Salve Caros
O uso de Helis de ataque irá variar conforme a doutrina e filosofia da força armada que o emprega.
Salve César!
A FAB há muito vem demonstrando interesse em tal tipo de vetor. Resulta que ela tem em mente 2 atividades:
1) O uso de Helicópteros de ataque em C-SAR. Na Amazônia, tal operação é demasiada perigosa quando outros helicópteros vão cumprir tal tarefa sem amparo algum. Ainda mais em um ambiente hostil como o da Amazônia.
2) O uso de Helicópteros de ataque no programa SIVAM. Ocorre que a observância aérea, acompanhamento de atividades e qualquer outra atividade relativa é de competência da FAB e não do Exército. Assim, um Heli de ataque pode seguir para o local do pouso e lá permanecer. Qualquer problema, em último recurso, ele mesmo destrói a aeronave.
Ocorre que para nos dois casos, há um grande problema com o Exército. Como muito bem disse o colega Carlos, a FAB tem dificuldades na coordenação de ações com o Exército. Isso gera um empecilho grave quando o fator tempo é determinante, uma vez que, o que impera, é o tempo de reação de resposta. Até o Exército decolar, muito tempo se passou, uma vez que, a FAB já sabendo da situação, teria maiores meios e tempo para a operação C-SAR.
Já no Programa SIVAM, ele tem extrema valia. Ocorre que, uma das tarefas do Tucanão será perseguir o avião ilegal para aonde ele for. Pois bem, caso ele pouse em nosso território, o Tucanão não poderá fazer mais nada, digo, não poderá pousar. Com o Helicóptero de ataque, ele pode chegar nessa área de pouso e “controlar” a área, pois geralmente, é nesse momento que os narcotraficantes aparecem para fazer a limpa na aeronave. O Heli pode muito bem abrir fogo com maior precisão do que o Tucanão, pois aquele estará o tempo todo sobre o avião. Além do mais, se necessário, ele pode destruir o avião no solo com maior rapidez, ou seja, tempo de resposta, do que com o Tucanão. Até acionar o Tucanão, um precioso tempo se passou. Claro que neste caso com o Heli na área. Quando estavam nos planos do SIVAM/SIPAM, muito se falou que o Tucanão, em determinadas situações, necessitaria de um Helicóptero de ataque, devido à mobilidade e poder de fogo.
Além do mais, no SIVAM, com o apoio aéreo e de informação, será mais fácil localizar focos de traficantes, e não será raro o momento em que entrarão em combates. E assim, mais uma tarefa para o Helicóptero de ataque, o de apoio cerrado quando for necessário. Já viu aquelas barraquinhas de acampamento no meio do mato? Pois é, há buracos nesses acampamentos que sempre estão lotados de armas, munição e drogas. Conduzir um Tucanão para uma missão com 100% de eficácia é mais difícil do que com o heli, pois o pessoal de terra informará maiores detalhes que somente serão cientes no momento do ataque.
Porém são estudos da FAB, porém estudos sérios que vem desde a década de 80.
Entendo a sua colocação acerca do combate em selva. E esse é, em minha opinião, o maior risco para um heli de ataque. Mas no Vietnã a coisa foi diferente. Foi nos combates no Vietnã que os EUA criaram a sua doutrina de emprego do Heli. Tanto que se puder ver, nos primeiros meses, o uso do AH-1 foi incorreto, fazendo que levassem mais tiros de AK-47 do que os UH-1. A partir de meados de 1972, verá que o uso dos Helis de ataque somente trazia sucesso, pois devido ao grande nº de abates, nos anos anteriores, tiveram de mudar toda a filosofia de uso desse vetor.
Um ótimo exemplo e um péssimo exemplo, para mostrar como o tema é polêmico. Na recente guerra do Sêneca, os Hinds peruanos fizeram um ótimo ataque contra posições do inimigo com o uso de canhões e foguetes. Não houve em momento algum o emprego de armas anti tanque. O efeito foi devastador nas tropas inimigas. O péssimo exemplo é que no mesmo ataque, e durante todo o conflito, um só Hind foi derrubado por um MANPAD disparado pelo inimigo.
Nos recentes ataques contra grupos “terroristas” no Paquistão, os AH-1 fizeram um estrago no inimigo que o deixou até sem reação. E esses ataques foram feitos na selva. Um outro país que utilizou Helis de ataque com sucesso, na selva, foi o Sri Lanka, que usou com sucesso contra guerrilheiros no norte do país. Até agora, confirmado, só um Mi-35 foi abatido após 3 (três) disparos de Stingeres em 1997.
Por isso falo, é um assunto polêmico
.
Perdoem-me pelo tamanho do texto. Ia responder uma coisa e aproveitei para responder ao César.
Abraços
Alfredo André