Página 2 de 2
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 1:42 pm
por thelmo rodrigues
talharim escreveu:A FAB realmente parou no tempo.Vive na década de 60 e não quer sair de lá.
A FAB ainda acha que sua função primária é prover apoio logístico aos EUA................por isso a FAB prioriza a sua aviação de transporte em detrimento de sua aviação de caça.(precisam avisar aos vovôs brigadeirecos que a guerra fria já acabou)
100 C-212 para a FAB ? Só podem estar de brincadeira ! 20 já estariam de ótimo tamanho.Sou totalmente contra a FAB servir de transportadora de outros ministérios.
Mas se acabar com os ETAs como acomodar tanto brigadeireco que vão ficar sem seu "prestígio" sem "sua base para comandar" ?
E pelamordedeus,se o Brasil pretende bancar a potência militar e começar a enviar forças de paz para tudo quanto é canto do mundo precisamos de uma aviação de transporte estratégica ! Nem que sejam 1 Galaxy e 2 Globemaster ! Mas temos que ter alguma coisa !!!
Isso é só para ver se conseguia uma vaga no Conselho de Segurança da ONU.
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 1:45 pm
por thelmo rodrigues
Enquanto não tivermos ameaças reais (ou potenciais) às nossas portas, por ex:assim como tem o Chile (ChileX Argentina, Bolívia, Equador ou Peru), ou sentindo-nos inseguros, os nossos governantes continuarão a relegar o tema defesa para o décimo plano.
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 1:48 pm
por Koslova
Dra. Koslova
A senhora ainda trabalha em projetos ou empresas de tecnologia
Ola Thelmo
Não sou doutora, não tenho doutorado.
Não sou senhora, tenho 30 anos
Trabalho sim, atualmente estou no Brasil por 60 dias com a minha familia, mas dentro de pouco tempoo volto a China onde tenho trabalhado.
Abraço
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 2:17 pm
por thelmo rodrigues
Koslova escreveu:Dra. Koslova
A senhora ainda trabalha em projetos ou empresas de tecnologiaOla Thelmo
Não sou doutora, não tenho doutorado.
Não sou senhora, tenho 30 anos
Trabalho sim, atualmente estou no Brasil por 60 dias com a minha familia, mas dentro de pouco tempoo volto a China onde tenho trabalhado.
Abraço
Bom, desculpe pelo "senhora". Vc é ainda quase uma menina! Perguntei isso porque com sua experiência e conhecimento creio que o nosso país está desperdiçando um grande talento que poderia ser muito útil para os programas de defesa.
Um grande e respeitoso abraço
Thelmo
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 3:26 pm
por Koslova
cicloneprojekt escreveu:Sra. Elizabeth Koslowa, boa tarde.
É um prazer "reencontra-la" aqui no DB.
Sua crítica é dura como geralmente são as críticas uteis.
E infelizmente sou obrigado a concordar integralmente com elas.
Walter Suddensk
Ola Walter
É um prazer reencontra-lo também.
Estou de passagem pelo forum, volto a China dentro de alguns dias, ai fico sem participar.
Um grande abraço para ti e para a Ivana.
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 4:50 pm
por Sniper
Koslova não queria ser indiscreto, mas qual a sua profissão la na China?
Abraços!
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 8:05 pm
por Morcego
Koslova escreveu:cicloneprojekt escreveu:Sra. Elizabeth Koslowa, boa tarde.
É um prazer "reencontra-la" aqui no DB.
Sua crítica é dura como geralmente são as críticas uteis.
E infelizmente sou obrigado a concordar integralmente com elas.
Walter Suddensk
Ola Walter
É um prazer reencontra-lo também.
Estou de passagem pelo forum, volto a China dentro de alguns dias, ai fico sem participar.
Um grande abraço para ti e para a Ivana.
salve koslova, o site do DB é censurado na CHINA
??
Enviado: Sáb Mai 13, 2006 8:31 pm
por Koslova
Sniper escreveu:Koslova não queria ser indiscreto, mas qual a sua profissão la na China?
Abraços!
A minha profissão é gestora de programas espaciais.
O que este profissional faz? É o responsavel por um projeto (ou programa) espacial.
Sem grandes formalismos, é mais ou menos como comparar como analoga ao de um técnico de futebol ou de basquete. Isto é, você é responsavel por uma equipe de trabalho, define os integrantes e as táticas para cumprir uma determinada tarefa. A analogia com o futebol é uma brincadeira que fazemos, porque segundo quem endente disto e de futebol (eu não endendo nada deste esporte), o estilo de cada técnico é quase 100% refletido em sua equipe que passa a ter a sua identidade, o que no mundo de programas espaciais é uma verdade, cada gestor ter um estilo próprio que é muito refletido nos programas / projetos que ele toca.
Eu trabalho normalmente em uma fase de pré-projeto, criando o que se chama comumente no ocidente "Create a vision and mission for the programme/project"
Isto é, parte-se da folha de papel em branco e de define, as especificações bem como todo o planejamento estratégico alem de toda a etapa de pré-projeto.
O objetivo é criar todos os pilares para o que vem depois, ou seja, as fases de detalhamento de engenharia e desenvolvimento, onde eu poderia atuar, mas normalmente não atuo, são dinâmicas de projeto diferentes e requer profissionais com caracteristicas também diferentes.
Esta é a minha segunda passagem pela China, a primeira em 2002 - 2005 foi no programa espacial tripulado, onde trabalhei com o planejamento e pré-projeto da futura estação espacial chinesa e do seu lançador pesado CZ-X.
Agora continuo no programa espacial mas em projeto de natureza muito especifica, que não posso detalhar.
Só aproveitando para responder a outra mensagem. Não tem censura na China contra o DB não. Eu não participo mais dos forum que participava por uma série de razões pessoais, costumo acessar o DB apenas quando estou no Brasil como passa tempo. Quando estou trabalhando, fico fora dos foruns.
Enviado: Dom Mai 14, 2006 9:59 am
por Sniper
Muito obrigado pela atenção Koslova!
E Parabéns pelo seu trabalho!
Abraços!
Enviado: Dom Mai 14, 2006 12:42 pm
por interregnum
Veja só essa!!!
Volto atrás no que disse. Os militares identificaram sim uma possível ameaça ou instabilidade só que o governo agiu contra. Isso é traição do interesse nacional. Que absurdo.
da lista SA
CRISE SUL-AMERICANA
Militares prontos para o pior
Instabilidade regional leva Forças Armadas a desconsiderarem Amazônia como prioridade na política de defesa e a iniciar transferência de unidades para o Sul. Remanejamento pode atingir 3 mil homens
Claudio Dantas Sequeira Da equipe do Correio Dario Lopez-Mills/AP/27.6.03
Soldados participam de exercícios como parte da Operação Timbó, em Tabatinga (am): simulações foram limitadas ao Acre e Rondônia
À espera de um sinal político que não chega do Planalto, as cúpulas das três Forças Armadas fizeram o dever de casa ante as diversas crises que inflamam a região.
Análises de inteligência sobre prováveis riscos à soberania nacional coincidem na conclusão de que a “paz na América do Sul é incerta” e sugerem uma mudança estratégica urgente na Política de Defesa Nacional, aprovada em 2005 depois de três revisões e duros embates travados entre a caserna e o Itamaraty.
Chefes militares ouvidos pelo Correio articulam como primeiro passo reduzir a transferência de pessoal e recursos das regiões Sul e Sudeste para a Amazônia, realocando esses efetivos próximos das fronteiras de Bolívia, Paraguai e Uruguai, uma vizinhança cada vez mais problemática.
Apesar de considerarem que “qualquer ação militar num país amigo seria mal vista”, os militares vêm trabalhando com a perspectiva de em até 15 anos ser capaz de travar combate direto com até duas coligações de nações sul-americanas, ou ainda entre um dos vizinhos e uma superpotência militar.
A estratégia de hard power é ousada e pretende, por meio de elevados investimentos e da reativação da indústria bélica nacional, capacitar as Forças Armadas nos próximos 35 anos com um poder militar grande o suficiente para “que nenhum país se sinta em condições de desafiar o Brasil” na América do Sul.
Cerca de 3 mil militares poderão ser afetados com o congelamento da composição da 2ª Brigada de Infantaria da Selva em São Gabriel da Cachoeira (Amazonas) — destino dos efetivos da infantaria motorizada de Niterói (Rio de Janeiro) — e o remanejamento dos batalhões de Infantaria de São Gonçalo (RJ) e Campos (RJ), que deveriam seguir para os municípios amazônicos de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, respectivamente, até 2010. O Comando Militar da Amazônia (CMA) coordena hoje um efetivo de 24 mil militares nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e partes de Tocantins e Maranhão.
O aumento gradativo dessa presença seguia os desígnios da política de segurança nacional do governo Lula, pela qual o Atlântico Sul — que produz 8,3% do petróleo mundial — seria a segunda frente de defesa.
A assessoria de imprensa do Exército confirmou à reportagem que está em curso a mudança de quatro sedes de brigadas e regimentos do Rio de Janeiro para Ponta Grossa (PR) e Santa Maria (RS). Em São Paulo, o 2º Grupo de Artilharia Antiaérea deixará Osasco rumo ao litoral paulista de Praia Grande.
Horizonte
Dentre os quatro teatros de operações com que o Estado Maior de Defesa (EMD) vem trabalhando atualmente, a prioridade é o da região Sul, nos limites com Uruguai, Argentina e Paraguai.
Lá as três forças realizaram no final do ano passado exercícios combinados na área de Porto do Rio Grande. “As simulações da Operação Pampa são de guerra clássica, na qual há o inimigo é identificado no Estado agressor”, explicou ao Correio há dois meses o brigadeiro Ricardo Machado, do EMD.
Segundo ele, o confronto de forças convencionais também está previsto em ambiente de selva, associado à guerra irregular na fronteira com a Bolívia. “A Operação Timbó foi limitada em 2006 à área crítica do Acre e de Rondônia”, afirma Machado.
O experiente militar lembra o trabalho de prevenção da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, onde estão localizados os maiores campos de petróleo e gás do Brasil. A simulação de proteção das instalações petrolíferas nessa faixa litorânea foi realizada no ano passado por meio de uma ampla operação denominada “Maracaju”.
A foz do Amazonas entre Pará e Amapá e o resgate de cidadãos brasileiros no exterior são outros horizontes de ação de alta relevância para o Estado Maior, assim como a Operação Jauru, cuja terceira edição será levada a cabo no próximo dia 29 na fronteira com Bolívia e Paraguai.
MUDANÇA DE ESTRATÉGIA
De olho em Chávez
As mais recentes análises militares brasileiras identificam o presidente venezuelano, Hugo Chávez , como “elemento desestabilizador do continente”. De acordo com elas, a decisão da Bolívia de nacionalizar suas reservas de gás à força — sem o Brasil esboçar qualquer reação — anima os paraguaios a pedirem a revisão dos preços de energia fixados no Tratado de Itaipu, com a conseguinte expulsão dos brasiguaios que plantam soja na fronteira (como na Bolívia).
O Chile também estaria assustado com a influência de Chávez sobre a Bolívia e o Peru, e tem realizado consultas junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual é associado.
Para Salvador Ghelfi Raza, especialista em segurança nacional do Centro de Estudos Hemisféricos de Defesa em Washington, o retorno das tropas presentes na Amazônia reflete “um pragmatismo tempestivo”. “É um erro de estratégia que pode enviar uma mensagem perigosa aos países vizinhos.
Essa atitude choca com a postura do Itamaraty e do próprio governo Lula e viola a política nacional de defesa”, critica. Chefe do Departamento de Relações Internacionais das Faculdades de Campinas, Raza considera que as atuais tensões “são normais num período de transição como o que a América Latina vive”.
O coronel da reserva Geraldo Cavagnari, especialista em estratégia e pesquisador da Unicamp, acha que as Forças Armadas brasileiras devem priorizar a Bolívia, “único foco significativo de tensão fronteiriça”. “Nossos interesses soberanos foram ameaçados com a nacionalização do gás. Agora, são os agricultores brasileiros.
É obrigação do governo impedir que o Estado boliviano use da força contra eles”, afirma. Cavagnari descarta que o Paraguai siga o exemplo boliviano, especialmente por estar fora da influência venezuelana.
Mas alerta para o risco que Chávez representaria. “É preciso evitar que ele transforme a Bolívia em satélite da Venezuela. Quais são seus planos? Por que ele quer um exército de 1,5 milhão de homens? Se for para usá-lo na região, o Brasil será obrigado a reagir e os EUA não ficarão de braços cruzados”, diz. (CDS)
Enviado: Dom Mai 14, 2006 3:00 pm
por Túlio
Enviado: Dom Mai 14, 2006 3:27 pm
por FinkenHeinle
Koslova escreveu:Terceiro, que mesmo que tudo isto desse certo, tivessemos a Embraer e a Avibras brigando para fornecer um bimotor de 2Ton de capacidade de carga para a FAB, hoje a grande fraqueza industrial não é as plataforma e sim os sistemas e processos associados a ela.
Quarto, que temos, MAA-1B, MAR-1, A-DARTER, MSS.1.2, MSA- 1, Sistemas Inerciais, radares, data link e mais uma duzia de projetos em maior ou menor escala de desenvolvimento e estes sim são importantes, são estratégicos.
Desenvolver um treinador para concorrer com o Pilan, montar o C-212 no Brasil ou ná Espanha é uma coisa que fazia sentido a 30 anos atrás, acabar o MAR-1, desenvolver os radares que irão sustituir os mais de 70 radares do CINDACTA a partir de 2015, criar um sistema de defesa AA com alguma tecnologia propria, isto sim é estratégico.
Concordo!
E acredito que este 2º Pólo Aeronáutico só faz sentido se ele COMPLEMENTAR a Embraer enquanto fornecedora de Solu~ções e Sistemas, e ocupar Nichos que hoje já não fazem mais sentido à Embraer.
Poderia certamente fabricar Turboélices Leves, Sistemas Eletrônicos, Sistemas Mecânicos, Componentes e etc... Mas tudo isto dentro de um Consórcio propriamente dito, e não uma nova empresa.
Re: A mentalidade do atraso
Enviado: Dom Mai 14, 2006 3:42 pm
por FinkenHeinle
Koslova escreveu:Ola
Eu realmente não tenho a minima intensão de calcular a quantidade ideal de Bandeirante para a FAB, acredito que não tenho nem competencia para isto.
A resposta pode ser duas:
Primeira hipotese.
A solução ideal é aquela que substitua todos os Bandeirante, mantendo o mesmo numero de esquadrões, cumprindo o mesmo numero de missões e o mesmo perfil. (Substituição 1:1)
Segunda hipotese.
Se substitui os Bandeirante em uma relação significativamente menor que 1:1
Se alguem decide pela segunda hipotese, havera a pergunta? Mas e as missões que somente um grande numero de Bandeirante podem realizar?
Esta pergunta tem que ser substituida por outra pergunta, está sim importante:
E as missões que nós deixamos de realizar, porque temos um volume enorme de pessoas e celulas limitadas?
Em outros termos, em todo processo existem perdas, não existe mundo ideal, mas existem premissas importantes, e uma delas é que a FAB hoje tem 700 celulas e uma fração enorme delas passa a maior parte do tempo indisponivel.
Temos que ter menos celulas, menos gente, e maior disponibilidade.
Eu costumo brincar que existe uma diferença entre a FAB e a IAF
No Brasil cadete cara voa T-25, depois T-27, depois T-29 depois AT-26 ai sim pode entrar em um esquadrão de caça de primeira linha, onde voa ou AMX ou F-5 ou Mirage. Treina com otimos aviões e voa com péssimos caças
Em Israel o cara voava (até bem pouco tempo atrás) Piper Cub depois Folga Magister, ai ia pra primeira linha voando A-4 e depois F-15 / F16, Kfir, F-4.
Moral da história, os melhores pilotos do mundo treinam com os piores aviões de treinamento do mundo, isto é irônico mas é verdade e retrata uma lição importante.
Em uma força aerea temos que ter um sistema de armas que seja a referencia em torno da qual a força é orientada, em Israel são os F-16/ F-15, no resto nunca se trabalha idealmente, sempre com soluções de custo beneficio, se você olhar nos EUA o treinamento da USAF também é feito com plataformas que não são as ideais.
Se alguem argumentar que somos um pais abençoado por Deus e bonito por natureza e que o foco da FAB deveria ser transporte e não combate, (não vou entrar nem no cerne desta questão), eu diria, que mesmo privilegiando o transporte, a FAB precisa escolher as suas aeronaves de referencia neste segmento. Não é possivel que comprando C-130 de segunda mão, mantendo os KC-137 a décadas e sem um plano de substituição, uma força vá focar a aquisição de dezenas de celulas de uma aeronave de relativa desimportancia estratégica.
Os Bandeirante deixariam um buraco? Sem duvida que sim, mas a reformulação da força tamparia outros, estes sim importantes.[/b]
Concordo, Koslova.
Concordo, porque a Premissa Básica deve questionar a atual Estruturação da Aviação de Transporte. Eu particularmente tenho grande propensão à acreditar que ela está obsoleta.
Acho que já temos uma Aviação de Transporte bastante heterogênea, embora esta esteja melhorando bastante nesse sentido. Já aposentamos os Avros! Agora, temos de aposentar os Bandecos. Como eles representam a Espinha Dorsal da nossa Aviação de Transporte, temos que rever Conceitos. Ahh, os Bandecos são importantes nas ACISOs, na Operação de Batalhões do EB na Amazônia, e tal. Tá, e será que outro aviuão mais barato não poderia realizar trabalho semelhante?! O Bandeirante e qualquer Biturboélice semelhante estaria entreverado entre duas necessidades distintas. Uma é a de uma Aeronave Leve de Ligação e Transporte. Outra, já passa à ser de Aeronave Média de Transporte! O Bandeirante não representa nenhum. A primeira função poderia ser desenvolvida pelos Caravans. A segunda, por um mixto de C-235/C-295. Depois, bastariam os Hercules e os KCs. Simplifica a Estrutura, eventualmente mantendo em operação os ETAs.
Mas saliento que é preciso rever a utilização dos Bandeirantes, senão corremos o risco de substituí-los na mesma proporção, e cometer um erro grotesco.
Enviado: Seg Mai 15, 2006 10:50 am
por A-29
FinkenHeinle escreveu:Koslova escreveu:Terceiro, que mesmo que tudo isto desse certo, tivessemos a Embraer e a Avibras brigando para fornecer um bimotor de 2Ton de capacidade de carga para a FAB, hoje a grande fraqueza industrial não é as plataforma e sim os sistemas e processos associados a ela.
Quarto, que temos, MAA-1B, MAR-1, A-DARTER, MSS.1.2, MSA- 1, Sistemas Inerciais, radares, data link e mais uma duzia de projetos em maior ou menor escala de desenvolvimento e estes sim são importantes, são estratégicos.
Desenvolver um treinador para concorrer com o Pilan, montar o C-212 no Brasil ou ná Espanha é uma coisa que fazia sentido a 30 anos atrás, acabar o MAR-1, desenvolver os radares que irão sustituir os mais de 70 radares do CINDACTA a partir de 2015, criar um sistema de defesa AA com alguma tecnologia propria, isto sim é estratégico.
Concordo!
E acredito que este 2º Pólo Aeronáutico só faz sentido se ele COMPLEMENTAR a Embraer enquanto fornecedora de Solu~ções e Sistemas, e ocupar Nichos que hoje já não fazem mais sentido à Embraer.
Poderia certamente fabricar Turboélices Leves, Sistemas Eletrônicos, Sistemas Mecânicos, Componentes e etc... Mas tudo isto dentro de um Consórcio propriamente dito, e não uma nova empresa.
Humm, acho que por não esplicitar esse ponto não me fiz entender corretamente.
Defendo integralmente a fabricação do substituto do Bandeirante no Brasil, desde que seja em uma empresa privada e não na FAB. Acredito que por ser uma aeronave de baixa tecnologia ela pode ser obtida aqui dentro por um preço semelhante ao pelo qual seria obtida lá fora. Como a Embraer visivelmente não se interessa pelo projeto, ele deveria ser entregue a outra empresa nacional, de modo a fortalecê-la a ponto de se tornar outro polo da indústria aeronáutica,
sem que isso signifique concorrer com a Embraer. A Embraer fabrica aeronaves a jato de alta tecnologia, caras justamente por essa característica. Essa outra empresa fabricaria aeronaves baratas de baixa tecnologia, tendo por maior produto justamente o substituto do Bandeirante. Uma encomenda da FAB lhe daria musculatura para enveredar pelo mercado interno de aeronaves baratas, mesmo que construídas sob licença. Em seu portfólio civil teríamos desde pequenos monomotores a pistão para concorrer com os da Cessna até aeronaves turbohélice regionais para até 30 passageiros, que seria também o substituto da Bandeirante. Esse é um mercado em que a Embraer não atua nem parece querer atuar.
Essa nova empresa não traria nenhum ganho tecnológico ao país? É provável que não. Mas traria ganhos econômicos na forma de empregos e geração de riqueza (lucro), bem como ganhos estratégicos pela independência externa para fabricação desse tipo de aeronaves, e mesmo efeitos positivos sobre o câmbio ao diminuir importações e possibilitar exportações.
E mais, sinceramente não vejo porque a aquisição do substituto dos Bandeirantes vá prejudicar o desenrolar dos projetos estratégicos como MAA-1 e MAR-1. Oras, são aeronaves baratas e necessárias. A FAB não pode prescindir de adquirí-las. A fabricação delas por uma empresa brasileira não deve trazer acrécimo ao preço final, isso se não trouxer alguma redução.
Repito, essa encomenda é uma chance que não pode ser desperdiçada para fortalecer ainda mais a indústria aeronáutica brasileira.
Enviado: Seg Mai 15, 2006 11:48 am
por Slip Junior
Pessoal, pelo que entendi das notícias sobre o assunto, a FAB não estaria fazendo nada de diferente do que faz há muitos anos com o tal acordo para a compra dos C-212.
Vejam bem: os PAMA nacionalizam itens utilizados nas aeronaves utilizadas pela FAB há vários anos, sendo que inclusive já participou de alguns trabalhos também com os A-4 da MB. Pelo que entendi do que li sobre o tema, o PAMA desenvolve o produto a ser nacionalizado e depois repassa a responsabilidade de sua fabricação para uma empresa. Imagino que seria esse o caso também das partes do C-212 que se esperam construir aqui (lembro à vocês que o Brasil não irá fabricar as aeronaves, mas sim apenas alguns itens).
No caso da montagem, também não vejo problema algum. Há mais de 30 anos átras, a FAB recebeu os Mirage III desmontados e os montaram por aqui sem maiores problemas. Será é que tão problemático montar um Aviocar para quem já monta e desmonta Hércules, Tigers, AMX's, Bandecos e várias outras aeronaves, diariamente?
Qual é a vantagem disso? Se forem entregar esse projeto para qualquer empresa privada, os custos vão aumentar pois haverá a necessidade de inserção de uma boa margem de lucro e, até mesmo, pelo melhores salários dos empregados civis.
Claro existe ainda um problema importante que não comentei: Pessoal para fazer isso? Ai, sim, vem minha crítica referente ao que foi noticiado até agora estaria sendo pretendido. Assim como vários outros também não vejo motivos para construir um número tão elevado de aeronaves. Não me arriscaria a dizer um número preciso mas acredito que uma substituição na escala de 2:1 me parece bastante suficiente.
Pois bem, voltando então ao pessoal: existem muitos C-95's ainda em operação na FAB e não é dificil prever que existam diversos muito voados e outros tanto, que ainda tem muito para dar. Pois então penso que seria bastante plausível a possibilidade de há medida de que sejam retirados Bandecos de operação (o que deve representar em uma menor carga de trabalho para as equipes de manutenção), os C-212 sejam montados. Não existe nenhuma necessidade enorme e imediata por essa substituição de forma que o processo de montagem dos novos aparelhos poderia ser feita em um ritmo lento de forma, inclusive, a manter o pessoal melhor adestrado, reduzir a necessidade de aumento dos quadros e poder maximizar o tempo de operação dos Bandecos e de seus sucessores.
Essa idéia de produção em um ritmo mais devagar foi utilizada na própria fabricação dos AMX's e se revelou bastante importante para a reestruturação da empresa.
Abraços