Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde

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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú

#16 Mensagem por felipexion » Qui Mai 23, 2013 6:15 pm

A questão dos médicos cubanos não é a vinda deles para o interior com salários abaixo da média, mas é porque eles, por vontade do governo federal, viriam sem fazer a prova da revalidação (O "revalida"), ao contrário de todos os médicos que cursaram em outros países e desejam exercer a profissão no Brasil.
Creio que isso ocorreria para ter pressa no andamento do processo além de terem altíssimos índices de reprovação (+95%). O Conselho Federal de Medicina bateu forte em cima desse ponto até que o governo cedeu (por enquanto).




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú

#17 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Mai 23, 2013 10:57 pm

Resta saber quantos médicos brasileiros passariam no revalida...




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú

#18 Mensagem por felipexion » Sex Mai 24, 2013 12:45 pm

Marechal-do-ar escreveu:Resta saber quantos médicos brasileiros passariam no revalida...
Formados no Brasil: Nenhum.
Formados no exterior indepedente do país: Todos.

Os conselhos reginais de medicina fazem questão de fiscalizar para evitar ao máximo profissionais sem regularização do conselho.
A rede SUS por sua vez só aceita prescrições de medicamentos com registro ou no conselho de medicina ou no conselho de enfermagem (caso haja protocolo para enfermeiro prescerver no município).




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú

#19 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Mai 25, 2013 1:16 am

felipexion, não perguntei quantos passam, e sim quantos passariam, o exame é apenas para quem se formou no exterior, por isso a minha pergunta, a qualidade do ensino por aqui não é la grandes coisas, se esse exame que reprova quase todos os estrangeiros fosse aplicado aos médicos brasileiros, quantos passariam?




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú

#20 Mensagem por felipexion » Sáb Mai 25, 2013 12:42 pm

Marechal-do-ar escreveu:felipexion, não perguntei quantos passam, e sim quantos passariam, o exame é apenas para quem se formou no exterior, por isso a minha pergunta, a qualidade do ensino por aqui não é la grandes coisas, se esse exame que reprova quase todos os estrangeiros fosse aplicado aos médicos brasileiros, quantos passariam?
Marechal, minha resposta que foi incompleta.
Já existe um exame para a avaliação no estado de São Paulo, obrigatório mas não é classificarório.
Em 2012, 54% dos recém formados foram reprovados. Fonte: http://blog.portalexamedeordem.com.br/b ... o-cremesp/
O motivo de não incluir os médicos brasileiros em um processo similar ao Revalida é pelo lobby das universidades particulares. Formam-se profissionais aos montes sem garantia de qualidade no ensino.




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú

#21 Mensagem por felipexion » Qui Jun 13, 2013 12:04 am

Roberto Luiz d'Avila questiona entrevista do ministro da Saúde

Vídeo: http://globotv.globo.com/rede-globo/pro ... e/2629766/

É Alexandre Padilha! Tomou uma surra de argumentos!




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú

#22 Mensagem por Clermont » Ter Abr 29, 2014 7:44 pm

Um exame da Saúde.

José Casado, O Globo.

A percepção de que a Saúde é o maior problema brasileiro está estampada em todas as recentes pesquisas de opinião. Em dezembro o Ibope confirmou a impressão coletiva ao entrevistar 15.414 eleitores em 727 municípios: 58% criticaram a política de saúde pública — a taxa de reprovação foi recorde no Rio Grande do Norte (73%), Distrito Federal (72%), Mato Grosso do Sul e Pará (70%). No Palácio do Planalto, porém, prevalece uma visão diferente.


Sete em cada dez brasileiros dependem integralmente da rede pública de serviços de saúde, que perdeu 11.576 leitos hospitalares no período entre janeiro de 2011 e agosto do ano passado. Ou seja, o governo Dilma Rousseff passou os primeiros 30 dos seus 48 meses de mandato desativando 12 leitos hospitalares por dia — em média, um a cada duas horas.

“Houve uma redução da quantidade de todas as especialidades de leitos de internação, com exceção dos leitos localizados em hospitais-dia”, atesta o Tribunal de Contas da União.

Enquanto isso, o setor privado recebeu estímulos para aumentar o número de leitos disponíveis a quem tem dinheiro para pagar um plano de saúde, com direito à internação hospitalar. Foram criadas 8.349 vagas nesse período, destinadas às pessoas que não dependem do SUS (um em cada quatro brasileiros). Na média, foram abertos nove novos leitos particulares por dia — um a cada duas horas e meia.

Técnicos do Tribunal de Contas passaram os últimos 12 meses examinando o financiamento e o desempenho do Sistema Único de Saúde. Visitaram 116 hospitais com 27.614 leitos (8% do total disponível no SUS), e em todo o país entrevistaram gestores, representantes do Judiciário e dos conselhos profissionais.

O relatório recém-concluído tem 200 páginas com um inédito diagnóstico dos serviços do SUS. Sua leitura conduz a uma conclusão: falta governo na saúde pública.

Em 67% dos estados a quantidade de leitos para a massa dependente da rede pública (2,29 para cada mil habitantes) é inferior ao mínimo recomendado pelo próprio governo (2,5 por mil).

A superlotação virou parte da paisagem. Do Rio Grande do Sul ao Amapá, os técnicos do TCU encontraram corredores de hospitais atulhados de pacientes em macas. Contaram mais de 2.700 leitos interditados em 116 hospitais por falta de enfermeiros e de serviços de apoio. Anotaram:

“Gestores de 85 unidades hospitalares (73% do total) afirmaram que a estrutura física dessas unidades não era adequada ao atendimento” — projeto arquitetônico ruim e estruturas antigas que impedem instalação de equipamentos comprados.

A desorganização começa na compra de medicamentos. Entre os 50 mais adquiridos no país, 43 têm preços acima da média internacional. Avança com a leniência na cobrança das dívidas privadas acumuladas com o SUS: de cada R$ 100 que o setor público gasta com clientes dos planos de saúde, o governo só consegue receber R$ 2,4. E vai ao desperdício de dinheiro em projetos como o do Cartão SUS. Gastou-se R$ 255 milhões nos últimos dez anos, parte em “pagamentos estranhos”. Restou um cadastro de endereços de usuários.

Para candidatos que queiram entender a angústia e a esperança dos eleitores no resgate do sistema público de saúde, o estudo do TCU pode ser um bom começo. Está na rede do tribunal, sob o título “Fiscsaúde”.




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde

#23 Mensagem por Clermont » Qui Set 22, 2016 10:47 am

Quando vale a Constituição?

Carlos Alberto Sardenberg - O Globo, 22.09.16.

O Supremo Tribunal Federal está para decidir se o Estado tem a obrigação de fornecer medicamentos não oferecidos pelo SUS, não importa o preço nem se é importado. Na verdade, a discussão é mais ampla: trata-se de saber se o Estado tem condições de cumprir a Constituição na prestação de saúde.

É de crucial importância. Por isso, volto ao tema já tratado aqui. Começa assim: pela Constituição, todo brasileiro tem direito de ser atendido de graça nos hospitais, ambulatórios e emergências do Sistema Único de Saúde, quaisquer que sejam sua doença, crônica ou aguda, simples ou grave; sua idade; sua renda; sua situação social e econômica (empregado, desempregado, patrão, rico ou pobre); e seu status civil (em liberdade, preso, em dia ou não com as Receitas).

A realidade e o simples bom senso dizem que não existe a menor possibilidade de se entregar essa proteção. Nunca haverá dinheiro para isso. Nem o Estado será capaz de montar um sistema eficiente desse tamanho e alcance.

A solução, praticada em diversos países com bom sistema de saúde pública, exige seleção e lista.

A seleção em quatro níveis: pessoas que serão sempre atendidas no SUS; as que serão atendidas prioritariamente; aquelas que serão recebidas no SUS apenas se tiver vaga sobrando; e, finalmente, as pessoas que não têm esse direito, a menos que paguem a preços de mercado. A regra, claro, vai do mais pobre ao mais rico.

A lista será de medicamentos e procedimentos. Uma primeira grande divisão: o que será de graça e o que será pago. Não faz sentido o Estado ficar sem dinheiro para vacinas enquanto paga uma cirurgia cardíaca no Hospital Johns Hopkins, isso por ordem judicial.

Ou comprar remédios não disponíveis na rede pública ou mesmo no país. A advogada-geral da União, Grace Mendonça, diz que a União gasta R$ 1 bilhão/ano com o fornecimento dos 20 medicamentos mais caros obtidos pelos cidadãos por via judicial.

Essas sentenças se baseiam na regra tão exaltada: a saúde é direito de todos e dever do Estado. Muitos entendem que o governo só tem a obrigação de prestar esse atendimento no SUS. Mas há juízes que pensam e decidem diferente: se o tratamento (ou o remédio) não está disponível no Sistema Único, deve ser prestado onde for possível, tudo por conta do Erário.

É o que o STF está por decidir.

Pela lógica econômica e social, as regras deveriam ser claras. Por exemplo, para os medicamentos: os básicos seriam de graça; os intermediários, com preço subsidiado; os demais, preço de mercado.

É preciso ainda especificar quais procedimentos o SUS faz e quais não vai fazer. E assim chegamos ao ponto mais dramático desta história. Em diversos países com bom sistema de proteção social, existem regras assim: pacientes idosos, com, por exemplo, um AVC grave, de baixo prognóstico, não vão para UTI. Leitores me desculpem, mas o argumento é clássico: a relação custo/benefício é desfavorável.

Sim, posso ouvir a indignação. Dirão que esse comentário prova a brutalidade do sistema de seleção e listas. E a vantagem moral do atendimento universal.

Falso. A seleção é praticada diariamente aqui no Brasil. A emergência tem quatro casos graves e só tem uma vaga na UTI. Quem decide? O plantonista, em geral um residente.

Além de errado, é ainda desumano colocar essa responsabilidade médica e ética nas mãos de rapazes e moças na casa dos 25 anos.

Seleção e listas elaboradas com critérios médicos, sociais e econômicos seriam infinitamente mais justas e eficientes.

Outra seleção, especialmente pelo interior do país, é feita por compadrio e política. Por que muitos políticos gostam de nomear diretores de hospitais, um cargo tão difícil? Porque gastam dinheiro e podem escolher os que serão atendidos na frente.

E há uma última e definitiva seleção, ou restrição de atendimento, essa ocorrida na crise do Rio, por exemplo. Hospitais simplesmente fecharam as portas, não entra ninguém. As farmácias declaram que não têm mais remédios — e pronto.

Cadê a Constituição?

Resumo geral: a Constituição promete o que o Estado não pode entregar. É preciso mudar a Carta para que os governos possam atender bem aqueles que precisam e não podem pagar. E abrir espaço, amplo espaço e facilidades, para a chamada Saúde Complementar — a privada, aquela dos planos e seguros de saúde e dos hospitais particulares — que se tornou mais que essencial.

Os governos Lula e Dilma impuseram regras e limitações a essa Saúde Complementar, muito além do que seria uma regulação correta. Também é mais que um desvio antiprivatizante. É uma reação tipo consciência culpada. Os 45 milhões de brasileiros que pagam planos e seguros privados estão gritando que o SUS é um falso universal. Estão mostrando a incapacidade dos governos de colocá-lo de pé.

Em vez de tentar reorganizar o SUS, com uma reforma na Constituição, admitindo as limitações, essa gente resolve pressionar o sistema privado. Nem conserta um e ainda estraga o outro.




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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde

#24 Mensagem por Clermont » Qua Jan 25, 2017 8:14 pm





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