coca e das Substâncias Controladas, de 1998. Um anexo de 1992 incluiu o petróleo reconstituído como substância controlada.

De acordo com o governo boliviano, foi iniciado um processo penal contra a PBR, no qual o valor "preliminar" supostamente devido é de US$ 239 milhões, que deve ser corrigido para cima com o tempo.

Esse valor é bem maior que os US$ 112 milhões que a estatal YPFB concordou em pagar à Petrobras para estatizar as duas refinarias, conforme acordo de maio. A primeira parcela, de US$ 56 milhões, foi paga na semana passada. A segunda deve ser depositada em agosto.

Ainda segundo o governo de La Paz, essa multa pode ser contestada pela Petrobras na Corte Suprema de Justiça.

A Folha apurou que a Bolívia quer incluir uma cláusula de contingência no contrato de compra e venda das refinarias -ainda em negociação, apesar do primeiro pagamento-, no qual a Petrobras se compromete a aceitar uma eventual decisão judicial desfavorável à PBR.

Ou seja, caso a empresa brasileira seja condenada em última instância, terá de pagar uma multa muito superior ao preço pelo qual vendeu as refinarias. O impasse é um dos motivos que adiaram a transferência do controle das refinarias à YPFB. O outro é a dificuldade da Bolívia em contratar seguradora para as duas plantas, responsáveis pelo abastecimento de quase todo o consumo interno de derivados de petróleo.

Procurada pela reportagem ontem, a Petrobras afirmou que, por enquanto, não irá se pronunciar sobre o caso. Mas a empresa dá sinais de que não aceita a cláusula ao atribuir o atraso na transferência das refinarias em parte às negociações inconclusas em torno do contrato, segundo comunicado difundido na semana passada.

Como é praxe nas negociações com a Petrobras, Morales tem procurado a intermediação do governo Lula.

O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, ligou na semana passada ao assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, para debater o assunto. Procurados pela reportagem da Folha ontem, nenhum deles foi localizado.

As refinarias foram adquiridas do Estado boliviano pela Petrobras em 1999. Em maio do ano passado, o governo Morales determinou a reestatização das duas no decreto de nacionalização. O processo de negociações já provocou duas crises diplomáticas entre e até a demissão do então ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, em setembro.


Enviado: Qui Jun 21, 2007 11:51 am
por Carlos Mathias
Minha leitura é que a chapa tá esquentando prá esse povo e eles estão elevando o tom, pagando prá ver, antes que sejam engolidos pela avalanche de merda que eles estão debaixo. Acho também que nosso governo tá dando uma de morto, porque sabe que não vão passar de retórica. Se Chávez está se armando, nós também estaremos fazendo o mesmo e temos "aquele apoio" e mais praticamente o resto do mundo todo, aquele que conta, mulambento não entra nessa conta.