Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Moderador: Conselho de Moderação
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39642
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1147 vezes
- Agradeceram: 2873 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
A filha do sô presidente farta-se de comprar participações de bancos e outras empresas estratégicas cá em Portugal, por isso não é só os empresários Portugueses a investir lá, há uma forte ligação empresarial. Já li não sei quantos artigos na imprensa portuguesa a falar como as lojas de luxo (e estou a falar lojas para os muito ricos) em Lisboa fartam-se de vender para empresários/politicos angolanos. Os filhos deles muitas vezes estudam no colégio militar ou nos pupilos do Exército, para não falar dos largos milhares de estudantes dos PALOP que nós temos nas nossas universidades.
- tflash
- Sênior
- Mensagens: 5426
- Registrado em: Sáb Jul 25, 2009 6:02 pm
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 11 vezes
- Agradeceram: 31 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Em Portugal sempre houve apoios à UNITA e ao MPLA. Não se pode dizer é que o país tenha feito isso ao nível de politica externa. Portugal sempre reconheceu o governo angolano do MPLA.
O presidente de Angola, tinha e tem propriedades cá e até casou a filha com um português. Filha essa que é uma das mulheres mais poderosas de Angola nos dias de hoje.
O presidente de Angola, tinha e tem propriedades cá e até casou a filha com um português. Filha essa que é uma das mulheres mais poderosas de Angola nos dias de hoje.
Kids - there is no Santa. Those gifts were from your parents. Happy New Year from Wikileaks
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55318
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2766 vezes
- Agradeceram: 2446 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Acerca de Isabel dos Santos, filha de Eduardo dos Santos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_dos_SantosInvestimentos em Portugal
A partir do ano 2008 ela ficou mais interessado em outras áreas de negócio, tais como os da hotelaria, petróleo, diamantes, bancos e telecomunicações. Em Portugal, detém importantes participações no Millenium BCP, Banco Português de Investimento[10][11] e Banco BIC Português,[12] bem como noutras empresas, nomeadamente a Galp Energia[13] e a ZON Multimédia,[14][15] através da Kento Holding[16] e Esperanza Holding.[17] No dia 14 de abril 2011 a Sonae assinou um acordo de parceria com a empresa angolana Condis, detida por Isabel dos Santos e Sindika Dokolo sobre a introdução de atividades em retalho sob a insígnia Continente em Angola, e sobre a participação numa sociedade imobiliária de grande envergadura.[18]
Isabel dos Santos é também um acionista minoritária da operadora de telefonia móvel Unitel em Angola.
Triste sina ter nascido português
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Só um aparte sem querer me meter na discussão, mas este tipo de coisa não só faz sentido como é perfeitamente normal.cabeça de martelo escreveu:Estás a dizer que o governo Português juntamente com o governo Norte-Americano contratou mercenários sul-africanos para treinar a UNITA e depois apoiou o governo na formação das suas próprias forças armadas?! Desculpa, mas com que propósito? Com que dinheiro? Nada disto faz sentido.
O interesse americano (até acredito que não o português, mas na ocasião eram os EUA que falavam mais alto) era de manter o acesso aos recursos e riquezas angolanos para o ocidente. O que acontecia com o estado e o povo angolanos era absolutamente irrelevante. Assim, eles apoiaram a UNITA enquanto acharam que ela podia derrubar o governo de inclinação esquerdista que estava no poder, e quando isso deixou de ser uma possibilidade e eles viram que não tinham mais como derrubar aquele governo se aproximaram dele, exatamente com o mesmo objetivo que tinham antes, manter o acesso aos recursos/riquezas. Se aquele governo aceitou, por que não?
Até parece que nunca se viu fazerem isto em outros lugares.
Quando o aliado é um exército regular obedecendo a uma estrutura de comando organizada não, não é comum. Mas se é um grupo de gangues reunidas mais por interesses em roubo e pilhagem do que por qualquer outra coisa, é muito normal sim.O Major Miguel Costa Barreto (que é oficial da GNR e não do Exército) conta como foi espancado quase até à morte por um oficial da UNITA e até teve data marcada para ser fuzilado. Conta como apesar de tentar evitar derramamento de sangue havia uns quantos cowboys na UNITA que queriam guerra a qualquer custo. mas se diz que o governo Português apoiou a UNIta...é perfeitamente normal que estas coisas aconteçam entre aliados, não é?!
É um risco calculado de quem se alia a organizações deste tipo por interesses outros, mas nada a se estranhar.
Leandro G. Card
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39642
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1147 vezes
- Agradeceram: 2873 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Mas se as unidades operacionais do Exército Português eram apenas uma unidade de transmissões e apoio, como é que agora o meu caro vem a imputar o fracasso do desarmamento da UNITA a meia dúzia de observadores e a duas unidades de segunda linha?Com o cumprimento do mandato da UNAVEM I, a ONU estabeleceu naquele país a
Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola II, UNAVEM II, que lá atuou de
maio de 1991 a fevereiro de 1995, com o escopo de verificar o cumprimento dos acordos de
paz assinados pelo Governo de Angola, nas mãos do MPLA, e pela UNITA; monitorar o
cessar-fogo e verificar a realização de eleições. Ao longo dessa missão, o Brasil contribuiu
com o envio de oito observadores militares, nove observadores policiais, uma unidade
médica e, para monitorar as eleições de setembro de 1992, quatro observadores eleitorais
civis. Além disso, o General Péricles continuou exercendo a chefia dos observadores da
ONU até setembro de 1991.
De agosto de 1995 até julho de 1997, a ONU estabeleceu a terceira Missão de Verificação
das Nações Unidas em Angola, a UNAVEM III. O Brasil cedeu a essa missão um batalhão
de Infantaria, com efetivo de 800 homens (entre os quais havia 160 Fuzileiros Navais); uma
Companhia de Engenharia, com 200 homens (40 dos quais Fuzileiros Navais); e dois
Postos de Saúde Avançados, a 20 homens cada, um do Exército Brasileiro e um da Marinha
do Brasil. Além da tropa, o Brasil contribuiu com oficiais para compor o Estado-Maior da
missão e, em média, com 14 observadores militares e 11 observadores policiais. O Estado
brasileiro chegou a ser o maior contribuinte de tropas para a UNAVEM III, que, durante
dois anos, foi a maior operação de paz das Nações Unidas. Sua participação nessa missão
fez com que o País ocupasse, no início de 1996, a posição de quarto maior contribuinte de
contingentes de tropa para operações de paz daquela organização.
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39642
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1147 vezes
- Agradeceram: 2873 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Mas afinal a UNITA para um era uma tropa formidável treinada por mercenários sul-africanos, para outro apenas uma gang de maltrapilhos. Afinal em que ficamos?LeandroGCard escreveu:Quando o aliado é um exército regular obedecendo a uma estrutura de comando organizada não, não é comum. Mas se é um grupo de gangues reunidas mais por interesses em roubo e pilhagem do que por qualquer outra coisa, é muito normal sim.O Major Miguel Costa Barreto (que é oficial da GNR e não do Exército) conta como foi espancado quase até à morte por um oficial da UNITA e até teve data marcada para ser fuzilado. Conta como apesar de tentar evitar derramamento de sangue havia uns quantos cowboys na UNITA que queriam guerra a qualquer custo. mas se diz que o governo Português apoiou a UNIta...é perfeitamente normal que estas coisas aconteçam entre aliados, não é?!
É um risco calculado de quem se alia a organizações deste tipo por interesses outros, mas nada a se estranhar.
Leandro G. Card
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39642
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1147 vezes
- Agradeceram: 2873 vezes
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Vc não conhece Angola. Se conhecesse, colocaria mais um país na lista: o nosso. A Odebrecht comanda a extração de diamantes e a produção de energia elétrica. Como disse, houve uma clara virada norte-americana a partir do momento em que empresas norte-americanas começaram a explorar petróleo em Cabinda. Também estamos lá na pesquisa de petróleo em alto mar, com a Petrobrás. Quem quer entrar agora é a China.Mestre Bat escreveu:Para fins de informação, Angola hoje esta nos braços americanos e portugueses, consta inclusive que importantes empresas de segurança (blackwater e afins) estão por la fazendo segurança, treinamento e demais serviços para o atual governo.
.
Parece que os angolanos estão super felizes com isso.
Abraços
Pepê
- FoxTroop
- Sênior
- Mensagens: 1477
- Registrado em: Qui Mai 27, 2010 11:56 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 82 vezes
- Agradeceram: 112 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
X2Paisano escreveu:.Existe no direito um princípio jurídico que diz "tempus regit actum", cuja tradução é "o tempo rege o ato".
Portanto, acredito não ser muito correto discutir atos e fatos ocorridos nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX com a mentalidade de século XXI.
Ou seja, quem praticou tais atos possuia uma mentalidade de século XVI, XVII, XVIII e XIX e não de século XXI.
É preciso dizer mais?!!! Querer julgar os actos de à uns séculos atrás com a mundivisão dos dias de hoje?!!!! Pá, então fora daí de regresso ás terras de vossos antepassados que isso aí afinal é terra de índio, ocupada ao arrepio de todas as convenções actuais. Realmente um belo tópico....
- tflash
- Sênior
- Mensagens: 5426
- Registrado em: Sáb Jul 25, 2009 6:02 pm
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 11 vezes
- Agradeceram: 31 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
O Brasil está a entrar mas ainda não está ao nível de Portugal nem dos outros investidores principais. Lá chegará mas hoje ainda não. Isto são investimentos isolados mas a economia angolana abastece-se de uma miríade de serviços em Portugal que no conjunto formam um grande bolo. A China já entrou em força em AngolaPepê Rezende escreveu:Vc não conhece Angola. Se conhecesse, colocaria mais um país na lista: o nosso. A Odebrecht comanda a extração de diamantes e a produção de energia elétrica. Como disse, houve uma clara virada norte-americana a partir do momento em que empresas norte-americanas começaram a explorar petróleo em Cabinda. Também estamos lá na pesquisa de petróleo em alto mar, com a Petrobrás. Quem quer entrar agora é a China.Mestre Bat escreveu:Para fins de informação, Angola hoje esta nos braços americanos e portugueses, consta inclusive que importantes empresas de segurança (blackwater e afins) estão por la fazendo segurança, treinamento e demais serviços para o atual governo.
.
Parece que os angolanos estão super felizes com isso.
Abraços
Pepê
Kids - there is no Santa. Those gifts were from your parents. Happy New Year from Wikileaks
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
As provas, digamos, são circunstanciais, mas robustas. Nós cuidávamos do MPLA, que ficou desarmado e desmobilizado. Vcs e os norte-americanos cuidavam da Unita, que saiu armada até os dentes e coesa. Por que será?tflash escreveu:Essa foi a primeira missão internacional portuguesa sob a égide da ONU.
O colega tem que ver que essas fontes são no mínimo, parciais. Há provas do desleixo Português ou é apenas "diz que disse"?
A Guerra de Angola é curiosíssima. Pouca gente sabe, mas parte da Unita permaneceu em Luanda, participando do "governo de união nacional". No Instituto Nacional para a Remoção de Obstáculos e Engenhos Explosivos (INAROE), órgão encarregado de remover as minas e explosivos, um representante da Unita participava da remoção de artefatos enquanto seus companheiros combatentes plantavam novos campos...
Quando perguntei porque não havia mapas, todos na sala deram uma gargalhada e apontaram para o cara da Unita e disseram, com bom humor:
-- Pergunte para ele!
O cara ficou extremamente envergonhado...
Abraços
Pepê
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Pelo contrário. Entramos antes! Portugal montava à cossaca, de pé sobre dois cavalos (o MPLA e a Unita). Nós apoiamos o MPLA desde o primeiro instante. Toda a renovação de Luanda, a exploração de diamantes, a construção da maior usina hidrelétrica (estive lá), a pesquisa de petróleo offshore é brasileira, concentrada nas mãos da Odebrecht e da OAS. Para vc ter uma idéia, as campanhas eleitorais de José Eduardo dos Santos foram dirigidas por brasileiros, contratados pela Odebrecht. Uma assessoria lisboeta cuidou da campanha de Savimbi...tflash escreveu:O Brasil está a entrar mas ainda não está ao nível de Portugal nem dos outros investidores principais. Lá chegará mas hoje ainda não. Isto são investimentos isolados mas a economia angolana abastece-se de uma miríade de serviços em Portugal que no conjunto formam um grande bolo. A China já entrou em força em Angola
Um dos assessores era Ricardo Noblat, hoje colunista de O Globo e meu amigo. Ele conta histórias deliciosas.
Pepê
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Mais um fruto da União Ibérica...cabeça de martelo escreveu:Voltando ao propósito incial do tópico:
viewtopic.php?f=11&t=15902&hilit=pedro+teixeira
- tflash
- Sênior
- Mensagens: 5426
- Registrado em: Sáb Jul 25, 2009 6:02 pm
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 11 vezes
- Agradeceram: 31 vezes
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Dada a posição do governo Português a seguir a este episódio que foi consistente até ao fim dos combates, podemos identificar um possível culpado a haver.
A entrega do governo angolano ao MPLA em 75 foi responsabilidade de Portugal que tinha mais opções. Portugal ganhou a guerra colonial em angola, militarmente. A Unita nunca teve muito apoio em Portugal.
Por exemplo, a classe média-alta e alta angolana apanha o avião para Portugal para fazer compras, ir ao médico, etc. Portugal está a fornecer quase em exclusivo aqueles pequenos serviços que são necessários para o dia-a-dia da economia Angolana. Não há uma diferença muito grande entre as prateleiras de um supermercado angolano e um português. Vamos para o material de escritório e é a mesma coisa. Portugal tem uma fatia de leão nessa área além dos investimentos grandes como no turismo construção etc.
A entrega do governo angolano ao MPLA em 75 foi responsabilidade de Portugal que tinha mais opções. Portugal ganhou a guerra colonial em angola, militarmente. A Unita nunca teve muito apoio em Portugal.
Mas até as campanhas em Portugal eram dirigidas por brasileiros. Nessa altura o Brasil estava a anos-luz de Portugal em Marketing. O que eu falo é da economia em si. O colega cita investimentos isolados que são importantes mas eu falo de outra coisa.Pelo contrário. Entramos antes! Portugal montava à cossaca, de pé sobre dois cavalos (o MPLA e a Unita). Nós apoiamos o MPLA desde o primeiro instante. Toda a renovação de Luanda, a exploração de diamantes, a construção da maior usina hidrelétrica (estive lá), a pesquisa de petróleo offshore é brasileira, concentrada nas mãos da Odebrecht e da OAS. Para vc ter uma idéia, as campanhas eleitorais de José Eduardo dos Santos foram dirigidas por brasileiros, contratados pela Odebrecht. Uma assessoria lisboeta cuidou da campanha de Savimbi...
Um dos assessores era Ricardo Noblat, hoje colunista de O Globo e meu amigo. Ele conta histórias deliciosas.
Pepê
Por exemplo, a classe média-alta e alta angolana apanha o avião para Portugal para fazer compras, ir ao médico, etc. Portugal está a fornecer quase em exclusivo aqueles pequenos serviços que são necessários para o dia-a-dia da economia Angolana. Não há uma diferença muito grande entre as prateleiras de um supermercado angolano e um português. Vamos para o material de escritório e é a mesma coisa. Portugal tem uma fatia de leão nessa área além dos investimentos grandes como no turismo construção etc.
Kids - there is no Santa. Those gifts were from your parents. Happy New Year from Wikileaks
- Paisano
- Sênior
- Mensagens: 16163
- Registrado em: Dom Mai 25, 2003 2:34 pm
- Localização: Volta Redonda, RJ - Brasil
- Agradeceu: 649 vezes
- Agradeceram: 285 vezes
- Contato:
Re: Relações entre Portugal e Brasil no período colônia
Mas quando a União Ibérica teve fim não houve o retorno às fronteiras pré Felipe II da Espanha (na realidade Felipe I de Portugal).Pepê Rezende escreveu:Mais um fruto da União Ibérica...cabeça de martelo escreveu:Voltando ao propósito incial do tópico:
viewtopic.php?f=11&t=15902&hilit=pedro+teixeira