FCarvalho escreveu:24 de outubro de 2013 at 10:20
Decola o segundo protótipo do cargueiro Y-20
Posted by E.M.Pinto
As estimativas mais otimistas falam em cerca de 250 aeronaves em 30 anos, das quais cerca de 180 seriam destinadas ao transporte pesado de cargas, o que daria a Força Aérea do PLA a capacidade de transporte global atualmente só existente nas forças armadas dos Estados Unidos.
A cada dia que passa, observando de longe o trabalho hérculeo que é qualquer país promover - e manter - uma intervenção no exterior, seja a nível militar, seja a nível de apoio humanitário, me convenço mais e mais à luz da nossa parca realidade, que o transporte estratégico da FAB terá, cedo ou tarde, de se repensar e buscar alternativas outras para a complementação de suas aeronaves atuais, e principalmente, das futuras, quer sejam, o KC-390 e o KC-767.
Embora estes aviões venham trazer o transporte tático/estratégico da FAB para um outro patamar, jamais visto na instituição, em termos tecnológicos e operacionais, é notório perceber também que as qtdes envolvidas nem de longe serão suficientes para cobrir as nossas necessidades, atuais ou futuras.
Penso hoje que seja preciso, ou melhor dizendo, necessário, que projetos como o do Xian Y-20 comecem a ser avaliados de a sério, forma concreta e objetiva pela FAB, com vistas a cobrir certos gap's que virão a existir na força mais adiante, e que as aeronaves projetadas, por melhores que sejam, não conseguirão suprir integralmente. Isto, se é que realmente nos pretendemos alçar voos mais altos na seara internacional.
Não vou me atrever aqui a citar números, mas em off comentá-se há tempos que além dos esquadrões de C-130 atuais, a idéia da FAB seria de, também equipar no futuro os 1o/9o da BAMN e o 1o/15o da BACG com os KC-390, repassando os seus C-105 para os ETA's. Mas isto, claro em um futuro no longo prazo a perder de vista...
Seriam, em teoria, ao menos mais 18 aeronaves, se tomarmos o padrão de distribuição equitativo atual, de acordo com a quantidade contratada junto à Embraer. Se isto for mesmo verdade, e também o remanejamento de alguns esquadrões do rio para o planalto central, creio que já seria um bom início para uma nova fase da aviação de transporte, e quiçá de uma efetiva transformação e modernização de equipamentos, tão necessária, mas principalmente de mentalidade e doutrina. E neste ponto, sou de opinião que a FAB precisa avançar e muito em quase todas as suas áreas de atuação. E para isso, a reorganização, doutrinal e operacional, do transporte tático / estratégico é de suma importância, tanto pelos vetores que vem, como por aqueles de que viremos a precisar.
Falam tanto em parcerias no caso dos BRICS, mas na verdade não vemos muita coisas realmente ser posta em prática a partir de toda essa falação. Não ao menos do lado brasileiro. Como sempre, sobra-nos boas idéias e intenções, e abunda a falta de vontade e decisão pelo lado brasileiro.
Já disse aqui neste mesmo tópico lá atrás, que talvez fosse interessante para nós vislumbramos algum tipo de parceria junto aos chineses tendo em vista o Y-20. Em se tratando de um cargueiro militar pesado, uma capacidade que nunca tivemos na FAB, diga-se de passagem, presume-se que a Embraer pudesse ter algo de relevante a colaborar e a receber, também nesta parceria. Mas isso é muito mais uma questão de Estado do que administrativa/empresarial. O Y-20, muito bem poderia nos servir como moeda de troca em questões várias de nosso interesse junto a China, bem como, entendo, se bem feito e amarrado um contrato, poderíamos mesmo desenvolver uma versão local, estilo "Y-20BR" partindo das soluções apostas no projeto do KC-390, que seriam bem aproveitadas naquele modelo chinês. As turbinas, a parte de sistemas embarcados e a aviônica digital podem ser quase todas, senão todas, aproveitadas do avião brasileiro naquele modelo chinês. E não digo isso por mero entusiamo, mas verificando as (poucas) informações disponíveis que há sobre o mesmo.
De qualquer forma, fica claro para mim, a necessidade que temos de dispor no futuro, além dos KC-390 e dos KC767, sejam quantos forem, de possuirmos uma aeronave na categoria de transporte pesado militar.
Acho que repetir aqui esta imagem abaixo, já explica melhor do que eu poderia dizer, o porque e a justificativa de tal necessidade não somente da FAB, mas e principalmente, do país.
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Tomara que alguém me "ouça" em algum lugar...
abs.