Tecbio: Bio-combustível para aviões.

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Pedro Gilberto
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#16 Mensagem por Pedro Gilberto » Qui Jan 25, 2007 6:11 pm

ademir escreveu:Bolovo, onde foi desenvolvido a tecnologia de uso comercial da fibra otica?, num to falando aqui que um brasileiro inventou, e desenvolveu a fibra otica, apenas que o pais teve um projeto de desenvolvimento para a fibra otica, o link da informação esta ai, é so olhar


Ademir,
quem desenvolveu seu uso foram os EUA conformei postei:

1958: Arthur Schwalow e Charles Townes inventam o laser
1960: Theodore Maiman, do Hughes Labs (EUA), construiu o primeiro laser a cristal de rubi
1961: Javan e colaboradores construiram o primeiro laser a gás HeNe, para a região do infravermelho (1150 nm). Em 1962 surge o laser HeNe para 632,8 nm.
1962: Foi inventado o primeiro fotodetector PIN de silício de alta velocidade (EUA).
1966: Charles Kao e A. Hockham do Standard Communication Laboratory (UK), publicaram um artigo propondo fibras ópticas como meio de transmissão adequado se as perdas fossem reduzidas de 1000 para 20 dB/km. Início da corrida mundial pela fibra de menor atenuação !!!
1968: Primeiro diodo laser com dupla heteroestrutura, DHS, (EUA).
1970: Kapron e Keck quebram a barreira dos 20 dB/km produzindo uma fibra multimodo com 17 dB/km em 632,8 nm (Corning Glass Works, USA).
1972: Novamente, Corning Glass lança uma fibra multimodo com 4 dB/km
1973: Um link telefônico de fibras ópticas foi instalado no EUA.
1976: O Bell Laboratories instalou um link telefônico em de 1 km em Atlanta e provou ser possível o uso da fibra para telefonia, misturando técnicas convencionais de transmissão.
O primeiro link de TV a cabo com fibras ópticas foi instalado em Hastings (UK). A empresa Rank Optics em Leeds (UK) fabrica fibras de 110 nm para iluminação e decoração.


[]´s




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Pedro Gilberto
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#17 Mensagem por Pedro Gilberto » Qui Jan 25, 2007 6:30 pm

JOSE CARNEIRO escreveu:A UnB produz bioquerosene por craqueamento. Ele é praticamente igual ao derivado do petróleo!

qual é a porcentagem de querosene pra biocombustivel?


é um absurdo, o combustivel brasileiro é testado nos estados unidos, daqui a pouco eles patentiam o produto, assim como a empresa alemã que patentiou a rapadura


Isso depende a otimização da planta. No caso da UnB ele está otimizada para Biodiesel, o bioquerosene, a biogasolina etc, são subprodutos. Mas com a otimização da planta acho que poderia chegar a 70% de bioquerosene.

Se é de Fortaleza deve ser transerificação, logo os motores necessitarão de adaptações para funcionar com o novo combustível. Com craqueamento isso não é necessário.

Sobre os testes do biodiesel, boa parte da frota a diesel da UnB está rodando com o biodiesel por craqueamento.

Sebo de boi também serve como matéria prima.

Abraços


Ola Jose, td bem?? :D

Qual a diferença nesses dois processos: transerificação x craqueamento? e pq teria q se fz adaptações dos motores no caso do 1o?

Sei q o craqueamento consiste em separar os sub-produtos por aquecimento, visto q eles possuem densidades diferentes, e é um dos processos usados em refinarias de petróleo.

E aproveitando pra responder um próprio questionamento q fiz:

Pedro Gilberto escreveu:Minha curiosidade é será que o CTA não está também estudando este combustível. Afinal naum foi lá q foi desenvolvido o motor a alcool??


Com o envolvimento de outras instituições de pesquisas, da Petrobrás e do Ministério da Aeronáutica, foi criado o PRODIESEL em 1980. O combustível foi testado por fabricantes de veículos a diesel. A UFCE também desenvolveu o querosene vegetal de aviação para o Ministério da Aeronáutica. Após os testes em aviões a jato, o combustível foi homologado pelo Centro Técnico Aeroespacial

http://www.biodieselbr.com/biodiesel/historia/biodiesel-historia.htm

Ou seja, o bio-querosene já foi sim testado e homologado pelo CTA.

[]´s




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Centurião
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#18 Mensagem por Centurião » Qui Jan 25, 2007 6:57 pm

Pedro Gilberto escreveu:
Centurião escreveu:Certo. Se o intuito foi dizer que a fibra também foi desenvolvida aqui, o link está aí para provar. O sentido que eu tinha entendido foi de que a tecnologia foi primeiro desenvolvida aqui e aproveitada por outros países.


Tb tinha entendido isso qdo li a 1a vez, como se tivesse sido inventado pelo Brasil. Por isso bateu a dúvida e fui pesquisar la no site da Unicamp. Se não cabe ao Brasil a primazia de ter inventado a fibra ótica, cabe a deferencia por ter desenvolvido tecnologia nacional e um parque fabril pra gerar riqueza com essa tecnologia. Trabalhei com uns Modens-Óticos da AsGa e posso dizer q naum deve em nada a similares estrangeiros q conheci (RAD e Siemens).

Aliás bom site Ademir, tem mttt coisa interessante e que mostra a capacidade de inovação brasileira. Mto interessante é esse sobe o MAPV - Motor à alcool pré-vaporizado (http://inventabrasilnet.t5.com.br/malcpre.htm). Vale a pena ler.

Um pouco ainda off-topic, saiu na IstoÉ Dinheiro desta semana uma reportagem sobre "Empresas do futuro" que são pequenas empresas surgidas a partir de produtos q agregam inovação tecnologica. So pra citar um caso, há uma empresa chamda PeleNova que desenvolveu uma biomembrana que funciona como um super-curativo que aumenta a regeneração das celulas e acelera a cicatrização e cujo presidente/sócio do projeto é Ozires Silva, fundador da Embraer.

De modo resumido, a reportagem elenca algumas empresas como essa e discorre sobre seu produtos e origens, destacando que há bastante P&D que pode virar tecnologia, mas o q esta faltando é um maior financiamento (embora ja vem melhorando) para q essa tecnologia se transforme em produtos inovadores e,portanto, se criem empresas para produzi-los e, enfim, gerando riqueza para todos.

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/

[]´s


Ótima matéria. É uma pequena amostra da capacidade de inovação e pesquisa no Brasil. O que sempre faltou foi o dinheiro para financiar isso.

Um dos grandes motivos para esse dinheiro não vir antes, foi devido a instabilidade econômica (vide inflação, dívida). No meu entender, a partir de agora isso muda. A queda nos juros é fundamental para fazer os investidores botarem o dinheiro em P&D e não em títulos da dívida do governo.

Os analistas que dizem que o Brasil se tornará um exportador de produtos primários no futuro, ao meu ver, vão provar-se errados. O nosso país é dinâmico e criativo, e as condições para transformar a criatividade em negócios estão se formando.

Desculpa pelo off.




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mauri
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#19 Mensagem por mauri » Qua Fev 21, 2007 8:07 pm

ALERTA VERDE: Bioquerosene, nova invenção do brasileiro, pode mudar aviação
'A Amazônia vai se transformar numa Arábia Saudita do biodiesel'
Pai do combustível ecológico defende reforestamento energético na região

O professor Expedito Parente inventou, no fim da década de 70, o biodiesel, um combustível ecológico feito a partir de plantas oleaginosas como a mamona, o peão-manso e a soja, que podem ser facilmente cultivadas em áreas semi-áridas. Formado em Engenharia Química pela antiga Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil (atual UFRJ), esse cearense de 66 anos acredita que o biodiesel será um grande acelerador do desenvolvimento socioeconômico do Brasil e que a Amazônia vai virar uma "Arábia Saudita do biodiesel". Dona da primeira patente mundial do biodiesel, sua empresa, a Tecbio, desenvolve plantas e equipamentos para usinas do setor.

Entrevista de Expedito Parente ÀABr: Cearense registrou primeira patente de produção de biodiesel em todo o mundo http:www.defesanet.com.br/energia/abr_bio.htm


Ultimamente, está debruçado sobre outra invenção, que deverá provocar uma revolução na aviação comercial: o bioquerosene, um derivado do biocombustível já em testes pela Boeing, com o apoio da Nasa.
Isabela Martin

O projeto do biodiesel ficou engavetado por décadas. Por quê?
EXPEDITO PARENTE: Concebi o biodiesel em 1977. Não houve interesse do governo porque o interesse estava focado no álcool etílico. Havia um lobby dos usineiros e uma crise no mercado internacional do açúcar. Para as indústrias automotivas, o ideal seria que nada mudasse. E as distribuidoras do petróleo têm dificuldades a mais. Mas surgiram forças maiores: a escassez do petróleo e o efeito estufa. A história foi acontecendo de tal forma que as pessoas começaram a ter consciência do aspecto ecológico do biodiesel.

Além do Brasil, onde o biodiesel está mais avançado?

PARENTE: Em todo o mundo. O presidente (dos EUA) Bush vem ao Brasil para conhecer o programa. Um homem totalmente petrolífero. O álcool é um combustível solitário, para veículo de passeio. O biodiesel é coletivo, para ônibus, caminhões, trens, navios, máquinas agrícolas e geração de energia. Por isso, o programa do biodiesel será maior do que o do álcool. Essa é a minha visão. Tem gente que diz que sou louco. Temos 80 milhões de hectares na Amazônia, que vai se transformar numa Arábia Saudita do biodiesel. Essa área é desflorestada e está em degradação. Será um megaprojeto, não tenho dúvida. Precisamos fazer um reflorestamento energético equilibrado na Amazônia. Dinheiro para isso não falta. Os próprios recursos dos fundos de energia limpa e de Kioto podem patrocinar. É o modo mais efetivo de resolver o efeito estufa. Não tem outro caminho.

O país pode virar concorrente de produtores de petróleo?
PARENTE: Sem dúvida. Enquanto o petróleo está caindo, o biodiesel está subindo.

O senhor é um entusiasta do apelo social do biodiesel.
PARENTE: Antes, o negócio era o agrobusiness, que emprega máquinas, não gente. O casamento do agrobusiness com a agricultura familiar vai ser fantástico. Um governo voltado para o trabalho vai ter que privilegiar o emprego, combater a miséria. O biodiesel é um instrumento.

O projeto, desengavetado pelo presidente, está sujeito aos humores de seus sucessores?
PARENTE: Uma árvore bem plantada é duradoura. Como o biodiesel tem aspectos sociais importantes, ninguém vai ter coragem de mexer com ele.

Qual o potencial de negócios do biocombustível?

PARENTE: Em 2006, o biocombustível movimentou R$3 bilhões. Esses números vão se multiplicar ano a ano. O interesse de importar é grande.

E o bioquerosene?
PARENTE: É a terceira onda. Terão outras no futuro. Acho que um dia haverá bioeletricidade.

Como surgiu?
PARENTE: Quando procurei o ex-ministro da Aeronáutica Délio Jardim de Matos, ele disse que não havia interesse no biodiesel. E exigiu que introduzíssemos no programa de estudo o bioquerosene. Fiz uma das maiores irresponsabilidades que se pode imaginar: desenvolver algo que eu não sabia como começar. Assinei um protocolo, em pleno regime militar. Ninguém bem-intencionado vai preso, né? Como sou uma pessoa de sorte, em dois meses tive a idéia. Desenvolvemos, e a coisa andou.

Qual a diferença entre o biodiesel e o bioquerosene?

PARENTE: O bioquerosene é um subproduto do biodiesel. O que eu desenvolvi foi a partir do babaçu.

Como estão os testes?
PARENTE: No exterior, estamos testando na Boeing, com o apoio da Nasa. Acredito que em dois anos poderemos ter vôos experimentais com o bioquerosene. Entrar em comercialização é uma questão mais complexa.

E no Brasil?
PARENTE: Recentemente o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) demonstrou interesse em retomar esses estudos aqui.

Como o senhor teve a idéia de criar um combustível a partir de plantas oleaginosas?
PARENTE: Estava no meu sítio, perto de Pacoti (região serrana do estado), tomando umas caninhas, numa cachoeira, e olhei para um pé de ingá. Veio a inspiração: vi ali a molécula do biodiesel. No outro dia, surgiram os primeiros 100ml de biodiesel a partir do óleo do algodão


Fonte: DEFESANET
Mauri




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